Blog Alma Missionária

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Jornal italiano publica texto do encontro entre Francisco e Scalfari

Cidade do Vaticano (RV) – “O Papa: assim vou mudar a Igreja”. É a manchete de primeira página do jornal italiano “La Repubblica” nas bancas nesta terça-feira, que relata o colóquio - ocorrido na última terça-feira, 24 de setembro, no Vaticano – entre o fundador do jornal “La Repubblica”, Eugenio Scalfari e o Papa Francisco após a troca de cartas entre a dois, centralizadas em temas como fé, o papel da Igreja no mundo e o diálogo e pontos de contato entre crentes e não-crentes, questões que retornam neste encontro. 

“O nosso objetivo não é fazer proselitismo” – “uma solene bobagem” -, que “não faz sentido”, mas “ouvir as necessidades, os desejos e decepções, os desesperos e esperanças”. Assim o Papa Francisco, em uma conversa com o jornalista Scalfari, reafirma que “o ideal de uma Igreja missionária e pobre - encarnado por São Francisco 800 anos atrás - permanece mais do que nunca válido hoje” para “dar esperança aos jovens, ajudar os idosos, abrir-se ao futuro, espalhar o amor”. “Pobres entre os pobres”, explica o Papa. “Precisamos incluir os excluídos e pregar a paz”. Por isso, o Concílio Vaticano II, “decidiu abrir-se à cultura moderna”, isto “significava” - como os Padres conciliares sabiam – “ecumenismo religioso e diálogo com os não-crentes”. Mas depois disso - diz o Papa - foi feito muito pouco nessa direção. “Eu tenho a humildade e a ambição de querer fazer isso”, concluiu o encontro com esta frase. 

Mas antes enfrenta muitos outros temas levantados pelas perguntas do jornalista sobre a idéia de “Bem” e de “Mal”, sobre a autonomia da “consciência”, sobre o “Amor pelo próximo”, “pelo bem comum”, ofuscado pelo “narcisismo”, um “tipo de problema mental”, que “atinge mais as pessoas que têm muito poder”. Também os “líderes da Igreja – admite o Papa - foram narcisos, lisonjeados e excitados por seus cortesãos”. “A corte é a lepra do papado”.

“Não a Cúria como um todo – esclarece o Papa Francisco - mas a que pretende administrar os serviços que fazem à Santa Sé”, e que “tem uma falha, ser Vaticano-cêntrica”, ou seja, “cuidar dos interesses”, “ainda em grande parte” “temporais do Vaticano, negligenciando o mundo que nos rodeia. Eu não compartilho dessa visão - disse o Papa - e eu vou fazer de tudo para mudá-la”, porque a Igreja deve “voltar a ser uma comunidade do povo de Deus”, pois “os presbíteros, os sacerdotes, os bispos estão ao serviço do povo de Deus”. (SP)
Rádio Vaticano 

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