Peregrinar no deserto
Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Vivemos no mundo de muita pluralidade. Não poucas propostas e atitudes nos remetem ao deserto, parecendo infrutíferas e até de efeito venenoso no que se refere a valores humanizadores. O diálogo com elas parece também sem grande efeito. Mas, qual enxerto em galho selvagem, com adubo na planta e poda de ramos inúteis, pode haver esperança de reversão. É o trabalho da fé que até remove montanhas.
O desânimo não pode acontecer para quem tem a graça da fé sobrenatural em Deus e na pessoa de seu Filho, bem como na ação do Espírito Santo. A evangelização não se faz impondo algo, mesmo de valor, como a fé. É realizada com alegria de vivê-la, de testemunhar na prática a razão da mesma, com a conseqüente vida de amor e do bem aplicado ao semelhante. Leva à convicção da vivência da ética e do trabalho em benefício da comunidade, especialmente aos deixados de lado na vida digna. O diálogo, a amizade, a fraternidade e a proposta feita na simplicidade, o serviço prestado, a visita e a boa acolhida têm mais chance de dar resultados. A fé não visa em primeiro lugar o arrebanhamento ou o sectarismo e sim, acima de tudo, o bem à pessoa, com a proposta de vida apresentada por Jesus.
Não basta a pessoa dizer-se religiosa e fazer alguns atos de manifestação da religiosidade. É preciso viver a fé entusiasta, coerente, perseverante e de encantamento no seguimento a Jesus Cristo e na prática de seus ensinamentos. Muitos querem uma religião “ligth”, ou seja, que venha de acordo com suas conveniências e, até, mesmo, mudando as exigências e os ensinamentos divinos contidos na Bíblia e no ensinamento dos Apóstolos. Não nos basta dizer não. É preciso saber dizer os porquês e mesmo apresentar os motivos de Cristo, que ensinou o caminho que leva à vida plena e é mais exigente e de caminho mais estreito. Além disso, é preciso também compreender que nem todos têm a mesma velocidade no caminho da fé. Jesus, apesar de apresentar o ideal mais elevado, como a de sermos perfeitos como o Pai, foi profundamente misericordioso e pedagógico. Ele ensina que nem todos têm a capacidade de compreensão. Mas ensina a não se pecar mais e rejeitou os que, propositalmente se opunham a Ele e ao que Ele ensinava. Muitos não o seguiram mais depois que Ele desafiou sua anti-fé: “A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus” (Jo 6,66).
No meio de tanta aridez somos convidados a apresentar Jesus e seu caminho para as pessoas perceberem que a fé é conveniente e de grande ajuda para o ser humano acertar com seus desejos mais profundos de realização humana. Nessa perspectiva, muitos se enganam com os ídolos da autossuficiência, da absolutização da matéria, da busca de conforto a todo custo e do endeusamento do próprio orgulho e desejo de superioridade. Jesus propõe o caminho que leva ao tesouro escondido. Ele recrimina os falsos pastores ou mercenários. Ele se confirma como o verdadeiro Pastor, que busca até a ovelha perdida. A fé nele não decepciona, como muitos líderes humanos que enganam o povo e rouba as ovelhas. Ele prova a consistência da fé em quem acredita na sua pessoa. Sua ressurreição basta para basear totalmente nossa fé.
Dom José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros (MG)
Vivemos no mundo de muita pluralidade. Não poucas propostas e atitudes nos remetem ao deserto, parecendo infrutíferas e até de efeito venenoso no que se refere a valores humanizadores. O diálogo com elas parece também sem grande efeito. Mas, qual enxerto em galho selvagem, com adubo na planta e poda de ramos inúteis, pode haver esperança de reversão. É o trabalho da fé que até remove montanhas.
O desânimo não pode acontecer para quem tem a graça da fé sobrenatural em Deus e na pessoa de seu Filho, bem como na ação do Espírito Santo. A evangelização não se faz impondo algo, mesmo de valor, como a fé. É realizada com alegria de vivê-la, de testemunhar na prática a razão da mesma, com a conseqüente vida de amor e do bem aplicado ao semelhante. Leva à convicção da vivência da ética e do trabalho em benefício da comunidade, especialmente aos deixados de lado na vida digna. O diálogo, a amizade, a fraternidade e a proposta feita na simplicidade, o serviço prestado, a visita e a boa acolhida têm mais chance de dar resultados. A fé não visa em primeiro lugar o arrebanhamento ou o sectarismo e sim, acima de tudo, o bem à pessoa, com a proposta de vida apresentada por Jesus.
Não basta a pessoa dizer-se religiosa e fazer alguns atos de manifestação da religiosidade. É preciso viver a fé entusiasta, coerente, perseverante e de encantamento no seguimento a Jesus Cristo e na prática de seus ensinamentos. Muitos querem uma religião “ligth”, ou seja, que venha de acordo com suas conveniências e, até, mesmo, mudando as exigências e os ensinamentos divinos contidos na Bíblia e no ensinamento dos Apóstolos. Não nos basta dizer não. É preciso saber dizer os porquês e mesmo apresentar os motivos de Cristo, que ensinou o caminho que leva à vida plena e é mais exigente e de caminho mais estreito. Além disso, é preciso também compreender que nem todos têm a mesma velocidade no caminho da fé. Jesus, apesar de apresentar o ideal mais elevado, como a de sermos perfeitos como o Pai, foi profundamente misericordioso e pedagógico. Ele ensina que nem todos têm a capacidade de compreensão. Mas ensina a não se pecar mais e rejeitou os que, propositalmente se opunham a Ele e ao que Ele ensinava. Muitos não o seguiram mais depois que Ele desafiou sua anti-fé: “A partir desse momento, muitos discípulos voltaram atrás, e não andavam mais com Jesus” (Jo 6,66).
No meio de tanta aridez somos convidados a apresentar Jesus e seu caminho para as pessoas perceberem que a fé é conveniente e de grande ajuda para o ser humano acertar com seus desejos mais profundos de realização humana. Nessa perspectiva, muitos se enganam com os ídolos da autossuficiência, da absolutização da matéria, da busca de conforto a todo custo e do endeusamento do próprio orgulho e desejo de superioridade. Jesus propõe o caminho que leva ao tesouro escondido. Ele recrimina os falsos pastores ou mercenários. Ele se confirma como o verdadeiro Pastor, que busca até a ovelha perdida. A fé nele não decepciona, como muitos líderes humanos que enganam o povo e rouba as ovelhas. Ele prova a consistência da fé em quem acredita na sua pessoa. Sua ressurreição basta para basear totalmente nossa fé.
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