Blog Alma Missionária

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Os Anabatistas
Fonte: Firmes na fé


A Reforma protestante encabeçada por Lutero (+1546), Calvino (+1564), Zvinglio (+1531) e Henrique VIII (+1547) e seus sucessores na Europa não pareceu bastante radical a muitos protestantes do século XVI.
Um grupo de cristãos encabeçados por Thomas Münzer, Balthasar Hubmaier, George Baulrock, Ludwig Hoetzer, na Alemanha e na Suíça, começaram a apregoar uma Igreja, em grau máximo, espiritual, sem hie-rarquia visível e constituída exclusivamente pela adesão consciente dos homens à Palavra de Deus. Uma das notas dessa mentalidade era o Ba-tismo a ser ministrado aos adultos e não às crianças: queriam batizar de novo os fiéis que lhes aderiram: daí o nome de "anabatistas" ou "rebati-zadores" que lhes foi dado.
O anabatismo oficialmente teve origem em Zürich (Suiça) na época do reformador Ulrich Zwingli. Este empreendeu uma reforma paralela às de Lutero (na Alemanha) e Calvino (em Genebra), mas seus seguidores se anexaram sem demora ao calvinismo. Sob Ulrich Zwingli discutia-se a conveniência de batizar crianças, alegando que, antes do uso da razão, não tinham condições de assumir o compromisso de vida cristã. Um gru-po. chefiado pelo estudante Konrad Grehel (1498?-1526), filho de rico comerciante de Zürich, opunha-se a Zwingli no tocante aos temas da Re-forma, especialmente no concernente ao Batismo de crianças, que Zwingli defendia (embora com oscilações). Em 1524 Konrad Grebel rompeu com Zwingli, proclamando abertamente a necessidade do re-batismo para quantos tivessem sido batizados na infância (1). A controvérsia chegou ao seu auge em janeiro de 1525: o Conselho da cidade de Zürich, mediante dois decretos, de 18 e 21 de janeiro respectivamente, ordenou que fos-sem, sem demora, batizadas todas as crianças recém-nascidas sob pena de exílio para fora do cantão de Zürich. A este desafio K. Grebel e seus seguidores responderam na tarde do sábado 21 de janeiro de 1525, rebatizando-se uns aos outros. Este feito assinala o inicio oficial cio Anabatismo.
No dia 25/01 seguinte foi constituída a primeira Congregação anabatista em Zollikon, perto de Zürich. A reação das autoridades de Zürich foi violenta. Aos 5/1/1527 foi executado Felix Manz. o mais próximo cola-borador de Grebei, que morreu atirado nas águas do rio Linmat.
Grebel conseguiu escapar da jurisdição das autoridades de Zürich de modo que as idéias anabatistas se foram propagando por toda a Suíça, pelo Sul da Alemanha e pela Áustria. Em 1527 dois Sínodos, um em Schleintheim e o outro em Augsburq (Alemanha) fixaram as primeiras profissões de fé anabatista. A propagação do movimento se fez ainda através da Boêmia, da Morávia, da Alsácia , da Alemanha do Norte e da Holanda. Entrementes duas tendências foram se configurando dentro do Anabatismo
De modo geral os anabatistas propugnavam total independência da Igreja frente às autoridades civis; eram movidos pelo ideal de "separação do mundo" tido como corrupto, a começar pelas pessoas que exerciam a autoridade civil. Ora essa mentalidade pôde exprimir-se de duas maneiras:
— havia quem quisesse isolar-se do mundo, formando comunidades peregrinas que passariam de região a região contando com um mínimo de tolerância religiosa por parte das autoridades; apregoavam o pacifismo e não a violência;
— outros queriam reagir contra a autoridade civil, tida como malvada e perseguidora, mediante a espada; substituiriam os Governos corruptos deste mundo por remos teocráticos na expectativa da vinda de Cristo que haveria de instaurar um milênio de paz sobre a terra em favor dos seus seguidores.
A tendência pacifista da primeira corrente não se manteve sempre alheia às lutas políticas. Quanto à corrente violenta, foi protagonista do trágico episódio da cidade de Münster, capital da Vestfália (Alemanha). Com efeito, aos 9/2/1534 o munrcinio foi ocupado pelos anabatistas radicais seguidores de Melchior Hofmann. Tomaram posse da cidade e escolheran como burgomestre o companheiro Bernhard Knipperdolling. Des-se momento em diante, Münster tornou-se o refúgio dos anabatistas perseguidos de toda a Europa, e, em particular, da Holanda. Na primavera de 1534 apoderou-se do governo da cidade João de Leyde, que criou um clima de exaltação, transformando Münster em uma "nova Jerusalém", centro de estranho "Reino de Israel", neste, com base em textos do Antigo Testamento, foi permitida a poligamia. Os adversários do regime teocrático de João de Leyde foram massacrados, após processo sumário; em 31/8/1534 João de Leyde for coroado "rei da Nova Sion". Todavia a cidade estava cercada pelas tropas de Franz von Waldech, que era o antigo Senhor do município; não chegaram aos anabatistas os auxílios prometidos pelos holandeses, de modo que a situação em Münster se tornou insustentável; aos 25/6/1535 a cidade foi ocupada pelas tropas adversárias ajudadas por cidadãos mesmos de Münster; foi exterminada, em conseqüência, a maioria da população masculina de Münster. Somente um pequeno grupo conseguiu fugir e sustentou na Holanda um certo "münsterismo", de efêmera duração. Os três principais chefes do Reino de Sion — João de Leyde, Bernard Knipperdolling e Bernhard Krecliting — foram presos, torturados, levados em gaiola ostensivamente para diversas partes da Alemanha, e finalmente executado em 23/1/1536.
Deve-se aqui registrar outrossim o movimento extremado anabatista chefiado na Alemanha por Nicholas Stuick e Fhoinas Münzer; provocou a guerra dos camponeses (1522- 1525), que explorava as idéias de Lutero especialmente no campo social. Lutcro se lhes opôs fortemente; Thomas Münzer foi decapitado em 1525.











Nem por isto os anabatistas deixaram de existir. Dividiram-se, porém, em quatro correntes - Menonitas, Amich, Hutteritas e Neo-hutteritas - com suas diversas subdivisões.

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