Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

FORMAÇÕES

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Os limites da paixão

Amor é construção diária
“O amor só é lindo quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser” (Mário Quintana).

O namoro é o momento do encontro de duas histórias. E todo encontro é sempre delicado. Não se começa a namorar sem uma história familiar, humana, afetiva, social, intelectual, espiritual... Quando homem e mulher se encontram, encontra-se também todo um histórico construído ao longo de muitas estações da vida. Por isso que o namoro precisa de tempo para que o conhecimento da história de cada um seja verdadeiro e profundo.

Namorar não é queimar etapas de um processo. No tempo de namoro, é preciso ter a coragem de não esconder a história um do outro. Quem esconde sua origem esconde-se de si mesmo. É preciso coragem para deixar-se conhecer e ser conhecido. Onde o medo domina, o amor se esconde.

Assista: Até onde pode ir o namoro?

Nestas duas histórias que se encontram, há todo um passado que precisa ser partilhado e compreendido. O casal que não compreender o passado um do outro irá, mais tarde, usá-lo como argumentos para ataques diante das primeiras dificuldades. Amar é também a arte da compreensão. Não há necessidade de concordar com possíveis erros acontecidos no passado na história de quem agora se está conhecendo, mas é necessária a misericórdia que abraça as fragilidades do outro e lhe dá a oportunidade de recomeçar.
Muitos começam o namoro apaixonados pela perfeição que enxergam naquele que dizem amar. Com o tempo, a perfeição vai dando lugar à realidade. Amor não é paixão, mas sim um estágio muito superior, construído entre dores e alegrias. Não existem pessoas perfeitas, mas seres humanos que desejam, juntos, construir uma história de felicidade, apesar de suas limitações, pecados e fragilidades. Somente o casal que se descobre imperfeito poderá buscar a santificação no amor partilhado.

Não há como exigir que o outro ame 100%. Será, no processo de conhecimento, que ambos vão descobrir quanto cada um aprendeu a amar. Alguns aprenderam a amar 30%, porque a sua história de vida lhe proporcionou somente esta porcentagem. Outros, irão amar 50%. Outros ainda apenas 10%. Como encarar e enfrentar esta realidade? Nem sempre será fácil. Exigirá paciência, compreensão, oração e muito amor para ser partilhado. Há disponibilidade interior para aceitar o que o outro pode lhe oferecer de amor no momento? Há misericórdia suficiente para acolher os 30% de amor que o outro pode oferecer? Há paciência para esperar que o amor cresça naquele coração que ainda está em fase de construção?

Há muitos casais de namorados perdidos em seus próprios relacionamentos, pois, quando estavam apaixonados, enxergavam que o outro o amava 100%, mas, com o passar do tempo, descobriram que só eram amados 20%. Amor é construção diária, é superar as dificuldades tendo como objetivo a felicidade que abraça, com misericórdia, duas histórias que decidiram construir uma nova história em comum.

A paixão começa a mostrar os seus limites quando o amor começa a ser mais forte do que a perfeição antes vislumbrada. E somente com o amor será possível construir uma vida a dois.
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Padre Flávio Sobreiro
Padre Flávio Sobreiro Bacharel em Filosofia pela PUCCAMP. Teólogo pela Faculdade Católica de Pouso Alegre - MG. Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre - MG.
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26/06/2013 - 08h00

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