Óbolo de São Pedro
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
Todos os anos, por ocasião da Solenidade de São Pedro e de São Paulo, a Igreja Católica em todo o mundo comemora o Dia do Papa e, como um presente ao Sumo Pontífice, se une ao Santo Padre na tradicional coleta do óbolo de São Pedro. Neste ano as coletas serão realizadas nos dias 29 e 30 de junho, pois a solenidade dessas “colunas da Igreja” é transferida, no Brasil, para o final de semana. Ainda mais para nós que receberemos o Santo Padre no próximo mês, viver e celebrar o dia do Papa se reveste de uma alegria muito especial.
O “Óbolo de São Pedro” é a expressão mais emblemática da participação de todos os fiéis nas iniciativas de caridade do Bispo de Roma a bem da Igreja universal. “Trata-se de um gesto que se reveste de valor não apenas prático, mas também profundamente simbólico enquanto sinal de comunhão com o Papa e de atenção às necessidades dos irmãos; por isso, o vosso serviço possui um valor retintamente eclesial" (Discurso aos Sócios do Círculo de São Pedro, 25 de Fevereiro de 2006).
A Igreja Católica nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto atividade organizada dos crentes, como, aliás, nunca haverá uma situação onde não seja necessária a caridade de cada um dos indivíduos cristãos, porque o homem, além da justiça, tem e terá sempre necessidade de amor. Trata-se de uma ajuda que é sempre animada pelo amor que vem de Deus. O programa do cristão – o programa do bom Samaritano, o programa de Jesus – “é um coração que vê”. Este coração vê onde há necessidade de amor e atua em consequência.
O Beato João Paulo II, tão querido dos brasileiros e que amava muito a Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, alertou, com propriedade, que a função de manutenção do trabalho do Papa é de todos os fiéis que, de maneira livre e generosa, ajudam na manutenção da obra evangelizadora: "A base primeira para a manutenção da Sé Apostólica deve ser constituída pelas ofertas dadas espontaneamente pelos católicos de todo o mundo, e eventualmente também por outras pessoas de boa vontade. Isto corresponde à tradição que tem origem no Evangelho (Lc 10,7) e nos ensinamentos dos Apóstolos (1 Cor 11,14)". (Carta de João Paulo II ao Cardeal Secretário de Estado, 20 de Novembro de 1982).
A primeira forma de contribuir é participar das celebrações em honra dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, dedicando suas orações pelo Santo Padre Francisco, por suas necessidades e por toda a Igreja de Cristo, sobretudo os mais necessitados da especial atenção, cuidados e auxílio fraterno do Sumo Pontífice, como disse o próprio Papa: "aqueles que vivem na periferia" e precisam da solicitude pastoral do Sumo Pontífice. Isso renova espiritualmente o vínculo de fé, de esperança e de amor que nos une em Cristo.
A segunda forma de contribuir é mais efetiva e nos compromete diretamente através da oferta material que se faz no ofertório da Santa Missa em todas as celebrações realizadas na Solenidade dos Santos Apóstolos. Nesse sentido, exorto o povo de Deus a colaborar generosamente com o "Óbolo de São Pedro", demonstrando assim nossa afetiva unidade com o serviço do Pastor Universal da Igreja de Cristo.
A terceira forma de contribuir é ajudar a divulgar o Óbolo de São Pedro, esclarecendo e orientando os que ainda não conhecem esta iniciativa e motivando os que já conhecem, mas não colaboram de modo efetivo. É dar ao Papa a possibilidade de ajudar as pessoas e situações de necessidade espalhadas pelo mundo.
O Papa João Paulo II lembrou que: “Conheceis as crescentes necessidades do apostolado, as carências das comunidades eclesiais especialmente em terras de missão, os pedidos de ajuda que chegam de populações, indivíduos e famílias que vivem em precárias condições. Muitos esperam da Sé Apostólica uma ajuda que, muitas vezes, não conseguem encontrar noutro lugar” (João Paulo II ao Círculo de São Pedro, 28 de Fevereiro de 2003).
O Papa Emérito Padre Bento XVI reafirmou que “a Igreja nunca poderá ser dispensada da prática da caridade enquanto atividade organizada dos fiéis. Por isso, é muito importante que a atividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu esplendor e não se dissolva na organização assistencial comum” (Deus Caritas Est). As ofertas dos fiéis para o Santo Padre destinam-se, pois, a obras eclesiais, a iniciativas humanitárias e de promoção social, além da manutenção e sustento das atividades da Santa Sé Apostólica, da qual todos os batizados são corresponsáveis.
Sejamos, pois, generosos na Solenidade de São Pedro e São Paulo não só dando a nossa generosa oferta para as atividades do Santo Padre, mas fazendo um redobrado esforço para que os que não conhecem estas necessidades da Igreja colaborem com o Óbolo de São Pedro. Que os Apóstolos Pedro e Paulo recompensem todos os que, conscientemente, ajudam a missão do Sucessor do Apóstolo Pedro, Amém!
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