ORIGEM DA SOLENIDADE!
COMO TUDO COMEÇOU?
1.0- ORIGEM HISTÓRICA:
“O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Cristo na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi teve início no século XVII com são João Eudes († 1680) e santa Margarida Alacoque († 1690), embora a devoção remonte aos séculos XIII e XIV, recebendo a primeira aprovação pontifícia um século mais tarde. Em 1856, o papa Pio IX estendeu a festa a toda a Igreja, e em 1928 Pio XI lhe deu a máxima categoria litúrgica. A reforma pós-conciliar renovou profundamente seus textos com base no formulário da missa composto por ordem de Pio XI” (JULIÁN LOPES MARTÍN).
Dentre os principais expoentes desta devoção popular, podemos destacar os seguintes:
Santa Margarida Maria Alacoque, a confidente do Coração de Jesus - Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu a Margarida Maria Alacoque, jovemreligiosa da Ordem da Visitação, para transmitir sua mensagem de misericórdia e confiança, expressa no Coração humano e divino do Verbo Encarnado. O culto ao Sagrado Coração de Jesus obteve a partir de então grande impulso e alastrou-se por toda a Igreja.
São Cláudio de La Colombière, grande Apóstolo do Sagrado Coração - a grande importância de seu apostolado consistiu no apoio inestimável que prestou a Santa Margarida Maria: uma nova luz – a devoção ao Sagrado Coração – iria encher os espaços da Igreja sob o bafejo de Papas e Santos.
São Domingos Sávio - “Sua oração predileta – afirma Dom Bosco – era a coroa ao Sagrado Coração de Jesus para reparar as injúrias que recebe dos hereges, infiéis e maus cristãos”.
São João Eudes - Com São João Eudes (1601-1680), podemos dizer que a devoção ao Sagrado Coração como que atingiu a maioridade. Com efeito, graças à sua ação, esta devoção deixou de ser exclusivamente privada e se tornou pública e oficial. Com ele se instituiu o culto litúrgico ao Sagrado Coração.
Beato José de Anchieta – O primeiro devoto do Coração de Jesus no Brasil nascente. A primeira igreja no mundo consagrada ao Sagrado Coração, o foi por Anchieta, em 1585, no Espírito Santo. Anchieta era grande devoto do Coração de Jesus. Ele escreveu versos sobre o Coração de Jesus: "a lança que abriu-lhe o peito...". Ele estava já se antecipando nessa devoção. Ele a tinha, mas não a inculcava publicamente porque não estava ainda aprovada.
2.0- NA BUSCA DO SENTIDO DE VIDA
“Junto do Coração de Cristo o coração do homem aprende a conhecer o sentido verdadeiro e único de sua vida e de seu destino, a compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a se preservar de certas perversões do coração humano, a unir o amor filial para com Deus ao amor do próximo...é no Coração de Cristo que o homem recebe a capacidade de amar.” (J. Paulo II).
Para bem viver essa real e profunda experiência de Deus que é dada ao contemplar o Sagrado Coração de Jesus, é preciso olhar para o nosso coração, deparar com o vazio da nossa existência e superar o nosso nada, ao mergulhar no coração de Jesus: nele encontraremos a profundidade da misericórdia de Deus e o rela sentido de nossa vida. Assim, o homem quando busca o seu sentido de vida busca na verdade o Sagrado Coração de Cristo. È isso mesmo: Só no coração de Cristo é que o homem vai encontrar alento e descanso em meio ao vazio existencial que deparamos quando não nos voltamos para Deus.
Eis que um soldado com uma lança vem abrir o coração de Jesus: Daí faz jorrar água e sangue! Surgem os sacramentos e a Igreja. Abre-se de forma misteriosa a via de acesso ao amor de Deus: O CORAÇÃO ABERTO DE JESUS, O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.
3.0- QUANDO O HOMEM ENCONTRA O AMOR
Como então iniciou o culto litúrgico ao Sagrado Coração de Cristo, nós acima o indicamos brevemente. Porém, apesar de existir um momento histórico que se iniciou a devoção popular do Sagrado Coração de Jesus, para o Papa Bento XVI o culto desta devoção confunde-se com a história do Cristianismo.
Ou seja, ao compreendermos que o mistério doamor de Deus sobre nós é conhecido por meio da manifestação deste amor de forma mais profunda na Encarnação e também na Paixão e morte de Jesus na Cruz. “Tanto amou Deus ao mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que crer nele não pereça, mas que tenha vida eterna” (João 3, 16).
“Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, “a quem transpassaram” (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10)”(BENTO XVI).
Assim, a adoração ao Sagrado Coração de Jesus dá-se não só pelo mero cumprimento devocional, mas como um profundo mergulhar na vivência radical do evangelho. Inserindo-se no coração aberto de Jesus, inseri-se na vida de Cristo e na união de vontades, e tem como fruto uma relação viva entre Deus e o homem.
“A resposta ao mandamento do amor se faz possível só com a experiência de que este amor já nos foi dado antes por Deus (cf. encíclica «Deus caritas est», 14). O culto do amor que se faz visível no mistério da Cruz, representado em toda celebração eucarística, constitui, portanto, o fundamento para que possamos converter-nos em instrumentos nas mãos de Cristo: só assim podemos ser arautos críveis de seu amor. Esta abertura à vontade de Deus, contudo, deve renovar-se em todo momento: «O amor nunca se dá por “concluído” e completado» (cf. encíclica «Deus caritas est», 17). A contemplação do «lado transpassado pela lança», na qual resplandece a vontade infinita de salvação por parte de Deus, não pode ser considerada portanto como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no símbolo do «coração transpassado» sua expressão histórico-devocional, continua sendo imprescindível para uma relação viva com Deus (cf. encíclica «Haurietis aquas», 62)” (BENTO XVI).
Por isso, é preciso experimentar o amor de Deus e não somente se limitar no conhecer, já que é por meio do ato de dirigir o olhar ao coração traspassado de Jesus que encontraremos a profundidade do amor de Deus.
“O significado mais profundo desse culto ao amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente sua contribuição não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal desse amor na entrega confiada a seu serviço (cf. encíclica «Haurietis aquas», 62). Obviamente, experiência e conhecimento não podem separar-se: um faz referência ao outro. Também é necessário sublinhar que um autêntico conhecimento do amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de disponibilidade generosa. Partindo dessa atitude interior, o olhar posto no lado transpassado da lança se transforma em silenciosa adoração. O olhar no lado transpassado do Senhor, do qual saem «sangue e água» (cf. Gv 19, 34), nos ajuda a reconhecer a multidão de dons de graça que daí procedem (cf. encíclica «Haurietis aquas», 34-41) e nos abre a todas as demais formas de devoção cristã que estão compreendidas no culto ao Coração de Jesus” (BENTO XVI).
Deus em sua infinita misericórdia, com um gesto de doação e entrega total ao homem, permite que um dos soldados abrisse com uma lança o sagrado coração de Jesus, onde jorrou água e sangue. Eis o preço da nossa salvação: foi então para nós dado a plena riqueza que são os sacramentos e a vida na graça, que fez jorrar da fonte mais pura e plena de água viva “Que jorra a vida eterna” (Jo 4,14), ou seja, o coração aberto de Jesus.
Enfim, possamos na Solenidade do Coração de Jesus renovar a experiência do Amor de Deus que nos foi derramado ao instituir a Igreja e os Sacramentos por meio da água e sangue que faz jorrar deste coração aberto, deste amor que se deixa encontrar e que quer nos firmar cada vez mais na sua vontade. Mergulhemos no lado aberto de Jesus, como Tomé, que ao penetrar na intimidade de Deus, configurou-se com o seu coração, e a um só coração, cumpriu com fidelidade o mandamento do amor: IDE POR TODO O MUNDO E A TODOS PREGAI O EVANGELHO!
“O culto litúrgico ao Sagrado Coração de Cristo na sexta-feira seguinte ao Corpus Christi teve início no século XVII com são João Eudes († 1680) e santa Margarida Alacoque († 1690), embora a devoção remonte aos séculos XIII e XIV, recebendo a primeira aprovação pontifícia um século mais tarde. Em 1856, o papa Pio IX estendeu a festa a toda a Igreja, e em 1928 Pio XI lhe deu a máxima categoria litúrgica. A reforma pós-conciliar renovou profundamente seus textos com base no formulário da missa composto por ordem de Pio XI” (JULIÁN LOPES MARTÍN).
Dentre os principais expoentes desta devoção popular, podemos destacar os seguintes:
Santa Margarida Maria Alacoque, a confidente do Coração de Jesus - Nosso Senhor Jesus Cristo apareceu a Margarida Maria Alacoque, jovemreligiosa da Ordem da Visitação, para transmitir sua mensagem de misericórdia e confiança, expressa no Coração humano e divino do Verbo Encarnado. O culto ao Sagrado Coração de Jesus obteve a partir de então grande impulso e alastrou-se por toda a Igreja.
São Cláudio de La Colombière, grande Apóstolo do Sagrado Coração - a grande importância de seu apostolado consistiu no apoio inestimável que prestou a Santa Margarida Maria: uma nova luz – a devoção ao Sagrado Coração – iria encher os espaços da Igreja sob o bafejo de Papas e Santos.
São Domingos Sávio - “Sua oração predileta – afirma Dom Bosco – era a coroa ao Sagrado Coração de Jesus para reparar as injúrias que recebe dos hereges, infiéis e maus cristãos”.
São João Eudes - Com São João Eudes (1601-1680), podemos dizer que a devoção ao Sagrado Coração como que atingiu a maioridade. Com efeito, graças à sua ação, esta devoção deixou de ser exclusivamente privada e se tornou pública e oficial. Com ele se instituiu o culto litúrgico ao Sagrado Coração.
Beato José de Anchieta – O primeiro devoto do Coração de Jesus no Brasil nascente. A primeira igreja no mundo consagrada ao Sagrado Coração, o foi por Anchieta, em 1585, no Espírito Santo. Anchieta era grande devoto do Coração de Jesus. Ele escreveu versos sobre o Coração de Jesus: "a lança que abriu-lhe o peito...". Ele estava já se antecipando nessa devoção. Ele a tinha, mas não a inculcava publicamente porque não estava ainda aprovada.
2.0- NA BUSCA DO SENTIDO DE VIDA
“Junto do Coração de Cristo o coração do homem aprende a conhecer o sentido verdadeiro e único de sua vida e de seu destino, a compreender o valor de uma vida autenticamente cristã, a se preservar de certas perversões do coração humano, a unir o amor filial para com Deus ao amor do próximo...é no Coração de Cristo que o homem recebe a capacidade de amar.” (J. Paulo II).
Para bem viver essa real e profunda experiência de Deus que é dada ao contemplar o Sagrado Coração de Jesus, é preciso olhar para o nosso coração, deparar com o vazio da nossa existência e superar o nosso nada, ao mergulhar no coração de Jesus: nele encontraremos a profundidade da misericórdia de Deus e o rela sentido de nossa vida. Assim, o homem quando busca o seu sentido de vida busca na verdade o Sagrado Coração de Cristo. È isso mesmo: Só no coração de Cristo é que o homem vai encontrar alento e descanso em meio ao vazio existencial que deparamos quando não nos voltamos para Deus.
Eis que um soldado com uma lança vem abrir o coração de Jesus: Daí faz jorrar água e sangue! Surgem os sacramentos e a Igreja. Abre-se de forma misteriosa a via de acesso ao amor de Deus: O CORAÇÃO ABERTO DE JESUS, O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS.
3.0- QUANDO O HOMEM ENCONTRA O AMOR
Como então iniciou o culto litúrgico ao Sagrado Coração de Cristo, nós acima o indicamos brevemente. Porém, apesar de existir um momento histórico que se iniciou a devoção popular do Sagrado Coração de Jesus, para o Papa Bento XVI o culto desta devoção confunde-se com a história do Cristianismo.
Ou seja, ao compreendermos que o mistério doamor de Deus sobre nós é conhecido por meio da manifestação deste amor de forma mais profunda na Encarnação e também na Paixão e morte de Jesus na Cruz. “Tanto amou Deus ao mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que crer nele não pereça, mas que tenha vida eterna” (João 3, 16).
“Por outro lado, esse mistério do amor de Deus por nós não constitui só o conteúdo do culto e da devoção ao Coração de Jesus: é, ao mesmo tempo, o conteúdo de toda verdadeira espiritualidade e devoção cristã. Portanto, é importante sublinhar que o fundamento dessa devoção é tão antigo como o próprio cristianismo. De fato, só se pode ser cristão dirigindo o olhar à Cruz de nosso Redentor, “a quem transpassaram” (João 19, 37; cf. Zacarias 12, 10)”(BENTO XVI).
Assim, a adoração ao Sagrado Coração de Jesus dá-se não só pelo mero cumprimento devocional, mas como um profundo mergulhar na vivência radical do evangelho. Inserindo-se no coração aberto de Jesus, inseri-se na vida de Cristo e na união de vontades, e tem como fruto uma relação viva entre Deus e o homem.
“A resposta ao mandamento do amor se faz possível só com a experiência de que este amor já nos foi dado antes por Deus (cf. encíclica «Deus caritas est», 14). O culto do amor que se faz visível no mistério da Cruz, representado em toda celebração eucarística, constitui, portanto, o fundamento para que possamos converter-nos em instrumentos nas mãos de Cristo: só assim podemos ser arautos críveis de seu amor. Esta abertura à vontade de Deus, contudo, deve renovar-se em todo momento: «O amor nunca se dá por “concluído” e completado» (cf. encíclica «Deus caritas est», 17). A contemplação do «lado transpassado pela lança», na qual resplandece a vontade infinita de salvação por parte de Deus, não pode ser considerada portanto como uma forma passageira de culto ou de devoção: a adoração do amor de Deus, que encontrou no símbolo do «coração transpassado» sua expressão histórico-devocional, continua sendo imprescindível para uma relação viva com Deus (cf. encíclica «Haurietis aquas», 62)” (BENTO XVI).
Por isso, é preciso experimentar o amor de Deus e não somente se limitar no conhecer, já que é por meio do ato de dirigir o olhar ao coração traspassado de Jesus que encontraremos a profundidade do amor de Deus.
“O significado mais profundo desse culto ao amor de Deus só se manifesta quando se considera mais atentamente sua contribuição não só ao conhecimento, mas também, e sobretudo, à experiência pessoal desse amor na entrega confiada a seu serviço (cf. encíclica «Haurietis aquas», 62). Obviamente, experiência e conhecimento não podem separar-se: um faz referência ao outro. Também é necessário sublinhar que um autêntico conhecimento do amor de Deus só é possível no contexto de uma atitude de oração humilde e de disponibilidade generosa. Partindo dessa atitude interior, o olhar posto no lado transpassado da lança se transforma em silenciosa adoração. O olhar no lado transpassado do Senhor, do qual saem «sangue e água» (cf. Gv 19, 34), nos ajuda a reconhecer a multidão de dons de graça que daí procedem (cf. encíclica «Haurietis aquas», 34-41) e nos abre a todas as demais formas de devoção cristã que estão compreendidas no culto ao Coração de Jesus” (BENTO XVI).
Deus em sua infinita misericórdia, com um gesto de doação e entrega total ao homem, permite que um dos soldados abrisse com uma lança o sagrado coração de Jesus, onde jorrou água e sangue. Eis o preço da nossa salvação: foi então para nós dado a plena riqueza que são os sacramentos e a vida na graça, que fez jorrar da fonte mais pura e plena de água viva “Que jorra a vida eterna” (Jo 4,14), ou seja, o coração aberto de Jesus.
Enfim, possamos na Solenidade do Coração de Jesus renovar a experiência do Amor de Deus que nos foi derramado ao instituir a Igreja e os Sacramentos por meio da água e sangue que faz jorrar deste coração aberto, deste amor que se deixa encontrar e que quer nos firmar cada vez mais na sua vontade. Mergulhemos no lado aberto de Jesus, como Tomé, que ao penetrar na intimidade de Deus, configurou-se com o seu coração, e a um só coração, cumpriu com fidelidade o mandamento do amor: IDE POR TODO O MUNDO E A TODOS PREGAI O EVANGELHO!
Fonte: Shalom
A DEVOÇÃO
Como o têm lembrado frequentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento na Escritura. Jesus apresenta-se a si mesmo como mestre “manso e humilde de Coração” (Mt. 11, 29). Pode dizer-se que a devoção ao Coração de Jesus é a tradução em termos cultuais do reparo que, segundo as palavras proféticas e evangélicas, todas as gerações cristãs voltaram para aquele que foi atravessado (cfr. Jo. 19, 27; Zc. 12, 10), isto é, o costado de Cristo atravessado pela lança, do qual brotou sangue e água, símbolo do “sacramento admirável de toda a Igreja”.
O texto de São João que narra a ostentação das mãos e do costado de Cristo aos discípulos (Cfr. Jo. 20, 20) e o convite dirigido por Cristo a Tomás para que estendesse a sua mão e a introduzisse no seu costado (Cfr. Jo, 20 27), tiveram também um influxo notável na origem e no desenvolvimento da piedade eclesiástica ao Sagrado Coração.
Estes textos, e outros foram objeto de assídua meditação por parte dos Santos Padres que desvendaram as riquezas doutrinais e com frequência convidaram aos fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta de seu costado. Assim, santo Agostinho diz: “A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também se abriu para ti quando o seu costado foi aberto pela lança. Lembra o que dali saiu; portanto olha por onde podes entrar. Do costado do Senhor pendurado que morria na Cruz saiu sangue e água quando foi aberto pela lança. Na água está a tua purificação, no sangue a tua redenção.”
A Idade Média foi uma época especialmente fecunda para o desenvolvimento da devoção ao Coração do Salvador. Homens insignes pela sua doutrina e santidade, como
São Bernardo (+1153),
São Boaventura (+1274),
Santa Lutgarda (+1246),
Santa Matilde de Magdeburgo (+1282),
as Santas Irmãs Matilde (+1299) e
Gertrudes (+1302),
Ludolfo de Saxónia (+1378) e
Santa Catarina de Siena (+1380) aprofundaram o mistério do Coração de Cristo no qual percebiam o “refúgio” aonde acolher-se.
Na época moderna o culto ao Sagrado Coração do Salvador teve novo desenvolvimento. No momento em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Cristo foi um antídoto para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua infinita misericórdia, da qual o Coração é prenda e símbolo. São Francisco de Sales (+1622), que adotou como norma de vida e apostolado a atitude fundamental do Coração de Cristo, ou seja, a humildade, a mansidão, (Cfr. Mt. 11, 29), o amor terno e misericordioso; Santa Margarida Maria Alacoque (+1690), a quem o Senhor mostrou repetidas vezes as riquezas do Seu Coração; São João Eudes (+1680), promotor do culto litúrgico ao Sagrado Coração; São Cláudio de la Colombière (+1682), São João Bosco (+1888) e outros santos têm sido apóstolos insignes da devoção ao Sagrado Coração.
As formas de devoção ao Coração do Salvador são muito numerosas; algumas têm sido explicitamente aprovadas e recomendadas pela Santa Sé. Entre elas devem ser lembradas: a Consagração pessoal, que, segundo Pio XI, “entre todas as práticas do culto ao Sagrado Coração é sem dúvida a principal”; a Consagração da família; as Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus; o Ato de Reparação; e a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras.
É preciso, porém, que se instrua de maneira conveniente os fiéis: sobre o fato de que não se deve pôr nesta prática uma confiança que se converta em vã credulidade que, na ordem da salvação, anule as exigências absolutamente necessárias de Fé operante e do propósito de levar uma vida conforme ao Evangelho; sobre o valor absolutamente principal do domingo, a “festa primordial”, que deve caracterizar-se pela plena participação dos fiéis na celebração eucarística.
“O adorável coração de Jesus Cristo pulsa de amor ao mesmo tempo humano e divino desde que a virgem Maria pronunciou aquela palavra magnânima: ‘Fiat’, e o Verbo de Deus, como nota o Apóstolo, ‘ao entrar no mundo disse: Não quiseste sacrifício nem oferenda, mas me apropriaste um corpo; holocaustos pelo pecado não te agradaram. Então disse: Eis que venho: segundo está escrito de mim no princípio do livro, para cumprir, ó Deus, a tua vontade... Por esta vontade, pois, somos santificados pela oblação do corpo de Cristo feita uma só vez’ (Hb 10,5-7.10).
De maneira semelhante palpitava de amor o seu coração, em perfeita harmonia com os afetos da sua vontade humana e com o seu amor divino, quando, na casa de Nazaré, ele mantinha aqueles celestiais colóquios com sua dulcíssima Mãe e com seu pai, São José, a quem obedecia e com quem colaborava no fatigante ofício de carpinteiro.
Esse mesmo tríplice amor movia o seu coração nas suas contínuas excursões apostólicas, quando realizava aqueles inúmeros milagres, quando ressuscitava os mortos ou restituía a saúde a toda sorte de enfermos, quando sofria aqueles trabalhos, suportava o suor, a fome e a sede; nas vigílias noturnas passadas em oração a seu Pai amado; e, finalmente, nos discursos que pronunciava e nas parábolas que propunha, especialmente naquelas que tratam da misericórdia, como a da dracma perdida, a da ovelha desgarrada e a do filho pródigo.
Nessas palavras e nessas obras, como diz Gregório Magno, manifesta-se o próprio coração de Deus. ‘Conhece o coração de Deus nas palavras de Deus, para que com mais ardor suspires pelas coisas eternas’”.
Para Padre Rogério, ao contemplar o Coração de Jesus encontramos o consolo para nossas vidas. “À medida que me aproximo de Jesus, quando o contemplo na cruz, envolto em espinhos e o sangue que sai do seu coração, ele convida ‘Vinde a mim vós que estais cansados, vinde a mim e encontrarão paz e repouso para o vosso espírito’”, finaliza.
PAPAS E SANTOS QUE DIFUNDIRAM A DEVOCAO JESUS!
Os Papas que recomendaram esta devoção
Papa Pio XII – “Todas as Bênçãos que, do Céu, a Devoção ao Sagrado Coração de Jesusderrama sobre as almas dos Fiéis, purificando-os, trazendo-lhes uma grata consolação celeste e exortando-os a alcançar todas as virtudes, são verdadeiramente inumeráveis.”
Papa Pio XII – “A Igreja teve sempre em tal estima a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, e de tal modo continua a considerá-la, que se empenha totalmente no sentido de a manter florescente em todo o mundo, e de a promover por todos os meios possíveis.”
Papa Leão XIII disse que a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus era “uma forma por excelência de religiosidade (…) Esta devoção, que recomendamos a todos, será para todos proveitosa.” – “No Sagrado Coração está o símbolo e a imagem expressa do Amor Infinito de Jesus Cristo, que nos leva a retribuir-Lhe esse Amor.”
Papa Pio XII – “O Seu Coração é o sinal natural e o símbolo do Seu Amor sem limites para com a humanidade.”
O Papa São Gregório Magno († 604 AD) disse: “Aprendei do Coração de Deus e nas próprias palavras de Deus, para poderdes aspirar ardentemente às coisas eternas.”
O Papa São Pio X recomendou esta devoção tal como o Papa Pio XI e como, já antes, o fizera o Bem-Aventurado Papa Pio IX.
Os Santos que recomendaram esta devoção
O exemplo dos Santos, ao mesmo tempo que é um poderoso incentivo que nos incita à prática de uma devoção que eles próprios praticaram, é também, para nós, um guia modelar que nos mostra como a devemos praticar.
O espaço de que dispomos não nos permite anotar todos os Santos que promoveram a Devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que a viveram e que sentiram o sagrado impulso que dela provinha para amar Jesus mais ardentemente. Recordemos aqui a doutrina e o exemplo dos Santos:
Santa Margarida Maria de Alacoque foi a primeira pessoa a quem Jesus revelou o Seu Sagrado Coração (por meio de diversas aparições) e foi a primeira responsável pela divulgação do Seu culto e devoção ao Mundo.
Santa Gertrudes, a Grande (1256-1302), compôs esta Oração expressando o seu Amor: "Eu Vos saúdo, ó Sagrado Coração de Jesus, Fonte viva e vivificante de Vida Eterna, Tesouro infinito da Divindade, Fornalha Ardente do Amor de Deus…".
Santa Catarina de Siena elevou até um grau extraordinário o Amor que dedicou a esta Devoção (ao Sagrado Coração de Jesus): ofereceu o coração todo inteiro ao seu Divino Esposo, tendo obtido em troca o próprio Coração de Jesus.
A Beata Maria do Divino Coração, condessa de Droste zu Vischering, foi uma religiosa da Congregação das Irmãs do Bom Pastor que pediu, em nome do próprio Jesus Cristo, ao Papa Leão XIII que ele consagrasse todo o Mundo ao Sagrado Coração de Jesus. Tal facto veio a ocorrer a 11 de Junho de 1899, logo após a publicação da Encíclica Annum Sacrum.
E todos os que leram a vida e a obra de Santos – como São Francisco de Assis, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São Boaventura, Santo Inácio de Loyola, São Francisco Xavier,São Filipe de Néri, São Francisco de Sales, São Luís de Gonzaga, Santa Faustina, entre outros – poderão ver a terna devoção, a admiração e a adoração que estes Santos dedicavam ao Sagrado Coração de Jesus.
AS 12 PROMESSAS
As 12 Promessas do Sagrado Coração de Jesus
1-Dar-lhes-ei todas as graças necessárias ao seu estado de vida.2- Estabelecerei a paz nas suas famílias.
3-Abençoarei os lares onde for exposta e honrada a imagem do Meu Sagrado Coração.
4-Hei-de consolá-los em todas as dificuldades.
5-Serei o seu refúgio durante a vida e em especial na hora da morte.
6-Derramarei bênçãos abundantes sobre todos os seus empreendimentos.
7-Os pecadores encontrarão no Meu Sagrado Coração uma fonte e um oceano sem fim de Misericórdia.
8-As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas.
9-As almas fervorosas ascenderão rapidamente a um estado de grande perfeição.
10-Darei aos sacerdotes o poder de tocarem os corações mais empedernidos.
11-Aqueles que propagarem esta devoção terão os seus nomes escritos no Meu Sagrado Coração e d’Ele nunca serão apagados.
12-Prometo-vos, no excesso de Misericórdia do Meu Coração, que o Meu Amor Todo-Poderoso concederá, a todos aqueles que comungarem na Primeira Sexta-Feira de nove meses seguidos, a graça da penitência final; não morrerão no Meu desagrado nem sem receberem os Sacramentos: o Meu Divino Coração será o seu refúgio de salvação nesse derradeiro momento.
SAGRADO CORAÇÃO:
AMOR DE DEUS POR NÓS!
Ótima maneira de mergulhar na miséricordia do Senhor
A Solenidade do Sagrado Coração é uma celebração de origem relativamente recente, embora a ideia seja muito antiga, pois está enraizada na Sagrada Escritura. A grande propagadora dessa devoção foi Santa Margarida Maria, que, entre os anos de 1673 e 1675, teve uma série de visões nas quais Cristo lhe pediu que trabalhasse para a instituição de uma festa em honra a Seu Sagrado Coração.
Dessa forma, a devoção ao Sagrado Coração de Jesus é a devoção a Cristo. No entanto, nossa devoção não deve permanecer no nível do sentimento. Devotio, palavra latina que deu origem à palavra "devoção", é muito mais forte do que seus equivalentes nas línguas atuais. No contexto religioso indica a determinada vontade de fazer a vontade de Deus, ou seja, esta devoção é feita por aceitar o convite de Cristo para tomar a nossa cruz e segui-Lo.A devoção ao Coração de Jesus decorre da meditação dos textos biblícos, esta relação foi confirmada pelo Papa Pio XII na Encíclica Haurietis Aquas, sobre o culto ao Sagrado Coração de Jesus. Afirma o Sumo Pontífice que: “Com todo esse amor, terníssimo, indulgente e longânime, mesmo quando se indigna pelas repetidas infidelidades do povo de Israel, Deus nunca chega a repudiá-lo definitivamente; mostra-se, sim, veemente e sublime; mas, contudo, em substância isso não passa do prelúdio daquela inflamadíssima caridade que o Redentor prometido havia de mostrar a todos com o seu amantíssimo coração, e que ia ser o modelo do nosso amor e a pedra angular da Nova Aliança”.
Assista: "A devoção ao Coração de Jesus",
Dentre as fundações bíblicas destacamos, do Antigo Testamento, a Aliança de Deus com o povo, narrada no livro de Deuteronômio: "Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. E estas palavras que hoje te ordeno estarão sobre o teu coração" (Dt 6,4-6).
No Novo Testamento, o Evangelho de São João traz dois trechos que são centrais no culto ao Sagrado Coração de Jesus: “Se alguém tem sede, venha a mim, e beba, quem crê em mim — conforme diz a Escritura: Do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7, 37-38).
“Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, mas um soldado golpeou-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19, 33-
34).
Outros Santos Padres também recomendaram essa devoção. Além da Haurietis Aquas, do Papa Pio XII, encontramos, na Carta ApostólicaInvestigabiles Divitais Christi, do Papa Paulo VI, a afirmação de que essa devoção é uma ótima maneira de honrar a Jesus, observando inclusive a estreita relação entre ela e o mistério Eucarístico. O saudoso Papa João Paulo II, em sua primeira encíclica, Redemptor Hominis, afirmou que: “A redenção do mundo — aquele tremendo mistério do amor em que a criação foi renovada é, na sua raiz mais profunda, a plenitude da justiça num Coração humano”, por diversas vezes ele associou o Coração de Cristo a cada coração humano.
Portanto, o coração é o símbolo que fala do interior e do espiritual. Desta forma, o Senhor ilumina o coração humano e o convida a compreender e mergulhar nas "insondáveis riquezas" que brotam de Seu Coração. Jesus nos atrai para Seu Coração e fala ao nosso coração, porque deseja comunicar todo o Seu amor, para que tenhamos um coração semelhante ao d'Ele.
CONSAGRAÇÃO AO
SAGRADO CORACAO DE JESUS
SAGRADO CORACAO DE JESUS
No dia dedicado ao sagrado coração de Jesus façamos a ele nossa consagração e a consagração da nossa família a esse coração mais do que especial. Que sejamos guardados dentro do seu coração e assim libertos de todas as insídias de satanás.
Me entrego e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, minha pessoa e vida, ações, dores e sofrimentos para que utilize meu corpo somente para honrar, amar e glorificar ao Sagrado Coração.
Este é meu propósito definitivo, único, ser todo d’Ele, e fazer tudo por amor a Ele, e ao mesmo tempo renunciar com todo meu coração qualquer coisa que não lhe compraz, além de tomar-te, Ó Sagrado Coração, para que sejas ele o único objeto de meu amor, o guardião de minha vida, meu seguro de salvação, o remédio para minhas fraquezas e inconstância, a solução aos erros de minha vida e meu refúgio seguro à hora da morte.
Seja, Ó Coração de Bondade, meu intercessor ante Deus Pai, e livra-me de sua sabia ira. Ó Coração de amor, ponho toda minha confiança em ti, temo minhas fraquezas e falhas, mas tenho esperança em tua Divindade e Bondade.
Tira de mim tudo o que está mal e tudo o que provoque que não faça tua santa vontade, permite a teu amor puro a que se imprima no mais profundo de meu coração, para que eu não me esqueça nem me separe de ti.
Que eu obtenha de tua amada bondade a graça de Ter meu nome escrito em Teu coração, para depositar em ti toda minha felicidade e glória, viver e morrer em tua bondade. Amém!
(Santa Margarida Maria Alacoque)
Consagração da família ao
Sagrado Coração de Jesus
Senhor, estamos aqui para consagrar a nossa família e nossa comunidade ao vosso Coração Sagrado, cheio de bondade, misericórdia e amor. Dai-nos a paz, espírito de fé e muita esperança para enfrentar com serenidade os desafios e lutas do cotidiano.
E que o verdadeiro amor se faça presente, dia e noite, a cada instante, em nossos lares, em nossa comunidade, no coração de cada um de nós. Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em Vós.
Fazei nosso coração semelhante ao Vosso: mais humilde e desprendido; mais generoso e comunitário. Unidos ao Espírito Santo, imploramos também a bênção especial de Maria Santíssima, Mãe da Igreja, Rainha dos Apóstolos, Estrela da Nova Evangelização, nossa Mãe e protetora celeste. Amém.
Nada fica perdido aos olhos de Jesus. Talvez você tenha perdido algo e ainda não o encontrou, mas para Deus não existe esses limites, pois quando o Senhor vai atrás de algo ou alguém, Ele o encontra, e quando Ele o encontra, leva-o Consigo, e quando Ele o leva, este fica para sempre com o Senhor porque Jesus não perde aqueles que o Pai lhe deu.
(Pe. José Augusto - Canção Nova)
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