Blog Alma Missionária

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domingo, 5 de maio de 2013


ÍNDICE
Prefácioix
1O Nosso Século Vinte -- Tempo do Fim?1
2Fome -- Está Pior Hoje?11
3Terramotos e Factos Históricos46
4Pestilências -- No Passado e no Presente88
5Alguns Factos Notáveis Sobre as Guerras124
6É o Actual 'Aumento do que é Contra a Lei' Sem Precedentes?157
7O Mito do "Sinal Composto"180
8"Qual Será o Sinal da Tua Presença?"202
Apêndice A: Correspondência com Sismólogos237
Apêndice B: "Vinda" ou "Presença" -- O Que Revelam os Factos?249
Apêndice C: Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse266



Prefácio


"Que guerras terríveis, tanto no estrangeiro como cá dentro! Que pestes, fomes... e tremores de terra tem registado a História!" — Tertuliano, Ad Nationes, escrevendo no ano 197 D.C.
A vinda de Jesus Cristo à terra e a promessa do seu regresso despertaram grandes expectativas nos corações humanos. Nos vinte séculos que decorreram desde aquele tempo até hoje, nem todas as expectativas que as pessoas abraçaram foram saudáveis, solidamente baseadas nas Escrituras ou em factos.
Uma característica de um grande segmento de todas as gerações parece ter sido a crença de que o seu tempo era único. Embora cientes das dificuldades e calamidades que foram o quinhão das pessoas em todas as eras, ainda assim eles concluíram que o seu tempo era pior -- que os problemas e perigos estavam a aumentar rapidamente em direcção à calamidade extrema que poderia, e iria, acabar com o mundo.
Ouvimos frequentemente a expressão "os bons velhos tempos." A nostalgia faz o passado parecer melhor e o presente cada vez pior. Esta atitude faz lembrar a admoestação bíblica: "Não digas: 'Como se explica que os tempos anteriores fossem melhores do que estes?' pois não é com sabedoria que perguntas isto." -- Eclesiastes 7:10, The New American Bible [A Nova Bíblia Americana].
Comentando este texto, um perito diz:
A suposição é uma reflexão tola sobre a providência de Deus neste mundo.... Somos tão estranhos em relação às eras passadas, e juízes tão incompetentes mesmo dos tempos actuais, que não podemos esperar uma resposta satisfatória à questão e por isso 'não perguntamos sabiamente.'1
Talvez por sermos assim tão 'estranhos em relação ao passado', é fácil vermos nos acontecimentos e circunstâncias dos nossos dias uma distinção e unicidade que na verdade não estão lá.
Na mente de muitas pessoas religiosas existe a crença de que a guerra final do Armagedom, a vinda de Cristo Jesus para o julgamento final, ocorrerá de certeza nos seus dias. É difícil uma pessoa aceitar que um acontecimento de tal importância não ocorra durante o seu tempo de vida. Resistimos no nosso íntimo ao pensamento de perdermos esse acontecimento, de não sentirmos um 'encontro pessoal com a história', particularmente no caso da história divina. Sem dúvida, é por esta razão que livros que alimentam e estimulam esse tipo de expectativas muitas vezes gozam de grande popularidade. Como apenas um exemplo, o livro The Late Great Planet Earth [O Falecido Grande Planeta Terra], de Hal Lindsey, alcançou uma circulação superior a 18 milhões de cópias em várias línguas. É óbvio que as pessoas querem acreditar que o seu tempo é único, assinalado na profecia bíblica como especial.
No entanto, a história mostra que uma geração após outra fixou grandes expectativas em certas datas ou predições, sofrendo depois desapontamento, tornando-se muitos seriamente, mesmo amargamente, desiludidos quando as suas expectativas não se materializam.
Em nítido contraste com tal atitude, a Bíblia mostra a dura realidade dos factos no que diz respeito à vida humana em geral ao dizer:
O que aconteceu antes, acontecerá outra vez. O que foi feito antes, será feito outra vez. Não há nada novo em todo o mundo. 'Olhem!' dizem eles, 'aqui está algo novo!' Mas não, já tudo aconteceu antes de termos nascido. Ninguém se lembra do que aconteceu no passado, e ninguém nos dias vindouros se lembrará do que acontecerá entre agora e esse tempo. -- Eclesiastes 1:9-11, Today's English Version [Versão no Inglês de Hoje].
Tanto na Idade das Trevas, como na Idade Média, na Idade das Descobertas, na Era Industrial, na Era Atómica, na Era Espacial, os acontecimentos em cada época são essencialmente repetições, variações, elaborações ou extensões do passado e a vida na terra, o rumo global da humanidade, a própria natureza humana e o relacionamento mútuo dos humanos, continuam a ser muito semelhantes em relação àquilo que eram no passado. O que parece marcante, mesmo estupendo, para uma geração, não o é para a seguinte e raramente figura nos pensamentos e preocupações diárias das pessoas que vivem nessa época posterior. Por muito espectacular que uma descida na lua possa ser, quantas pessoas hoje em dia se lembram do nome do primeiro homem que pisou a lua? O passado desvanece-se dos pensamentos humanos que estão imersos no presente e debatem-se com o futuro.
As Escrituras, na realidade, mostram que a única mudança genuinamente completa tem lugar no momento da revelação do Filho de Deus, que pode fazer todas as coisas verdadeiramente novas.
Se a história tem alguma lição para nós, é exactamente a falta de sabedoria de quem "estabelece datas" para o fim. O escritor Noel Mason disse num editorial:
A história dos 'fazedores de datas' judeus e cristãos, com todo o seu amargo desapontamento e desilusões, não restringiu o desejo de muitos cristãos em calcular o fim. Alguns grupos continuam apegando-se às suas datas apesar do embaraço criado [para eles] pelo decorrer da história. Em vez de reconhecerem que as suas interpretações de Daniel e Revelação estão erradas, muitos simplesmente evitam o embaraço reinterpretando o suposto 'cumprimento.'2
Portanto, estabelecer datas [para o fim] e escritos religiosos alarmistas são 'notícias muito velhas', ocorrendo repetidamente ao longo de todos os dezanove séculos da era cristã. Logo no primeiro século encontramos o apóstolo Paulo escrevendo a crentes em Tessalónica:
Agora imploramo-vos, irmãos, pela certeza da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e da nossa reunião com ele, que mantenhais a vossa calma e não percais o vosso equilíbrio devido a uma predição, mensagem ou carta supostamente vinda de nós, e dizendo que o dia do Senhor já chegou. Não deixeis que ninguém vos engane seja por que meio for. -- Segundo Tessalonicenses 2:1-3, The New Testament in Modern English [O Novo Testamento em Inglês Moderno], por J. B. Phillips.
Apesar desse pedido, as conjecturas e predições não acabaram. No terceiro século, por exemplo, encontramos Cipriano, um dos pais da igreja, fazendo para os cristãos seus contemporâneos este retrato de mau agoiro:
Que as guerras continuam frequentemente a prevalecer, que a morte e a fome acumulam ansiedade, que a saúde é abalada por doenças violentas, que a raça humana é devastada pela desolação da pestilência, saibam que isto foi predito; que os males seriam multiplicados nos últimos dias, e que as desgraças seriam variadas; e que o dia do julgamento se está agora a aproximar.3
No sexto século, num sermão poderoso e excitante, o Papa Gregório o Grande proclamou:
De todos os sinais descritos pelo nosso Senhor como pressagiando o fim do mundo, alguns vemos já realizados.... Pois sabemos que nação se levanta contra nação e que elas pressionam e arremetem contra a terra nos nossos próprios tempos como nunca antes nos anais do passado. Terramotos submergem inúmeras cidades, como ouvimos frequentemente de outras partes do mundo. A pestilência continuará sem interrupção. É verdade que não presenciamos sinais no sol, na lua e nas estrelas, mas que não estão muito longe podemos inferir a partir das mudanças na atmosfera.4
Assim, a história regista a longa e sombria lista de predições e falhanços de inúmeros "profetas" dos tempos do fim. Não parece necessário entrar em pormenores acerca de todos os proclamadores dos últimos dias que no nosso próprio tempo têm -- tanto através da palavra impressa como por sermões transmitidos pela rádio e televisão -- levantado expectativas excitadas com as suas predições escatológicas alarmistas.
Será que isto significa que um senso de expectativa é errado? De modo nenhum, pois somos constantemente instados nas Escrituras a ficar "vigilantes". "Vigilantes" em relação a quê? Será que os falhanços das predições que foram feitas no passado significam necessariamente que a nossa geração não pode ser a excepção, que o nosso século vinte não pode de facto conter acontecimentos que marcam definitivamente o nosso tempo como sendo aquele em que a profecia bíblica alcançará o seu cumprimento final? Se a Bíblia de facto estabelece um certo "sinal" (talvez composto por vários "sinais" individuais) que nos permite identificar tal período e se esse "sinal" é agora visível, seria desastroso para nós não o reconhecer, seria repreensível não contribuir para o tornar conhecido. Por outro lado, se tais afirmações não passam de manipulação de factos e, pior ainda, manipulação das Escrituras, então seria igualmente desastroso e repreensível para nós promover confiança em tais afirmações, contribuindo para a sua difusão. Repreensível porque significaria desobedecer à Palavra de Deus que avisa contra enganar outros, engano esse que pode ser não apenas doloroso emocional, material e fisicamente, mas pode também causar uma erosão devastadora da fé na genuína mensagem de Deus.
Há que afirme que hoje estamos a ver tal "sinal" ou "sinais" que identificam a nossa geração como sendo aquela que vive no tempo do fim do mundo.
No seu best-seller intitulado Approaching Hoofbeats, The Four Horsemen of the Apocalypse [Passos Que Se Aproximam, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse], o Dr. Billy Graham declara:
Temos de nos interrogar: É este o tempo 'do fim' de que a Bíblia fala em termos tão visuais em tantos lugares? ... A Bíblia ensina que haverá um certo número de sinais que são facilmente discerníveis à medida que nos aproximamos do fim da era. Todos estes sinais parecem actualmente estar a ficar em foco. -- Páginas 126, 127.
Sob o cabeçalho "Watch for These Signs" ["Estejam Atentos a Estes Sinais"], no livro The Promise [A Promessa], publicado em 1982, Hal Lindsey refere-se às palavras de Jesus em Mateus capítulo vinte e quatro e enumera estes sinais como sendo guerras, fome, pragas, anarquia e terramotos. Ele assemelha estes e outros aspectos da profecia a peças de um "grande puzzle complexo" e diz ainda que, depois do estabelecimento do Estado Judeu em Israel em 1948, "todo o cenário profético começou a encaixar-se com rapidez vertiginosa." -- Páginas 197-199.
Em Good-bye, Planet Earth [Adeus, Planeta Terra], um livro que em alguns aspectos parece ser feito à imagem do livro de Hal Lindsey intitulado The Late Great Planet Earth [O Falecido Grande Planeta Terra], o autor Robert H. Pierson, Adventista do Sétimo Dia, cita a pergunta dos discípulos a respeito da vinda de Jesus e depois diz:
Leia o que Jesus respondeu -- o que Ele tinha a dizer acerca do seu tempo e do meu -- a última parte do século vinte....
Leia estas palavras à luz dos acontecimentos mundiais actuais.
Segue-se o subtítulo:
O Aumento Fenomenal da Guerra, Crime, Violência e Medo, Todos São Sinais da Segunda Vinda de Jesus!5
O falecido Herbert W. Armstrong, fundador e líder da Worldwide Church of God [Igreja Mundial de Deus], numa carta dirigida a subscritores da revista Plain Truth [Simplesmente a Verdade], escreveu:
... deixe-me dar-lhe uma breve descrição do mundo em que O LEITOR vive hoje, e do que os próximos anos trarão à SUA e à minha vida. Estamos a viver num tempo de PERIGO extremo! ... Toda a evidência parece indicá-lo -- poluição, crime e violência sem precedentes, vida familiar em desagregação, [decadência da] moral, terrorismo, guerras locais na Ásia, no Médio Oriente e na América do Sul. TODOS os sinais apontam para o facto de que estamos a viver no TEMPO DO FIM desta actual civilização! ...
Estamos a viver nos dias mais tremendos da história do mundo -- mesmo no TEMPO DO FIM, o FIM deste actual mundo mau, infeliz, violento -- imediatamente antes da Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo.
Apesar de numerosas fontes proclamarem que a nossa época é de facto diferente de qualquer outra época passada e que vemos de facto acontecimentos e condições que marcam definitivamente a nossa era como sendo a predita era final, provavelmente nenhuma fonte é mais notória ao fazer essa afirmação do que a organização internacional conhecida como Testemunhas de Jeová. A liderança, através da sua agência chamada Watch Tower Society, com sede em Brooklyn, Nova Iorque, tem construído um império editorial mundial raramente igualado no que diz respeito ao volume de publicações produzidas. Os milhões de membros são continuamente exortados a estarem cônscios da 'urgência do tempo'. Em resposta a essa exortação, os membros andam a bater às portas em todas as terras em que essa actividade é permitida, oferecendo literatura que afirma ser um facto indisputável o começo dos últimos dias na segunda década deste século, e que algumas das pessoas que viviam nessa altura, com certeza ainda estarão vivas quando o fim definitivo chegar.6
Mais ainda, o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová torna a crença em tal ensino num artigo de fé, essencial para que Deus e Cristo nos aceitem e portanto necessário para todas as pessoas que querem ganhar a salvação. Por essa razão, qualquer membro que questione seriamente a solidez desse ensino -- baseado nas Escrituras e em factos -- está sujeito à desassociação [excomunhão], devendo de aí em diante ser completamente evitado e considerado como "apóstata" da verdadeira fé.
Devido a esses factores, e particularmente porque as suas alegações a respeito da "singularidade" dos nossos tempos muitas vezes ultrapassam -- tanto na forma explícita em que são feitas como em extensão -- as de outras fontes, nas comparações que fazem entre os ensinos das escrituras e os factos históricos, este livro em certas partes talvez analise com mais profundidade as alegações e predições feitas pelo Corpo Governante das Testemunhas de Jeová e a sua Watch Tower Society quanto ao tempo em que vivemos.
Ao fazermos isso, não estamos de modo nenhum a perder de vista as opiniões de outras fontes muito publicitadas, pois os mesmos factos aqui considerados têm uma relevância muito forte para as alegações e predições feitas por essas outras fontes. 
Seja qual for a fonte, a questão essencial é: Será que essas alegações são mesmo autorizadas pelas Escrituras? Será que os acontecimentos e condições para as quais eles apontam de forma tão dramática, constituem realmente um "sinal" bíblico? Será que são verdadeiramente únicos e peculiares à nossa geração? O que mostram os factos?
Acreditamos que o material preparado pelos autores deste livro fará a grande maioria de nós aperceber-se quão "estranhos em relação ao passado" temos sido, e consequentemente, como foi fácil sermos 'juizes incompetentes do presente'. A evidência histórica que resultou da pesquisa intensiva dos autores sem dúvida será surpreendente para muitos, no entanto, está documentada de forma cuidadosa e autêntica. Dá-nos muito prazer publicar este trabalho, certos de que irá clarificar grandemente algumas questões muito cruciais.
Os Editores

Notas

1 Matthew Henry's Commentary [Comentário de Matthew Henry] em Eclesiastes 7:10.
2 Revista Good News Unlimited [Boas Novas Ilimitadas], Setembro de 1984, p. 4.
3 Cipriano, Tratado 5, "An Address to Demetrianus" ["Dirigido a Demitrianus"], The Ante-Nicene Fathers [Os Pais Ante-Niceanos], editado por A. Roberts e J. Donaldson, Eerdmans, 1978. Vol. V, p. 459.
4 Citado em His Appearing and His Kingdom [A Sua Aparição e o Seu Reino], por T. Francis Glasson, M.A., D.D., The Epworth Press, Londres, 1953, p. 45.
5 Good-bye, Planet Earth [Adeus, Planeta Terra], Pacific Press Publishing Association, 1976, p. 48. Conforme se verá no capítulo 8, nem todas as fontes dos Adventistas do Sétimo Dia têm a mesma posição do autor Pierson.
6 Estas palavras foram escritas em 1987. As Testemunhas de Jeová em 1995 abandonaram a falsa profecia descrita acima. (N. do T.)



The Sign of the Last Days -- When? (O Sinal dos Últimos Dias -- Quando?) (Atlanta: Commentary Press, 1987) de Carl Olof Jonsson e Wolfgang Herbst, pp. 1-10.

Capítulo 1: O Nosso Século Vinte — Tempo do Fim?

Carl Olof Jonsson e Wolfgang Herbst

Os anos que restam até ao fim do século vinte estão a passar rapidamente. O nosso século já foi palco de alguns acontecimentos monumentais e pode presenciar ainda outros.
Se aceitarmos as afirmações feitas por várias fontes religiosas, este século é o tempo em que decorrem os últimos dias. Circulam por todo o mundo livros que descrevem dramaticamente acontecimentos e circunstâncias do nosso tempo como sendo prova visível da proximidade do "fim". As afirmações deles são feitas com seriedade e frequentemente são acompanhadas por evidência impressionante como prova da sua validade. Algumas destas fontes religiosas até atribuem um ponto inicial específico para os últimos dias, no contexto deste século.

1914 -- O Início dos Últimos Dias?

Sem dúvida, o movimento religioso conhecido como Testemunhas de Jeová é, de entre estas fontes, a mais visível e publicamente vocal. O ano 1914 desempenha um papel chave na sua pregação pública. A circulação de milhões de cópias de livros de certos autores que falam do tempo do fim é rapidamente eclipsada pelas centenas de milhões de cópias de publicações da Watch Tower, que são distribuídas todos os anos em centenas de idiomas, proclamando o significado do ano 1914.
Nesse ano, alega a Watch Tower, ocorreu a prometida volta de Jesus Cristo à terra, dando início à sua parousia ou "presença". Somos informados que nesse ano foi estabelecido o reino de Deus e começaram os "últimos dias". Isto significa, segundo a doutrina da Watch Tower, que a geração que presenciou 1914 não passará -- não podepassar -- sem antes vir o fim definitivo. Esta alegação é apresentada, não como uma mera possibilidade ou probabilidade, mas como certeza absoluta!
No entanto, as pessoas perguntam: "Como pode 1914 ter esse significado se ninguém viu realmente Jesus ou o seu reino?"
Porque Jesus veio de forma invisível e o seu reino foi estabelecido nos céus invisíveis de Deus, responde a Sociedade Torre de Vigia.
Se forem verdadeiras, essas afirmações têm obviamente uma importância vital para cada um de nós. Que evidência existe em seu apoio? Ao examinarmos essa alegada evidência, examinaremos ao mesmo tempo as opiniões publicadas por várias outras fontes religiosas do nosso tempo e as expectativas exaltadas daí resultantes. Pois, embora diferindo amplamente em muitas áreas, a evidência que eles oferecem para a proximidade do fim é muitas vezes notavelmente similar.
Em apoio das suas alegações, a Sociedade Torre de Vigia, a agência editorial das Testemunhas de Jeová, usa duas linhas de argumentação: 1) cronologia bíblica, e 2) o que eles descrevem como os "sinais" desde 1914.
Resumidamente, segundo a interpretação da Sociedade Torre de Vigia, os "tempos dos gentios", ou como eles preferem traduzir a expressão, "os tempos designados das nações", mencionados em Lucas capítulo vinte e um, versículo 24, é um período de 2.520 anos que começou em 607 A.C. e terminou em 1914 A.D. Eles pensam que durante esse período seria permitido às nações governar sem a interferência de Deus.
Mas, novamente, as pessoas perguntam: "Como é que os tempos das nações gentias podem ter terminado em 1914?" Afinal, as nações ainda estão a governar este planeta tal como o fizeram antes dessa data. O número de nações, de facto, quase triplicou desde 1914! Então, como é que os tempos das nações podem ter terminado nesse ano? Para quase dois terços das nações que existem hoje, os seus tempos, em vez de terminarem, começaram, em 1914.
Outro problema, e bem grande, é que o ponto de partida para este cálculo -- o ano 607 A.E.C., alegadamente a data para a destruição de Jerusalém -- está em conflito com uma longa cadeia de factos históricos e com muitas passagens da Bíblia.1
Por isso, em vez de lutar contra estas dificuldades cronológicas, a Sociedade Torre de Vigia prefere concentrar-se nos "sinais" [que supostamente ocorrem] desde 1914. Nisto, eles não estão sozinhos, pois escritores bem conhecidos de várias outras organizações religiosas focam a sua atenção exactamente nos mesmos sinais como prova da proximidade do fim. Quais são esses "sinais"?

Que sinal deu Jesus realmente?

Poucos dias antes da sua morte, Jesus predisse a vindoura destruição do templo de Jerusalém. (Mateus 24:1, 2) Por causa desta predição, alguns dos seus discípulos fizeram-lhe algumas perguntas:
Diz-nos, quando serão estas coisas e qual será o sinal da tua vinda e do fim da era? -- Mateus 24:3, NASB.2
Antes de responder a estas perguntas, Jesus deu alguns avisos aos seus discípulos:
'Tende cuidado para que ninguém vos engane,' respondeu Jesus, 'pois muitos homens virão em meu nome, dizendo "Eu sou Cristo", e enganarão muitos. Certamente ouvireis falar de guerras e rumores de guerras -- mas não vos alarmeis. Tais coisas têm mesmo de ocorrer, mas isso não é o fim. Pois uma nação levantar-se-á em armas contra outra e um reino contra outro, e haverá fomes e terramotos em várias partes do mundo. Mas tudo isto é apenas o início das dores de parto.' -- Mateus 24:4-8, The New Testament in Modern English [O Novo Testamento em Inglês Moderno], por J. B. Phillips, Edição Revista.
Além de guerras, fomes e terramotos, Jesus, nos versículos seguintes, menciona perseguições, falsos profetas e o aumento do que é contra a lei. Será que todas estas ocorrências deviam ser entendidas como sinais afirmativos, identificando a volta de Cristo e o fim da era? Ou, pelo contrário, será que Jesus de facto avisou os seus discípulos para que não se deixassem desencaminhar por tais acontecimentos?
Comentadores bíblicos cuidadosos e discretos têm indicado frequentemente que em nenhum lugar Jesus identifica estes acontecimentos como sendo o "sinal" da sua vinda, mas em vez disso parece avisar os seus discípulos para que não tirassem essa conclusão quando desastres e catástrofes deste tipo ocorressem. Desde o início da sua resposta, a admoestação dele foi: "Não sejais enganados. Não fiqueis aterrorizados. Essas coisas têm de acontecer, mas ainda não é o fim." Eles também indicam que a palavra grega para "sinal" (to semeíon) em Mateus 24, versículo 3, está no singular e portanto dificilmente se poderia referir a vários, ou diferentes, acontecimentos.
Além disso, eles ainda observaram que Jesus de facto não descreve a sua volta senão nas suas palavras nos versículos 27 a 31, a seguir à sua predição da destruição de Jerusalém. Então, pela primeira vez, ele começa a falar acerca do sinal da sua vinda, "o sinal do Filho do homem" (versículo 30), aqui novamente no singular, precisamente como no versículo 3.
Este "sinal", segundo as palavras de Jesus, 'apareceria no céu', não na terra. A Sociedade Torre de Vigia admite isto. Por esse motivo, eles são forçados a fazer uma distinção entre "o sinal do Filho do homem... no céu", que aparece quando ele vem para o julgamento final, e o "sinal" da sua vinda (parousía), que segundo eles dizem pode ser visto nas guerras, fomes, pestilências, terramotos, etc., desde 1914.3 Deste modo, eles não apenas têm dois tipos diferentes de "sinais" da volta de Cristo -- eles também têm duas voltas diferentes, uma em 1914 e outra na "grande tribulação".
Contudo, as palavras introdutórias de Jesus devem evidentemente ser compreendidas como avisos contra falsas conclusões -- "cuidado para que ninguém vos engane... vede que não fiqueis alarmados." Haveria guerras, fomes, pestilências, terramotos e outros problemas. Os seguidores dele também teriam de enfrentar ódio e perseguição, não apenas uma vez mas muitas vezes no futuro. Eles teriam de suportar tais coisas durante todo o tempo até ao fim. Antes disso, o evangelho do reino pregado por Jesus e pelos seus discípulos alcançaria todas as nações da terra. O fim só viria depois disso. (Mateus 24:4-14) Depois de dar esta panorâmica geral da história futura, Jesus começou a responder às perguntas dos quatro discípulos: a pergunta deles acerca da destruição do templo (versículos 15 a 22), e a pergunta acerca da sua volta e do fim da era (do versículo 27 em diante).
Em geral, aqueles que anunciam o fim do mundo não aceitam esta interpretação natural da resposta de Jesus. Muitos expositores populares das profecias insistem actualmente em interpretar as palavras iniciais de Jesus acerca das tribulações vindouras, não como uma introdução preliminar, mas como a resposta à pergunta acerca do sinal da vinda de Jesus e do fim. A Sociedade Torre de Vigia, por exemplo, tenta justificar a forma singular da palavra grega para "sinal" dizendo que o próprio sinal consiste em vários aspectos diferentes. Eles falam do sinal como "o sinal composto." Quando todos os eventos -- guerras, fomes, pestilências, terramotos e

OS ÚLTIMOS DIAS E O SEU SINAL
conforme descrito por uma fonte religiosa

The Watchtower, 15 de Janeiro de 1973

Awake!, 8 de Abril de 1975
As palavras de Jesus acerca de guerras, fome, pestilências, terramotos, ilegalidades e assim por diante, são interpretadas por muitos expositores como sendo o "sinal" da sua vinda. A Sociedade Torre de Vigia alega que temos visto este "sinal composto" numa escala sem precedentes desde 1914. Isto, dizem eles, significa que a parousía de Cristo e os últimos dias começaram nesse ano, e que o Armagedom virá dentro do tempo de vida da geração de 1914.
outras tribulações -- aparecem ao mesmo tempo, durante a mesma geração, então estamos aptos a discernir o "sinal", o sinal que prova que Cristo veio e está invisivelmente presente.
Contra esta interpretação pode-se objectar: Não tem toda a geração visto tal "sinal composto"?
Não tivemos sempre guerras? Alguns historiadores indicam que nos últimos 5.600 anos tivemos um total de 292 anos sem guerras. Outros acham que talvez nem sequer tenham existido anos livres de guerras.
Não têm sido todas as gerações afligidas por fomes e pestilências? Conforme demonstra a história, as guerras têm caracteristicamente levado 'a reboque' as fomes e as pestilências. Os três flagelos têm sido sempre inseparáveis e, regra geral, morreram mais pessoas devido às fomes e às pestilências do que as que foram mortas nas guerras.
Não têm todas as gerações experimentado vários grandes terramotos "num lugar após outro"? Os catálogos de terramotos preparados por especialistas modernos, que abrangem os últimos dois mil anos, fornecem prova abundante disto.
A história da humanidade também tem sido marcada por períodos recorrentes em que se verifica um aumento da violência e do que é contra as leis, bem como perseguições de diferentes grupos de cristãos que têm pregado o evangelho do Reino.
Portanto, perguntamos: Como é que eventos como guerras, fomes, pestilências, terramotos, etc., podem distinguir este século XX (ou qualquer período dentro do século XX), quando a história mostra que todas as gerações desde o tempo de Jesus foram atingidas pelo assim chamado "sinal composto"?
É o espantoso aumento e intensificação destes acontecimentos que os transforma no "sinal" dos nossos dias, responde a maioria dos que anunciam o tempo do fim.
Em The Late Great Planet Earth (O Falecido Grande Planeta Terra), por exemplo, ao discutir a pergunta dos discípulos acerca de um sinal, conforme registado em Mateus capítulo vinte e quatro, versículo 3, Hal Lindsey explica:
Em resposta, Jesus deu muitos sinais gerais envolvendo condições mundiais a que chamou 'dores de parto'. Ele disse que estes sinais, como apostasia religiosa, guerras, revoluções nacionais, terramotos, fome, etc., aumentariam em frequência e intensidade exactamente como as dores de parto antes de uma criança nascer. -- Página 52.
Enquanto a Sociedade Torre de Vigia defende que este aumento e intensificação tem sido evidente desde 1914, Hal Lindsey argumenta que isso tem ocorrido desde 1948, ano que é, na opinião dele, o ponto de partida para a "geração" do tempo do fim.
No seu livro Good-bye Planet Earth (Adeus Planeta Terra), o autor Robert H. Pierson, Adventista do Sétimo Dia, embora não fixe datas específicas, adopta uma posição similar quanto ao significado dos nossos tempos. Ao falar das guerras no século XX, ele diz que estas ocorreram "numa escala que este mundo nunca experimentou antes" e menciona "elementos de destruição que desafiam a imaginação humana"; ao falar de catástrofes naturais, ele descreve a natureza como estando agora "descontrolada ao nosso redor", diz que a terra tem estado a tremer "com frequência e intensidade crescentes"; ao discutir a fome, ele cita predições de "fome crescente, pestilências, extermínio de grande número de pessoas" -- todos estes aspectos são apresentados por ele como prova incontornável de que "Jesus virá em breve." -- Páginas 8, 15, 19-21, 23.
O Dr. Billy Graham, cautelosamente, diz que estes sinais estão 'presentemente a entrar em foco' e intensificar-se-ão no futuro próximo. Comentando os quatro cavaleiros do Apocalipse -- os símbolos de guerra, fome, pestilência e morte -- ele escreve:
Em algum ponto no futuro -- um tempo desconhecido para nós -- os terríveis cascos dos cavalos dos quatro cavaleiros pisarão finalmente o palco da história humanacom uma intensidade sem preedentes, trazendo no seu encalço engano, guerra, fome e morte numa escala que desafia a imaginação....
Quão perto estão os cavaleiros neste preciso momento? Não sei! Tudo o que posso dizer com certeza é que todos os sinais apontam para um facto: o bater dos cascos dos cavalos dos quatro cavaleiros está a aproximar-se, soando cada vez mais alto a cada dia que passa.... Possa Deus abrir os nossos ouvidos para ouvirmos e os nossos olhos para vermos o aviso deles antes que seja demasiado tarde!4
Num estilo muito mais espampanante, a publicação Famine -- Can We Survive? [Fome -- Podemos Sobreviver?] da Worldwide Church of God [Igreja Mundial de Deus], nas páginas 89 e 90, diz:
Estes gritos de guerra, pestilências e FOME foram preditos há muito tempo. Foram preditos há séculos atrás pelo maior anunciador de notícias que já viveu -- JESUS CRISTO. Cristo disse aos seus estudantes que deviam observar os sinais dos tempos....
Jesus Cristo, o maior anunciador de notícias do mundo, estava a dizer aos Seus estudantes o ocorreria na NOSSA geração -- a geração que veria estas coisas ocorrer (veja [Mateus 24] versículo 3). Esta previsão fantástica está-se a CUMPRIR cada vez mais!
Assim, ao serem confrontados com o facto de todas as eras terem tido a sua quota parte de guerras, fomes, pestilências, etc., estes expositores defendem, exactamente como a Sociedade Torre de Vigia, que é o aumento destas tribulações que constitui o sinal do fim.
Mas será que foi realmente sobre esse aspecto dos eventos enumerados que Jesus colocou a ênfase? No que diz respeito às guerras, fomes, pestilências e terramotos, ele não disse aos seus discípulos que deviam esperar um aumento destas aflições.5
Apesar disso, os expositores que anunciam o fim dos tempos, seja directamente seja de forma implícita, tomam a posição de que Jesus tinha necessariamente em mente um aumento dos flagelos que menciona. De outro modo estes "sinais" não seriam sinais, não teriam nada que os tornasse notáveis. Muitos destes escritores religiosos limitam-se a apresentar as suas alegações acompanhadas por descrições -- normalmente muito dramáticas -- das calamidades e problemas actuais, sem tentarem defender a sua posição contra qualquer evidência contrária. A Sociedade Torre de Vigia, pelo contrário, parece sentir-se obrigada a providenciar tal defesa e tenta regularmente edificar confiança nas suas alegações. Consequentemente, eles são rápidos a argumentar contra qualquer evidência contrária e fazem o máximo para provar que ocorreu mesmo um aumento sem precedentes nos acontecimentos calamitosos desde 1914.6 As publicações da Sociedade Torre de Vigia estão repletas de afirmações, citações e estatísticas em apoio das suas alegações de que as guerras, fomes, pestilências e terramotos antes de 1914 foram meras ninharias quando comparadas com o que ocorreu depois desse ano. A revistaThe Watchtower [A Sentinela] de 1.º de Fevereiro de 1985, página 15, afirma a posição deles de forma sucinta e inequívoca:
É verdade que tinha havido guerras, escassez de alimentos, terramotos e pestilências ao longo dos séculos da nossa Era Comum até 1914. (Lucas 21:11) No entanto,não houve nada comparável com o que ocorreu desde que os Tempos dos Gentios terminaram nesse ano momentoso.
Uma pessoa que procura a verdade, contudo, tem de perguntar a si mesma: Quão genuína é a imagem alarmista que as várias fontes religiosas apresentam quando esta imagem é vista tendo em consideração a história passada da humanidade? Será que as provas estatísticas que eles apresentam são genuinamente dignas de confiança? Será que foi trazida à luz toda a evidência, ou será que as opiniões e interpretações dos escritores influenciaram a selecção de números e citações de um modo que distorce os factos reais?
Um exame cuidadoso das citações e estatísticas que eles apresentam talvez surpreenda milhões de pessoas que, em resultado de lerem tais publicações, acreditam que as condições mundiais assinalam dramaticamente o seu tempo como "especial", um tempo focado de forma singular na profecia bíblica.

Será próprio fazer um exame completo sobre o alegado "sinal"?

Muitos talvez se refreiem de fazer tal investigação crítica. Particularmente entre os milhões de pessoas afiliadas na organização Torre de Vigia, muitos acham que fazer isso seria participar nas descobertas dos "ridicularizadores" que desafiam as alegações a respeito da "presença" de Cristo feitas pelas Testemunhas de Jeová. A revista The Watchtower[A Sentinela] de 15 de Julho de 1979, na página 13, classifica quaisquer indivíduos que refutem as suas alegações como 'pessoas sem lei' e falsos profetas, citando em seu apoio Segunda Pedro, capítulo três, versículos 3 e 4. A The Watchtower [A Sentinela] de 1.º de Agosto de 1980, página 19 [em inglês], declarou que os "ridicularizadores" podiam ser encontrados "dentro da congregação cristã" e falou deles como "menosprezando o cumprimento de profecias a respeito da 'presença' de Cristo."
Numa atitude semelhante, o livro Good-bye, Planet Earth [Adeus, Planeta Terra], do autor Adventista Pierson, depois de discutir o que chama sinais do fim definitivo, tem um subtítulo que diz: Não Acredita Nisto? Então Você É um Sinal! (Página 51) Também ele cita as palavras de Pedro acerca de ridicularizadores nos últimos dias.
Isto significa que qualquer pessoa que questione os conceitos que estas fontes têm acerca do fim do mundo é automaticamente classificado entre os ímpios. Será que isto é um uso correcto do texto bíblico? Será que os "ridicularizadores" descritos pelo apóstolo Pedro são pessoas que acreditam firmemente (como é o caso dos autores deste livro) que 'o dia de Jeová virá de facto como ladrão' e trará a destruição sobre homens ímpios e sobre um sistema iníquo? Certamente que não. Conforme mostra o contexto, o que o apóstolo descreve são pessoas que deixaram de acreditar por completo na eventual -- e certa -- chegada desse dia de julgamento divino, pessoas que questionam se esse dia alguma vez chegará.7
O facto de fazermos incidir uma luz bíblica e histórica sobre certos ensinos relacionados com alegada evidência que [supostamente] marca o nosso tempo, não é de maneira nenhuma reflexo de qualquer dúvida quanto às profecias da Bíblia acerca da "presença" de Cristo. Muito pelo contrário, nós considerámos seriamente algumas palavras da grande profecia de Cristo sobre a sua parousía que são muitas vezes negligenciadas, e instamos aos nossos leitores que também as contemplem honestamente. Jesus predisse que "muitos" enganariam pessoas utilizando o seu nome, dizendo: "Agora o tempo está muito próximo." Os discípulos não deviam ficar impressionados pois Jesus, logo a seguir acrescentou: "Nunca sigais homens como esses." -- Lucas 21:8, tradução de J. B. Phillips.
Por essa razão, qualquer cristão que simplesmente feche os olhos e se apegue passivamente a doutrinas de autoridades religiosas poderia estar a cometer um erro sério e fatal. Num artigo intitulado "Falácias Podem Ser Perigosas", a revista Awake! [Despertai!] de 8 de Novembro de 1970 [em inglês], abordou algumas falácias presentes em ideias populares e depois disse:
Mas um mal muito pior pode resultar de se apegar a ideias religiosas descuidadas e inexactas que são contrárias ao que a Bíblia diz. Porquê? Porque não é apenas a vida actual que está em perigo. Antes, está envolvida a vida eterna. A verdade e a vida eterna estão intimamente relacionadas.... Certamente o caminho mais seguro é limpar as nossas mentes de todas as falácias! -- Página 6.
De facto, o "amor da verdade" é essencial para a salvação e pode por vezes requerer que estejamos dispostos a investigar e aprender. (Compare com Segunda Tessalonicenses 2:10.) Se o leitor decidir fazer isso, é claro que tem de manter uma mente aberta. "Ter uma mente aberta," disse a Sociedade Torre de Vigia na revista Awake![Despertai!] de 22 de Novembro de 1984, "significa ser receptivo a novas informações e ideias. Significa estar disposto a avaliar informação sem uma atitude preconceituosa." -- Páginas 3 e 4 [tradução a partir da versão inglesa].
Ao apresentar a informação e dados acerca das calamidades na história, os autores deste livro não puderam, por razões de espaço, apresentar todo o material disponível. Nem abordámos todos os textos bíblicos que achamos que poderiam melhorar as explicações apresentadas. Ainda assim, vamos continuar o nosso estudo e pesquisa e críticas construtivas são bem-vindas, bem como outras informações relacionadas com os assuntos tratados nesta publicação.
Considere agora a evidência acerca das fomes, terramotos, pestilências e guerra no nosso século quando comparados com o passado. Acreditamos que o leitor achará os factos muito diferentes, por vezes radicalmente diferentes, daquilo que muitos hoje dizem.

Notas

1 Para uma consideração completa destes factos, veja o livro The Gentile Times Reconsidered [Os Tempos dos Gentios Reconsiderados], 3.ª edição, Commentary Press, Atlanta, 1998.
2 Na Tradução do Novo Mundo da Sociedade Torre de Vigia, este texto foi traduzido de modo a apoiar a ideia da presença invisível de Cristo: "Dize-nos: Quando sucederão estas coisas e qual será o sinal da tua presença e da terminação do sistema de coisas." Contudo, embora "presença" seja o significado primário da palavra grega parousía, esta palavra também era usada num sentido técnico significando "a visita de um governante." Praticamente todos os peritos em grego do Novo Testamento concordam actualmente que a palavra parousía, quando usada em relação com a segunda vinda de Cristo, é usada no seu sentido técnico em vez de ser usada no seu sentido primário. O contexto e o modo da sua utilização em relação com a vinda de Cristo na própria Bíblia harmoniza-se com este ponto de vista. Este assunto será tratado mais adiante nesta publicação. (Veja o Apêndice B.)
3 God's Kingdom of a Thousand Years Has Approached (1973) [Aproximou-se o Reino de Deus de Mil Anos (1975)], pp. 326-328.
4 Billy Graham, Approaching Hoofbeats, The Four Horsemen of the Apocalypse (Passos que se Aproximam, Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse), 1983, pp. 74, 76. Nesse livro o autor defende que as guerras, fomes, pestilências, etc., em eras passadas, eram apenas "precursores dos cavaleiros", e declara que agora "as sombras de todos os quatro cavaleiros podem ... ser vistas galopando por todo o mundo." -- páginas 9, 77.
5 Embora seja verdade que Jesus falou do 'aumento do que é contra a lei', isto aparentemente não se referia ao mundo em geral, que sempre foi desregrado. Em vez disso, parece que essa expressão se refere ao que ocorreria na congregação cristã. É claro que levou algum tempo até que a predita apostasia chegasse ao ponto de ser revelada.
6 Veja Survival into a New Earth [Sobrevivência Para uma Nova Terra] (1984), pp. 22, 23.
7 O leitor que é Testemunha devia notar a citação seguinte, do livro da Sociedade Torre de Vigia intitulado Choosing the Best Way of Life [A Escolha do Melhor Modo de Vida] (1979), com a qual concordamos plenamente:
"Em cumprimento das palavras de Pedro, até mesmo hoje ouvimos a voz de ridicularizadores. (2 Pedro 3:3, 4) Eles dizem, na realidade: 'Que motivo há para crer que o Filho de Deus vai executar os ímpios e recompensar seus discípulos? Ora, nada mudou desde o tempo da criação. Os processos originais da vida estão continuando e não apresentam nenhum indício da vinda dum desastroso fim no futuro próximo. Os homens se casam e as mulheres são dadas em casamento, bebês nascem, e os homens continuam a envelhecer e a morrer.' Assim dão a entender que o Senhor Jesus Cristo nunca virá para executar o julgamento, ou que este evento está tão longe no futuro, que não precisa haver nenhuma preocupação imediata com ele." (P. 170)
É muito claro que tais pessoas esperavam ver nos seus dias algo fora do normal, espantoso, sem precedentes, como prova de que o acontecimento predito ocorreria mesmo. As palavras de Pedro indicam que eles não veriam tal coisa e por essa razão não exerceriam fé na certeza desse dia de julgamento. Seja qual for a época em que vivamos, como mortais todos teremos de enfrentar um fim crucial -- o fim das nossas vidas. A qualidade do nosso relacionamento pessoal com Deus e com o seu Filho até esse momento devia ser sempre motivo de grande preocupação e importância para nós.

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