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São Marçal era bispo de Limoges no século III. Não temos informações precisas sobre suas origens, data denascimento e morte nem dos actos de seu bispado. Tudo o que sabemos dele é de Gregório de Tours.
Durante o consulado de Décio e de Grato, sete bispos foram enviados de Roma para a Gália para pregar o Evangelho. Gatien foi mandado para Tours, Trofimo para Arles, Paulo para Narbonne, Saturnino para Toulouse, Denis para Paris, Austromoine para Cler-mont e Marçal para Limoges. Marçal estava sempre acompanhado de dois padres trazidos por ele do Oriente, então pensa-se que ele também tenha vindo de lá. Ele foi bem sucedido na conversão dos habitantes de Limoges, onde foi sempre venerado.
A imaginação popular, criadora de lendas, logo transformou São Marçal em um apóstolo do século I. Enviado para a Gália pelo próprio São Pedro, ele teria evangelizado não apenas a província de Limoges, mas toda a Aquitânia. Ele fez muitos milagres, incluindo trazer um morto de volta à vida, tocando-o com uma vara dada por São Pedro. A “Vida de São Marçal”, atribuída ao Bispo Aureliano, seu sucessor, mas na verdade um trabalho do século XI, desenvolve esta versão lendária. Segundo ela, Marçal teria nascido na Palestina e teria sido um dos setenta e dois discípulos de Cristo, teria assistido a ressurreição de Lázaro, estava na Santa Ceia, foi batizado por São Pedro, etc.
Hoje já está provado que devemos honrar São Marçal não por ele ser um dos setenta e dois discípulos de Cristo, mas por ter sido o primeiro pregador da fé cristã em Limoges e nada além disso. Buissas, Bispo de Limoges, fez uma petição à Santa Sé em 1853 para que São Marçal não fosse privado das honras recebidas à tanto tempo. Pio IX, em seu decreto de 8 de maio de 1854 recusa a dar a São Marçal o título de discípulo de Cristo e afirmou apenas que sua veneração era muito antiga. Duas epístolas da Bibliotheca Patrum são atribuídas a São Marçal, mas são apócrifas.
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