Blog Alma Missionária

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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Apologética
Destruindo o mito protestante que afirma "Maria teve mais filhos"
Fonte: Apologetica.org
Autor: Pe. Daniel Gagnon
Tradução: Rogério SacroSancttus
" Este pórtico ficará fechado. Ninguém o abrirá, ninguém aí passará, porque o Senhor, Deus de Israel, aí passou; ele permanecerá fechado." Ez. 44,1-2
Os irmãos protestantes dizem que Maria não permaneceu virgem, mas que ela teve outros filhos e citam os Evangelhos que falam dos "irmaos de Jesus" (Mt 13,56 e Mc 3,31). Se Jesus teve irmãos dizem eles, Maria teve outros filhos. Também pensam que "recebeu a sua mulher" (Mt 1,25) quer dizer que José teve relações com Maria e que chamar Jesus de "primogênito" (Mt 1,25) quer dizer primeiro nascido entre outros filhos.
Interpretam "antes de coabitarem" (Mt 1,18) como se a palavra "coabitar" significasse ter relações e Finalmente os irmãos dizem que "não a conheceu até dar a luz" (Mt 1,25), como se depois de dar a luz a Jesus Cristo, Maria e José finalmente haviam tido relações.
Mas qual a evidência bíblica?
a) A palavra irmão tem muitos significados na Biblia
" A palavra grega para irmão é ADELPHOS e para irmã ADELPHE. Certamente estas palavras podem também se referir a irmãos e irmãs espirituais, termos estes, como se usam na igreja cristã ou a parentes proximos como primos" [1]
No Antigo Testamento se utiliza a palavra irmão em lugar de primos:
"Moisés chamou Misael e Elisafon, filhos de Oziel, tio de Aarão, e disse-lhes: “Vinde e levai vossos irmãos para longe do santuário, fora do acampamento”." Lv 10,4
Em Gênesis Abrão (Abrãao) disse a Lot: " somos irmãos " (13,8). Lot era seu sobrinho (Gn 11,27; 12,5). No segundo livro de Samuel usa-se a palavra irmão para indicar membros da mesma raça e o mesmo povo: "vós sois meus irmãos" (II Sm 19,12 ver Ex 2,11). "Reuniu os filhos de Aarão[...] e seus irmãos, cento e vinte [...] filhos de Merari [...] e seus irmãos, duzentos e vinte (1 Cr 15, 4-6 Ver seguintes versículos e 2 Rs 10, 13-14 também). A mãe de rebeca chama-a de irmã (Gn 24, 55-60). Moisés chama de irmãos os filhos de Aarão, que eram seus sobrinhos (Lv 10,1-6). Os sacerdotes se chamam de irmãos devido seu cargo (I Cr 24,30-31)
No Novo Testamento lemos:
"Assim vos tratará meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão, de todo seu coração."(Mt 18,35)
"Disse-lhe Jesus: Não me retenhas, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos e dize-lhes[...]." (Jo 20,17-18)
"Disse-lhes Jesus: Não temais! Ide dizer aos meus irmãos que se dirijam à Galiléia, pois é lá que eles me verão." (Mt 28,7-10).
Irmão é todo aquele que crê em cumpre:
" Todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. " (Mt 12, 46-50).
Felipe é chamado de irmão de Herodes Antipas, ainda que era seu meio irmão. (O Felipe de Lc 3,1 não é o mesmo de Lc 3,19)
Porque toda esta ambigüidade? Porque o hebraico e o aramaico (idioma de Cristo e seus discípulos) não possuia uma palavra específica para "primo". Utilizavam "irmão" ou " o filho da irmã de meu pai". mas ao invés deste ultimo, era mais facil dizer "irmão".Os autores do N.T. estavam acostumados a fazer isso.
Quando falavam em grego, aqueles que traduziram o grande rolo (os Setenta) fizeram o mesmo. Na tradução dos Setenta a palavra heraica para irmão ou parente foi traduzida como ADELPHOS, que em grego significa "irmão", ainda que o grego possua uma palavra própria para primo: ANEPSIOS, os tradutores da Septuaginta preferiam utilizar ADELPHOS [...]. Por isso é necessário investigar mais saber o verdadeiro significado dos "irmãos de Jesus"
Não podemos tomar a palavra irmão literalmente como "irmão carnal" porque esta palavra se refere a duas pessoas que tem o mesmo pai, mas Jesus não teve um pai mortal, mas que foi concebido pelo Espirito Santo. Se os quatro "irmãos" citados são seus irmãos carnais, eles teria, o mesmo pai que Jesus. Os quatro "irmãos" seriam verdadeiramente "meios irmãos", o que a Biblia não cita.
b) A Biblia diz que os irmãos de Jesus são Tiao , José, Simão e Judas (Mt 13,55). Mas olhando em outros lugares na Biblia, vemos que estes homens tiveram outro pai carnal, enquanto que o pai de Jesus era José, o carpinteiro. Nas três primeiras listas dos nomes das mulheres que vão ao sepulcro e na quarta com os nomes das mulheres ao pé da cruz, notamos que a mãe de Tiago e de José é outra Maria:
Mt 27,56 : Entre elas se achavam Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
Mc 15,40: Achavam-se ali também umas mulheres, observando de longe, entre as quais Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, o Menor, e de José, e Salomé. (ver 16,1)
Jo 19,25 " Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. "
Nota-se que Tiago e José "os irmãos de Jesus" em Mateus 13,56, eram filhos de Maria a mulher de Cleofas [2] possivelmente parente de Maria, a mãe de jesus e esposa de José. Maria a mãe de Jesus não foi ao Sepulcro.
Em sua carta o Apostolos escreve "Judas, servo de Jesus Cristo e irmão de Tiago" (Jd 1). Se Tiago e Judas eram irmãos de Jesus, sendo eles "irmãos também" (Atos 1,13). Porque Judas somente diz servo de Jesus Cristo e não acrescenta "irmão" d'Ele, como o faz com seu irmão Tiago?
Segundo o historiador Eusébio, Simão era filho de "Maria (mulher) de Cléofas" (Eusébio de C. Hist. Eccl. III 2,32).
c) Lucas 2,41 nos mostra a Família de Nazaré: "Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa.". No versiculo 51 fala somente de um filho: "Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso.". Não nos dá nenhuma indicação de que havia outros irmãos.
d) Em João (19, 26-27), Jesus pediu a João que cuidasse de Maria. Se houvesse outros irmãos isto não seria necessário (nem legalmente correto) que João o fizesse. Alguns irmãos dizem que se Jesus teve outros irmãos mas pediu a João porque ele acreditava, enquanto eles não acreditavam em Jesus até que ressucitasse (At 1,13). Mas se Jesus sabia que eles iam crêr nEle após a ressurreição. Porque a não a entregaria a "seus irmãos" mesmo que demorassem três dias para crer?
e) Marcos diz: "Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? " (Marcos 6,3). O mesmo em Mt 13,53. Nao diz "um dos filhos de Maria". A Biblia nunca fala "os filhos de Maria" mas "os irmãos de Jesus" . Sempre que fala de seu Filho é no singular (tampouco diz "filho de Maria, mão de Tiago, José, Lucas e Simão) . Lucas diz: "darás à luz um filho" (Lc 1,31)
f) Cada vez que na Biblia um anjo anuncia a uma mulher que conceberá de maneira milagrosa (por esterelidade, velhice, virgindade), está mulher sempre tem UM FILHO,O FILHO ÚNICO.
Em Gênesis Deus fez um milagre com Sarai e seu filho Isaac, que é seu unico filho (Gn 18,10)
Outro milagre Deus fez com Manoa, dela nasceu Sansão, seu único filho (Jo 13,3). Aqui é interessante a comparação das palavras com que o anjos Gabriel diz a Maria:
"O anjo do Senhor apareceu a esta mulher e disse-lhe: Tu és estéril, e nunca tiveste filhos; mas conceberás e darás à luz um filho." Jz 13,3
Em Lucas 1,13 outro milagre, desta vez com os pais de João Batista. É o mesmo com Maria. Não se rompe o esquema, ele é o unico filho deles [3]
g) Quando Gabriel disse a Maria que ela seria a mãe de Jesus, ela colocou como objeção: "não conheço varão" (Lc 1,34), mesmo estando ela desposada com José. Aqui a palavra "conhecer" equivale a relações intimas que inclui as sexuais. Somente quando o anjo afirma que: " O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." que Maria concerne em cumprir a vontade de Deus (Lc 1,35). A maneira estranha com que Maria respondeu (v.34) indica que ela havia pensando em permanecer virgem. Seu filho Jesus falaria em não ter relações como alguns faziam por causa do Reino dos céus (Mt 19,12). Senão, como entender sua resposta de "não conhecer" a um homem sabendo que estava comprometida com um e que depois de consumar seu casamento poderia ter relações e assim ter um filho? [4]
Ainda neste assunto, cabe-nos mencionar que Orígenes, Clemente de Alexandria e Justino Mártir mencionamm ao Proto-Evangelho ou referem-se a incidentes relativos ao nascimento de Jesus da mesma maneira. Johannes Quasten diz: "O principal fim desta obra é provar a virgindade perpétua e inviolada de Maria, antes do parto, no parto e depois do parto" (Patrología I, B.A.C., españa, 1991, p. 127).
O expert da Bíblia reconhecido no mundo todo, Ignácio de Potiers, diz que não é que Maria tenha feito um propósito consciente de permanecer virgem mas que é uma "orientação e uma inclinação profunda de viver virginalmente, de um profundo desejo de virgindade que Maria experimenta e vive existêncialmente, mas que não há como se tomar a forma de uma resolução" (p.59). Diz ainda que esta intenção vem de haver sido preparada por Deus e por ser "cheia de graça" [5]. Ignácio faz uma comparação entre o que Maria diz "Não conheço varão" (Lc 1,34) (o msmo que dizer, eu sou virgem), com o que ele diz: "não há nada parecido em toda a Bíblia" como o voto de Jéfté em Juizes 11,39 (Ver v.39 da tradução espanhola: ela nunca conheceu varão e Juizes 21,12 "não tinham conhecido varão").
Ignácio diz que estes são expressados no passado enquanto que Maria fala no presente: "eu não conheço". Sendo Maria desposada com varão, significa que ela queria continuar virgem. Isto para ele (e cita outros eruditos para apoiar sua posição) é a melhor maneira de explicar o que disse Maria ao anjo.
h) Deus deu o sinal ao povo para que eles reconhecessem quem seria o messias: a virgem conceberá e dará a luz um filho e seu nome será Emanuel (Is 7,14). A maneira como as pessoas identificariam que Jesus é o Messias é que sua mãe seria uma virgem que daria a luz. Se Maria houvesse tido vários filhos, quer dizer que havia perdido sua virgindade, que garantia teria os judeus depois de anos para crer que Jesus era o Messias, filho da Virgem? Já que podiam supor que a historia de que havia concebido pelo Espirito Santo era falsa. Por isso o sinal. Se Maria teve somente um filho, fica mais facil crer que é a virgem profetizada por Isaías. E se continuou intacta, sem ter relações com José, os judeus não poderiam negar que Jesus foi concebido pelo Espirito Santo, a menos que Jesus não fosse seu filho. É como o sinal que os pastores buscaram para reconhecer a Jesus: "Isto vos servirá de sinal: achareis um recém-nascido envolto em faixas e posto numa manjedoura." (Lc 2,12). Se José e Maria o houvessem envolto em cobertor e não o tivessem colocado numa manjedoura, o sial haveria de se perder.
i) Quando os evangelhos nos falam dos "irmãos" de Jesus, aparecem sempre como maiores que Jesus em idade, pois se deixa dar conselhos: "Seus irmãos disseram-lhe: Parte daqui e vai para a Judéia, a fim de que também os teus discípulos vejam as obras que fazes." e repreender-lhe: "Quando os seus o souberam, saíram para o reter" (Mc 3,21). Por isso se Jesus era o primogênito havia ido contra os costumes judaicos e do Oriente, da qual, somente era permitido aos irmãos mais velhos, mas não vice-versa. O mais velho aconselhava e mandava no mais novo. (Gn 37,21-22).
Quando Jesus tinha doze anos, subiram a Jerusalém para levá-lo ao templo. Os judeus tinham o costume de levar seus filhos para acostumá-los. Lucas diz que iam com seus pais todos os anos (Lc 1,41). Se Maria teve mais filhos ela deveria ficar em casa cuidando deles, já que deveriam ser pequenos e pelo costume a mulher não estava obrigada a subir para Jerusalém:
" Segundo Lc 2,7 Jesus foi o primogênito de Maria. Agora bem, segundo o mesmo (Lc 2,41-52), Maria tomava parte na peregrinação da páscoa, o que não seria compreensível se tivesse tido filhos pequenos e que os abandonasse por quatorze dias. Se Maria houvesse tido os filhos depois desta peregrinação, no inicio da vida pública de Jesus, estes deveriam ter apenas vinte anos e jamais poderiam poderiam mostrar (ao menos nos costumes orientais) uma atitude tão livre, quase de tutela, como se descreve em Mc 3,21, 31-35 e Jo 7:2-5" ( Dicionário de Teologia Biblica por Bauer, Edit. Herder, p. 448).
j) No livro dos Atos lemos: " Todos eles perseveravam unanimemente na oração, juntamente com as mulheres, entre elas Maria, mãe de Jesus, e os irmãos dele." (Atos 1,14). Aqui Lucas diz que Maria é somente a mãe de Jesus e a separa os irmãos. Porque não disse "com Maria a mãe de Jesus e seus irmãos" em vez de "e os irmãos dele" ? ( O grego é bem claro neste sentido [6] )
k) É comum na Bíblia, quando se apresenta uma geneologia de uma pessoa importante, mencionar toda a familia, mas Lucas fala somente de um filho de José: "Quando Jesus começou o seu ministério, tinha cerca de trinta anos, e era tido por filho de José, filho de Heli, filho de Matat" (Lc 3,23)
l) Em um artigo intitulado " A Virgindade depois do Parto: o Sentido de fato" por A. Sierra encontramos outro argumento que vou citar, ainda que seje um pouco grande, para não perder seu sentido:
" [...] Creio que a este respeito (permanecer virgem) é muito claro uma passagem de Filón de Alexandria (45 d.V.). Estritamente falando, ele ainda pertence ao AT, a reflexão que vamos citar de seus escritos antecipa os tempos do NT [...] Descorrendo sobre Judá, Filón diz que é o fruto perfeito ... (De Somniis I, 37). Em hebraico, Judá significa "confessar (louvar) ao Senhor" (De plantatione, 134), como tal, ele é a ação de graças em pessoa (De Somniis I, 37; Legum Allegoriae III, 26,146). E não há duvida, comentar Filón, de que quando a alma chega a celebrar a Deus e reconhecê-lo como criador de tudo, não pode expressar nada melhor (Legum Allegoriae, 95). Isto é, o maior para uma criatura.
" E assim porque Lia, como diz as Escrituras, depois de haver gerado a Judá, seu quarto filho, parou de ter filhos (Gen 29,35). A razão é evidente. Judá que quer dizer louvor a Deus, é o vértice da perfeição. Celebrar o pai de todas as coisas é mlhor e o mais perfeito dos frutos que jamais sairá do seio de uma gestante (De Palantatione, 135)
" Por isso Lia não mais dá a luz. Ela não sabia a que outra coisa dirigir-se, ao haver alcançado o limite supremo da perfeição (ib). Depois daquele nascimento, Liz pois fim, ou melhor, colocou para sua prole um final. Em efeito - assim pensa Filón- ela advertiu que os orgãos de sua potência geradora havia se tornado árido e estéril, porque dela havia florecido o fruto perfeito, Judá, a ação de graças. (De Somniis I,37).
"Provemos agora ao fazer a transposição cristológica desta pagina filoniana e perguntemo-nos: Porque Maria, não levou em seu seio outra prole que Cristo? Não é absolutamente porque tal geração tenha apenas um que seja impuro, mas porque acolheu em seu seio aquele Filho, no qual, sendo Deus, era o ESJATON, a perfeição, o absoluto. Ao converter-se em morada vivente do Verbo Encarnado, Maria relamente ( para usar as palavras de Filón) não sabia ao que se dirigir, por haver alcançado o ápice da perfeição. Como nas talhas de Caná, assim o seio de Maria com a encarnação se encheu até as bordas (Jo 2,7). Dizendo sem metáforas: se a comunhão com Deus é a finalidade suprema da criação e da aliança (Cf. Jo 17,21-24), poderia a Virgem desejar algo mais, algo melhor, uma continuação em outros filhos? Certamente que não. Em virtude da maternidade divina, ela ficou tão repleta de Deus em seu corpo e espirito, que sua existência alcançou plenamente suas expectativas de criatura. Aquele Filho (sua pessoa, sua obra, o serviço a Ele oferecido pela fé) o era Todo para Maria, como o Pai o era para Jesus" [7]
m) ainda que apocrifo, o livro A Ascensão de Isaias (11, 2-17) da primiera metade do segundo século fala que Maria permaneceu virgem. Isto demonstra que o ensino da virgindade foi digno de fé há muito tempo.
n) Alguns eruditos da Biblia argumentam que se os "irmãos" de Jesu haviam sido filhos de Maria, a forma de nomeá-los segundo o costume judaico era: "aqui estão sua mãe e dos filhos de sua mãe" . Esta era a forma correta de expressar-se e não como é escrito "aqui estão seus irmãos".
o) O escritor protestante Francisco Sampedro comenta que: "Em alguns textos aparece separado "Maria a mãe de Jesus e seus irmãos" (At 1,14) e " filho de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão" (Mc 6,3). A relação de Maria com Jesus e a relação de Maria com os outros aparece como diferente" ( ver Pentecostais 1989, pp.117-118.)
p) o reformador protestante João Calvino defendeu com muita força a virgindade perpétua de Maria. Comentando a passagem de Mt 13,55 ss afirma que os irmãos de Jesus não são outros filhos de Maria, mas todos parentes: "Sustentar o oposto significa dar provas de ignorância, de loucas sutilezas e de abuso da Escritura".
q) Recentemente foi publicado um artigo do famoso biblista Jerome Murphy-O'Connor aonde escreve: " eu diria que os irmãos de Jesus eram mais velhos. Eu sugeriria que eram filhos de José de um matrimônio anterior [ao de Maria]. Isto está confirmado pelo fato de que Jesus era conhecido como "filho de Maria" um jovem era conhecido pelo nome de sua mãe SOMENTE QUANDO HAVIA MAIS DE UMA ESPOSA DO MESMO PAI. Os primeiros cristãos não eram tontos. Como poderiam pensar que Maria era uma virgem perétua, se de fato, tinha seus filhos depois de Jesus" no U.S. Catholic, dec. 1996, p.8)
r) traremos a continuação de um excelente argumento sobre o entendimento biblico no tempo de Jesus sobre o tema. Foi retirado da Associação dos Catolicos Hebreu [8]:
A VIRGINDADE PERPÉTUA DE MARIA DO PONTO DE VISTA JUDEU
Desde os antigos dias bíblicos, o adultério acarretou como um sentido de profanação, é assim que uma mulher que uma mulher que houvesse tido contato com outro homem ainda que sendo a força, já não podia estar com seu esposo (Gn .49, 4; 2 S.20, 3; 16, 21-22, Livro do Jubileu 33, 6-9; Epstein, Lei do Matrimonio no Talmud, p. 51). O código deuteronômico ensina que uma mulher esteja divorciada de seu esposo e que contraia matrimonio com outro homem, não pode regressar a seu esposo anterior (Dt 24,4). Como diz o Senhor atraves do profeta Jeremias: Se um homem repudia a mulher, e ela o abandona para tornar-se mulher de outro, tornará o marido a recebê-la? Não ficará esta terra gravemente profanada? (Jer 3, l; ver Targum a Dt.24, 1-4).. Na lei rabinica uma lher que tenha cometido adultério está "corrompida" e não pode continuar sendo a mulher de seu esposo, mas que deve se divorciar [9]. Alem de que, qualquer contato intimo da esposa com um homem judeu ou gentio, potente ou impotente, natural ou não natural, obriga ao divorcio [10].
PROMETIDO:
Na lei judaica um homem prometido a uma mulher era considerado legalmente casado com ela. A palavra prometido para o hebreu é Kiddush, umapalavra qye deriva da palavra hebraica Kadash "sagrado", "consagrado", "apartado". Porque pelo compromisso (Como em Mt 1,18; Lc 1,27), no matrimonio uma mulher passa a ser propriedade de seu esposo, proibida para outros.
A Lei Oral de Kiddushin ( Matrimônio e Compromissos ) estabelece: "O esposo por casar-se com a jovem, a separa de todos como se fosse consagrada ao templo (Corban) e fora do lacance de todos os outros". (Kiddushin 2b, Talmud Babilonio).
Sabemos pelo Evangelho de Mateus 1,14 que Joé, o esposo de Maria, era um homem justo, um judeu devoto, fiel a lei. Havendo notado que Maria estava grávida e que ele seu prometido, não havia tido nada que ver com sua gravidez, José podia quer seja condená-la publicamente ou entregá-la para dar-lhe a morte por adultério (Dt 22,22-29) ou recusa-la em particular.
Tomou sua decisão quando um anjo lhe apareceu nos sonhos dizendo: "José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados." (Mt 1,-20-21). O anjo não usa a frase para a união marital: "chegar a ela" ( como em Gn 30,3,4 e 16) ou mesmo "juntar-se ou unir-se" (Mt 1,18, mas meramente uma palavra significado conduzi-la a sua casa como sua esposa (paralambano gunaika) mas não coabitando com ela.
Quando o anjo lhe revelhou que maria certamente era a esposa do Espirito santo, José pode levar Maria, sua prometida, a sua casa como sua esposa, mas nunca poderia ter trato sexual com ela, porque de acordo com a Lei, ela lhe estaria proibida para sempre.
ESPOSA DO ESPIRITO SANTO:
Também devemos tomar em consideração que quando Maria escutou pelo anho Gabriel: " Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus."(Lc 1,31) também colocou que isto se realizaria porque "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Lc 1,35)
Para dizer nestes termos, os arcanjo declarou a Maria que Deus entraria em uma relação marital com ela provocando que ela concebesse Seu Filho em seu seio. Para "cobrir com seu poder (reshth) a uma mulher" (targum a Dt. 21,4) foi um eufemismo para "ter uma relação marital com ela".
Assim mesmo, "sombrear" (Lc 1,35) ao despregar seu "manto" sobre uma mulher, foi outro eufemismo para relações maritais. Então, os rabinos comentaram (Midrash Génesis Rabbah 39.7; Midrash Ruth Rabbah 3.9) que Rute estava correta em sua palavra a Boaz na qual teve relações maritais com ela ao dizer: " Eu sou Rute, tua serva, respondeu ela. Estende o teu manto sobre a tua serva, porque tens o direito de resgate." (Rute 3,9)
Tallith, outra palavra hebraica-aramaica para manto, é derivada de Tellal=sombra. Então "estender o manto de alguém (tallith) sobre uma mulher " significava coabitar com ela (Kiddushin 18b, ver também Mekhilta em Êxodo 21, 8).
Deus não disse a sua esposa Israel: Porque eu sou vosso esposo (Jer 3,14) e será teu dono e teu esposo (Is 54,5), um marido para eles, diz o Senhor (Jer 31,32) E que palavra intima não disse Deus a sua esposa? "E eu te fiz multiplicar como a erva dos prados. Cresceste. Ficaste moça. Teus seios se formaram, veio-te o pêlo. Mas estavas nua, inteiramente nua.Passando junto de ti, verifiquei que já havia chegado o teu tempo, o tempo dos amores. Estendi sobre ti o pano do meu manto, cobri tua nudez; depois fiz contigo uma aliança ligando-me a ti pelo juramento - oráculo do Senhor Javé - e tu me pertenceste." (Ez 16,7-8)
MARIA PROIBIDA A JOSÉ:
Havendo sido informado em sonhos por um anjo sobre a gravidez dela e talvez depois por Maria sobre as palavras pronunciadas a ela pelo anjo Gabriel sobre a anunciação, José entendeu que Deus o havia escolhido como esposo para Maria. Ela agora estava lhe proibida por toda a vida e por bem da criança e de Maria, ele somente podia viver com ela em uma relação absolutamente casta.
Viver em celibato dentro do matrimonio não desconhecido pela tradição judaica. Se diz pela tradição, que Moisés era sendo casado, permaneceu casto o resto de sua vida depois da ordem dada de abster-se de ter relações sexuais (Ex 9,15). Em preparação os setenta anciãos se abstiveram mais tarde de suas esposas depois de seu chamado, e assim o fizeram Eldad e Medad, quando o espirito de profecia caiu sobre eles, certamente se diz que os profetas se tornaram célibatarios depois que a palavra de Deus se comunicou a eles [11].
O CELIBATO DE ACORDO COM A TRADIÇÃO:
Elias e Eliseu foram celibatários toda a sua vida [12]. Quando pela Torá,(num profundo estudo desta) um rabino se abstivesse de ter relações com sua esposa, isto era permissível porque então estava coabitando com o Shekinah (a "Divina presença") na Torá. [12].
É bem certo que os rabinos falaram concerniente a obrigação dos homens de contrair matrimonio e de procriar "Aquele que se abstenha de procriar é considerado como se tivesse derramado sangue" [14]. De acordo com o Yebamoth 62b, B.T.um homem somente é meio homem sem uma mulher, citando Gn 5,2, aonde diz: "Criou-os homem e mulher, e os abençoou, e deu-lhes o nome de homem no dia em que os criou."
Se uma pessoa é fiel ao estudo da Torá (dedica todo seu tempo nela), como Simeão ben Azzai, pode ser remido de sua recusa a casar-se" (Skulkhan Arukh EH 1:4). O sábio rabino Simeão ben Azzai (antes do Seculo II dC) estava extraordinariamente em seu aprendizado." com o passo de Ben Azzai passaram sabios diligentes pela terra" (Sotah 9:15). Nunca se casou e foi celibatário toda a sua vida para não distrair-se de seus estudos e porque considerou a Torá sua esposa, para qual pois toda a sua alma (Yebamoth 63 b). Foi um sábio sobresalente (Kiddushin 20a, B.T.) também conhecido por sua santidade (Berakoth 57b, B.T.).
A tradição judaica também meciona o celibatario Zenu'im (Lit. "castos") a quem foi confiado o Nome Secreto de Deus e assim poder preservar o Santo Nome em "perfeita pureza" [15].
Aqueles com a esperança de uma revelação divina consequentemente se abstiveram de ter relações sexuais e foram estritos em matéria de pureza (Enoc 83,2; apo.14,2-5).Philo (Apol pro Judaeís IX, 14-17), Josefo (Antiq XVIII. 21) e Hipploytus (Philosophumiena IX, IV, 28A) escreveram sobre o celibato dos Essênios Judeos centenas de anos antes do descobrimento de seu establecimento em Qumrán, próximo ao Mar Morto.
Philo Judaeus (c.20 a.C.-50 d.C.), um filósofo judeu, descreveu as mulheres judias que eram vírgens e se haviam conservado castas não a força, como algumas sacerdotisas gregas, mas por sua propia vontade, por seu ardente desejo de Sabedoria. "Desejosas de ter Sabedoria para seus irmãos, desprezaran os prazeres da carne e não desejaram descendência, mas aquelas crianças que somente a alma que é querida por Deus pode fazer nascer" (Philo, Cont.68; também ver Philo, Abr. l00).
Porque "os castos são recompensados recebendo iluminação da oculta luz celestial" (Zohar 11. 229b-230a). Porque "se o entendimento está seguro e intacto, livre da opressão e das iniquidades ou paixões... poderá claramente ver tudo o que seja digno de contemplação" (Philo, Sob.l.5). E o inversa, "o entendimento do homem amoroso é cego e não pode ver essas coisas que valem a pena ver... coisas dignas de ver as quais são maravilhosas de perceber e desejáveis" (Philo, Q. Gén.IV.245).
JOSÉ COMO CELIBATÁRIO
Como receptor da grande revelação de que o concebido no seio de Maria, era do Espirito Santo e que a criança que estava para nascer seria destinado a salvar seu povo de seus pecados, seguramente José, por ser chamado a cuidar de Maria e seu Filho pelo restante de sua vida, sendo isso que o anjo afirmou quando disse que tomasse Maria como sua esposa.
Podemos racionalmente assumir que agora Maria compartilhava com tudo o que disse o arcanjo Gabriel. Nada mesmo que uma pessoa, o Filho de Deus (Lc 1,35), ia ser confiada a seu cuidado sob o refugio de seu humilde casa, agora a Sanctasanctórum. A tradição judaica menciona que, ainda as pessoas deviam abster-se de ter relações sexuais com suas esposas somente por três dias anteriores a revelação do Monte Sinai (Ex. 19,15), Moisés escolheu permanecer casto pelo resto de sua vida com a total aprovação de Deus. Os rabinos explicaram que isso se deve porque Moisés entendeu que estava designado a comunicar-se pessoalmente com Deus, não unicamente no Monte Sinai, mas em geral, através dos quarenta anos de permanencia no deserto. Por esta razão, Moises ficou "separado da mulher" permanecendo em santidade de separação para estar ao serviço de Deus em todo o momento, citaram a ordem de Deus a Moisés em Deuteronômio 5,28 (Midrash Exodus Rabbah 19:3 e 46.3).
Outra vez, podemos estar seguros que José permaneceu célibe toda a sua vida porque através de seus anos de casado, esteve diariamente em comunicação e ao serviço de Jesus, a Palavra de Deus encarnada.

OS OUTROS ARGUMENTOS DOS IRMÃOS
Primogênito não quer dizer somente, o primeiro nascido de outros filhos, mas significa ocupar um lugar especial: elegido, consagrado. Uma mulher que morra dando a luz a seu primeiro filho, se diz que é o primogênito ainda que não tenha irmãos. Os salmo 89 diz que Davi ( o último de oito filhos ) é chamado primogênito por Deus:
"Ele me invocará: Vós sois meu Pai, vós sois meu Deus e meu rochedo protetor. Por isso eu o constituirei meu primogênito, o mais excelso dentre todos os reis da terra." (Sal. 89, 27-28). Em Gênesis Jacó recebeu as bençãos de primogenitura (Gn 25,31-34) mesmo tendo nascido depois de Esaú (Gn 25,25-26). Efraim é chamado de Primogênito em Jeremias 31,9 sendo o segundo filho de José (Gn 41,52). Jesus é o primogênito dos mortos (Apo 1,5), mas não o primeiro a morrer. Ele ocupa um lugar especial por ser a testemunha fiel até a morte. " Tu lhe dirás: assim fala o Senhor: Israel é meu filho primogênito." (Ex 4,22). Chamado "Primogênito" Jesus é o "Alfa e Omega", o Primeiro e o Ultimo. Não existe outro. Isso é o que Col. 1,15-16 quer dizer quando o chama assim.
Israel não é o primeiro povo que Deus criou, mas é um povo consagrado por Ele. Em Zacarias 12,10 vemos que a mesma pessoa é chamada de "primogênito" e "unigênito".
Na Antiguidade Biblica do Pseudo Filon (Seculo I dC), a filha de Jefté é chamada tanto de primogênita como unigênita (39,11). E Epitafio (datado em 28 de janeiro de 5aC), descoberto em 1922 na necrópolis judaica de Tell el Yehudieh, diz sobre uma mulher difunta (Arsinoe):
" Mas a sorte, nas dores do parto de meu filho primogênito, me conduziu ao término da vida" . Ainda que esta jovem mãe morreu no primeiro parto, seu filho é chamado de Primogênito.
Não devemos esquecer que o titulo de primogênito para designar a Jesus tem outro sentido simbólico. Ele é chamado de primogenito de toda a criação (Col 1,5) e de todos os mortos (Col 1,18).
Não a conheceu até que deu a liz não quer dizer que José tenha tido relações com Maria depois. Até que, não equivale ao mesmo que dizer "mas depois sim..." porque em II Samuel vemos:
" E Micol, filha de Saul, não teve mais filhos até o dia de sua morte." (6,23)
Isso não quer dizer que depois de sua morte teve filhos!
" Eis o oráculo do Senhor que se dirige a meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu faça de teus inimigos o escabelo de teus pés." (Sal 110,1)
Este Salmo que profetiza Jesus (Atos 2,34-35) não significa que Jesus não siga sentado a direita do Pai (Atos 7,55) depois de que colocou o seus inimigos no escabelo de teus pes.
Em Genêsis 28,15 lemos: "Estou contigo, para te guardar onde quer que fores, e te reconduzirei a esta terra, e não te abandonarei até ter cumprido o que te prometi.”(trad. espanhol). Certamente Deus não deixou Jacó depois. Eis que estareis convosco todos os dias, até o fim do mundo (Mt 28,20). Depois então Jesus não estará conosco? Para ver outros exemplos veja Dt 34,6.
Quando o evangelista diz que José nao conheceu Maria até que ela desse a luz a um filho, ele afirma que José não teve relações com Maria enquanto não nascesse o Senhor. Mas não está afirmando que depois de que Maria deu a luz , tiveram relações. O que Lucas tinha a intenção de frisar é que Jesus nasceu sem intervenção de José.
Nos baseiemos com "recebeu a sua mulher" [16]. Mas com todas as provas que vimos acima e lendo o contexto, sabemos que se trata de José aceitando a Maria como sua esposa porque ele entendia que Maria estava gravida do Espirito Santo depois que o anjo lhe explicou.
Se Maria teve Tiago como filho, como é que os Padres da Igreja creram que Maria permaneceu virgem se seu filho Tiago era bispo de Jerusalém? Ninguém reclamou ser descendente da Familia de José e Maria. Ninguem nos seguintes anos após sua assunção andava dizendo que era irmão carnal ou sobrinho de Jesus.
Por tudo isso concluimos que Maria não teve outros filhos. De fato, na Igreja Primitiva, a primeira pessoa que formulou a idéia de que os irmãos de Jesus eram irmãos carnais foi Elvídio (380 dC). Por quatro séculos os cristãos pensaram assim. Quando Elvídio escreveu isso, o criticaram fortemente.Talvez não seja normal que um matrimonio viva sem relações, mas tampouco é normal que seu filho seja Deus Encarnado!
QUE DISSE A IGREJA PRIMITIVA
O primeiro testemunho da virgindade perpétua de Maria vem do livro apocrifo ProtoEvangelho de Tiago do ano aproximadamente 150 dC.
Hilario de Potiers (354 d. C.): Comentario sobre Mateus 1:4
Atanasio (358-362): Tratado contra os arianos, 2:70. "Maria se manteve e é sempre virgem".
Justino Mártir: Diálogo com Trifón chama Maria "a virgem" e estabelece um paralelismo com Eva, mae da humanidade.
Epifanio de Salamina (374): Ancoratus e Panarion (antídoto contra los erros dos herejes) 78:6.
Por que a Igreja Católica mantém a doutrina da virginidade perpetua de Maria? Porque a Biblia o ensina e porque a Igreja sempre o tem ensinado. Ela sempre foi chamada "virgem". Se Maria não se manteve virgem, por que chama-la assim despois do nascimento de Jesús? Não seguimos chamando de "soltero" a um homem casado. A Igreja Primitiva falou de María como "a Virgem" exatamente porque tinha fé que viveu e morreu assim. Quando este ensinamento foi questionado mais tarde, acrescentaram "sempre" (AEIPARTHENOS) como no Credo de Epifanio (374 d.C.), Segundo Concilio de Constantinopla (553). Ver os padres da Igreja Agostinho, Jerônimo, Cirilo de Alexandria. Os reformadores protestantes pregavam o termo "sempre Virgem Maria".
Orígenes afirmou:
"...aquele corpo que foi escolhido para prestar um serviço ao Verbo e sobre ele se disse: O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra (Lc 1, 35) não connheceu união alguma com varão por haver descido sobre ela o Espírito Santo e ter sido abrigado pela virtude do alto. Eu sustento racionalmente que a primicia da pureza e castidade dos varoes seja Jesus e que a das mulheres seja Maria. Não concordaria, efetivamente , com a piedade de atribuir a alguma outra pessoa distinta dela a primicia da virginidade" ( Comentario ao Evangelho de São Mateus, 10:17).
"Em efeto, de acordo com os que pensam retamente sobre Ele, nenhum outro é filho de Maria que Jesús..." (Comentário ao Evangelho de São João, 1:4).
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NOTAS:
1. Do livro evangélico Os Evangélicos, os Católicos a a Virgem Maria, por Stephen Benko, famoso teólogo protestante. Casa Batista de Publicações. USA, 1981, 1993. p.18. Este livro, ainda que se trata de Maria mais a fundo, todavia fica muito no nivel superficial em comparação com os autores católicos que tratam deste tema. E não tratar do tema de forma completa poderia interpretar-se como prejuizos.
2. Tiago é chamado filho de Alfeo em Mt 10, 3 que parece dizer que ou é outro Sao Tiago ou que María era esposa de Cleofas (CLOPAS en griego) e de Alfeo. Mas é a mesma pessoa porque o nome Alfeo em aramaico é traduzido Cleopas (Cleofas) em grego, como Saúl em hebraico é o mesmo Apóstolo Paulo em grego. Outros exemplos: Maeo-Leví, Tadeo-Judas.
3. Ana (1 S 2, 21) não cai neste padrão bíblico porque não lhe apareceu um anjo: O Senhor visitou Ana, a qual permanecia gravida.
4. O Proto-Evangelho de Tiago 10, 1 (cerca do ano 120-140 d. C.) diz que Maria pertenceu a instituição das vírgens tecedoras do Templo da qual falam varios documentos judeus do Século I como Apoc de Baruc 10, 9; Pesiqta Rabbati Riska26, 6 (Diccionario de Mariologia, p. 1257). "Será algo tão extraordinario que José tenha praticado a continência sendo esposo de María? De maneira nenhuma , pois no tempo de Jesus numerosos judeus, desejosos de bem preparar-se para a vinda do Salvador, partiam para viver em lugares como conventos situados em locais afastados, e observavam a castidade. Inclusive poderiamos pensar que José se deixou influenciar por esta corrente religiosa... Os Esenios... e foi o que ajudou María em afirmar-se no compromisso da virginidade..." (Nova Biblia Latinoamérica Edições Paulinas e Verbo Divino, España, 1972) p. 8. María havia sido consagrada ao Senhor como Samuel (1 S, 2, 21-22) e Ana que não afastava do templo, servindo de dia e de noite com jejuns e orações (Lc 2, 36-37). Segundo o Protoevangelio o viuvo José foi escolhido para ser seu protetor e quem respeitaria seu voto de virginidade. Atos 21, 9 mencionam vírgens na Igreja Primitiva. 
5. Em Maria no Misterio da Aliança, Edit B.A.C., 1988, p. 59.
6. Novo Testamento Interlineal Grego-Español, Franciso Lacueva, Editorial CLIE, España, 1984.
7. Novo Dicionario de Mariología (Edic. Paulinas, 1988, pp. 2015-2016.
8. Dr. Anthony Opisso, A Associação dos Hebreus Católicos, P.O. Box 798, 12528 Highland, NY
9. Dt., edic. M. Friedman (1864) 270 p. 122b; Números, edic. M. Friedman (1915) 7 p. 4a y 19 p. 66.
10. Sotah 26b; Yebamoth 55a, b, 87b; Kethuboth 9a, Talmud Babilonio; Kethuboth 25a; Sotah 27a, Yad, Sotah 2,2, Talmud de Jerusalén.
11. Midrash Exodus Rabbah 19; 46.3; Sifre a Números 99 secc.1l; Sifre Zutta 81-82, 203-204; Aboth Rabbi Nathan 9,39; Tanchuman 111,46; Tanchuman Zaw 13; 3 Petirot Moshe 72; Shabbath 87a; Pesachim 87b, Talmud Babilonio
12. Zohar Hadash 2:1; Midrash Mishlei 30, 105, Pirke Rabbi Eliezer 33.
13. Zohar re Gn.1, 27; 13, 3 e Salmo 85, 14 no Discurso do Rabino Phineas aos Rabinos José, Juda e Hiya.
14. Rabino Eliezer no Yebamoth 63b, Talmud Babilonio; também ver Shulkhan Aruch (Código da Lei Judaica) sección Evenhar-Ezer 1:1,3,4.
15. Kiddushin 71a; Midash Eccíesiastes Rabbah 3:11; Yer. yoma 39a 40a



16. Os irmãos da Igreja "Luz do Mundo" tem tentado convencer aos católicos que o Salmo 69 prefigura a Jesus e, então, que o versículo oito prova que Maria teve muitos filhos:Tornei-me um estranho para meus irmãos, um desconhecido para os filhos de minha mãe. María é prefigurada. Mas a Igreja Católica diz que ainda que uns versículos são citados no NT, este Salmo não pode ser messiânico e nem que prefigura Jesus (Ver The Catholic Study Bible, Oxford Univ Press, 1990, p. 690). Se fosse prefiguração dEle, diria que Jesus era pecador: E meus pecados não te são ocultos (v. 5)!

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