Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 31 de maio de 2013

O amor é forte como a morte

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Dom Redovino Rizzardo, CS
Bispo de Dourados (MS)
No dia 10 de dezembro de 2012, através de Zenit, uma agência católica de comunicação, recebi um artigo assinado por Gaia Bottino, dando-me a conhecer Gianna Jessen, um exemplo que demonstra, se ainda fosse necessário, que o amor e a vida são mais fortes que o egoísmo e a morte. Transcrevo-o quase ao pé da letra, acrescentando apenas algumas informações que completam a epopeia.
Uma semana antes, no dia 4 de dezembro, na Paróquia Mãe de Deus, em Roma, haviam-se reunido mais de mil pessoas, em sua maioria jovens, para escutar Gianna, uma mulher de baixa estatura, de olhos luminosos e de uma alegria excepcional, que conseguiu transformar sua vida numa obra-prima.
Gianna é um dos símbolos mais eloquentes dos movimentos em favor da vida que surgem em toda a parte. A sua história inspirou o filme “October Baby”, que estreou nos Estados Unidos no mês de março de 2012. Nele, a protagonista Hanna, interpretada pela atriz Racher Hendrix, é uma jovem universitária que sofre de epilepsia, asma e depressão. Depois de se submeter a várias análises clínicas para descobrir a origem de seus males, descobre que foi adotada após uma fracassada tentativa de aborto.
O filme é o retrato da vida de Gianna. Há 35 anos, ela nasceu numa clínica especializada em abortos. Sua mãe, então com 17 anos de idade e no sétimo mês de gravidez, tinha sido aconselhada a recorrer ao aborto salino, injetando no útero uma solução que corrói o feto e o leva à morte em 24 horas.
A técnica não funcionou e a criança nasceu com vida. Contudo, a falta de oxigênio dentro do útero provocou nela uma paralisia cerebral e muscular: «Eu sou a pessoa que ela abortou. Vivi ao invés de morrer. Minha mãe estava na clínica, e programaram o aborto para as 9 horas da manhã. Felizmente para mim, o médico não se encontrava na clínica, e eu nasci às 6 horas da manhã do dia 6 de abril de 1977. Apressei-me. Estou certa de que, se ele tivesse estado ali, eu não estaria aqui hoje, já que seu trabalho era acabar com a vida, ao invés de ampará-la. Há quem diga que sou um aborto fracassado, o resultado de um trabalho mal feito; mas o que sou é fruto do amor maravilhoso de Deus».
Apesar de tudo, aos três anos, Gianna conseguiu caminhar com o auxílio de suportes ortopédicos e, aos vinte, aposentou-os. Em 2006, participou da grande maratona de Nova York, no intento de sensibilizar a opinião pública sobre a gravidade do aborto.
Gianna perdoou à mãe por ter tentado matá-la. Transformou a sua dor em esperança e a sua raiva no desejo de realizar o que considera a missão de sua vida: obter para o nascituro a mesma igualdade de direitos que se concede à mulher que o concebeu: «Se o aborto é uma questão de direitos da mulher, onde estavam os meus?», perguntou Gianna com voz firme, diante dos milhares pessoas, em Roma. E prosseguiu: «Não existe nenhuma feminista que protesta porque os meus direitos foram violados e a vida foi sufocada em nome dos direitos das mulheres?».
O único propósito de Gianna, que se autodenomina "a criança de Deus", é dar alegria ao Criador: «Odiaram-me desde a concepção. Mas tenho sido amada por muitas outras pessoas e, especialmente, por Deus. Sou a sua menina. Eu não posso ficar neste mundo sem dar o meu coração, a minha mente, a minha alma e a minha força a Cristo, ele que me deu a vida».
Falando sobre o testemunho de Gianna, a bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá assim se expressou: «Deus está se servindo de Gianna para lembrar ao mundo que cada ser humano é precioso para ele. É confortante ver a força do amor de Jesus derramado em seu coração. A minha oração por Gianna, e por todos aqueles que a escutam, é que a mensagem do amor de Deus supere o aborto com o poder do amor».
Os produtores do filme "October Baby" decidiram destinar 10% dos lucros à Fundação “Toda vida é bela”, que distribuirá o dinheiro a organizações que sustentam mulheres grávidas em crise, a agências de adoção de crianças rejeitadas e a orfanatos. O apoio à vida vem crescendo constantemente nos Estados Unidos. Em 1996, apenas 33% da população se declarava contra o aborto; hoje, seu número passou para 48%.
Nossos antepassados pensavam que «o amor é forte como a morte» (Ct 8,6). Estavam enganados: Gianna nos ensina que a última palavra é do amor!

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