Blog Alma Missionária

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quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O que é seita?
Fonte : Agnus Dei
Autor: Prof. Carlos Nabeto
Creio que o único esclarecimento que se faz necessário é com relação ao que é "seita"...Há divergências entre autores e estudiosos de Religião na definição do termo "seita", tornando complexo algo que, a meu ver, é algo relativamente simples de se determinar, bastando recorrer ao sentido etimológico da palavra: o vocábulo "seita" provém do latim "secta", que possui três sentidos:
1. seita, escola filosófica (sent. próprio);
2. linha de conduta política, partido (por extensão);
3. princípios práticos, método, gênero de vida (sent. figurado); tais sentidos, como percebemos, são muito extensos e necessitam ser melhor compreendidos... Como o latim é uma língua muito precisa, podemos analisar outras palavras que possuem o mesmo radical ("sect") para, assim, chegarmos a uma conclusão clara do que é uma seita.
Desta forma:
Sect-arius: cortado, castrado.
Sect-ator: 1. companheiro assíduo;
2. sectário, o que acompanha;
3. sectário, discípulo.
Sect-ilis: o que é susceptível de ser cortado.
Sect-io: 1. ação de dividir cortando, corte;
2. (jur.) venda em hasta pública de bens confiscados.
Sect-or: 1. seguir habitualmente, acompanhar, ir atrás;
2. o que corta, cortador;
3. (jur.) comprador de bens confiscados.
Sect-ura: corte.Daí percebemos que as palavras-chaves para se compreender o radical latino "sect" são "corte", "divisão"; logo, seita ("sect-a") é um grupo de cunho religioso separado, que vive à margem da religião original. São como ramos que saem do tronco de uma árvore, tronco este que, por sua vez, está solidamente enraizado na doutrina do seu Fundador original... De fato, a História nos mostra e prova, de diversas maneiras, que somente a Igreja Católica existe desde os primórdios da Era Cristã. Jesus fundou uma única Igreja, a quem chamou de "minha" (cf. Mt 16,18) e garantiu que ficaria com ela até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20), orou por sua unidade (cf. Jo 17,21) e exortou: "nenhum reino pode sobreviver dividido" (Mt 12,25), pois é a unidade da Igreja o sinal da realidade de Cristo para o mundo (cf. Jo 17,21). A Igreja Católica, obedecendo ao seu Divino Mestre, manteve essa unidade do início até a presente data e se esforça para reaproximar aqueles que se separaram da Igreja de Cristo durante todos estes séculos, desobedecendo ao claríssimo mandamento de unidade do Senhor Jesus, e fundando suas próprias denominações (seitas).
É pelo diálogo ecumênico que a Igreja Católica tem aproximado os filhos dispersos e colhido bons frutos entre as igrejas orientais, luteranas, anglicanas, reformadas e metodistas, de diversas tradições; são irmãos ainda separados, mas que se esforçam bastante para pôr fim às várias divergências de ordem teológica e política, para atender ao desejo de Jesus: que todos sejam um! (cf. Jo 17,11). Por outro lado, existem irmãos separados avessos ao diálogo fraternal e que preferem se dedicar a espalhar o joio entre o trigo; assumem desavergonhadamente a sua divisão e encorajam a divisão, alimentando controvérsias muitas vezes já superadas... não estão preocupados em querer ouvir, mas apenas em apontar e propagar o que consideram "errado" na Igreja Católica; sacrificam a unidade da Igreja de Cristo pela liberdade religiosa de credo, como se Cristo (ou o Espírito Santo) pudesse ensinar ou inspirar centenas de doutrinas diferentes (e muitas vezes contraditórias) para um mesmo ponto doutrinário... na verdade, interpretam a Bíblia de forma muito particular e fora de contexto, distorcendo seu sentido original, e, assim, bebem para a própria perdição (cf. 2Pd 1,20; 3,16).
São estas seitas perniciosas - que espalham o erro e promovem o proselitismo - condenadas não apenas pela Igreja mas também por Cristo e seus Apóstolos, como nos comprova a Bíblia em inúmeras passagens: Mt 7,15.21-23; 24,11-13.23-26; Mc 13,21-23; Rm 13,13; 16,17; 1Cor 1,10; 12, 12-27; 2Cor 11,3-4.13-14; Gl 5,19-21; 2Pd 2,1-3.18-22; 1Jo 4,1; Jd 1,4.8.16.18-19; etc. etc. etc. As seitas cristãs, historicamente, são ramos que saíram diretamente do tronco da Igreja Católica ou, em vários casos, são ramos de outros ramos, isto é, "novas" seitas que se separaram de seitas anteriores, como acontece, analogamente, com qualquer árvore. É sobre as seitas que o apóstolo João, com muita propriedade, afirma: "Saíram dentre nós, mas não eram dos nossos; porque, se fossem dos nossos, teriam permanecido conosco; mas todos eles saíram para que se manifestasse que não são dos nossos" (1Jo 2,19). Aqui o apóstolo nos ensina que o cristão está preocupado com a unidade da Igreja do Senhor: havendo "erros" na Igreja, sejam eles quais forem, deverá o bom cristão "lutar" dentro da Igreja (como fez Paulo ao chamar a atenção de Pedro na cidade de Antioquia, cf. Gl 2,11) e não simplesmente abandonar a Igreja e fundar uma nova "denominação cristã" (=seita). Vemos que quem age assim não tem interesse de manter a unidade da Igreja de Cristo - pois prefere a segmentação, a divisão - e, conseqüentemente, também não pode pertencer a Cristo, por mais que se auto-denomine "cristão"... Logo, é preferível estar na barca simples de Pedro, com a solidez doutrinária de seus 2000 anos, do que embarcar no Titanic das seitas, com suas inovações e promessas que visam apenas satisfazer os anseios das mesquinhas e egoístas vontades humanas... Devemos, porém, recordar que o Reino de Cristo não é deste mundo (cf. Jo 8,23), de modo que devemos juntar os tesouros no céu e não aqui, onde a ferrugem e a traça os corrói (cf. Mt 6,19-20).

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