Blog Alma Missionária

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domingo, 27 de outubro de 2013

Terra Santa: Memória para lá dos monumentos

Presença de peregrinos é essencial para a sobrevivência de pequenas comunidades

OC/Agência ECCLESIA | Mar da Galileia com o Monte Tabor, ao fundo
Octávio Carmo, Agência ECCLESIA em Israel
Tiberíades, Israel, 26 out 2013 (Ecclesia) – A presença de peregrinos cristãos na Terra Santa é essencial para a sobrevivência económica de pequenas comunidades árabes e judaicas, em particular nos locais que evocam a vida de Jesus Cristo.
“Na minha aldeia, em Tiberíades, vivemos do turismo: temos empregos, negócios, tudo é mais fácil com a presença de turistas”, disse à Agência ECCLESIA Meer Perez, que há 40 anos trabalha com uma empresa de transporte de passageiros no Mar da Galileia, espaço que evoca a pregação de Jesus e os ensinamentos que deixou aos seus discípulos.
Perez é judeu, mas confessa que já ficou emocionado com a “oração, o choro” de peregrinos, sobretudo quando percebe que está perante pessoas “pobres” que tiveram de poupar durante muito tempo para cumprir o sonho de uma viagem à Terra Santa – num caso que recorda em particular, a poupança cêntimo a cêntimo durou 24 anos.
Lembra também uma violenta tempestade, 15 minutos de ter começado a viagem, que assustou os passageiros, na qual também pediu a ajuda de Jesus, para tentar acalmar quem o acompanhava.
“O Mar da Galileia dá-lhes algo, vê-se, todas as igrejas à volta e os locais onde ele pregou são especiais. Se é significativo para mim, acredito que seja muito mais para eles [peregrinos cristãos]”, refere.
Amir Bellah, cristão, nasceu em Nazaré e confessa que a ligação à terra de Jesus é especial, porque está presente na vida de milhões de pessoas em todo o mundo, algo “muito importante” para si.
“Aqui podemos sentir o amor que temos uns pelos outros, reunirmo-nos, como Jesus fez no Mar da Galileia”, refere, ao leme do barco que transporta peregrinos nesse lago.
A preservação da memória dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia franciscana, passa por isso não tanto pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas pela memória viva que as atuais comunidades cristãs – uma minoria entre muçulmanos e judeus – para além das situações difíceis em países como a Síria, o Egito ou o Iraque, entre outros.
A intenção é repetida por frei Miguel Loureiro, comissário da Terra Santa em Portugal, que acompanha até quinta-feira uma peregrinação à região.
“A grande preocupação é tentar que os cristãos se mantenham nas suas comunidades e nesta terra”, sustenta.
Um esforço para o qual os católicos são chamados a colaborar anualmente, por indicação do Vaticano, com o ofertório da celebração de Sexta-feira Santa.
OC

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