CATÓLICOS E O ECUMENISMO – CONSIDERAÇÕES DO CARDEAL SIRI - Liturgia diária , 22 de Junho de 2014
domingo, 22 de junho de 2014
CATÓLICOS E O ECUMENISMO – CONSIDERAÇÕES DO CARDEAL SIRI
“A diferença entre católicos e não católicos, por mais que eles desejem a fraternidade, reside no nível da Fé. Precisamos ter a coragem de dizer isso e dizê-lo continuamente. O uso de táticas evasivas (mesmo que educadas), que obscurecem todas as fronteiras em um crepúsculo embaçado que elimina os aspectos embaraçosos, não está colocando o ecumenismo em prática
O ecumenismo verdadeiro é aquele em que, com o exercício da virtude, sacrifício pessoal, paciência inflexível e terna caridade, os termos são estabelecidos claramente. Haveria acaso um retorno à plena unidade entre os crentes em que o caminho seja pavimentado de incompreensões e meias-verdades?
Evidentemente, é claro que esta ponte – [o verdadeiro entendimento e a aceitação plena do] primado de Roma – precisa ser atravessada e, se não o for de maneira consciente, a meta do verdadeiro ecumenismo não será alcançada. E aqui surge o perigo real sobre esse tema empolgante. Há algumas pessoas que representam esse perigo ao transformarem o ecumenismo em uma confusão de doutrina retalhada. Há escritores que abusam do nome de teólogo ou da dignidade da erudição para minar, uma após a outra, as verdades da Fé Católica, violando e ignorando o Magistério. Eles criam dúvida com relação ao conhecimento de que a verdade de Deus é una e perfeita, e se ela for negada em um ponto – tal é a sua lógica e harmonia interiores – é inevitável que o resto também seja negado
Eles não compreendem que Deus confiou tudo ao Magistério, que é tão certo e divinamente garantido que podemos afirmar, «quod Ecclesia semel docuit, semper docuit» [Que aquilo que a Igreja ensina uma vez, ela ensina sempre.] Talvez eles também tenham esquecido que a visibilidade da Igreja e sua realidade humana não a comprometem de jeito algum, e a mão de Deus é demonstrada no fato de que, caso ela fosse confiada a mãos humanas, ela já estaria morta desde os tempos imemoriais e não estaria de pé nos dias de hoje
Nossos irmãos estão nos aguardando, mas eles estão aguardando à luz do dia, não em meio às sombras incertas da noite”
Renovatio, XII (1977), livreto 1, pp. 3-6
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