Congregar, mais um erro protestante
Fonte:Agnus Dei
Prof. Carlos Nabeto
Os protestantes modernos "congregam-se", ou seja, juntam-se em algum lugar. Como até menciona o protestante, "o Sistema que se diz da graça, nos tem dito que devemos adorar a Deus quando congregarmos pelo menos três vezes na semana".
Realmente, soa estranho que Deus peça apenas que as pessoas se juntem para cantar três vezes por semana! Por que ocorre esta "congregação"?
Porque na medida em que a fé do protestante é completamente subjetiva, ou seja, nao há nenhuma autoridade fora de sua própria cabeça, ele não pode fazer parte de alguma coisa; ele tem que, no máximo, "congregar-se" com outras pessoas cujas "verdades" sejam parecidas o suficiente com as dele para que não haja divergências graves.
Assim temos, por exemplo, o caso da vice-governadora do Rio que saiu da seita onde "congregava" e passou a "congregar" em outra porque queria viver com um homem casado e a seita anterior não aceitava segundas núpcias. Não houve problema algum; ela passou a "congregar" em uma seita que aceitava, em uma seita onde as "verdades" pessoais da maior parte dos membros não condenavam segundas núpcias. A seita original ("Assembléia de Deus") não a condenou; para eles ela continua sendo uma "evangélica", mesmo "congregando" alhures.
Seguindo assim um molde gnóstico, a parte física, a parte, digamos, que se pode tocar (ou explicar...) da Revelação passa em brancas nuvens. Quanto mais "espiritual" (no sentido de "etéreo", "não-físico", "invisível"... (imaginário!) o culto pessoal ou "congregacional", melhor.
Pregar é "mais santo" que lavar a calçada. Uma "corrente de oração" é "mais santa" que trabalhar como carpinteiro... A única coisa que resta de físico é o prédio, a que os "congregados" chamam geralmente de "igreja". Por vezes,como no caso da seita-cheque do pEdir MaisCedo , há uma idéia de uma "Igreja" com "I" maiúsculo, reunindo vários prédios onde "congregam-se" pessoas com idéias mais ou menos afins. Esta "Igreja" teria uma doutrina, que seria - no entender dos pregadores, claro - o sentido real da Sagrada Escritura. Na medida, porém, em que a "Igreja de Cristo", a"Igreja verdadeira" seria uma reunião invisível de todos os que se afirmam salvos, não há como manter algo tão contrário à gnose quanto a idéia de que a doutrina de uma "Igreja" em particular estaria correta e seria o significado real da Sagrada Escritura.
Afinal, isto significaria que os outros estariam enganados, que haveria uma Verdade única contra a qual só haveria erro. Assim até mesmo os macedistas afirmam tranquilamente que por exemplo um metodista, ou um batista (seita especialmente gnóstica, que nega toda e qualquer uso salvífico da matéria criada; os macedistas, por contágio doutrinário-prático umbandista, fazem uso supersticioso de matéria criada:arruda, sal grosso,"óleo santo",etc.) fazem parte da mesma "Igreja-invisível-que congrega-todos-os-salvos" que eles. A diferença, portanto, não é mais nem poderia ser "onde congrega".
O lugar onde um protestante "congrega-se" com outros protestantes é apenas um reflexo de suas idéias pessoais, que correspondem mais às daquele grupo que às de outro. O protestante, porém, nega até mesmo a possibilidade de haver algum valor em qualquer unanimidade doutrinária parcial existente entre os "congregados" daqui ou dali. Em sua fobia gnóstica de toda a matéria criada, uma unanimidade de fé (sem que pese a injunçao bíblica de "uma só Fé, um só Batismo"...), pior ainda, uma unaminidade de fé expressa pela "congregação" em um edifíciofeito de tijolos, só pode ser oposta à "espiritualidade" pura, sem contato com a criação - que ele reputa ruim - de uma fé pura e completamente subjetiva e pessoal.
Assim, ele leva às últimas consequências o erro eclesiológico de origem gnóstica do protestantismo: onde os protestantes em geral vêem diferenças doutrinárias (expressas na escolha deonde "congregar-se") que são importantes para cada um mas se dissolvem quando se pensa em termos mais amplos em uma "Igreja invisível", onde reúnem-se "espiritualmente" pessoas que deixam suas diferenças doutrinárias, por assim dizer, na mesma porta onde deixam toda e qualquer coisa física criada, o autor do texto vê uma sólida penetração do mundo físico, que ele crê abominável. Diz ele que "Não há nada santo numa construção ou nos seus utensílios, porque são coisas naturais", esquecendo-se que também era coisa natural o lodo que Nosso Senhor usou para curar o cego, a borda de Seu manto que curou a hemorroíssa, os lenços dos Apóstolos - e suas sombras! - que curavam os doentes, a Arca da Aliança, o chão do monte onde Moisés subiu e teve que tirar os sapatos..
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