Blog Alma Missionária

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quinta-feira, 2 de maio de 2013





           
Apresentação


  Este trabalho foi desenvolvido com  o propósito de apresentar JESUS  uma pessoa viva, real e companheira.  Para estudar e refletir deverá ter em mãos a Sagrada Escritura e sempre em espírito de oração.

  Agradeço a Deus-Pai e Deus-Espírito Santo,  nosso Deus Amoroso,  que permitiu que eu fosse  seu instrumento.












 Observações:

 1)  Bibliografias e/ou fontes consultadas vede na última página
 2) As músicas citadas nos encontros encontram-se no final (localizar pelo índice – Cânticos)
3) Peço a gentileza, de fornecer qualquer idéia/sugestão/correção. A   inclusão e ou modificações poderão ser encaminhados para: Catequistadora@yahoo.com.br   ou   entrar   em   contato   pelo    telefone  2485-2924. Qualquer alteração será recebida de bom grado.  

Que Nosso Deus Amoroso nos abençoe!

Paróquia JESUS Sacramentado
Pe. Nivaldo Alves dos Anjos Jr – O Pároco
Maria AuxiliaDÔRA
Catequista com Adultos
http://www.catequisar.com.br/txt/ad/apostila/ind.htm




Í N D I C E

A Bíblia - Leitura Orante da Bíblia ................................................  51
A Bíblia .......................................................................................            30
A Santa Missa  – Estrutura resumida  ..........................................  80
A Santa Missa  – Os grandes AMEM  e Procissões ....................  79
A Santa Missa  parte por parte    ..................................................            56
A Tábua e os pregos ......................................................................          263
Ao Encontro do Pai ........................................................................          436
As bem-aventuranças e Amor ao próximo...................................          249
As Pastorais ...................................................................................          421
As três peneiras - um modo de amar............................................           262
Cânticos .........................................................................................          449
Carta Amorosa do PAI ...................................................................             29
Confissão – 1ª opção  (Filho Pródigo)   .......................................          321
Confissão – 2ª opção  ....................................................................          325
Confissão – Hora de confessar .....................................................          328
Conhecendo mais a Bíblia   ..........................................................  52
Conhecendo mais a Santa Missa .................................................  73
Criação do Mundo e Paraíso  ........................................................            95
Devoções Mariana ..........................................................................          198
Dízimo ..............................................................................................          425
Ecumenismo ...................................................................................          428
Eucaristia – Última Ceia  ...............................................................          346
Exame de Consciência  .................................................................          333
Explicando irmãos na Bíblia   .......................................................          197
Falsas doutrinas ............................................................................          430
Fica Comigo JESUS ....................................................................          400
Hoje também se ama .....................................................................          264
Igreja – As pastorais .....................................................................          421
Igreja ...............................................................................................          412
Igreja x preservativos ...................................................................          182
Imagens: Adoração ou Veneração ...............................................          142
Impossibilidade de comungar o Corpo de JESUS  ...................            447
Quérigma  ......................................................................................  11
Mandamentos da Igreja .................................................................           423
Mandamentos da Lei de DEUS  ....................................................          154
Maria ...............................................................................................          189
Marketing do Inferno .....................................................................         435
Matrimônio .....................................................................................         304
Método natural para espaçar ou evitar gravidez (planejamento Familiar       173/180
Milagres de JESUS  .....................................................................         226
Novena eficaz ao Sagrado Coração de JESUS .........................         357
O Ano Litúrgico parte por parte  ................................................... 81
O Banquete recusado ....................................................................         431
O Filho .............................................................................................         372
O Maravilhoso valor da Santa Missa  ........................................... 76
O Nascimento de JESUS .............................................................         211
O Batismo de  JESUS ..................................................................         219
O Pão da Vida  ................................................................................         337
O Pecado .........................................................................................         312
O Terço ............................................................................................         207
O Terço da Misericórdia ................................................................         371
Objetos e vestes Litúrgico .............................................................           72
Oração  ............................................................................................         236
Oração ao Divino Espírito Santo ...................................................   9
Oração da Unidade .........................................................................         263
  Os Discípulos de Emaús e a Missa  ..............................................         390
Os Patriarcas (1ª parte) ..................................................................         114
Os Patriarcas (2 ª parte) ............................................................... .         127
Paixão e Morte  de JESUS  ..........................................................         360
Parábola do Filho Pródigo .............................................................         321
Pecado Original (Caim, Noé, Torre de Babel) ..............................         103
Pentecostes ....................................................................................         401
Por que será que a minha oração nunca é ouvida??? ...............         247
Por o Católico não pode ser espírita? ..........................................         386
Programa .........................................................................................             7
Promessas de JESUS à Santa Margarida ..................................         359
Resista .............................................................................................         172
Ressurreição e Ascensão  .............................................................         379
Sacramentos ...................................................................................        274
Sexualidade .................................................................................... 186
Símbolos pascais  .... .....................................................................  94
Via Sacra ......................................................................................... 374
Visita ao Santíssimo Sacramento .................................................          355
Vocação - JESUS e os Apóstolos  ................................................          265







Oração ao Divino Espírito Santo


Vinde Espírito Santo,
Enchei os corações de vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor.
Enviai, Senhor, o  vosso Espírito e tudo será criado e
renovareis a face da terra.
Oremos: DEUS, que instruístes os corações dos vossos fiéis com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas  segundo o mesmo Espírito e gozemos sempre de sua consolação.   Por Cristo Nosso Senhor. Amém.



Espírito de DEUS

Espírito de DEUS vem e fica aqui, ó Espírito de DEUS vem e fica aqui.
E passeia no meio do teu povo e toca o coração do teu povo.
Ó Espírito de DEUS vem e fica aqui. (bis)

Vem, vem Espírito Santo.
Vem, Vem, vem Espírito Santo.
Transforma minha vida quero renascer. (2x)

Quero abandonar-me em seu amor.
Encharcar-me em seus rios, Senhor.
Derrubar as barreiras em meu coração


DEUS Trino-725

Em nome do PAI,  do PAI e  do Filho,  do Filho e do Espírito Santo  estamos aqui. (bis)
Para louvar e agradecer,  bendizer e adorar,
estamos aqui Senhor, a teu dispor.
Para louvar e agradecer, bendizer, adorar,
Te aclamar, DEUS trino de Amor.
Reunidos aqui-576
Reunidos aqui só pra louvar o Senhor, novamente aqui, em união.
Algo bom há de acontecer, algo bom DEUS tem para nós. Reunidos aqui só pra louvar o Senhor.
Eu Navegarei-571
Eu navegarei no oceano do Espírito
E ali adorarei ao DEUS do meu amor (bis)
Espírito, Espírito, que desce como fogo
Vem como em Pentecostes e enche-me de novo. (bis)

Eu adorarei ao DEUS da minha vida.
 Que me compreendeu sem nenhuma explicação (bis)

A nós descei
A nós descei  divina Luz (2x) Em nossas almas acendei,   O amor, o amor  JESUS (2)
Vós sois a alma da Igreja.  Vós sois a vida, sois o Amor;    Vós sois a graça benfazeja (2x) que nos irmana no Senhor. (2x)
Divino Espírito descei. Os corações vinde inflamar,    e as nossas almas preparar (2) para o que DEUS quer nos falar. (2x)









Quérigma
Tema: Quérigma
Objetivo: Anunciar JESUS, uma pessoa viva, levando o catequizando ao desejo de converter-se e aderir JESUS.

1 – Dar boas vindas
Motivação: quando encontramos uma pessoa qual é a primeira coisa que queremos saber dela? (pausa) O que vocês estão querendo saber de mim? (pausa) O nome, não é isso?  É isso que vamos fazer agora. Vamos saber o nome de todos, pois afinal passaremos o ano juntos!

Dinâmica – teia de aranha (com um rolo de barbante).
Desenrolar um pouco laçando em seu dedo (começa pela catequista).
Dizer o nome e mais alguma coisa, por exemplo: Meu nome é Maria Auxiliadora, sou casada, tenho três filhos, detesto quiabo... etc.
Em seguida jogar o rolo para o próximo (sou fulano, estou aqui para conhecer JESUS) e assim por diante com a participação de todos.
Ao término da apresentação de cada um todos dizem:
Sou feliz em sua companhia, ou.
É bom conhecer você, ou.
Todos cantar: O Senhor tem muitos filhos...
Comentar a teia formada.

O que parece isso? (pausa) Uma teia de aranha. Quem conhece a teia de aranha? Alguém já viu aranha? (pausa - Esta dinâmica ajudará no conhecimento e entrosamento da turma)
Comentários: Vocês já imaginaram se algum de nós soltar o dedo... o que vai acontecer? (pausa) Vai ficar um buraco. Será que vai fazer falta? (pausa) Vai, o seu lugar só você pode ocupar. Cada um de nós é muito importante.  Por isso cada um vai fazer o possível para não faltar aos encontros. Deverá vencer o sono de manhã, o frio, a chuva, o sono depois do almoço, o cansaço do final do dia, o calor de verão. Não podemos deixar que nada nos atrapalhe.
Cada um de nós falou o porquê de estar aqui, será que é por isso mesmo? Eu acredito que fomos chamados. O nosso 1º chamado foi à vida. O nosso 2º chamado foi no dia do nosso batismo e fomos convidados a sermos Santos e hoje estamos aqui e, com certeza, não sabemos exatamente o porquê, mas acredito que cada um de nós foi chamado para estar aqui. Com o passar dos encontros cada um irá descobrir o motivo verdadeiro.

1.6 – Desfazer a teia e sentar nos lugares. Enquanto desfaz a teia pode-se cantar um canto vocacional, por exemplo: Te Amarei...

2 –  O que é  catequese? (pausa)
Catequese é fazer ecoar o que vem do alto.  A catequese tem o objetivo de  instruir, informar, transmitir, ensinar de viva voz; portanto: “Catequese é um processo dinâmico e abrangente da educação da fé, da doutrina cristã, a fim de iniciar na plenitude da vida cristã e ajuda as pessoas a se encontrarem com Cristo e a caminhar com Ele.  Catequese é o aprofundamento da fé daqueles que já se converteram, mas sentem necessidade de conhecer mais detalhadamente a pessoa, o ensinamento e a prática de JESUS”. Ela busca sempre unir fé e vida, ajudando as pessoas a crescer segundo a vontade e os projetos de DEUS.

Portanto catequese não é um curso que tem fim.  Devemos, cada vez mais, buscar conhecimentos ligados à nossa muito amada Igreja Católica.  Entramos para a catequese para conhecer e amar a DEUS.
Catequese é formação de discípulos consciente de Cristo.

Hoje estamos iniciando a etapa da catequese para preparação para receber o Batismo, Crisma  e a Sagrada Eucaristia para alguns e a Sagrada Eucaristia para outros.
O que é a catequese com adultos?   A catequese com adultos (também chamado de Catecumenato de Adultos) é um processo que visa tornar discípulos de Jesus aquele adulto que está ingressando na Igreja ou retornando a ela após anos de afastamento. A base para a catequese com adultos deve ser o RICA - Ritual de Iniciação Cristã de Adultos.
A catequese com adultos não deve ser uma preparação rápida para o adulto ser batizado, receber a Primeira Eucaristia, ser crismado ou receber o sacramento do matrimônio; deve, sim, ser um processo que leva o adulto à prática evangélica.

3 – Por que participar dos Sacramentos?
Os Sacramentos são alimento necessário à nossa fé e para nossa santificação, é o seguimento da nossa vida religiosa. Todo ser humano tem necessidade de uma religião. Por que?  DEUS quando criou o homem o fez a sua imagem e semelhança (Gn 1,27),  DEUS insufla no ser humano alma espiritual.  Daí brotam a inteligência (tende para o bem) e a vontade (permite evitar o mal).

4 - O que é religião?
É a ligação do homem com DEUS. E qual é o fundamento da religião? É DEUS. É próprio do ser humano inteligente investigar o porquê estar ligado a DEUS.
Devido à falta de esclarecimentos sobre a fé, a imagem da religiosidade é vista muitas vezes como algo que castra, que proíbe, que diz não. Na realidade religião é a ligação do homem a DEUS. A palavra religião quer dizer religar. Religar o quê? Religar o homem com DEUS. Religião é uma opção de vida que assumimos e não alguma coisa para procurar de vez em quando.

É claro que não existe SIM a algo que não gere um NÃO a outro. Para dizer SIM a bondade, tem que dizer não a maldade.  Para dizer SIM a caridade, tem que dizer NÃO ao egoísmo. Para estarmos aqui participando da catequese, tenho certeza que cada um abriu mão de alguma coisa.

“Temos o privilégio de ser membros de uma Religião viva. A religião Católica não é uma idéia, não é uma filosofia. Seu fundador é o Santo dos Santos, sua doutrina é verdade”.  Madre Maria Helena  - Irmãs de Belém.
JESUS sinal visível do Amor de DEUS, deixa-nos a sua Igreja.

5 – Comentar um pouco sobre amor (deixar os catequizandos livres para comentar)

Comentário: Vou apresentar para vocês um amor diferente! Que amor será esse?  Vou falar do Amor de DEUS.
O catequista expõe o cartaz em lugar visível onde todos poderão vê-lo. (O cartaz contém fixo nele um coração vermelho, bonequinhos na parte inferior representando a humanidade e do coração parte fitinhas para lembrar a união de DEUS para com os seus amados. Amor em grego é sair de si, é doação. DEUS sai de Si e vai ao encontro da humanidade. E no decorrer da explanação abaixo o catequista vai completando).

Para falar deste grande amor e você se maravilhar  de sua grandeza, vamos iniciar falando desde do início de tudo.
No início do mundo a terra estava sem forma e vazia e o Espírito de DEUS pairava sobre as águas. (O catequista poderá utilizar uma metade de cartolina preta ou marrom e ao pronunciar isto vai fazendo movimento giratório na cartolina com a pomba).

O amor é, por natureza, transbordante - sai fora das bordas... Assim como a água transborda de sua nascente e forma o rio... O amor de DEUS é tão intenso que transborda e cria o Universo! E, em amor, por amor e para o amor DEUS cria o Homem à sua imagem e semelhança, à imagem da Santíssima Trindade: “Façamos o Homem à nossa imagem, como nossa semelhança, e homem e mulher DEUS os criou” (Gn 1,26-27).
Imagem e semelhança de DEUS, o Homem foi criado para uma vida de amor, de intimidade com DEUS e com o próximo, seu irmão. Foi criado para reinar sobre o mundo, “para o cultivar e o guardar” (Gn 2,15), respeitando a obra criadora de DEUS, preservando a natureza e sabendo usá-la para o bem comum.

DEUS  e o homem viviam em perfeita comunhão (mostrando no cartaz apontando do coração para a parte inferior, através das fitinhas) e nada lhes faltava.  O bem-estar era tão grande que o autor sagrado narra na Bíblia que o homem vivia no paraíso, isto é, um estado de vida extremamente agradável,  e o Senhor passeava à brisa do dia e conversava com o homem.

Que tamanha Paz! Que grande companheiro é o nosso DEUS!

E  Amor de DEUS por esta humanidade é enorme! (e voltando para os catequizandos continua...) Isto é proclamado para nós (pode-se dirigir alguém e exclamar: para você fulano) DEUS é apaixonado por cada um de nós. E, esse DEUS é Pai. Ninguém é Pai como DEUS! Ele quer o seu bem e está ansioso para abençoar profundamente a sua vida e toda a sua família de uma maneira que você nem pode imaginar!  A maior felicidade da humanidade é poder chamar a DEUS de Pai. É simplesmente maravilhoso poder levantar as mãos para o céu e exclamar: Pai nosso que estás no céu... Você tem um DEUS que é PAI, já imaginaram a grandeza disso? E o maior dom do homem, a maior alegria, este privilégio vale mais do que tudo o que há neste mundo, porque o dono do mundo quis ser e é o nosso PAI. Ele nos chama pelo nome. DEUS te conhece pelo nome; Mas não é só o nome que Ele conhece (Maria, Vera), Ele te conhece na intimidade. Ele sabe o que somos  capazes de fazer.  DEUS nos conhece mais que todo mundo. Ele conhece a minha vida, meus sentimentos, pensamentos, alegrias, tristezas, minha força e minha fraqueza. É um conhecer muito mais que ter uma apreensão exterior. Conhecer, na visão bíblica, é travar uma experiência de vida, ter um contato existencial, uma familiaridade profunda semelhante à de um marido e de sua esposa ou a de uma mãe por seu filhinho. E por te conhecer tanto Ele te ama demais!

Você é especial, você é único para DEUS!  Podemos lembrar daquela impressão digital gravada em nossa carteira de identidade. É uma prova impressa, visual, simples mas incontestável, de você é único, de que não existe outra pessoa igual a você!

Estamos tão acostumados com isso que quando lembramos não nos mergulhamos na profundidade do seu significado e na grandeza que reside no íntimo de todo ser humano.

E essa grandeza humana única nos remete “Aquele” que nos criou como seres “ únicos” e que nos ama como filhos únicos.

E diante dessa maravilhosa realidade. O salmista exclama: “Essa verdade por demais maravilhosa, é tão sublime que não posso compreênde-la .Sl138,6. Não posso compreende-la? É verdade! Mas posso tomar posse desta verdade agora e vive-la com intensidade.  VOCÊ É ÚNICO PARA DEUS!

A alegria da experiência do amor de  DEUS é algo indescritível. Quem a tem, pode partilhar, testemunhar, mas jamais poderá traduzir em palavras a profundidade desta experiência. Mesmo que você a tenha em algum encontro, ela é pessoal e intransferível. Ao mesmo tempo ela é igual para todos por ser marcante, santificadora, momento de cura, de auto conhecimento, de paz. Nela DEUS se revela plenamente, ainda que não possamos percebê-lo totalmente e em geral, nos identificamos com o que é resposta àquilo que estamos vivendo.

Marcante porque quem experimenta DEUS nunca mais esquece. Se você teve uma experiência com DEUS, ela modifica a sua vida de alguma forma.  Até a rebeldia e a resistência às coisas de DEUS são reações à ação de DEUS na tua vida. E não pense que DEUS te invadiu ou não respeitou sua liberdade. Nada disso! Pode ser que você não aceite, mas a verdade é que “o desejo de DEUS está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por DEUS e para DEUS” (CIC 27).

Em matéria de viver e amar DEUS nos precedeu, isto é, Ele toma a iniciativa;  Ele nos procurou antes do que nós O procurássemos e continua a nos querer perto D’Ele, mesmo que não O procuremos nunca, Ele estará nos chamando, não como quem procura, mas como quem quer diálogo.  DEUS sabe onde estamos e sabe, perfeitamente, o que somos e o que sentimos”.

DEUS nos criou por amor, e planeja imergir-nos em seu amor por toda eternidade. Mesmo quando me afasto Dele, Ele permanece sempre comigo, envolvendo-me tanto quanto eu permito, chamando-me à completa união com Ele. É projeto de DEUS ver-nos face-a-face.

DEUS nos busca diariamente porque somos muito preciosos para Ele.
Foi DEUS quem te amou primeiro e o escolheu como filho e é exatamente por causa deste amor sem limite, Ele te trouxe aqui hoje e tenho certeza que Ele tem um plano especial para você.

Diz São João: “Amemos a DEUS porque DEUS nos amou primeiro” 1Jo4-19.  DEUS nos procura como uma mãe busca seu filho, simplesmente por que o ama.  (Pode-se refletir aqui o salmo 138 ou Jer1,5).
O amor de DEUS por nós é ETERNO, é PESSOAL e  é INCONDICIONAL.

Ele não nos perde de vista e mostra para todos nós que somos filhos queridos e que podemos chamá-lo de PAI.  Diz São João Magno : “Este é o dom que supera todos os outros; que DEUS chame o homem de Filho e que o homem chame de Pai a DEUS”.

Nós somos muito  preciosos para  DEUS. Somos a obra mais preciosa da criação. DEUS deixou sua marca, seu selo em toda obra da criação “... E viu que era bom” mas quando criou o homem, quando criou você,  “Ele viu que era muito bom”. Sabe por que? Por que Ele viu no homem à sua imagem e semelhança.

E podemos confirmar este amor tão intenso lendo em Is 54,10 diz: ”Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais meu amor te abandonará”. Amor imenso! Quer dizer que o amor de DEUS é impossível ser medido, não existe nada que possa comparar.

Quantas e quantas vezes chegamos a pensar: DEUS se esqueceu de mim! Será que isto é possível?  Vejam que bela canção inspirada no profeta Isaías para fazer uma comparação maravilhosa do Amor do nosso DEUS: “A mãe será capaz de se esquecer algum daquele que gerou?  Mas se existir acaso tal mulher Eu lembrarei de ti” (ou ler a passagem): Isaías Is49,15-16. Vejam!  é este DEUS apaixonado por você é que eu quero apresentar. Ah! Tome posse disso,  isso é proclamado para você individualmente”.

Pode haver uma declaração de amor mais profunda e desafiadora do que essa? Mesmo que nossa mãe nos esquecesse – e isso é impossível! – Ele não nos esqueceria jamais.

DEUS tatuou o nosso nome na palma de Sua Mão. Ah, que maravilhoso é isso! Cada vez que Ele  usa a Sua Mão, vê o nosso nome ali tatuado, lembra-se de nós, olha-nos e nos abençoa, pois nos ama como a filhos únicos.

É isso mesmo! DEUS  Pai procura nos convencer de que nos ama.  Deseja muito que cada um de nós nos sintamos amados por Ele e hoje ouvimos na Sua Palavra, de modo tão humano, “tatuado”  que o nosso nome está tatuado em Sua Mão.

Você pode exclamar: Tantas mães abandonam seus filhos!  Sim, abandona, mas esquecer que um dia gerou um filho isto é difícil demais de acontecer.  Pois esta é a comparação, DEUS jamais  esquecerá de seus amados!   Ele jamais  deixará de nos amar  e nos atrair. Amará  e atrairá até darmos o último suspiro!
E como DEUS não cessa de atrair-nos para ele, em todas as culturas, em todas as crenças, em todos os povos podemos perceber essa busca do homem por DEUS, mesmo quando nos relacionamos com Ele com esquecimento, negação, resistência ou rejeição.

E já que isso é verdade, estamos sempre a um passo de experimentá-lo em nossas vidas. Podemos começar das pequenas coisas. Pode parecer bobo, mas aquela sensação gostosa da brisa do mar batendo em seu rosto no fim da tarde fala de DEUS para você. O encontro inesperado com alguém de quem você tinha muita saudade fala de DEUS para você. Os teus filhos na inocência de criança falam de DEUS para você. O zelo de tua mãe, o esforço do teu pai, tua capacidade de aprender, os seus planos e tantas outras coisas falam de DEUS para você. Basta você perceber. Comece com esses presentes de DEUS a cada manhã e que se estendem por todo o dia. Depois passe a perceber DEUS nas atitudes, nos acontecimentos, e até no mal que é transformado por Ele em um bem, muitas vezes trazendo um alerta, provocando mudanças de vida, gerando crescimento pessoal e comunitário. É um exercício. Aos poucos você vai perceber que a sua vida é por si só, desde o seu nascimento, é uma experiência concreta de DEUS que passou despercebida, esquecida ou negada.

Tudo isso para que procurem a DEUS e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.” (Atos 17, 27).
Qual é o maior desejo do homem?

O maior desejo do homem é ver a DEUS. Este é o grito de todo seu ser. Quero ver a DEUS!. O homem realiza sua autêntica e plena felicidade na visão e na beatitude d’Aquele que o criou por amor e o atrai para si com seu amor infinito.
Por isso agora convido a experimentar o AMOR DE DEUS.  Tome posse deste momento pois será marcante em sua vida.

6 - Dinâmica:
Com os olhos fechados, vamos imaginar. Cada um vai olhar para dentro de si e perceber como está agora, você pode também pensar naquilo que mais detesta em você, aquele defeito que você gostaria de não ter, com aquele vício que não consegue se libertar. Ainda com os olhos fechados,  imagine uma pessoa à sua frente. É um velhinho acolhedor e amoroso. Imagina Ele te estendendo a mão como uma mãe, como um pai estende a mão para acolher o seu filho e lhe dizendo: Eu te amo desse jeito, com esse defeito que você não consegue se libertar, com esse vício que prejudica sua saúde, é desse jeito que Eu te amo.

Fale o seu nome: Por exemplo: Dôra, DEUS me ama como sou. É Ele  que diz para você agora: Is43,1-5  (ler e partilhar com os catequizandos - ainda com os olhos fechados. Toda vez que você ouvir Israel ou Jacó, fale o seu nome, é para você esta declaração de amor).
Que DEUS tremendo! Que DEUS tremendo! Que declaração de Amor! Quanta confiança Ele quer te oferecer!  Se esta Palavra chegou ao seu coração com valor maior do que o do ouro refinado, se desceu mais doce que o destilar dos favos, se veio do coração de DEUS e se foi para você eu convido você a um desafio: Sinta Ele à sua frente e fale para Ele — Senhor, eu entrego todo o meu ser nas Tuas mãos nesta hora — Sinta esta presença, ouça Ele dizendo para você: Dôra, eu te  amo por que te amo. Eu decidi te amar e o amo com amor eterno. Como esperei por este momento para declarar o meu amor por você Dôra!... (pode-se colocar a  música  baixinho Ou Senhor eu sei que Tu me sondas). DEUS quer ser o seu amigo. Você já imaginou a grandeza disso? Ter DEUS como um amigo?!

Antes de abrir os olhos poderá dar para cada catequizando um espelhinho dentro de um envelope ou coração duplo.  De modo que ao abrir o catequizando se verá no espelho, porém antes o catequista dirá: Agora você vai conhecer a pessoa mais amada do mundo! Você quer conhecê-la? Então abra seu coração. (O espelho deverá conter os dizeres: “Eis o meu filho muito amado!”  Levar os catequizandos a  refletir um pouco sobre a sua imagem.  Ler e refletir 1Jo3,1-3).

E ainda para maravilharmos do que ouvimos retomo: “Eu te chamo pelo nome...”  O Pai declara que nos conhece pessoalmente, sabe bem o nosso nome,  como um pai conhece seus filhos e chama cada um por seu próprio nome.

“Tu és meu!”  Se pararmos para refletir sobre essa declaração, perceberemos com que profundidade e realismo o Pai nos ama como a filhos únicos: “tu és meu”! quer dizer: “Tu me pertences! Fui eu que te chamei à vida! Sou teu Pai! És meu filho muito amado! Tu és meu e mais ninguém!
Ah, como é bom saber que DEUS me ama, não é verdade!?  E o amor de DEUS é tão enorme, tão intenso, tão perfeito que hoje Ele te trouxe aqui para declarar o seu amor por você (o catequista poderá olhar nos olhos de cada catequizando e falar para ele: O Amor de DEUS por você, fulano, é sem medida, você é único para DEUS). DEUS te ama como você necessita ser amado. O amor de DEUS é incondicional.

Hoje DEUS quer te revelar o que Ele espera de você. Muitos poderiam estar aqui, mas não estão.  Por que será que você, fulano, está aqui agora? Certamente Ele quer  te revelar que deseja muito vê-lo face-a-face.  Mas por que fulano, fulano, e não fulano (as preocupações do mundo, quem sabe?).  Muitos tem medo de DEUS!

Irmãos isto tudo é mistério de DEUS. Quero apenas dizer para você que está aqui é que você foi o escolhido. “DEUS quer salvar todos os homens” (Tm2, 4). Isto quer nos dizer que ninguém foi criado para a condenação eterna.

E com certeza você poderá estar com uma dúvida: se o amor de DEUS por nós é tão intenso, por que há tanto sofrimento no mundo? Eu respondo para você com toda certeza que DEUS não quer que soframos. Se isso acontece em nossa vida é por causa do pecado. Foi o pecado que trouxe todo o sofrimento ao mundo. DEUS  não quer a ruína do homem, mas permite, respeitando a sua livre opção.

O problema da dor e do sofrimento é um mistério que está intimamente ligado ao pecado original e acompanha a humanidade desde suas origens.  A presença de JESUS é sempre um alívio para os corpos e uma garantia da libertação espiritual.

Cristo não tirou o sofrimento da vida do homem.  Mas assumiu a natureza humana e transformou a dor e o sofrimento em instrumento de redenção.  Assim valorizou o sofrimento humano, transformando-o em princípio de ressurreição e vida.


7 -  O que é o pecado?
É a falta de confiança em DEUS.  Confiamos mais em nós mesmos do que em DEUS. Não queremos depender de DEUS, queremos fazer a nossa vontade, negando assim a DEUS.  O Pecado consiste em não confiar no amor de DEUS e em sua sabedoria;  é confiar mais na força humana do que na força do alto. É um não dito a DEUS.

Apesar de não faltar nada ao homem e gozar da presença viva de DEUS, deixaram-se seduzir pela serpente.  O pecado corrompeu o espírito do Homem e o Homem olhou para DEUS como um rival: quis ser como DEUS. Cedeu o Homem à tentação e transgrediu a ordem de DEUS (Gn 3,4s). Pelo pecado, o Homem rompeu com DEUS, arrastando consigo toda a comunidade humana, isto é, a natureza humana.
O homem livremente escolhe a desobediência, contrariando a ordem que haviam recebido de DEUS, para que não comessem do fruto da árvore (simbologia do fruto da árvore usada para explicar a origem do pecado) que estava no meio do jardim. O homem, criado à imagem e semelhança de DEUS, foi chamado a viver na presença de DEUS, com um destino sobrenatural. Pelo pecado foi expulso do Paraíso, isto é, da vida de DEUS.  Mas... tendo sido criado para DEUS, o homem sempre sente saudades do convívio divino e do Paraíso, isto é, um estado de vida agradável que fora perdido pelo pecado e com isso sofre.


Pecaram, viraram as costas para o DEUS de Amor, preferiram seus projetos aos projetos de DEUS.  Se  desligaram de DEUS, que é a fonte da vida e, em conseqüência, se aproximaram da morte. (O catequista desliga as fitinhas do coração e as deixas penduradas). Pronto!  Está o homem desligado da Verdadeira Vida, do seu Criador, seu PAI amoroso!

O homem não quis depender de DEUS, ele quis fazer-se DEUS.  Tratou não somente de conhecer o bem e o mal, mas de constituir-se juiz soberano de suas próprias ações; direito que pertence somente ao Criador. A humanidade sofre e torna-se incapaz de chegar até DEUS por suas próprias forças.  O homem foi atendendo seus anseios, desejos, tentações e assim o pecado foi se alastrando para o mundo todo e hoje podemos ver o que está aí.  Ele se tornou escravo do pecado Jo8,34-36. O homem tenta ser feliz por diversos caminhos, mas na força humana:
Falsos caminhos (droga, vícios, o sexo, disk TV para sexo, disk TV para companhia, namoros na Internet, etc).
Falsos ídolos (dinheiro, poder da mente, horóscopos, doutrinas, bruxaria, etc).

E para tudo isto, uma má notícia. O homem não encontrará solução. O homem tem um grande inimigo que não pode vencer; tem um problema que não pode resolver e não consegue sair do pecado. O homem não pode salvar a si mesmo e nem salvar os outros.  O homem não pode chegar a DEUS com suas próprias forças.

Diante desta má notícia, será que não há solução?  Temos, mas é claro que temos! Nós já não vimos o tamanho do amor de DEUS por nós?  Nem mesmo os sofrimentos são capazes de nos afastar do Amor  de DEUS   e esta deve ser a  razão da nossa perseverança.  DEUS não desiste do ser humano por que o ama desde toda a eternidade.  E aí rebanho amado,  o que será que NOSSO DEUS AMOROSO FEZ?  Jo3,16-18

É preciso que o DEUS vivo venha ocupar o lugar que é só Dele em nosso coração. Lugar que ninguém e nada pode ocupar, a não ser Ele mesmo.  E se ali não estiver, o lugar ficará vago e surgirá o vazio, a saudade, a sensação de ausência e de perda.


8 - Qual é a Solução/Boa notícia?
Há uma solução para salvação do mundo, somente uma: JESUS.  O amor de DEUS chegou a tal ponto que transbordou. DEUS se encarnou na pessoa de JESUS Cristo. O homem estava incapacitado de chegar até DEUS, por isto, DEUS chegou até o homem através de Seu Filho; JESUS veio e venceu Satanás. (Gn 3,15).  Mas como aconteceu isto?!

DEUS inflamado de amor pela humanidade, porque o amor de DEUS  é assim mesmo! Até a ingratidão dos homens inflama o seu amor, e, inflamado Ele derrama-0 na Pessoa de JESUS CRISTO. JESUS se encarna e vem morar no meio de nós (o catequista coloca a cruz no cartaz, ligando o coração aos bonequinhos), a fim de ensiná-lo a amar, a viver, a saborear  a amizade e o amor do PAI e dar possibilidade ao homem fazer novamente comunhão com DEUS.  JESUS é o 1º  e maior sacramento do PAI, isto é, o primeiro sinal que comunica o amor de DEUS pela humanidade.

Quando DEUS nos percebeu feridos pelo pecado de Adão e Eva, Ele não nos abandonou  pelo contrário, ainda mais nos assumiu, compromentendo-se com o nosso destino e sorte, com nossa dignidade e salvação.
O Pecado longe de afastar DEUS de nossa vida, faz com que Ele mais ainda se apaixone por nós, seus filhos.  Ele não aceita ver seu filho muito amado no caminho da infelicidade. JESUS é o caminho que nos leva ao PAI!

Ao falar de JESUS, é por demais importante tomar conhecimento e assimilar que é possível a comunicação da pessoa humana com DEUS.  Porém, é bom ficar claro para nós aqui agora que esta iniciativa é do próprio DEUS.  Portanto, o próprio DEUS é quem dá início ao relacionamento pessoal com Ele.

JESUS CRISTO.  Não foi a humanidade que pediu a vinda do Filho de DEUS. Isso é coisa do PAI! Em vez de ele exigir que nós subíssemos até ele, preferiu que o Filho descesse até nós. E para facilitar ao máximo, JESUS desembarca no mundo como um de nós.  DEUS derrama todo seu amor na pessoa de JESUS CRISTO. JESUS deixa tudo com o PAI aquilo que o possa diferenciar das pessoas humanas.  Ele abre o caminho de maneira desimpedida, para que todos tenham acesso.
Ah, como não maravilhar do nosso DEUS!
A iniciativa da ruptura partiu do Homem; a iniciativa da reconciliação só poderia vir de DEUS “porque DEUS é Amor” IJo4,8 e está sempre em busca do Homem, obra de suas mãos!
“Pois DEUS, o Pai, não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (IJo3 17).
Outro aspecto de fundamental importância é que, na pessoa de JESUS, a comunicação ficou muito fácil, porque Ele criou a maneira de fazer isso.  E Ele não veio só para falar às pessoas. Veja que maravilha! Ele elevou as pessoas humanas à condição de interlocutores de DEUS e não apenas ouvintes.  Cada um de nós é esse interlocutor que fala entre si.  Somos os participantes do diálogo.

E mais! dialogamos com Ele como irmãos entre irmãos!  Ele se fez um de nós, como nós, e possibilitou-nos tornarmo-nos um com Ele.

No nosso dia-a-dia, encontramos exemplos da  vida real: pessoas “importantes” que se achegam dos simples com naturalidade; que conversam com os simples de igual para igual. Já perceberam que quando isto acontece a gente sente bem? Sim! Por que percebemos que podemos nos achegar e dialogar.

E esta é a pedagogia de DEUS, Ele nos envia JESUS em tamanha simplicidade para que o ser humano pudesse adquirir confiança e sinceridade e assim dirigir a DEUS com naturalidade, porque Ele próprio assim o quer, assim escolheu.

JESUS desce e assume toda a humanidade.  Ele assume tudo que não presta do homem e sente que é preciso que Ele tome do homem as suas dores e seus pecados.  Mas o que é tomar? (o palestrante pega algum objeto de um dos participantes e exclama: “Isto me pertence? Não! O que foi que fiz? Eu tomei”).

Foi isto que JESUS fez! Ele conhecendo o homem no seu mais íntimo do seu ser e percebendo que o homem não consegue chegar a DEUS por suas próprias forças, Ele toma pra si as misérias e fraquezas do homem, para que o homem pudesse chegar até DEUS. Ele vive aqui na terra condições humanas verdadeiras. Diz um pensamento de Leonardo Boff: “Para ser tão humano, só poderia ser DEUS”.

JESUS com sua Morte e Ressurreição deu a você vida (o catequista pode pegar agora o crucifixo). JESUS aceita livremente sofrer e morrer numa cruz para que o homem tivesse acesso a DEUS (o catequista une mais fitinhas ao coração).   Vida de Filho de DEUS. JESUS é o nosso Salvador. Ele nos comunica a vida Divina. Ele dá sentido a vida  humana.  Só Ele é capaz de derrubar todas as barreiras que nos impedem de ver a DEUS. JESUS veio ao mundo por mim, por você pessoalmente, apesar dos nossos pecados somos muito amados de DEUS  e JESUS é a grande prova disso. Somos tão preciosos para JESUS que Ele promete dizer nossos nomes a Seu Pai.
Ah, como não exclamar: “Muito obrigado JESUS  por seu amor!”
E JESUS afirma e, na cruz, confirma: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13), e, dando ao homem a vida divina, tornou-o filho adotivo de DEUS.
Cristo não tirou o sofrimento da vida do homem, mas assumiu a natureza humana e transformou a dor e o sofrimento em instrumento de redenção.  Assim Ele valorizou o sofrimento humano, transformando-o em princípio de ressurreição e vida.
E é através de JESUS Cristo que DEUS vai chamando diariamente cada um de seus filhos para aquilo que Ele quer.  Vou citar para vocês várias situações de pecado; de um lado o homem de coração aberto, decidido a mudar e de outro lado JESUS com a sua infinita bondade, o Amor de DEUS, que se fez em pessoa Humana, acolhendo e restituindo a paz.
Jo 8, 1-11 – a mulher adúltera, JESUS restitui a paz e diz: “vai e não peques mais”.
Lc 19, 1-10 – o rico Zaqueu, JESUS devolve-o a dignidade humana, dá um novo sentido a sua vida, libertou-o da sua cobiça.
Lc 23, 39-43 - o Ladrão arrependido – Paz com DEUS. Deu-lhe uma nova vida.
Em todos nestes fatos vemos a misericórdia (ter coração para com os miseráveis) de DEUS e a vontade do ser humano. (Aos poucos iremos conhecer estes textos melhor e amá-los muito).

A fé em JESUS Ressuscitado é a certeza de que a intimidade profunda entre DEUS e o homem não é apenas uma promessa ou algo que se realiza no passado, mas uma aliança definitiva.  JESUS é a última revelação de DEUS Pai. E é na Bíblia que veremos como DEUS se revela a Si mesmo e nos dá a conhecer o mistério da Sua Vontade. A  razão de JESUS vir a terra foi para revelar o amor e a vida do Pai aos homens e levá-los ao Pai.  Com JESUS Cristo, o inimigo visível do homem,  a morte eterna, está vencida e tudo isso só tem uma explicação: “De tal modo DEUS amou o mundo...” Jo3,16. JESUS foi ferido por causa de nossos pecados, esmagado por caus de nossos crimes...” Is53,5 (O catequista deverá pronunciar isto com o crucifixo na mão).

Então: JESUS CRISTO é o caminho definitivo, é a tábua da salvação para toda a humanidade.  Com JESUS inicia-se uma nova criação IICor5,17.
Nós somos salvos em JESUS! Rm5,8-9
Nós estamos salvos, que notícia maravilhooooosa!  E o que é cada um deve fazer?


Rebanho amado, você está salvo! Tome posse disso agora! Mas... o que adianta anunciar para você, que você tem uma grande herança em Pidamonhagaba, se você não for lá tomar posse? Adianta alguma coisa? Não! É isto que você está convidado a fazer: Tomar posse desta salvação que hoje foi anunciada... Assuma JESUS em sua vida!

(o parágrafo a seguir cai bem se contar a história do quadro JESUS batendo na porta)
DEUS não força. Ele nos acolhe sempre que O procuramos. DEUS quer, Ele deseja muito fazer parte de nossa vida, mas nos deixa livre.  Ele não força a entrada em sua vida, em seu coração, uma vez que, a porta do coração, só se abre por dentro, Ele espera ansioso a sua resposta, coloca os ouvidos na porta, para ver se escuta algo, tamanha é a sua esperança. O que O faz continuar é o amor que Ele tem por nós.  Não importa, se até hoje, você não quis DEUS em sua vida, o que importa é a sua resposta daqui para frente.  DEUS jamais se cansa e nunca se cansará de procurar buscar seus filhos distantes, faça chuva ou faça sol, DEUS quer você, porque Ele simplesmente o ama muito.

Ele quer entrar na sua vida como você está agora, pois o  nosso DEUS é um eterno apaixonado pela fraqueza, pela miséria humana.  Condena o pecado, mas ama totalmente o pecador.
Mas ... para que você tome posse dessa salvação, deverá  ter algo muito essencial que é a fé. É impossível acreditar em tudo que está sendo proclamado sem fé.  Sim! Você vai sair para o mundo que proclama tudo ao contrário, que te convence que precisa  aproveitar a vida e com isso muitas vezes através do pecado - Fé é dom, é GRAÇA DE DEUS   Ef2,1-9.

Sua vida será um sucesso se você hoje sair daque e ir ao encontro do Senhor e pedir a de graça “voltar por um outro caminho”: O Caminho é JESUS.   Pense nisso e boa caminhada.

9 - O que é a fé?
Fé é certeza das realidades que ainda não se pode ver e sentir. Fé não é sentimento, não é uma abstração. Fé é mudança de vida, de coração. Fé é o fundamento da nossa vida cristã.  Fé é uma da virtude teologal, isto é, vem de DEUS e a recebemos no batismo.  Fé é crer em DEUS, confessá-lo como seu único Senhor e Salvador, é assumir JESUS como nossos irmãos protestantes assumem. É afirmar que só JESUS SALVA, que JESUS é o Senhor de minha vida!

Fé é caminhar em direção a DEUS, é aderir à pessoa e a missão de JESUS Cristo. Fé é convidar JESUS para tudo aquilo que vai fazer, é convidá-lo para fazer parte de sua vida. É um sim lúcido e consciente a Cristo.  É o abandono pelo qual o homem desiste de contar com seus próprios pensamentos e forças, para entregar-se à palavra e ao poder daquele em quem crê (catequista poderá usar o cartaz com o neném nas mãos). É aceitar as verdades por Ele revelado. É através de JESUS Cristo que DEUS vai chamando diariamente cada um de seus filhos para aquilo que Ele quer. JESUS Cristo é o centro da revelação de DEUS.
Se juntarmos a fé em DEUS à sinceridade e pureza de nossa alma, removeremos todos os obstáculos para nosso progresso e felicidade. Porém a fé só age com toda a sua força em nós quando estamos voltados à verdade e ao bem.
Um detalhe que podemos falar sobre a fé: “CREIO, mas não pratico”!   É possível isso?  Às vezes num encontro de amigos, a conversa gira em tono de assuntos religiosos, é comum alguém afirmar, com naturalidade e segurança: “Creio, mas não pratico”!  Trata-se de uma afirmação que parece ser tão bem formulada, de um pensamento que dá a a impressão de ser tão lógico que, normalmente, ninguém o contesta.  E, assim, dias depois, em outro grupo, se a discussão for também sobre questões religiosas, é possível que alguém volte afirmar: “Creio, mas  não pratico”!  Por que não questionamos?  Por que já se tornou tão comum...  A justificativa desse comportamento varia de pessoa para pessoa. Há aquele que deixou de lado a prática religiosa pela decepção com um líder; alguns sem perceber, abandonara, pouco a pouco, sua vida de fé: passaram tanto tempo sem rezar, sem participar de nenhuma atividade na Igreja que, quando notaram, já havia organizado a vida de  de tal maneira  que não havia mais  esaços  para expressões religiosas, e outros ainda tinham um conhecimento tão artificial que abandonaram sem nenhum questionamento. Sua fé fica resumida em atos sociais.

Mas afinal, é possível crer sem praticar?  Algumas pessoas deixam de viver uma fé alegando que não gostam de ritos, celebrações e dizem que procuram uma religião “mais interior”, livre...

Acontece que não somos seres espirituais, eles sim não precisam de sinais, gestos e palavras para se relacionarem. Nós somos seres humanos e precisamos de tudo isso,  usamos até o nosso corpo como meio de comunicação.  Traduzimos nossos sentimentos com um sorriso, um aperto de mão, uma palavra; fazemos questão de nos reunir.

Os Dons do Espírito Santo
E se você estiver pensando que não tem mais fé? Como irá fazer? Você vai pedir a DEUS para revivar a sua fé, pois você a recebeu no seu batismo. No batismo recebemos todos os Dons do Espírito Santo necessário para caminhar na fé.  É só pedir que o Espírito Santo lhe concederá. Você é filho de DEUS!  Gl4,6-7 – Vós sois filhos, com certeza Ele vai derramar o Espírito Santo!  Vamos ver esta certeza também em Lc 11, 9-13 (ler a passagem).  A palavra de DEUS é viva e eficaz, então abra o seu coração e peça o dom da fé, que certamente você conseguirá! (O catequista poderá dirigir uma prece espontânea pedindo o derramamento do Espírito Santo) E você recebendo o Espírito santo, receberá vários frutos - Gl5,22-23.

O Espírito Santo nos leva a glorificar a DEUS – ICor6,19-20 – A própria dignidade do homem pede que ele glorifique a DEUS no próprio corpo e não permita que se escravize às inclinações perversas do coração.

E um detalhe importante demais: Quanto mais optamos pelas coisas de DEUS, qunato mais deixemos que Ele ocupe nosso coração, mais as nossas mentes se abrem à necessidade de uma conversão. Precisamos estar abertos para DEUS se comunicar conosco.
O Espírito Santo vai nos ajudar a sentir o amor de DEUS.  Ele age abrindo nosso entendimento, nossas faculdades mentais para descobrirmos que somos realmente amados.  E ao sentirmos amados, com certeza, a nossa vai reviver e daí teremos condição de assumir JESUS.
10 - Porque às vezes aparecem pessoas sem fé?
Porque elas se deixaram guiar pelas coisas que o mundo oferece.  E muitas destas pessoas voltam a DEUS pela dor, sofrimento, vazio.
Já falamos do amor de DEUS, do pecado, da solução e da fé. Mas tem algo muito importante ligado a tudo isto. Quem sabe?  É a conversão.

11 - O que é conversão? At3,17,19-20
É a decisão de mudar, é exatamente isto que somos convidados a fazer com este encontro.  Converter é abrir o coração. De que tenho que converter?  (do rancor, ódio, preguiça, comodismo, falta de perdão).  Converter é nos reconciliar com DEUS.

E para que fiquem tranqüilos e abertos à conversão é necessário que você saiba: DEUS não nos olha segundo os nossos pecados, mas segundo o Seu AMOR, não nos trata conforme nossos pecados, mas segundo o Seu AMOR.  O que converte uma pessoa e que o transforma, é sentir o amor de DEUS.

Quem é tocado por esse amor não fica indiferente. Peçam  a DEUS hoje uma experiência no seu amor. Insista como uma criança, persevere com uma criança: PAI eu quero sentir o seu AMOR, eu quero me encontrar contigo! Deixe o VERDADEIRO AMOR TE TOCAR! Reconcilie com DEUS agora! Jo3,3; Ap3,15-16.
Conversão é fácil, é só ser dócil a voz da sua consciência. É refletir na ação a ser praticada: Isto me leva a DEUS ou não?

12 - O que é reconciliação?
É a retomada dos laços de união. É conversão no seu sentido profundo: voltar-se para DEUS e sua vontade; voltar-se amorosamente para os irmãos; voltar-se de forma responsável para a realidade que nos cerca. E esta conversão, primeiramente do coração e da vida, é celebrada no sacramento da reconciliação (Confissão) – Rm5,1-5
DEUS  sempre que nos acolher, vamos conferir esta afirmação em 2CR7,14 ou Ex34,6-7 – É isso mesmo! DEUS nos conhece, sabe de que barro somos feito, mas Ele é amoroso demais e sempre nos acolherá.
Como não maravilhar do nosso DEUS!

13 - Falamos o que vamos fazer (ter fé e conversão).  Como vamos viver esta fé?
Esta fé vai vivê-la em comunidade. O Reino de DEUS acontece aqui e agora. Não é para depois: “eu faço parte deste Reino e tenho que levar a vida, a resposta ao irmão”.  É na comunidade que alimentamos a nossa fé, nossa união, através das orações e da participação dos sacramentos, e, assim, fortalecidos, levar a Boa Notícia a todos os irmãos.
Se fores seguidor de JESUS deve comungar os ideais de JESUS, se assim não for, não seremos os verdadeiros seguidores Dele (não existe fé isolada)  Rm12,5 – Nós formamos a Igreja o Corpo de Cristo. Igreja esta que “JESUS não só amou-nos  até o fim mas até as últimas possibilidades do amor”.

E isso (comunidade) constitui um esforço pessoal e muito importante, por que às vezes  ouvimos certas pessoas que afirmam não ser necessário ir à igreja e assistir missa para acreditar em DEUS. E é verdade que elas têm razão! Mas chamo atenção para o fato de que uma fé assim, quase anti-social, corre o risco de se apagar e desaparecer. E nas dificuldades?    Quantas vezes nos sentimos sem força e recorremos aos irmãos aqui na Igreja! Um olhar... uma palavra... E se estiver fora como iremos fazer? É por que muitas vezes é a fé dos outros reforça a minha fé.
 Quanto mais irmãos eu vejo rezando comigo na igreja, mais eu me animo e faço atos de fé. É espontâneo, é natural! Faço uma comparação que pode pecar, mas que ajuda.  Um exemplo que todos podem visualizar; No campo de futebol e ficamos no lado da torcida do nosso time, temos mais coragem e convicção de torcer; quando, porém, estamos no meio da torcida adversária, ou quando a torcida do time é reduzida, temos  entusiasmo de torcer e de gritar, não é issso?

É bom a gente dar testemunho e receber testemunhos positivos de fé!  Assim sendo, viver em comunidade é essencial para alimentar a nossa fé (testemunho pessoal). Tão essencial como nossa vida em comunidade  “social” trabalho, escola, etc... E como viviam  os primeiros cristãos – At2,42.

Assim como precisamos de uma família, escola, clubes, etc..,  precisamos do grupo de fé a Igreja, para crescer na fé, especialmente em tempos de  “tempestade”.  Na comunidade, nós nos ajudamos mutuamente a crescer na fé. A fé é um tesouro e, juntos, devemos cuidar bem dela. (testemunho de vida de comunidade – Dora).  O que vou fazer também na Comunidade? Vamos ler Ef4,11-16

E, falando em Comunidade, lembro que o maior ponto de oração comunitária Cristã é a Santa Missa.

Concluindo: Vamos pedir a DEUS que aumente em nós o dom da fé para que possamos acompanhar com amor e carinho esta etapa de catequese que hoje iniciamos. Levar o catequizando o desejo de agradecer o encontro com oração espontânea – Ap3,19-22a.

Gesto concreto: Você deverá lembrar e repetir durante toda a semana: DEUS me conhece pelo nome e me ama como ninguém.  Você sentiu a presença de DEUS na sua vida, durante a semana? (partilhar no próximo encontro) - Cantar: O  amor de DEUS é maravilhoso (48)  ou  O Senhor tem muitos filhos.

Antes de despedi-los, poderá distribuir em envelope fechado a carta da página seguinte orientando-os que deverão abri-la quando tiver tempo suficiente para ler e meditar. Deverá ser lida em espírito de oração.

Motivação para o próximo encontro: Hoje conhecemos o Nosso Pai, o tamanho do seu amor por cada um de nós.  Como será que DEUS nos comunica conosco? Será imperdível o próximo encontro!

 Meu Filho Amado : Maria Auxiliadora

O meu desejo de PAI, com esta carta que lhe escrevo é confirmar a você o que já ouvi durante o encontro de Catequese, a Boa Notícia,  e exortar com muito carinho  você a fazer uma profunda experiência de amor COMIGO.
Você pode falar comigo! Perceba neste momento diante MIM. Perceba minha presença transmitindo a Paz que durante toda a sua vida você procurou. Eu olho para você e, radiante de Luz, espero uma reação sua... O que você quer falar agora? Que palavras você quer dirigir a MIM, meu Filho Amado? Quer agradecer a vitória que JESUS conquistou para a sua felicidade eterna, morrendo na Cruz e derramando Seu Sangue Redentor por você?  Abra o seu coração, EU quero muito ouvir você! Já pensou no que você, Meu amado Filho, diria a JESUS? Então diga agora mesmo, porque Ele também está aqui a seu lado, vendo e escutando você neste momento. Nós queremos ouví-lo!
Não me importa como está sentido, por onde você andou, o que você já fez em sua vida.  O que importa Meu Filho Amado, é que agora neste momento estou diante de você. Esperei muito por este momento poder estar diante de você!
Quantas vezes você desejou aproximar–se de mim e fazer um pedido, desabafar, aliviar seu coração, mas as mágoas e traumas profundos que traz e carrega como um peso em seu coração, sempre impediram-no de confiar plenamente em MIM.  Hoje, porém, com a Fé e a Esperança depositadas no ENCONTRO DE CATEQUESE COM ADULTOS e no valor infinito e eterno do PRECIOSÍSSIMO SANGUE  DO MEU FILHO DERRAMADO NA CRUZ, preço pelo qual foi pago, para todo o sempre, sua valiosa filiação, encontras coragem e disposição para oferecer, entregar sem reservas e consagrar a MIM, SEU PAI, este seu corpo que, com tanto AMOR criei, e esta alma onde, com infinita Misericórdia, soprei a VIDA ETERNA.
Na paz e felicidade interior que nascem desta entrega radical, sinta-se livre o suficiente para se lançar e abandonar, como criança pequenina e indefesa, na segurança e no calor de MEUS BRAÇOS FORTES E PODEROSOS DE PAI.
Permita-se,  meu filho  que experimente desde  agora, através de  sinais  transformadores  e  visíveis  em  sua  vida,  e depois,  por  toda  a  eternidade,  que  ninguém  é PAI como eu sou. NINGUÉM  É PAI COMO DEUS!  NINGUÉM  AMA  COMO EU!
Amado Filho, deixe tudo de lado, não deixes este momento de Graça passar em sua vida pois o Sangue de JESUS, MEU FILHO,  preço de sua salvação, é muito valioso para ser desvalorizado ou ignorado.
Aceite os meus sinceros votos de uma CATEQUESE COM ADULTOS transformadora em sua vida e na vida de seus familiares, e o despertar de uma nova criatura em você.
NINGUÉM É PAI COMO EU SOU!!!!!
Um abraço carinhoso e afetuoso de Seu PAI, SEU DEUS, que jamais o esquecerá!
A BÍBLIA

Tema: A Bíblia
Objetivo: Mostrar ao catequizando que a Bíblia é Palavra de DEUS.

1 - Motivação: Levar os catequizandos comentar os tipos de comunicação que existem, incentivando a participação de todos dando ênfase na carta de amor.

2  – Introdução
A Bíblia, chamada de Sagrada Escritura, é a palavra de DEUS. Ela nos revela o insondável amor de DEUS-Pai para seus amados, que é toda a humanidade. É o amor de DEUS traduzido em palavras. A Bíblia é DEUS nos falando e nos revelando seu amor, indicando-nos o caminho e o segredo da posse da vida, a salvação. A Bíblia nos revela um DEUS apaixonado pela vida humana. Revela-nos um DEUS tão junto da vida e da história humana, que não há paralelos iguais na história das religiões.  DEUS tem um recado para nós.  Ele fala ao coração de cada pessoa usando a linguagem da própria vida.
Ela nos mostra um DEUS PAI  sempre presente, harmonizando a nossa existência.  A pedagogia de DEUS concretiza-se na prática de JESUS CRISTO, na força do Espírito Santo.
A Sagrada Escritura nos apresenta DEUS como presença paterna e misericordiosa. “Como um pai que educa o seu filho, assim DEUS educa o seu povo” Dt8,5.

A Bíblia é o Livro que nos permite descobrir esse amor sem limites de DEUS- PAI. De um modo particular, o amor do coração de nosso DEUS PAI que se traduz em palavras. A Bíblia traz a mensagem de DEUS para todos nós, ela é uma verdadeira carta de amor do Nosso Pai. DEUS fala conosco em todas as épocas e de diferentes maneiras: pelos fatos da vida do povo de DEUS, por atitudes humanas e, pessoalmente, em JESUS Cristo. (Hb 1,1-2) Toda Bíblia é comunicação de DEUS com os homens!  Cantar: Toda Bíblia é...

A palavra de DEUS é viva e eficaz. Só podemos dizer que DEUS É AMOR quando amamos concretamente nossos irmãos. A grande chave da Bíblia é o Amor. Só entende a Bíblia quem ama no dia-a-dia.
A Bíblia tem dois pontos fundamentais:
1º) Mostra quem é DEUS, não o que é DEUS em Si, pois isso é um mistério.  Mostra o que Ele é para os homens, e o projeto que Ele realiza na vida e na história. Em toda a história da humanidade vemos que se o homem aceita, DEUS se prontifica a caminhar com ele, a fim de conquistar  a vida e a liberdade.
2º) Mostra quem são os homens; a Bíblia é realista e não se preocupa em ser edificante. Nela encontramos o que o homem tem de bom e de perverso; os tropeços, o egoísmo, a teimosia, as angústia, as buscas e a boa vontade.

A Bíblia mostra o encontro dos homens com DEUS e caminhando em busca da vida e da liberdade.  Outros se fecham em torno do próprio egoísmo, dos seus pecados, da sua comodidade.  A Bíblia,  portanto,  é a nossa história. É o diálogo entre DEUS e os homens e este diálogo atinge seu ponto alto na pessoa de Nosso Senhor JESUS Cristo.
A Bíblia é o nosso Livro Sagrado.  Bíblia é uma palavra grega que significa livros. Ela não é um livro, mas uma coleção de livros, é uma verdadeira biblioteca.

Ela não é um livro científico.  Para entendê-la melhor é preciso distinguir o que é exato do que é verdadeiro.  Exato é tudo o que pode ser visto, tocado e comprovado.  Verdadeiro é o que traz dinamismo e gera o novo na vida  das pessoas, mesmo sem provas materiais. Não é cientificamente exata a linguagem com que a Bíblia relata, por exemplo, a criação do mundo e do homem.  Mas é verdadeiro o que a Bíblia afirma acerca dela, usando para isso a cultura e linguagem do povo de Israel e a forma como seus sábios compreenderam a revelação de DEUS e relação inicial dos antepassados com Ele.

A Bíblia, a Sagrada Escritura, é dividida em duas partes que são: O Antigo e o Novo Testamento. A mesma palavra grega significa tanto aliança como testamento. Poderíamos, então, dizer: Antiga e Nova aliança.

O que é o Antigo Testamento?
O Antigo Testamento narra a revelação feita por DEUS antes da vinda de Nosso Senhor JESUS Cristo ao mundo, isto é, a história do povo e DEUS. O AT é o testemunho autêntico da Revelação Divina.

Nele encontramos a história de Israel, o povo que DEUS escolheu para com ele fazer uma aliança. Portanto, o Antigo Testamento é a história de um povo. Narra como ele surgiu, como viveu escravo no Egito, como possuiu uma terra, como foi governado,  quais as relações que teve com outras nações, como estabeleceu as suas leis, a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças.
Mas essa parte da Bíblia é, antes de tudo, a história desse povo em aliança com DEUS. Nada do que se conta no Antigo Testamento a respeito de Israel está desligado do seu relacionamento com Javé, o nome com que DEUS se revelou. O Antigo Testamento conta como esse povo se comportou em relação a Javé. Mostra qual o projeto que DEUS quis realizar no meio da humanidade através desse povo.

Israel foi um povo escolhido,  diferente, justamente porque estava encarregado de realizar esse plano de DEUS. Esse projeto aparece bem claro nesses livros: considerar só DEUS como o Absoluto, para que as relações entre as pessoas possam ser fraternas e ter como centro a vida e a liberdade.

Vendo como Israel foi fiel ou não a esse plano e como DEUS agiu no meio dele, poderemos nos aproximar com mais compreensão da outra parte da Bíblia, chamada Novo Testamento.

Como se divide o Antigo Testamento?

O Antigo Testamento é uma biblioteca de 46 livros, onde encontramos as experiências, individuais e coletivas, do povo de Israel com DEUS. Esses livros formam quatro grandes blocos ou tipos de escritos: o Pentateuco, os livros históricos, os livros poéticos e sapienciais e os livros proféticos.

O Pentateuco compreende os cinco primeiros livros da Bíblia. Nele temos a criação do mundo e do homem, a formação do povo de Israel, sua libertação e condução através do deserto para uma terra, e as normas básicas que devem reger uma sociedade justa e fraterna.
Os livros históricos mostram os diversos momentos da vida do povo de Israel na terra prometida e no exílio: suas grandezas e lutas, e as conseqüências práticas de sua fidelidade ou infidelidade ao DEUS da aliança.
Os livros poéticos e sapienciais apresentam a reflexão de Israel a partir das experiências concretas de vida. Tais livros tratam dos problemas que surgem na vida de cada um e que exigem um discernimento, para que se possa encontrar sentido e realização na vida.
Os livros proféticos são uma crítica profunda do presente, para abrir caminhos para o futuro. Antes do exílio, os profetas criticam as estruturas políticas, econômicas, sociais e religiosas injustas e opressoras, exigindo mudanças radicais para que se instaure uma sociedade segundo a justiça e o direito. Após o exílio na Babilônia, eles são anunciadores de consolação e esperança no Senhor, para que o povo de Israel possa reconstruir a sua história conforme o projeto da aliança com DEUS.

O que é o Novo Testamento?
O Novo Testamento composto de 27 livros narra a revelação feita diretamente por JESUS Cristo e transmitida pelos apóstolos e autores sagrados.  Sua mensagem central é o próprio Filho de DEUS.

No Novo Testamento sobressai os Evangelhos, onde nós vemos  a  missão e a Vida de JESUS. Sendo DEUS e Homem, o próprio JESUS é a expressão total dessa aliança: ele mostra que DEUS é Pai para os homens, e como os homens devem viver para se tornarem filhos de DEUS.

Através de sua palavra e ação, JESUS inaugurou a nova aliança ou, em outras palavras, o Reino de DEUS. Esse Reino ou aliança não é mais aliança com um povo. É aliança aberta a todos os homens, todos os povos de todos os tempos e lugares.

JESUS não deixou nada escrito. Ele pregou, ensinou e colocou em prática a vontade de DEUS. Isso fez com que ele entrasse em conflito com a estrutura da sociedade, que o perseguiu, prendeu e matou. Mas JESUS ressuscitou, enviou o Espírito aos seus seguidores,  chamados apóstolos e discípulos, e estes continuaram sua missão, pregando, ensinando e fazendo como JESUS fazia. Foram eles que escreveram o que encontramos no Novo Testamento. Não pretenderam fazer uma biografia de JESUS, nem uma história ou crônica da ação dos seus seguidores. Eles quiseram, em primeiro lugar, anunciar JESUS para que os homens tivessem fé e se comprometessem com JESUS. Fé e compromisso que significam continuar sua palavra e ação, construindo o Reino.

Os livros do NT nos narram também o nascimento da Igreja. No Novo Testamento destacamos os evangelhos, Atos dos Apóstolos, 21 epístolas (cartas pastorais, trazem ensinamentos dos Apóstolos às comunidades que foram surgindo com a difusão do Evangelho) e o livro do Apocalipse, o único livro profético do Novo Testamento (Livro escrito utilizando-se de uma simbologia forte).

O que são Evangelhos?
Evangelho é uma palavra grega que significa “boa notícia”. Os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João são escritos que nasceram em comunidades cristãs particulares, refletindo suas necessidades, seus problemas e seu compromisso de fé com JESUS Cristo. Bem cedo esses escritos começaram a circular em outras comunidades, e logo se tornaram patrimônios de toda a Igreja.


Objetivo dos Evangelhos: Os evangelhos apareceram entre 30 e 70 anos depois da morte de JESUS. Sua intenção não era em primeiro lugar fazer uma biografia, uma história de JESUS. Queriam, sim, esclarecer e manter vivo na comunidade o compromisso com JESUS, recordando e adaptando suas palavras, sua atividade e seu destino (morte e ressurreição). Desse modo, as comunidades podiam continuamente se lembrar do que deviam dizer e fazer e de como era chamada a seguir o mesmo destino de JESUS,  rumo à morte e ressurreição. Os Evangelhos são quatro, a saber:

1) Evangelho de São Mateus – Apresenta  JESUS como mestre da justiça. Ele é o novo Moisés.
Mateus apresenta JESUS com o título de Emanuel, que significa: “DEUS está conosco” (Mt 1,23). À medida que lemos este Evangelho, vamos descobrindo o significado desse título: DEUS está presente em JESUS, comunicando a palavra e ação que libertam os homens e os reúnem como novo povo de DEUS. As últimas palavras de JESUS (Mt 28,20) são uma promessa de permanência: “Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo”. Essas palavras, dirigidas ao grupo dos discípulos, mostram que Mateus vê a comunidade cristã como semente do novo povo de DEUS, povo que é o lugar onde se manifestam a presença, ação e palavra de JESUS.

Segundo Mateus, JESUS é o Messias que realiza todas as promessas feitas no Antigo Testamento. Essa realização ultrapassa as expectativas puramente terrenas e materiais dos contemporâneos de JESUS, que esperavam apenas um rei terrestre para libertá-los da dominação romana. Frustrados em suas expectativas, eles o rejeitam e o entregam à morte. Por isso, a comunidade reunida em torno de JESUS torna-se agora a portadora da Boa Notícia a todos os homens, a fim de que eles façam parte do Reino do Céu.

Logo de início, Mateus apresenta JESUS como o Mestre que veio realizar a justiça: “devemos cumprir toda a justiça” (Mt 3,15). O restante do Evangelho mostra que, através da palavra e ação, JESUS vai educando a comunidade cristã para a prática dessa justiça, isto é, vai ensinando como se deve realizar concretamente a vontade de DEUS. Desse modo, a comunidade aprenderá a dizer a palavra certa e a realizar a ação oportuna no tempo e lugar em que está vivendo.

2) Evangelho de São Marcos – Responde a pergunta: quem é JESUS?
Marcos escreveu o seu Evangelho para responder à pergunta “Quem é JESUS?”. O evangelista, porém, não responde isso diretamente. Ele apenas relata a prática ou atividade de JESUS, deixando que o leitor chegue por si mesmo à conclusão de que JESUS é o Messias, o Filho de DEUS (1,1; 8,29; 14,61; 15,39).  Portanto, na leitura de Marcos, o importante é estar atento ao que JESUS faz.

O livro de Marcos é apenas o começo da Boa Notícia, ou Evangelho (1,1). O autor deixa claro, portanto, que sua obra não é completa e que, para chegar ao fim, supõe que o leitor tome uma posição: continuar o livro através de sua própria vida, tornando-se discípulo de JESUS. Como discípulo, o leitor deve agora chegar a uma decisão, isto é, reconhecer JESUS como o Messias que leva à plenitude da vida (8,29; 15,39) e aceitar o seu convite, indo ao encontro do Ressuscitado na Galiléia (16,7). Não se trata simplesmente de voltar a ler o Evangelho desde (1,14) e sim, de continuar no tempo presente a atividade concreta de JESUS, através de uma prática que faça renascer continuamente a esperança da vinda do Reino.

3) Evangelho de São Lucas: Com JESUS nasce uma nova história.
O terceiro Evangelho apresenta o caminho de JESUS como um caminho que se realiza na história. Para percorrê-lo, o Filho do Altíssimo (1,32) se faz homem em JESUS de Nazaré (2,1-7), trazendo para dentro da história humana o projeto de salvação que DEUS tinha revelado, conforme a promessa feita no Antigo Testamento (1,68-70).
O ápice desse evangelho está nas palavras de JESUS na cruz: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (23,46). A morte de JESUS é a sua libertação nas mãos de DEUS. Ela aparece como conseqüência da sua ação voltada para os pobres e oprimidos, provocando toda a violência do sistema baseado na riqueza e no poder. Mas ela é também a libertação, por causa da obediência total e confiante a DEUS.
Lucas também é o autor do livro Atos dos Apóstolos.   Os três evangelhos acima são chamados Sinóticos, isto é, eles são semelhantes entre si.

4) Evangelho de São João: JESUS é o caminho, a verdade e a vida.
O Evangelho de João é diferente dos três primeiros. Em Mateus, Marcos e Lucas há muitos milagres e palavras de JESUS. Em João encontramos apenas sete milagres, que são chamados de sinais, e alguns discursos que se desenvolvem lentamente, repetindo sempre os mesmos temas-chave.

O Evangelho de João é uma espécie de meditação, que procura despertar e alimentar a fé em JESUS Cristo, o Filho de DEUS, a fim de que os homens tenham vida (Jo 20,30-31). JESUS é o enviado de DEUS, aquele que revela o Pai aos homens. DEUS ama os homens e quer dar-lhes a vida. JESUS revela esse amor e realiza a vontade do Pai, dando sua vida em favor dos homens. João procura mostrar isso através dos sete sinais que ele apresenta na primeira parte do Evangelho, salientando aí a importância do compromisso da fé. Na segunda parte, ele mostra a mesma coisa, salientando a importância do amor e narrando o supremo sinal: a volta de JESUS ao Pai, através da morte e ressurreição.

O evangelista São João escreveu também três cartas (IJo, IIJo e IIIJo, dirigidas à Igreja, isto é, a nós) e o livro do Apocalipse.

Atos dos Apóstolos - Este livro é a segunda parte do Evangelho de São Lucas. No Evangelho, Lucas apresenta a vida e a atividade terrestre de JESUS como uma grande viagem que vai da Galiléia até Jerusalém, centro político-religioso do judaísmo. Nos Atos dos Apóstolos, ele apresenta a atividade dos apóstolos como uma grande viagem que vai de Jerusalém até Roma, o centro do mundo naquela época. O resumo do livro dos Atos está em At 1,8: “O Espírito Santo descerá sobre vocês, e vocês serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, até os confins da terra”. O livro dos Atos é, portanto, o livro do testemunho. Há quatro pontos importantes nesse livro: o kérigma, a catequese, a vida das comunidades e a missão.

O kérigma é o primeiro anúncio, para provocar a conversão daqueles que não aceitaram ou daqueles que ainda não conhecem JESUS Cristo.  Esta foi a primeira atividade dos apóstolos.

A catequese é o aprofundamento na fé daqueles que já se converteram, mas sentem necessidade de conhecer mais detalhadamente a pessoa, o ensinamento e a prática de JESUS.

A vida das comunidades: A ação dos apóstolos dá origem às primeiras comunidades cristãs, núcleo de uma nova sociedade, baseada na fraternidade e na partilha. O livro narra também as dificuldades, os conflitos que essas comunidades viveram e enfrentaram.

A missão apostólica, sintetizada principalmente na figura de São Paulo. Ele é apresentado como o modelo do agente missionário que leva o Evangelho por todas as partes, até atingir o centro do mundo daquela época (Roma).
Temos também no NT as cartas dos Apóstolos dirigidas a várias comunidades e um livro profético que é o Apocalipse, que quer dizer revelação.

3 – Como a Bíblia chegou até nós.
DEUS fala pela vida do povo.  Em seguida, o povo conta e reconta como descobriu DEUS na vida, ou seja, era o povo que conservava a história na memória. E onde eram contadas estas histórias?  Era nos templos, em romaria, enfim qualquer lugar onde tinha o povo de DEUS reunido.  É isto que chamamos de Tradição Oral.  Hoje a tradição é registrada nos documentos eclesiásticos (Igreja).
Temos a revelação, tradição e Magistério da Igreja.  Daí surge a Sagrada Escritura, nosso livro por excelência e os documentos da Igreja, sendo estes inesgotáveis, isto é, sempre haverão.


A Bíblia foi escrita para: contar o passado, anunciar o futuro e mostrar o presente.

Por volta do ano 1200 a C, o povo começou a escrever estas histórias em folhas de papiro (um tipo de papel) e pergaminho (couro seco de ovelha). O objetivo era preservar bem na memória a revelação de DEUS na vida do povo.
Os primeiros escritos foram anônimos, com o passar do tempo, foram colecionados, atualizados e incorporados em conjuntos maiores.  Só então foram atribuídos a algum grande personagem. Por exemplo, a Lei foi atribuída a Moisés, os salmos a Davi e os livros sapienciais a Salomão (livros que apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel). A Bíblia ficou pronta no ano 100 d.C.
Dentre as diversas traduções da Bíblia, vamos ver as duas mais conhecidas que são: Tradução dos Setenta e a Vulgata.

a) Tradução dos Setenta: Como foi que surgiu esta tradução? Os Judeus de Alexandria falavam o grego e tinham uma literatura própria.  Era necessária que tivessem também a Bíblia em grego.

Começou-se então a tradução da Bíblia para o grego em meados do séc. III a.C. e durou cerca de um século. Diversos tradutores trabalharam com resultados diferentes.  Os Judeus foram os primeiros a perceber que o que “era dito em hebraico quando traduzido perdia sua força para outra língua”. Mesmo assim esta tradução foi usada e recebeu o nome de “a tradução de Alexandria”.  De onde surgiu a denominação de Setenta? Surgiu de uma lenda; diz que esta tradução teve origem milagrosa, a saber: o rei Ptolomeu II (285-247 a C), querendo possuir um exemplar grego dos livros sagrados dos Judeus, teria pedido ao sumo sacerdote Eleázaro de Jerusalém os tradutores respectivos.  Eleázaro teria enviado seis sábios de cada uma das tribos de Israel (72 sábios) para Alexandria. Cada um destes sábios ficou em um cubículo isolados e produziram o mesmo texto grego do AT!  Este fato tornou-se bastante conhecido e fez com que a tradução de Alexandria fosse também denominada dos “Setenta Intérpretes”.  Isso é muito importante porque refere o modo como os Judeus liam a Bíblia nos século III/II  a.C.

b) A Vulgata: Entre os Cristãos do Ocidente havia no século IV tantas traduções latinas da Bíblia que os leitores se viam confusos a respeito. Foi por isto que o Papa São Dâmaso (366-384) d.C pediu a São Jerônimo que fizesse uma revisão dessas traduções.  São Jerônimo dedicou uma boa parte de sua vida, mais ou menos 20 anos, levando uma vida de ascetismo e de estudo. Sem esmorecer diante das dificuldades e sem se cansar no longo e áspero caminho, revisou o texto grego do N.T. e traduziu o hebraico do A.T., dando à Igreja um texto latino que logo se propagou e foi chamado  “Vulgata latina”. Esta tradução foi lida até o Concílio Vaticano II. Hoje a que nós lemos é a tradução Neo-Vulgata, isto é, a mesma do São Jerônimo, porém com mais recursos lingüísticos.

Falando em São Jerônimo, é bom lembrar que o seu dia é comemorado no dia 30/09. Vamos pedir a Ele neste dia que interceda a DEUS por nós para que despertemos maior interesse pela Sagrada Escritura.

4 – O Autor da Bíblia
O autor da Bíblia é o próprio DEUS. A Bíblia é, do início ao fim, inspiração de DEUS.  Inspiração é a iluminação da mente do autor humano para que possa, com os dados de sua cultura religiosa e profana, transmitir uma mensagem fiel ao pensamento de DEUS.  Então podemos afirmar claramente que DEUS nada dispensa a atividade do homem.  Podemos dizer que a Bíblia é um livro humano e divino.  A Bíblia é toda de DEUS e toda do homem, ela nos transmite o pensamento de DEUS revestido da linguagem humana.  Assemelha-se como o Mistério da Encarnação; DEUS se revestiu da carne humana.  A Bíblia é a palavra de DEUS revestida da palavra do homem.
“Toda a Escritura é inspirada por DEUS  e útil para ensinar e para convencer, para corrigir  e para educar na justiça, a fim de que o homem  de DEUS seja perfeito e preparado para as boas obras." (2Tm 3, 16-17)".

A finalidade da inspiração  bíblica é estritamente religiosa. Não existem erros na Bíblia. Não podemos comparar fatos encontrados na Bíblia com o de ciências naturais.  Portanto,  o objetivo da inspiração bíblia é religiosa, pois nos ensina aquilo que o homem não pode compreender por sua inteligência, ensina sobre o plano de amor e salvação que DEUS tem para nós.

5 – Gênero literário
Como já vimos, a Bíblia é a palavra de DEUS revestida da palavra humana.  Veja, se DEUS usou o homem para que Sua palavra fosse escrita, Ele respeitou a linguagem e o gênero de cada autor. Se este quis usar de metáfora, não deverei tomá-lo ao pé da letra, se quis usar de gênero estritamente narrativo, não deverei entendê-lo metaforicamente.

Assim, temos na Bíblia vários estilos diferentes; a poesia, história, parábolas, etc.  Cada gênero literário tem suas regras de expressão, por exemplo: temos uma história belíssima, espécie de romance que é o livro de Tobias. Mas devemos ter sempre em mente que todo e qualquer versículo da Bíblia, por menor que seja, tem o objetivo de transmitir um ensinamento divino.

O livro Cânticos dos Cânticos também nos fala de um amor apaixonado. Ele aborda a experiência humana mais profunda, universal e significativa: o amor. Porém, de que amor se fala? Ele nos fala inseparavelmente, pois o homem, com toda sua humanidade, é  imagem e semelhança de DEUS e, além disso, como diz São João, “O amor procede de DEUS, e todo aquele que ama nasceu de DEUS, e conhece a DEUS... pois DEUS é Amor” (1Jo4, 7-8). Assim sendo, o amor humano é o espelho, o sacramento, o sinal, a manifestação do próprio DEUS. Em suma este livro mostra o Amor de DEUS para com os homens Cant2,8-10 e Os11,3-4.
Nestes textos é narrado em linguagem bem humana o tamanho do amor de nosso DEUS!  No primeiro é relação  apaixonada de homem/mulher. Quem de nós aqui não chama o seu amado de algum nome carinhoso?  Assim é o nosso DEUS.   No texto de Oséias vemos a relação de PAI/MÃE que cuida de seu filho. Deixe-se ser cuidado por esse PAI AMOROSO!  
A Bíblia inteira está penetrada pelo amor gratuito e misericordioso de DEUS.   É um amor que humaniza, dignifica e promove; um amor que corrige quando é necessário; um amor que liberta e salva.

Temos também um livro de difícil leitura que é o Livro do Levítico. Este livro é um dos mais difíceis e o menos lido na Bíblia. Qual será o seu conteúdo?  O livro do Levítico apresenta um emaranhado de leis, cerimônias, rituais, festas e costumes.  Até JESUS parece desestimular sua leitura quando Ele critica as leis sobre o que é puro e impuro. Os Judeus observavam à risca o conteúdo deste livro.

Mas, mesmo que este livro apresenta dificuldades para a leitura e muitas leis superadas mas  não podemos esquecer que faz parte da revelação de DEUS e tem mensagem válida sempre.  É no Levítico que encontramos o convite: “Sede santos por que eu, o Senhor vosso DEUS, sou santo” Lv 19,2.  E também encontramos uma regra de ouro, que JESUS retoma: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo“ Lv 19,18.

Outro estilo muito usado pelo Mestre JESUS é o da parábola.  Por exemplo, o Filho Pródigo, onde JESUS quis nos mostrar o grande amor de DEUS e como Ele trata o pecador que se arrepende. Lc 15-11-32
A linguagem da Bíblia é a linguagem daquela época; era a realidade daquele povo.  Às vezes aparece sentido metafórico.

Outro exemplo de parábola é a da videira; onde JESUS diz ser a videira, DEUS é o agricultor; e quem são os ramos? Somos nós! JESUS fez a comparação da videira, pois todos aqueles que O seguiam conheciam muito bem esta árvore, e,  assim, tantas outras comparações.

Os números na Bíblia também têm um significado forte.  O povo usava os números para se expressar: Por exemplo, para dizer que uma pessoa era muito abençoada e vivia na Graça de DEUS, diziam: fulano viveu 765 anos.  Sobre a nossa Irmã Dulce na Bahia, o povo iria dizer que ela teria vivido 1000 anos, pois sabemos que ela teve sua vida totalmente voltada para  servir a DEUS e ao próximo. Os números 7 e 12 também são muitos usados na Bíblia. O 7 perfeição, o 12 totalidade. Temos aquela passagem em JESUS que devemos perdoar 70 x 7, isto é para  sempre.

O número 40.  A Bíblia usa com freqüência período de 40 dias (ou 40 anos) para indicar ocasiões especiais em que são vividas experiências importantes: São 40 anos de caminhada do povo no deserto, os 40 dias que JESUS esteve no deserto, 40 dias de Moisés no Monte Sinai, 40 dias de preparação para a Páscoa, que é a Quaresma, etc.  Existem outras passagens na bíblia para mostrar “tempo completo”, isto é, tempo necessário para se ter uma experiência perfeita.  Esses períodos vêm antes de fatos importantes e se relaciona com a necessidade de ir criando um clima adequado e dirigindo o coração para algo que vai acontecer.

Há também na Bíblia mentalidade “meio estranha” mas era mentalidade do povo naquela época, por exemplo, vimos a história de Samuel em 1Sm 3,1-10. Sua mãe era estéril e por causa disso vivia no templo orando para que o Senhor lhe concedesse um filho, pois as mulheres estéreis eram consideradas amaldiçoadas por DEUS.
Enfim, estes foram alguns exemplos que nos ajudam a compreender e amar a Bíblia Sagrada.


6 – A Bíblia católica é diferente da protestante?
Se um católico descobre em casa uma Bíblia publicada pelos protestantes, freqüentemente fica meio cismado e pergunta: “Será que posso ler? Será que não é diferente da Bíblia católica?” Por outro lado, não entende como pode haver duas Bíblias, uma diferente da outra. A Palavra de DEUS não é uma só?
A questão é a seguinte: na Bíblia protestante faltam alguns livros na parte do Antigo Testamento, livros que existem na edição católica: Baruc, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, os dois livros dos Macabeus, pequenos trechos dos livro de Ester (10,4-16,24 e alguns trechos do livro de Daniel. São chamados de livros deuterocanônicos (segunda lista). A Igreja católica os aceitou como sendo inspirados, como sendo Palavra de DEUS,  enquanto para os protestantes são chamados apócrifos).

Apócrifos para nós católicos são certos livros antigos, semelhantes a livros bíblicos não inseridos na Bíblia e são considerados apócrifos – palavra grega que significa “escondido”  mas neste caso adquiriu o sentido de “falso”. Indicando, portanto, os livros de origem incerta, são eles: Os mais conhecidos o Proto-evangelho de Tiago e o Evangelho secreto da Virgem Maria.

Para entender essa diferença, é preciso conhecer um pouco a história do texto do Antigo Testamento. A Bíblia, inicialmente, só existia em hebraico. Quando os Judeus se espalharam pelo mundo, sentiram necessidade de traduzi-lo para uma língua mais universal naquela época: o grego. Acontece que no Antigo Testamento traduzido foram colocados alguns livros que não estavam na Bíblia hebraica e que eram mais recentes. São aqueles que citamos acima. Os protestantes consideram como Palavra de DEUS só os livros do Antigo Testamento que fazem parte da Bíblia hebraica, enquanto que a Igreja católica considera também alguns que foram acrescentados na tradução grega feita pelos Judeus.

Para organizar a lista dos livros da Bíblia os Fariseus antigos, julgaram que, para serem inspirados por DEUS, os livros deveriam ser:

Antigo, isto é, não escritos depois de Esdras e Neemias.
Escritos em língua “sagrada” isto é, hebraico e aramaico.
Fossem de acordo com a lei de Moisés.
d) Tivessem origem na Palestina e não em terra estrangeira.  Os livros de Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiásticos, Baruc, I e II Macabeus, não satisfazem todos esses requisitos e não foram aceitos pelos fariseus na organização e fixação do Cânon, isto é, a lista de livros. Os protestantes adotaram o cânon hebraico, por isso na bíblia deles faltam os 7 livros mencionados acima.

Essa é a diferença entre a Bíblia católica e protestante. O Novo Testamento é igualzinho. Portanto, se você tem uma Bíblia protestante não precisa rasgá-la ou queimá-la. Basta você estar ciente de que faltam esses livros, que você poderá ler uma Bíblia católica (explicar o rodapé).

É bom ressaltar também que mesmo entre as bíblias católicas existem algumas diferenças nas traduções.  Por exemplo: Ave Maria é diferente da Bíblia de Jerusalém. Mas por que existe diferença?  As diversas traduções  têm o objetivo somente de facilitar a leitura do povo mais simples.  Mas esta diferença é apenas no vocabulário usado, o conteúdo é o mesmo.

7 – Necessidade da leitura bíblica
A Leitura da Bíblia é necessária para todos os Cristãos. É o nosso livro por excelência. É verdade que a leitura da Bíblia não é indispensável para a salvação.  O que seriam das pessoas que não sabem ler?  Mas isso não deve diminuir a atenção aos textos sagrados, mesmo porque, a Bíblia inteira é uma verdadeira carta de amor que o nosso Pai nos envia com as Suas exortações, conselhos.  Seria uma grande falta de amor para com DEUS não ler a sua Carta.

8 – Como devemos ou não ler a Bíblia
Com espírito de oração. Ler a Bíblia é entrar em contato com DEUS, daí se conclui que as disposições devem ser as mesmas  que se recomendam para a oração: humildade, retidão de intenção, pureza de coração e o desejo de maior união com DEUS.
Buscar apenas conhecimentos divinos.
Não devemos ler a Bíblia em busca de curiosidades ou espírito crítico.

DEUS NÃO SE COMUNICA COM O ORGULHOSO
9  -  Preciso ler também o Antigo Testamento?
Sim, para compreender o NT é necessário ler e conhecer também o AT, pois o Novo Testamento é o cumprimento do Antigo Testamento.
Como exemplo cito o Evangelho de São Mateus, para compreendê-lo bem é bom que se conheça o Livro do Levítico.


10 – Como localizar uma passagem na Bíblia.
Os livros da Bíblia são divididos em capítulos, e os capítulos em versículos.  Os capítulos são indicados com números grandes; os versículos com números pequenos.  No começo das Bíblias encontramos sempre uma lista das abreviaturas dos livros.  Para citar uma passagem, coloca-se a abreviatura do livro, seguida por número que indicam o capítulo e o versículo que se deve ler.  Vejamos alguns exemplos:
a vírgula separa o capítulo do versículo.  Ex.: Jo1,14 = Evangelho de João, capítulo primeiro, versículo quatorze.  “E o verbo.....”  e 1Jo3,2.
o traço pode indicar uma seqüência de versículos ou uma seqüência de capítulos. Ex.: Dt 15,1-8 = livro do Deuteronômio, capítulo quinze, versículo um até o versículo oito.
Mt 5,3-7,5 = Evangelho de Mateus, do capítulo cinco, versículo três, até o capítulo sete, versículo cinco.
o ponto separa versículos saltados. Ex. Is43,1-4.6 = Livro de Isaías, capítulo 43, versículos 1 a 4, pula o versículo 5 e lê o versículo 6.

o ponto e vírgula separam tanto capítulo de capítulo, como livro de livro. Ex.: Mt 5,3;8,2 = Evangelho de Mateus, capítulo cinco, versículos três, depois, Mateus, capítulo oito, versículos dois. e capítulo oito, versículo dois ou Mt 5,3; Lc 2,4 = Evangelho de Mateus, capítulo cinco, versículo três e, depois, Evangelho de Lucas, capítulo dois, versículo quatro.

Para localizar um livro dentro da Bíblia, consulte o índice, que mostrará em que página está aquele livro.
“Talvez você seja o único Evangelho que seu irmão possa ler. Você já pensou nisso?”

11 - Os Povos citados na Bíblia.
1) Os Samaritanos - Apesar de não pertencerem ao judaísmo propriamente dito, os samaritanos aparecem como um grupo característico do ambiente palestinense e são mencionados várias vezes no Novo Testamento. São considerados como raça impura pelos Judeus, por serem descendentes da população israelita misturada com estrangeiros que se transferiram para a Samaria, após a queda do Reino do Norte sob o poder da Assíria em 722 a.C. (2Rs 17,24-41). Considerados como grupo herético e cismático, os samaritanos viviam em contínua rixa com os Judeus, que os detestavam até mais que aos pagãos.

Mais ainda que os Judeus, os samaritanos observavam escrupulosamente a tradição oral e as leis do Pentateuco, que para eles é a única Escritura válida. Além disso, seu lugar exclusivo de culto não é Jerusalém, mas o monte Garizim, que fica perto de Siquém, na Samaria. Acreditavam na profecia e esperavam um messias que se chamava Taeb (= aquele que volta); este, porém, não seria um rei descendente de Davi, mas um novo Moisés, que revelaria a verdade e organizaria a sociedade no fim dos tempos.
Os samaritanos aparecem diversas vezes nos Evangelhos. Um dia JESUS foi insultado com o apelido de “samaritano” (Jo 8,48). Jo 4 informa sobre a conversa de JESUS com uma samaritana, sua pregação aos habitantes de uma aldeia da Samaria e a conversão de muitos; mas a narrativa deixa clara a hostilidade que existia entre os dois grupos. Todavia, o Evangelho abre um horizonte novo: um samaritano é apresentado como exemplo de amor ao próximo (Lc 10,33ss), e o único dos dez leprosos a quem JESUS curou, e que lhe agradeceu, era um samaritano (Lc 17,16). JESUS não poderia exigir ato maior de um Judeus do que aceitar um samaritano como irmão.
2) Os Essênios - Os essênios eram uma  espécie de associação ou comunidade religiosa do judaísmo, um tipo de ordem monacal com tendências claramente ascéticas. O nome vem do aramaico e pode significar “os piedosos” ou “os calados”. As principais notícias sobre a existência do grupo provem dos escritos dos Judeus Fílon e Flávio Josefo. A partir das descobertas de documentos em grutas perto do mar Morto (Qumrã), em 1947, muitos pesquisadores identificaram a comunidade de Qumrã com os essênios, ou ao menos com um grupo deles.

A seita dos essênios formou-se a partir da fusão de sacerdotes dissidentes do clero de Jerusalém e de leigos exilados. Na época de JESUS eles viviam em comunidades com estilo de vida bastante severo, caracterizado pelo sacerdócio e hierarquia, legalismo rigoroso, espiritualidade apocalíptica e a pretensão de ser o verdadeiro povo de DEUS. Em muitos pontos eram semelhantes aos fariseus, mas surgiram e se mantiveram sempre em ruptura radical com o judaísmo oficial.

A organização da comunidade lembra muito das ordens religiosas cristãs: essas pessoas dirigiram-se para regiões de grutas, para aí viverem em ideal “monástico”. Levavam uma vida em comum, onde os bens eram divididos entre todos, havia a obrigação de trabalhar com as próprias mãos (em geral na agricultura), o comércio era proibido, assim como o derramamento de sangue, mesmo em forma de sacrifícios. As condições para a admissão na comunidade eram severas, acontecendo depois de um tempo de noviciado. A comunidade caracterizava-se ainda pelo governo hierárquico, disciplina austera,  rituais de purificação, e ceias sagradas comunitárias. Esperavam um messias que iria fazer a guerra santa, exterminando os ímpios para estabelecer o reino eterno dos justos.
3) Os saduceus - Na sociedade judaica do tempo de JESUS podemos distinguir vários grupos, que se diferenciam no modo de se relacionar com a política, a economia e a religião. Esses grupos tinham grande importância no quadro social da época.

O grupo dos saduceus era formado pelos grandes proprietários de terra e pela elite dos comerciantes. Desse grupo provinham os Anciãos, isto é, aqueles que controlavam a administração da justiça no tribunal suprema,  chamada Sinédrio; do mesmo grupo provinha também a elite sacerdotal, que administrava o Templo e era responsável pelo culto. Os saduceus, portanto, concentravam nas suas mãos todo o poder político. Embora não se relacionassem diretamente com o povo, eram intransigentes com a sociedade e vivam preocupados com a ordem pública. Esse grupo foi o principal responsável pelo julgamento e morte de JESUS.

Os saduceus foram os maiores colaboradores da dominação romana na Palestina e sempre mantiveram uma política de conciliação, certamente pelo medo de perder seus cargos e privilégios. Por essa razão sempre foi o grupo mais odiado pela ala nacionalista do judaísmo.

No que se refere à religião, os saduceus era o grupo mais conservador: aceitavam apenas a autoridade da lei escrita e rejeitavam as novas concepções geralmente aceitas pelos escribas e fariseus (crença nos anjos, demônios, ressurreição e messianismo). O grande debate desse grupo com JESUS foi sobre a questão da ressurreição (cf. Mc 12,18-27) e, no processo de JESUS, a questão do messianismo. Como grupo, os saduceus desapareceram com a destruição do Templo pelos romanos no ano 70 d.C.

4) Os escribas - Na sociedade judaica do tempo de JESUS, o grupo dos escribas ou doutores da Lei estava em ascensão e adquiria cada vez maior prestígio. Seu grande poder residia no saber. Com efeito, eles eram os especialistas na interpretação da Sagrada Escritura; como esta era a base da vida do povo judaico, os escribas acabaram se tornando especialistas em direito, administração e educação.

A influência dos escribas se fez sentir principalmente em três lugares: no Sinédrio (tribunal superior), na sinagoga (casa de oração) e na escola. No Sinédrio eles se apresentavam como juristas para aplicar a Lei de Moisés em assuntos governamentais, administrativos e em questões judiciárias. Na sinagoga eles eram os grandes intérpretes da Sagrada Escritura, criando novas tradições através da releitura, da explicação e da aplicação da Lei para os novos tempos e circunstâncias. Eram eles que abriam escolas para ensinar a ler e escrever, formando novos discípulos.

Embora os escribas não pertencessem economicamente à classe mais abastada, gozavam de uma posição estratégica sem igual: monopolizando a interpretação da Sagrada Escritura, eles se tornaram os guias espirituais do povo, influenciando profundamente a vida social e determinando até mesmo as regras que dirigiam o culto. Sua grande autoridade se firmava sobre uma tradição esotérica: não ensinava tudo o que sabiam e escondiam ao máximo a maneira como chegavam a determinadas conclusões.

Após a destruição de Jerusalém e do Templo, foram os escribas e os fariseus que deram uma nova forma à religião judaica, tornando-a eminentemente uma religião da palavra.

5) Os fariseus - Fariseu quer dizer separado. Inicialmente aliados à elite sacerdotal e aos grandes proprietários de terra, os fariseus se afastaram para dirigir o povo, embora mantivessem distância do povo mais simples, julgado ignorante e não cumpridor da Lei. Segundo os fariseus, esse povo mais simples era um povo maldito, pois, desconhecendo a Lei, não poderia se salvar.  Os fariseus eram nacionalistas e hostis ao império romano, mas sua resistência era do tipo passivo. O grupo dos fariseus era formado por leigos provindos de todas as camadas da sociedade, principalmente artesãos e pequenos comerciantes. A maioria do clero pobre, que se opunha à elite sacerdotal, também começou a fazer parte desse grupo.

No terreno religioso, os fariseus se caracterizavam pelo rigoroso cumprimento da Lei em todos os campos e situações da vida diária. Eram conservadores zelosos e também criadores de novas tradições, através da interpretação da Lei para o momento histórico em que viviam. A maior expressão do farisaísmo foi a criação da sinagoga, opondo-se ao Templo, dominado pelos saduceus. Desse modo, a sinagoga com a leitura, interpretação dos textos bíblicos e a oração, tornou                                                                                                                                                                                                                                                       se uma expressão religiosa oposta ao sistema cultual e sacrifical do Templo.

Os fariseus acreditavam na predestinação, na ressurreição e no messianismo. Esperavam um messias político-espiritual,  cuja função seria precipitar o fim dos tempos e a libertação de Israel. Esse messias seria alguém da descendência de Davi. E os fariseus acreditavam que a vinda do Messias dependia da estrita observância da Lei, da oração e do jejum.
6) Os zelotas - O nome zelota é atribuído a todo aquele que aderiu a um partido radical nascido na Galiléia, no tempo de JESUS e na época imediatamente posterior. O termo indica alguém que demonstra zelo, entusiasmo.
O partido dos zelotas era formado por pessoas pertencentes à classe dos pequenos camponeses e das camadas mais pobres da sociedade, que estavam sendo massacrados por um sistema fiscal impiedoso.
O radicalismo dos zelotas provinha do desejo de expulsar os dominadores romanos, através de uma luta armada. O fundamento que sustentava essa luta nacionalista era de cunho religioso: queriam instaurar na Palestina um Estado onde DEUS fosse o único rei, representando por um descendente de Davi, o Messias. Os zelotas estavam convencidos de que a aceitação de uma dominação estrangeira e o pagamento dos impostos a um soberano estrangeiro era uma blasfêmia contra DEUS.
Embora sendo uma minoria, os zelotas formavam um grupo muito ativo; os Judeus e os romanos os consideravam subversivos. Usavam táticas que se assemelham muito às de terroristas modernos: atacavam e matavam estrangeiros e também Judeus suspeitos de colaborar com os romanos. Um grupo deles chegou a organizar uma espécie de guerrilha urbana; usavam um punhal que sempre traziam escondido sob o manto e, por isso, eram chamados de “sicários” (apunhaladores).
Provavelmente pelo menos um dos apóstolos de JESUS pertenceu ao partido dos zelotas: Simão (cf. Lc 6,15; At 1,13). Simão Pedro, às vezes, parece adotar idéias e até métodos zelotas.


12 - O que é Sinagoga?
É o Templo, isto é, o lugar de culto que o povo  freqüentava, principalmente por ocasião das grandes festas. Na vida comum, porém, o centro religioso era constituído pela sinagoga, presente até mesmo nos menores povoados. Era o lugar onde o povo se reunia para a oração, para ouvir a palavra de DEUS e para a pregação.

Qualquer israelita adulto podia fazer a leitura do texto bíblico na sinagoga e podia escolher o texto que quisesse. Depois da leitura, também qualquer adulto podia fazer a pregação, explicando o texto e relacionando-o com outros textos. Em geral, exaltava-se a DEUS e procurava-se dar uma formação para a fé do povo, convidando-o a viver segundo a Lei de Moisés. Pelos Evangelhos sabemos que, pelo menos uma vez, JESUS, que era leigo, se apresentou para fazer a leitura do texto e interpretá-lo (Lc 4,16-30).
O sacerdote não tinha uma função especial na sinagoga, porque esta não era lugar de culto litúrgico. Embora qualquer adulto pudesse presidir a reunião, nem todos o faziam, ou por serem analfabetos ou por não se julgarem preparados para um comentário. As reuniões acabavam então sempre animadas pelos escribas e fariseus que, cada vez, propagavam mais suas idéias e aumentavam sua influência sobre o povo, adquirindo prestígio cada vez maior.

Em geral, a sinagoga pertencia à comunidade local. Nos povoados menores, ela servia também como escola para jovens e crianças. Nos centros maiores, construíram-se salas de aula ao lado da sala de reunião. Em Jerusalém, algumas sinagogas tinham até hospedagem e instalação de banheiros para peregrinos. Até hoje a sinagoga é a casa de oração e reunião dos Judeus espalhados pelo mundo.

13 – Quem foram os profetas?
Foram homens corajosos chamados por  DEUS para proclamar a verdade e denunciar o erro. Os profetas bíblicos sempre exerceram uma atração fascinante pela sua coragem de questionar uma situação presente e vislumbrar, assim, um futuro diferente para o seu povo. Tanto isso é verdade que muitos chegam a confundir os profetas com adivinhadores do futuro; outros chegaram a pensar que eles ensinavam coisas absolutamente novas.

Na verdade, porém, os profetas têm aspecto profundamente “conservador”. Mas não se trata de conservadorismo paralisante, que quer preservar a todo custo uma estrutura vigente, criando paredões para que o povo não vitalize a vida do povo. Muito ao contrário: o profeta é “conservador” justamente porque sabe romper essa casca dura que faz ver, pensar e agir de acordo com aqueles que dominam e oprimem.
O profeta é “conservador” no sentido que busca encontrar a verdadeira tradição, aquela que se achava perdida e indefesa no meio de tantas “tradições” criadas para defender interesses, para legitimar poderes e para sustentar sistemas. E o cerne dessa situação legítima que os profetas encontram é chamada de “fé exodal”, isto é, o reencontro com o verdadeiro DEUS revelado a Moisés, retornando à afirmação central do credo histórico de Israel: “Eu sou Javé teu DEUS, aquele que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão” (Ex20, 2; Dt 5,6).
Portanto, os profetas nos ensinam que os verdadeiros conservadores são aqueles que buscam na ação histórico-libertadora de DEUS a sua inspiração. É a partir daí que eles analisam a situação presente  mostrando assim qual é o projeto de DEUS para o futuro do seu povo.

14 - Juizes
Juízes foram instrumentos eficazes de DEUS para manter acesa a fé do povo e não deixá-lo perder sua identidade de “povo de DEUS”.  O livro é pois, a história de um povo mergulhado na História. Relata fatos situados ente 1200 e 1020 a.C.: a continuação da conquista da Terra Prometida e a vida das tribos até o início da monarquia. Trata-se de um tempo de “democracia” (Jz 21,25) e cheio de dificuldades. As tribos são governadas por chefes que têm um cargo vitalício (juizes menores); nos momentos de grande dificuldade surgem chefes carismáticos (juizes maiores), que unem e lideram as tribos na luta contra os inimigos.
O mais importante em Juizes é a chave de leitura da história, que vale não só para o livro, mas para toda a história de Israel e também para a nossa. Essa chave é exposta em Jz 2,6-23 e reaparece diversas vezes no livro. Pode ser resumida em quatro palavras: pecado, castigo, conversão e Salvação.
Pecado: a nova geração do povo esquece o DEUS libertador e adora os ídolos; perde sua identidade de povo de DEUS e torna-se semelhantes às outras nações.
Castigo: o povo perde a liberdade e torna-se escravo dos inimigos.
Conversão: no extremo do sofrimento o povo toma consciência, se arrepende e suplica de novo para que DEUS o liberte.
Salvação: DEUS faz surgir um líder carismático que reúne o povo e o lidera na luta pela libertação. Mas a nova geração de novo se esquece, adora os ídolos... e o movimento se repete.
Experimente ler Juizes, a história de Israel é a nossa própria vida e história e pergunta chave da leitura é o castigo. Por que estamos sofrendo hoje? Depois procure identificar quais ídolos que estamos servindo, em vez de servir ao DEUS que liberta.

15 - Por onde começar ler a Bíblia?
É muito relativo determinar por onde se deve começar a leitura da Bíblia. Depende muito da realidade e da experiência de cada comunidade ou de cada pessoa. Entretanto arrisco a dar uma sugestão.

A Bíblia, biblioteca do povo de DEUS, converge para um centro que ilumina o passado e o futuro: o mistério pascal de JESUS – sua encarnação, atividade, paixão, morte e ressurreição. É a partir desse centro experienciado e refletido pelas comunidades cristãs que encontramos a ligação, o cimento que une toda essa biblioteca. É  em JESUS Cristo que a história do povo do AT vai adquirir seu significado pleno dentro do projeto de DEUS e será modelo para todas as comunidades que formam o novo povo de DEUS em todos os tempos e lugares.
Portanto, para quem inicia a longa tarefa de percorrer a Bíblia, para nela desvendar a vontade de DEUS, o fará com mais segurança e luz se começar a lê-la e estudá-la a partir de um primeiro contato com o seu personagem central: JESUS.

O livro que é mais indicado para esse primeiro contato com JESUS é o Evangelho de Marcos. E por várias razões: conforme estudos mais recentes, foi o primeiro Evangelho a ser escrito; é o mais curto e o mais simples dos Evangelhos; Marcos tem como objetivo justamente responder à pergunta: “Quem é JESUS?” Depois de termos “saboreado”  pacientemente o Evangelho de Marcos, depois de conhecermos o “começo da Boa Notícia de JESUS Cristo, o Filho de DEUS” (Mc 1,1), poderemos então começar do início, do Gênesis. Lendo sem pressa, mas ao mesmo tempo sem a preocupação de entender os detalhes, aos poucos conheceremos as experiências de um povo, com suas fidelidades e infidelidades, seus conflitos, suas esperanças. A partir de JESUS, iremos reconhecendo na história do povo da Bíblia o que é projeto de DEUS e o que não é. E a nossa vida e história também serão iluminadas pelo caminho desse povo.

Motivação para o próximo encontro: : Hoje conhecemos uma grande carta de amor. O que mais aprenderemos sobre este Amante? No próximo encontro  veremos   uma maneira especial de encontrá-lo pessoalmente.
SUGESTÕES PARA A LEITURA ORANTE FEITA EM GRUPO

“JESUS apresentou-se no meio deles e disse: ‘A Paz esteja com vocês!’ Em seguida, abriu-lhes a mente pra que entendessem a Escritura.”  E disse ainda: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse.  Ele vos conduzirá aa verdade plena” Lc24,36.45; Jo14,26;16.13.

Acolhida, oração
Acolhida e breve partilha das expectativas
Oração inicia, invocando a luz do Espírito Santo.

Leitura do texto
Leitura lenta e atenta, seguida por um momento de silêncio.
Ficar calado, para que a Palavra possa calar em nós.
Repetir o texto em mutirão, tentando lembrar tudo que foi lido.

O sentido do texto
Trocar impressões e dúvidas sobre o sentido do texto.
Se necessário, ler novamente e esclarecer-se mutuamente.
Um momento de silêncio para assimilar tudo o que foi ouvido.

O sentido para nós.
Ruminar o texto e descobrir o seu sentido atual.
Aplicar o sentido do texto à situação que vive.
Alargar o sentido, ligando-o com outros textos da Bíblia.
Situar o texto no Plano de DEUS que se realiza na história.

Rezar o texto
Ler de novo o texto com todo a atenção
Momento de silêncio para preparar a resposta a DEUS.
Rezar o texto, partilhando as luzes e forças recebidas.

Contemplar, compromete-se
Expressar o compromisso a que a Leitura Orante nos levou.
Resumir tudo numa frase para levar consigo durante o dia.

Todos elevaram a voz a DEUS: “Senhor, tu criaste o céu, a terra, o mar e tudo que existe neles.  Por meio do Espírito Santos disseste por meio do teu servo Davi, nosso pai: ‘Por que se amotinam as nações,  e os povos planejam em vão? Os reis da terra se insurgem e os príncipes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu Messias’.  Agora, Senhor , olha as ameaças que fazem e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra”. Quando terminaram a oração, estremeceu o lugar em que estavam reunidos.  Todos, então ficaram cheio do Espírito Santo e, com coragem, anunciavam a Palavra de DEUS. At4,24-31
Conhecendo mais a Bíblia

1 – Qual é o cento da Bíblia?
O centro e o fio condutor de toda a bíblia é a aliança entre DEUS e os homens, sendo JESUS Cristo o Centro desta Aliança.  Ele é o ponto máximo

2 – O que o A.T.?
O A.T. é onde encontramos a história de Israel, o povo que DEUS escolheu para com ele fazer uma aliança.  Narra como  surgiu, como viveu, como foi governado.  O AT é antes de tudo, a história desse povo com DEUS, pois tudo que se conta no AT  está ligado com DEUS.

3 -  0 Como se divide o AT?
O AT se divide em 4 partes, sendo elas:
Pentateuco ou Tora que significa lei – compreende os 5 primeiros livros da Bíblia, onde é narrado: criação do mundo e do homem, a formação do povo de Israel, sua libertação e condução através do deserto para a terra prometida, e as normas básicas que devem reger uma sociedade justa e fraterna.  Reflete um DEUS livre e que liberta.  JESUS, que veio trazer a libertação e a vida em plenitude.  JESUS não aboliu,  mas aprofundou o sentido dessas leis.  Ele resumiu toda a Lei.  “Tudo o que desejam que façam a vocês, façam vocês a eles.  Pois esta é a Lei e os Profetas”. Mt7,12.
 Os livros históricos – eles nos mostram momentos da vida do povo de Israel na terra prometida e no exílio: suas grandezas e lutas.  Mostram também, as conseqüências da fidelidade ou infidelidade ao DEUS da Aliança.
Os livros poéticos e sapiciencias – eles tratam dos problemas que surgem na vida de cada um e que exigem um discernimento, para que se possa encontrar sentido e realização na vida.
Os livros proféticos – são livros que apresentam um crítica profunda do presente, para abrir caminhos para o futuro.  Os profetas criticam estruturas políticas, econômica, sociais e religiosa injustas e opressoras.  Eles exigiam mudanças radicais.  Após o exílio da Babilônia eles anunciaram consolação e esperança no Senhor, para que o povo de Israel possa reconstruir a sua história o projeto da aliança com DEUS.

4 – De que se trata o livro do Gênesis e quais são as suas partes?
Gênesis narra a criação do mundo da história do povo de DEUS.  Ele se divide em três partes:
Capítulos de 1-11 – capítulo 1 e 2 narram a criação do mundo do homem por DEUS.  São duas histórias para apresentam a grandiosidade do homem e da mulher.
Capítulos 3-11 mostram a história dos homens e do processo humano dominado pelo pecado.  O homem quebra o relacionamento consigo mesmo, com o irmão, com a natureza, e com a comunidade, reduzindo a convivência em uma confusão.  Esta confusão foi chamada de Torre de Babel.
Capítulos 12-36 – contam a história dos patriarcas, a formação da comunidade de Israel, que dentro do mundo, será o portador d Aliança entre DEUS e os homens, tendo como vocação, uma comunidade que DEUS tem como único Senhor.
Capítulos 37-50 – Esta parte é linda, pois nos narra a história de José, preparando assim o relato do livro do Êxodo.  Nesta história encontramos a mais grandiosa ação de DEUS entre os homens, isto é, a libertação e um povo da escravidão.

5 – Qual é o cento do livro do Êxodo e qual é a sua importância?
A  mensagem central é a revelação do nome do Seu Verdadeiro: JAVÉ.
A pergunta fundamental é a “Qual pé o verdadeiro DEUS”? A importância deste livro é para entendermos o que significa JESUS como  Filho de DEUS e para sabermos o que o reino de DEUS.

6 – O que é válido no livro Levítico para sempre?
Neste livro podemos descobrir a preocupação minuciosa de mostrar que DEUS é Santo e que está presente em todos os setores da nossa vida, acusando, julgando, salvando e chamando-nos a sermos santos como Ele Lv19,2. É neste livro que encontramos uma regra de ouro que JESUS vai retomar: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Lv19,18.  Este livro é mais para ser consultado.

7 – O Que mais chama atenção no livro dos Números?
a organização do povo com todos participando.  a organização mostra que dentro do povo de DEUS, as funções devem ser repartidas, visando a realização do projeto de DEUS.
a preocupação de ter a presença de DEUS no centro, simbolizando pela arca.
o realismo do livro, pois dentro da organização citada, aparecem certes conflitos, ver capítulo 16, e seus chefes estão sujeitos a fraqueza e desânimo.
a necessidade de ter  um lugar para um profeta, mostrado na história do adivinho estrangeiro, narrado no capítulo 22 a 24.

8 – Qual a idéia central do Deuteronômio?
A idéia central de todo o livro é que Israel viverá feliz e próspero na terra se for fiel à aliança de DEUS; se for infiel, terá a desgraça e acabará perdendo a terra.  O livro nos relembra o decálogos capítulo 5, 1-22, mostrando o comportamento fundamental do homem para com DEUS é o amor com todo  o ser Det6,4-9.
Este livro nos apresentas uma catequese sobretudo das leis cap12,26, onde se procura ensinar ao homem como viver em sua relação com DEUS, com as autoridades, com o outro homem e até mesmo como os seres da natureza.
Notar sobretudo que DEUS é chamado de Pai Det1,31, e os membros do povo são chamados irmãos entre si, a vocação do povo de DEUS é a fraternidade e a partilha.

9 – O que são livros históricos?
São livros que ocupam a maior parte do AT.  Neles encontramos a história do povo de DEUS, deste a entrada na terra prometida até quase a época de JESUS Cristo.  Neles encontramos uma interpretação dos acontecimentos a partir da fé.  Estes livros são:
Josué, Juízes, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis – mostram que a história de Israel depende da atitude que o povo toma na aliança  com DEUS.
1Crônica, 2Crônica, Esdras, Neemias,  1Macabeus, 2Macabeus – mostram normas básicas para sobrevivência e a organização do povo de DEUS depois do Exílio na Babilônia (Esdras e Neemias) fundamenta estas normas desde o início (1 e 2 Crônicas).
1 e 2 Macabeus – mostra a resistência heróica de um grupo diante da dominação estrangeira que procura destruir a cultura e  religião do povo de Israel.
Rute, Tobias, Judite e Ester – apresentam modelos de vivência da fé diante de situações difíceis, seja de vida pessoa (Rute, Tobias), como nacional (Judite e Ester).

10 – O que nos conta o livro de Josué?
Este livro nos fala da conquista e a  partilha de Canaã, a Terra Prometida pelas tribos de Israel.  A conquista da terra foi um processo longo e lento, ora pacífico, ora violento,  que só terminou dois séculos mais tarde, com o  rei Davi.  O personagem central do livro é a Terra Prometida conquistadas pelas tribos de Israel.  DEUS concedo o Dom, mas não viola a liberdade e nem prescindo do esforço do homem.  A graça de DEUS é isso; fruto do Dom de DEUS e da conquista do homem.  Josué é uma grande lição sobre a graça.

11 – O que é mais importante Juízes?
O mais importante é que a leitura desta história vale também para toda história de Israel e também para a nossa, que pode ser resumida em 4 palavras: pecado, castigo, conversão e salvação.

12 – O que nos mostra o livro de Rute?
O livro de Rute nos mostram que o amor de  DEUS é para todos.  Este livro é uma bela mensagem para nós hoje.  É também uma grave advertência tanto para aqueles que fazem as leis, como para aqueles que obedecem à letra das leis, mas não o espírito das mesmas.  As leis devem ser, antes de tudo, um serviço aos pobres e uma defesa do direito de todos terem seu pedacinho  de chão.

13 – Onde nos é narrada a história de Davi?
A narração começa no 1Samuel capítulo 16, mas a história está centrada na 2 Samuel. Davi é apresentado como o rei ideal, que obedece a DEUS e serve ao povo.  Graças a sua hostilidade política, ele conseguiu a simpatia das tribos sendo aclamado o primeiro rei de Judá, sua tribo.  Depois Davi conquista Jerusalém e a torna ao mesmo tempo o centro do poder político e da religião de Israel.  O ponto mais alto de sua história é a profecia de Natã 2Samuel7, onde o profeta anuncia que o trono de Jerusalém sempre será ocupado por um Messias, que quer dizer rei ungido, da família de Davi.
Davi passou para a história como modelo de autoridade política e justa.  Por isso, mesmo com o fim da realeza, os Judeus permaneceram confiantes no ideal messiânico e ficaram à espera do Messias que iria reunir o povo, defendê-lo dos inimigos e organizá-lo numa sociedade justa e fraterna.
Dizendo de JESUS é descendente de Davi, os  evangelhos mostram que JESUS é o Messias esperado (daí o nome grego Cristo=Messias).

14 – O que são livros sapienciais e poéticos?
O nome de SAPIENCIAIS é dado a cinco livros do AT: Provérbios, Jó, Eclesiastes, Eclesiástico e Sabedoria.  A estes são acrescentados dois livros poéticos: Salmos e Cânticos dos Cânticos.  Podemos dizer que esses livros apresentam a sabedoria e a espiritualidade de Israel.

15 – O que nos mostra o livro de Jó?
O livro de jó nos mostra a verdadeira religião.  O autor discute a própria concepção de religião. Israel concebia a relação com DEUS baseada na doutrina da retribuição: DEUS devolve o bem com o bem e o mal com o mal.
O autor nos mostra que a verdadeira religião é mistério de graça e gratuidade: o homem se entrega livre a gratuidade a DEUS; DEUS, mistério insondável, volta-se para o homem gratuitamente, a fim de estabelecer com ele uma relação de vida.

A passagem mais linda encontra-se em Jo42,5 que é o convite a abertura e a entrega a DEUS, que leva a experiência do novo: ”antes eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te vêem”.

Este pequeno resumo os ajudarão  amar e entender um pouco a maior Carta de Amor que já existiu.
Cantar: A Bíblia é a Palavra de DEUS... – 3


A Santa Missa (parte por  parte)


Tema:  A Santa Missa  parte por  parte.
Objetivo: Mostrar ao catequizando o Sacrifício Perfeito de JESUS, despertando nele o desejo de participar sempre da Santa Missa.

1 – Oração inicial: Dar boas vindas e oração espontânea em silêncio. Concluir com “Vinde Espírito Santo....”.
2 – Motivação:  Comentar sobre festas (preparativos, roupas, convite, a festa)
2-1 – Para já nos abrir melhor o que vamos refletir hoje, vamos ouvir uma pequena história:
Reflitamos um pouco mais sobre a forma de como cada um participa da Missa lendo a seguinte história:
Numa certa cidade, uma bela catedral estava sendo construída. Ela era inteiramente feita de pedras, e centenas de operários moviam-se por todos os lados para levantá-la. Um dia, um visitante ilustre passou para visitar a grande construção. O visitante observou como aqueles trabalhadores passavam, um após o outro, carregando pesadas pedras, e resolveu entrevistar três deles.
A pergunta foi a mesma para todos: O que você está fazendo?
- Carregando pedras, disse o primeiro.
- Defendendo meu pão, respondeu o segundo.
Mas o terceiro respondeu:
- Estou construindo uma catedral, onde muitos louvarão a DEUS, e onde meus filhos aprenderão o caminho do céu.
Essa história relata que apesar de todos estarem realizando a mesma tarefa, porém a maneira de cada um realizar é diferente. Assim igualmente acontece com a Missa. Ela é a mesma para todos, contudo a maneira de participar é diferente, dependendo da fé e do interesse de cada um:
Existem os que vão para cumprir um preceito;
Há os que vão à Missa para fazer seus pedidos e orações;
E há aqueles que vão à Missa para louvar a DEUS em comunhão com seus irmãos.

3 – Sinais e gestos
A nossa fé, o nosso amor  e os nossos sentimentos são manifestados através dos gestos, palavras, cantos, posição do corpo e também pelo silêncio.  Todos os gestos devem ser bem feitos, isto é, marcados corretamente, pois eles são uma atitude consciente. Trata-se de uma profunda convicção do que estamos fazendo, ou seja,  um depoimento público de fé.

a) Pessoa – Assembléia Litúrgica, os ministros dos sacramentos e demais ministros (leigos, diáconos, padre e bispo).
b) Som – música que é uma  expressão de louvor.
c) Cores – Nos  ajudam a lembrar o mistério que celebramos.
d) Aspersão da água benta – Nos  recorda da purificação do dia  do nosso batismo, é realizado no  Ato penitencial da Santa Missa ou em bênçãos de objetos. (pode-se abençoar sem aspergir água).
e) Sinal da cruz - Não é um sinal de morte e humilhação. Devemos fazer este sinal lembrando da Cruz gloriosa. Cristo venceu a morte. O sinal da Cruz nos lembra que é a Trindade que nos acolhe. Estamos colocando a nossa vida e todo a nossa ação nas mãos da SS. Trindade. Este sinal nos lembra o nosso Batismo, quando o padre nos chamou pelo nome e nos disse: “Nós te recebemos com grande alegria na comunidade cristã. Eu, teus pais e padrinhos, te marcamos agora com o sinal do Cristo Salvador”.  Ao fazer o  Sinal da Cruz, queremos declarar que todo no nosso pensamento, nossa vontade e a nossa ação, representados pela fronte, pelo peito e pelos braços, à luz da morte de CRISTO, se desenvolvem em nome da SS Trindade. Todo o nosso ser está mergulhado no mistério da Trindade através da cruz Redentora de Cristo;
f) Persignar – (benzer-se)  É comum fazer na proclamação do Evangelho, traçamos o sinal na fronte, nos lábios e no peito (coração), pedimos a DEUS que a força da mensagem de Cristo penetre a nossa mente, nossa  palavra e  na nossa vida.  Para que eu entenda a Palavra de DEUS, para que eu proclame a palavra de DEUS e para que eu guarde no coração a palavra de DEUS.
g) Genuflexão simples – (dobrar um joelho no chão) – é um gesto de adoração a JESUS na Eucaristia. Fazemos quando entramos na Igreja e dela saímos. Podemos dizer que é o nosso “jeito” de cumprimentar JESUS, mas só deve ser feita se houver o sacrário, isto é, aquele pequeno compartimento onde são depositadas as partículas (hóstias pequenas) consagradas na Santa Missa.  O Sacrário é identificado facilmente, pois deverá estar sempre com uma pequena lâmpada ou vela. Fazemos também a genuflexão diante da Cruz na Sexta-feira Santa, em sinal de adoração a JESUS que foi nela pregado.   Nunca fazer diante de imagens.
h) Genuflexão dupla – faz-se diante do SS. Sacramento exposto, isto é, quando é feita a Adoração ao SS Sacramento é colocado no ostensório uma Hóstia grande, ou mesmo colocada a âmbula sobre o altar. É dobrar os dois joelhos diante de JESUS Sacramentado.
i) mãos postas - significa recolhimento interior, busca de DEUS, fé, confiança e entrega da vida. É uma atitude de profunda piedade.
j) mãos  unidas – atitude de unidade, fraternidade e compromisso.
l) mãos erguidas – é uma atitude dos “orantes”. Significa súplica e entrega a DEUS. É o gesto aconselhado pelo apóstolo São Paulo.
m) mãos impostas – Atitude de invocação, é estender as mãos, por exemplo,  o Sacerdote impõe as mãos para santificar as oferendas antes da consagração das espécies do pão e do vinho. Impõe-se as mãos para dar bênçãos.  Podemos impor as mãos também para orar por uma pessoa.
n) inclinação - Inclinar-se diante de alguém é sinal de grande respeito. É também adoração, diante do SS. Sacramento. Podemos nos inclinar para receber bênção solene. Devemos nos inclinarmos diante do altar e imagens.
o) de joelhos – é comum diante do SS. Sacramento e durante a consagração do pão e do vinho. Significa adoração a DEUS. “Ao nome de JESUS, se dobre todo joelho, no céu, na terra e debaixo da terra” Fl2,10. Podemos também ajoelhar diante de imagens para orações, em casa e em até celebrações litúrgicas públicas. É um dos sinais fortes na Bíblia para expressar humildade e pequenez diante da grandeza de  DEUS.  Ajoelhamos também para reconhecer a nossa condição de pecadores. Temos várias passagens bíblicas; At7,60; At21,5;Lc22,41; Esd9,5 etc.
p) Prostração – Entrega total a DEUS, significa morte para as coisas do mundo e nascer para DEUS com uma nova vida e missão. Hoje essa atitude é própria de quem se consagra a DEUS, como na ordenação sacerdotal. Este gesto também é comum na Sexta-feira Santa no início da Celebração da Paixão do Senhor pelo presidente da celebração.
q) sentados – posição cômoda, atitude de quem fica à vontade e ouve com satisfação sem pressa de sair. Atitude de acolhimento e meditação.
r) de pé – posição de quem ouve com atenção, respeito e dignidade diante de DEUS; indica prontidão e disposição para obedecer.
s) silêncio – Antes da própria celebração é louvável observar o silêncio na Igreja ou o lugar que vai se desenvolver uma celebração, para que todos possam ter um momento para meditação. É oportuno depois das leituras e da comunhão para interiorizar o que o Senhor disse e o que recebemos na Sagrada Comunhão.
t) Procissão – é comum na entrada, no ofertório e na comunhão.  Significa a peregrinação, a caminhada do Povo de DEUS para a casa do Pai. Lembramos de Abraão e sua família a caminho da Terra Prometida. É também um símbolo da passagem do próprio JESUS   para estar com o Seu Rebanho.
Significados de algumas palavras:
Amém: Palavra de origem hebraica que expressa adesão, acordo. Com esta aclamação o povo confirma sua aceitação das palavras do sacerdote.
Aleluia: Bendito seja DEUS, louvado seja DEUS, graças a DEUS. Era a proclamação das pessoas quando recebiam uma notícia muito agradável.  É muito usada na Missa no tempo Pascal.
Hosana: É outra palavra do hebraico que corresponde o nosso “viva”.  Nós o proclamamos ...

4 – O QUE É LITURGIA?
Liturgia (palavra grega) significa: serviço, ação, obra, dirigidos e a serviço do povo. É o culto público da Igreja, que assume oficialmente as palavras e os gestos de JESUS, bem como a fé e os sentimentos do Povo de DEUS, tornando presente e atuante a Obra da Salvação (O termo “liturgia” Antigamente este era muito usado). Atualmente  é somente empregado para as celebrações da Igreja. A liturgia da Santa Missa é uma ação sagrada pela qual, através de ritos (forma, jeito, etc..) sensíveis, se exercem no Espírito Santo por JESUS Cristo, nosso mediador junto a DEUS, com a Igreja e pela Igreja, para a glorificação de DEUS e a santificação dos homens. JESUS Cristo, na Santa Missa, é o nosso irmão.
Na Liturgia não se trata de realidades passadas, mas as realidades presentes que acontecem sempre de novo, realidades que acontecem em nós e para nós.
A Liturgia é um acontecer de realidades sagradas e ocultas em forma terrena.  É preciso portanto, antes de tudo, transformar em ação vivencial aquela ação mediante a qual o homem que tem fé, compreende, acolhe e realiza os sinais visíveis e sagrados da graça invisível.
No culto, o homem todo procura entrar em comunhão com DEUS.  Não só a alma, sua inteligência, também seu corpo.  DEUS se revela e se comunica não só pela linguagem falada, mas através de diversos elementos da natureza. Toda a natureza fala de DEUS e pode servir de linguagem para o homem. Por isso, muitos elementos podem servir de sinais litúrgicos que significam e comunica a graça.  Por exemplo: a água no batismo.
JESUS esta presente na liturgia terrestre.. "Para levar a efeito tão grande obra" a saber, a dispensação ou comunicação de sua obra de salvação" Cristo está sempre presente em sua Igreja, sobretudo nas ações litúrgicas. Presente está no sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, pois 'aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz', quanto sobretudo sob as espécies eucarísticas. Presente está por sua força nos sacramentos, a tal ponto que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que batiza. Presente está por sua palavra, pois é ele mesmo quem fala quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja. Presente está, finalmente, quando a Igreja reza e salmodia, ele que prometeu: 'Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles' (Mt 18,20)." CIC 1088
a - contexo (não excludente)  da ação litúrgica: “ação de Cristo e da Igreja”;
b - liturgia: fonte e cume da vida eclesial (aspecto celebrativo);
c - pressupostos: fé e catequese litúrgica (vive-se mais o que se conhece mais);
d - liturgia: leva-nos ao compromisso de transormação histórica.

5 – A SANTA  MISSA – O QUE É?
“Fazei isto em memória de Mim” Lc22,19-20
Ação memorial – A ação litúrgica faz memória, isto é, torna presente, traz para o momento atual dos acontecimentos de salvação.  E um exemplo belo e extraordinário  é o da Eucaristia.  A celebração eucarística é a atualização, por meio de sinais e ritos, da morte de Cristo na cruz em favor de nós.  Temos um fato passado (a morte de JESUS), esse fato torna-se presente para nós aqui e agora (celebração eucarística), e nos projeta para o futuro (o reino de DEUS vais se construindo até chegarmos à plena comunhão com DEUS e com os irmãos).
“Corpo dado por vós, Sangue derramado pó vós! Ao pronunciar estas palavras na Última Ceia durante a qual instituiu a Santíssima Eucaristia, JESUS usou uma linguagem sacrifical, indicando a sua imolação pelos homens.  Imolação esta que se realizaria sobre a Cruz na tarde de Sexta-feira Santa com o sacrifício do ‘Cordeiro de DEUS’ Jo1,19”.
Este é Sacrifício da Nova e Eterna Aliança, plenitude e cumprimento dos sacrifícios da Antiga Aliança. JESUS o ofereceu sobre a Cruz para a Redenção de todos Mc10,45. e, na última Ceia instituiu o seu Memorial permanente, pra que os homens, ao longo dos tempos, tivessem “em suas mãos” o Sacrifício da própria Redenção. A Eucaristia é, portanto, não somente um Sacramento, mas também, verdadeiramente, um Sacrifício: O Sacrifício de JESUS. Com ela cumpre-se plenamente  a antiga profecia:  “Pois, desde o lugar...” Ml 1,11.
É o mesmo e verdadeiro Sacrifício do Calvário, tornado presente sacramentalmente em nossos altares, debaixo das espécies de pão e vinho, através dos Ministérios dos Sacerdotes.  É o Sacrifício de valor infinito que JESUS ofereceu a DEUS por nosso amor  e faz-se presente continuamente sobre os altares em todo o mundo.   Deste modo, podemos concluir com quanto amor, respeito, devoção, gratidão, atenção, contrição, abertura de coração, piedade e recolhimento devemos participar da Santa Missa. Enfim, devemos participar com as mesmas disposições com as quais participaríamos do Sacrifício do Calvário.

Veja, como é grande este Sacrifício! JESUS Cristo, na véspera de sua Paixão, justamente ao celebrar a ceia sacrifical hebraica com a imolação do cordeiro pascal, põe fim aos sacrifícios antigos de animais e se oferece a si mesmo como novo Cordeiro Pascal que se sacrifica por todo o mundo, consagrando o pão e o vinho e tornando-se seu Corpo e Sangue.  Este mistério da Morte e Ressurreição que será confirmado na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo.   Podemos afirmar com certeza que a Santa Missa é o Calvário em nossas mãos!

Por isso, toda Missa é o memorial do Mistério pascal de Cristo, toda Missa é Cristo morto e ressuscitado, toda Missa é Páscoa! A PÁSCOA DOS CRISTÃOS.

Há uma identidade essencial entre a Missa, a Última Ceia e o Sacrifício do Calvário.  Trata-se de fato de um único Sacrifício.  A Vítima sacrifical é a mesma: JESUS CRISTO. O Sacerdote oferente é o mesmo: JESUS CRISTO (que age através dos seus Sacerdotes).  A única diferença entre o Sacrifício da Missa e o Sacrifício da Cruz está no modo de oferecer: na Cruz, oferecido de modo cruento, isto é, houve derramamento de Sangue. Nos nossos altares, oferecido de modo incruento,  isto é, sem o derramamento de Sangue, sob os véus sacramentais do pão e do vinho,  isto é, velado.
“A Missa torna presente o sacrifício da cruz; não é mais um, nem o multiplica.  O que se repete é a celebração memorial, de modo que o único e definitivo sacrifício redentor de Cristo se atualiza incessantemente no tempo.  Portanto, a natureza sacrifical do mistério eucarístico não pode ser entendida como algo isolado, independente da cruz ou com uma referência apenas indireta ao sacrifício do Calvário” (Da Carta Encíclica “Ecllesia de Eucharistia” – Papa João Paulo II).

O Sacrifício da Missa é oferecido somente a DEUS, pela Igreja e por todos os homens, pelos vivos e falecidos.  Mas podemos oferecer em honra a Nossa Senhora, aos anjos e aos Santos.

No tempo dos Apóstolos, a Missa é chamada de “fração do Pão”.  A celebração era como uma refeição fraterna, onde se entoavam cânticos e faziam orações.  Acontecendo sempre na noite do sábado para o Domingo.  O presidente repetia os gestos de JESUS: abençoava, partia e distribuía o pão.  Ao final da ceia abençoava-se o cálice e todos bebiam.  Era o ponto culminante de toda a ceia.

Com o passar dos tempos, perdeu-se o espírito de refeição fraterna e deu o lugar para o aparato e o esplendor.  Mas com o Concílio Vaticano II, a Santa Missa voltou ao seu sentido verdadeiro, onde o povo passou participar ativamente e a aproveitar os frutos com intensidade que dela procede.
A Missa consta de duas partes: LITURGIA DA PALAVRA e LITURGIA ENCARÍSTICA.  E os ritos (iniciais e finais) que abrem e encerra e tem objetivos de preparar a assembléia.
6 - RITOS INICIAIS:  Rito é um jeito costumeiro de se fazer alguma coisa...  O fato de fazê-la sempre daquele jeito é que dá a sensação de havê-la realmente realizado.... Rito tanto pode ser um detalhe, quanto um conjunto... , isto é, a forma de como se faz alguma coisa (dar exemplo). O objetivo principal dos ritos iniciais é transformar indivíduos em povo celebrante, assembléia orante, corpo de Cristo animado por seu Espírito disposto para o encontro pascal e transformador como DEUS vivo. JESUS  está vivo na assembléia – É a primeira forma que O encontramos.
6.1 - Música -  Todos devem participar com interesse e amor.
6.2 - A Procissão de entrada - o celebrante entra representando o Cristo.  É a segunda forma que encontramos com JESUS. Ele se dirige ao altar e o beija. Este beijo é muito significativo. O altar representa o próprio JESUS, pedra angular. O celebrante expressa sua relação íntima com o Senhor, pois é em nome Dele que irá presidir a Santa Missa.
6. 3 - Saudação bíblica – É o jeito de cumprimentar. Temos na bíblia belíssimas saudações: JESUS saudou os discípulos, dizendo-lhes: “A paz esteja convosco”, o Anjo Gabriel saudou Maria, dizendo-lhe: “Salve cheia de graça, o Senhor é contigo”. Na Santa Missa, a mais comum é tirada da carta de S. Paulo aos Coríntios – 2Cor1,2.
6.4 - Ato penitencial - Ninguém participa bem de uma festa se não estiver em paz com o dono da casa e os outros convidados. Por isso somos convidados a examinar a nossa consciência para nos reconciliar com DEUS e com os irmãos. É hora de nos lembrar do que JESUS nos disse: “Não julgueis e não sereis julgados; e, com a medida com que medirdes,  sereis medidos”.

Em seguida o celebrante dá a absolvição. Esta não é um Sacramento. Trata-se de uma confissão da fraqueza humana e uma purificação das faltas leves reconhecidas e com propósito de emenda.  Somente o Sacramento da Reconciliação perdoa os pecados graves.  Em algumas celebrações festivas é comum ter a aspersão da água benta.

6.5 - Glória – Louvamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, expressando a nossa alegria de filhos de DEUS. Vem logo após do ato penitencial porque o perdão de DEUS nos faz felizes e agradecidos. Louvamos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Este hino é um dos mais antigos de toda a liturgia.  Inica com as palavras  dos anjos aos humildes pastores por ocasião do nascimento de JESUS Cristo: “Glória a DEUS .....”

6.6 - Oração da coleta –  Reúne numa só oração todas as orações da Assembléia. É por isso que após o “OREMOS” segue uma pequena pausa. Esta, para que cada um coloque as suas intenções mentalmente. Podemos pedir por nós, por outros, pelo mundo inteiro. A missa é indivisível. O celebrante com mãos elevadas profere a oração. Todos respondem amém  para dizer que aquela oração é também sua. É como uma assinatura:  de acordo. É o 1º grande AMEM da Santa Missa.

7 – PRIMEIRA PARTE -  LITURGIA DA PALAVRA – A Liturgia da Palavra tem um conteúdo da maior importância.  Nesta hora, DEUS nos fala solenemente. Fala a uma comunidade reunida como o “Povo de DEUS” e  fala intimamente a cada um dos presentes. Ela deve ser ouvida com interesse e fé. Ela “é viva e eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes” (cf. Hb4,12).As leituras são uma preparação para a proclamação do Santo Evangelho.

Estas leituras não são escolhidas de qualquer jeito. Elas foram preparadas após longo estudo, com indicação das três leituras e o salmo para cada domingo.  A preocupação fundamental foi a de possibilitar ao cristão que participa regularmente da missa dominical conhecer os quatro evangelhos completos e grande parte dos vários outros livros da Bíblia, tanto do AT e NT. Estas leituras são iguais no mundo inteiro. Lá na China lê as mesmas leituras que nós lemos. A Igreja Católica é Universal, isto é, igual no mundo inteiro.   Estas leituras são cartas de amor de nosso PAI. E, muitas vezes, nós deixamos fechada num “envelope”. Toda carta exige uma resposta. A Liturgia da Palavra é a terceira  forma da presença de JESUS.
A Liturgia da Palavra aos domingos é composta de 4 leituras, sendo:
7.1 – Uma leitura tirada do AT (exceto o tempo pascal ou alguma solenidade de algum santo de destaque, por exemplo celebração da solenidade de São Sebastião) A Igreja abre mão da celebração do dia e faz memória a Ele. Ele é o nosso Padroeiro.  Em Caxias por exemplo não é feito assim.
7.2 -  Salmo responsorial, que é a resposta a 1ª leitura; É a nossa resposta à Palavra de DEUS, e repondemos com a Palavra de DEUS!
7.3 - Uma leitura do NT tirada das cartas, as mais comuns são das cartas de São Paulo, ou outros livros do NT.
7.4 -  O evangelho segundo S.Mateus – Ano A, Lucas -  Ano B e Marcos – Ano C. O evangelho de São João é lido nos tempos fortes da Igreja, isto é, Advento, Quaresma, Tempo Pascal, etc. e em dias de festas.  Os  evangelhos fazem ligação com a 1ª  leitura.
7.5 – Aclamação ao Evangelho; dois  detalhes do evangelho:
1) Ouvimos a primeira leitura, segunda e os salmos sentados; o evangelho  ouvimos de pé, acompanhado de música de aclamação. Por que esta reverência maior?  O evangelho é palavra de DEUS igual as outras, só que no evangelho é JESUS que nos fala diretamente, e JESUS é a palavra de DEUS que se revestiu da carne humana. Daí a nossa reverência maior.
2) Ao ouvirmos o Celebrante pronunciar: Proclamação do Evangelho de JESUS Cristo segundo  fazemos o persignar-se, isto é, benzer-se com a primeira cruz na testa (para que eu entenda a Palavra de Deus), a segunda na boca (para que eu proclame) e a terceira no peito (para que eu grave no coração).

7.6 – Homilia – é a explicação das leituras bíblicas proclamadas. A palavra homilia quer dizer o pai fala aos filhos.  Sentados como estivéssemos aos pés de JESUS, vamos abrir os nossos ouvidos e o coração. Deixamos que DEUS faça em nós seu trabalho criador, renovador, que cure nossas feridas, desperte nosso desejo, reanime nossas forças. E ao final, somos convidados a dar a nossa resposta de fé, recitando o Credo, afirmando acreditar no que foi dito.

8 – Profissão de fé -   Nesta oração estamos afirmamos as verdades da nossa fé e  prometemos que vamos viver tudo aquilo que ouvimos na homilia. Proclamamos de pé, posição de prontidão.

9 - Preces da Comunidade –  prossegue a conversa. O assunto agora são os problemas e necessidades de todos. Como é importante orarmos!  A oração é a nossa alavanca, o nosso ponto de apoio.  A oração tem o poder de “remover montanhas”.  “Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome aí eu estou no meio deles” (Mt 18,20).
10 – SEGUNDA PARTE -  LITURGIA EUCARÍSTICA – Eucaristia, palavra grega significa agradecimento, ação de graças, mas nos sentido amplo, eficaz. É a intervenção divina que provoca em nós a “exultação da vida”. E essa alegria imensa nos leva a dar graças e louvar a DEUS.

Na Liturgia Eucarística, todos são “celebrantes” do Mistério da Salvação.  Ninguém deve assistir passivamente.  Somos todos convidados do divino banquete.  Cada um de nós é um convidado muito especial, JESUS é o Presidente da Celebração.
Um Rei fez um grande banquete, a mesa já foi preparada.
O povo já foi convidado. Já foi imolado o Cordeiro.
Durante a oração eucarística, é comum observar pessoas distraídas — como se a oração fosse coisa do padre —, ajoelhadas e cabisbaixas, por respeito, mas sem entender... deve ser diferente esta atitude. A oração eucarística inteira é  uma consagração dos dons e da comunidade. Ajoelhar corresponde à adoração às espécies e não parece ser o mais adequado para esse momento, pois estamos nos oferecendo juntamente com JESUS ao Pai. E preciso estar de prontidão, e a melhor posição do corpo é de pé! Isso de forma alguma indica falta de respeito, mas outra maneira de compreender esse momento e dele participar.

A oração eucarística é oração de todo o povo sacerdotal. A Constituição Sacrosantum Conciliam 48, ensína “A Igreja busca que os cristãos não assistam a esse mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem da ação sagrada, consciente, piedosa e ativamente, por meio de uma boa compreensão dos ritos e orações... aprendam a oferecer-se a si mesmos, ao oferecer juntamente com o sacerdote, não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada...” Quem conduz, isto é, diz a oração em nome de todos, é o presidente. No Brasil, o povo participa, ratificando o que diz o padre
- com as intervenções e com o grande amém no fim da oração; Que sejam, de preferência, cantados!

O mistério da fé a vida, morte e ressurreição de JESUS e a nossa vida inteira na páscoa dele. Não fazem parte do rito da missa momentos de adoração ao Santíssimo na hora das palavras da instituição. Substituir a aclamação memorial: ‘Anunciamos, Senhor, a vossa morte...”
Pe. Danilo César – PAULUS - O DOMINGO: Semanário Litúrgico-Catequético.  

A Liturgia Eucarística é composta de:

10.1 - Procissão das Oferendas –  vamos apresentar o pão e o vinho, fruto do trabalho do homem no campo.  É hora de oferecermos a nossa vida, com suas tristezas e alegrias, para que junto do pão e do vinho sejam transformados (nós somos muito importante para DEUS) e o que podemos oferecer de material com amor e alegria.  Deve ser um gesto espontâneo e consciente (comentar as ofertas). Esta procissão é como se toda a nossa vida fosse encaminhando para entrar no movimento da oblação da entrega de JESUS ao Pai.

Um pequeno detalhe deste ofertório é a gota d´agua no cálice com o vinho para significar a nossa União com Cristo (comentar as orações do Celebrante quando não há canto; “Bendito Sejais, Senhor, DEUS do Universo, pelo pão que recebemos de vossa bondade, fruto da terra e do trabalho do homem, que agora nós apresentamos e para nós se vai tornar pão da vida” Resposta: “Bendito seja DEUS para sempre”).
10.2 – Ablução das mãos – Este gesto significa  a purificação do coração do Celebrante para a realização do Sacrifício. “Lavai-me, Senhor das minhas faltas e purificai-me de meus pecados”.
Orai Irmãos....    Estas palavras, que o sacerdote profere, é para nos dar a entender que, conquanto desempenhe ele o papel de ministro principal, todos, que ali assistem, com ele oferecem a grande Vítima.

10.3 – Oração sobre as oferendas.
10.4 – Convite à oração: Este convite nos colocará alerto no grande louvor que iremos dirigir ao PAI.
a) O Senhor esteja convosco – Ele está no meio de nós (lembra do que falamos: JESUS está na assembléia tão real como na Eucaristia).
b) Corações ao Alto – O nosso coração está em DEUS.
c) Demos Graças ao Senhor nosso DEUS – É nosso DEVER e salvação.
10.5 – Oração Eucarística, momento central da LITURGIA  que se inicia com o Prefácio – O prefácio é um hino de “abertura” que nos introduz ao Mistério Eucarístico e rendemos graças a DEUS por toda obra da salvação manifestada em JESUS.  Por isso, o Celebrante convida a Assembléia para elevar os corações ao alto. O prefácio é um hino que proclama a santidade de DEUS e dá graças ao Senhor.  É  concluído com a aclamação Santo, Santo, Santo (tirado do profeta Isaías 6,3 – Ele não tinha o conhecimento da SS Trindade). É um modo de dizer que DEUS é Santíssimo.

Epíclese – O Celebrante invoca o poder do Espírito Santo a fim de transformar as oferenda de pão e vinho no Corpo e Sangue de JESUS.  – De maneira mais admirável é a transformação do pão e do vinho na hora da consagração, na Missa.

Narrativa da consagração do Pão e do Vinho e Anamnese (memória).  Por ordem de Cristo, o Celebrante pega o pão (hóstia = vítima = sacrifício) apresenta à assembléia, pronunciando as palavras que JESUS mandou dizer: “Tomai...” Fazemos isto para cumprir uma ordem expressa de JESUS: “Fazei isto em memória de Mim!” Meus irmãos este gesto é mais eficaz e vivo do que a terra e a chuva, que transforma a semente em trigo e uva, é a Palavra de DEUS.  É a 4ª forma de presença real de JESUS.  .  Após a Consagração do Pão e do Vinho o Celebrante diz: “Eis o Mistério de Fé”.  Sem fé, jamais conseguimos compreender este mistério.  
Oblação - Isto é, a Igreja oferece ao PAI o sacrifício, Seu próprio Filho imolado, a Hóstia CONSAGRADA.
Intercessão – Momento de elevar súplicas pela Igreja e seus pastores, pelos vivos e falecidos e pedimos o auxílio da Virgem Maria e todos os Santos. Devemos acompanhar  as orações respondendo com amor, e... chegamos ao “topo”, no ápice.
Doxologia - Isto é, a Igreja oferece ao PAI o sacrifício, Seu próprio Filho imolado, a Hóstia CONSAGRADA, exclamando  um grande louvor: “Por Cristo...”, é o momento que as nossas orações chegam ao Coração do Pai. É o momento da grande oblação. JESUS agora entrega ao PAI todo nosso ser (você se ofertou junto com as ofertas de pão e vinho? – Você também vai ao PAI) “Ninguém vai ao Pai senão por mim”. (Jo14,6).  A Assembléia responde: Amém. Este amém é como se no final de um discurso de homenagem dissessem em coro Ele merece, Ele merece... Sim! DEUS é o único merecedor de homenagens! É o maior AMÉM da Santa Missa.

11 -  Comunhão
11.1 -  O Pai-Nosso e a Oração da Paz – O Pai-Nosso não é uma simples fórmula de oração nem ensinamento teórico de doutrina. Antes de ser ensinado por JESUS, o Pai Nosso foi vivido plenamente pelo mesmo Cristo.  Portanto, deve ser vivido pelos seus discípulos.  Uma coisa bem clara no Pai-Nosso é que ele é uma oração no sentido comunitário e não individualista.  Mesmo rezando sozinho, estou incluindo nessa oração todos os meus irmãos.  Portanto, para eu comungar o Corpo e o Sangue do Senhor na Eucaristia, preciso estar em “comunhão” com meus irmãos, que são os membros do Corpo Místico de Cristo.  Devemos afastar o egoísmo, orgulho, vaidade, falsidade, o ciúme, a discórdia, o ódio e a vingança.

O momento do Pai-Nosso é para nos lembrar mais uma vez como está o nosso relacionamento com o irmão.  Preciso me reconciliar primeiro com o meu irmão.
Em seguida o Celebrante reza uma oração pedindo a DEUS que nos livre de todos os males.
Após esta oração, o sacerdote repete as palavras de JESUS: “Eu vos deixo a paz, eu vos dou a minha paz”. Que paz é essa da qual fala JESUS? É o amor para com o próximo. Às vezes vamos à Igreja rezar pela paz no mundo, mas não estamos em paz conosco ou com nossas famílias. Não nos esqueçamos: a paz deve começar dentro de nós e dentro de nossas casas.
11.2 -  Abraço da Paz  – A  paz é um dom de DEUS.  É o maior bem que há sobre a terra. Vale mais que todas as receitas, todos os remédios e dinheiro do mundo.  Logo que JESUS ressuscitou dos mortos, foi ao encontro deles e lhes disse: “A paz esteja convosco”! Deve-se dar a paz aos irmãos do lado e no máximo o detrás, de maneira sóbria e jamais sair do seu lugar.
11.3 -  A fração do pão é o ato do Celebrante partir a hóstia e depositar no cálice uma parte.  Surgiu na Igreja primitiva que usava pães grandes e realmente precisava partir, dando um belíssimo sinal de união, de partilha entre os irmãos. A Igreja hoje continua com este gesto para lembrar duas coisas: JESUS partiu o pão e deu aos seus discípulos na Ceia e que os discípulos de Emaús reconheceram JESUS no momento em que partiram o pão em sua casa Lc24,30. Isso veremos quase no final do ano.
11.4 - Cordeiro de DEUS – Nas margens do Jordão, quando João Baptista vê Jesus vir ter com ele, exclama: « Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo » (Jo 1, 29). Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo – Isto é lindo, é maravilhoso demais. É muito justo e significativo que a mesma expressão apareça, sempre que celebramos a Santa Missa, no convite do sacerdote para nos abeirarmos do altar: « Felizes os convidados para a ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo ». Jesus é o verdadeiro cordeiro pascal, que Se ofereceu espontaneamente a Si mesmo em sacrifício por nós, realizando assim a nova e eterna aliança. A Eucaristia contém nela esta novidade radical, que nos é oferecida em cada celebração.
JESUS é apresentado como o “Cordeiro de DEUS”. João Batista (isso veremos daqui alguns encontros), ao ver JESUS que ia passando, disse aos seus ouvintes: “Eis o Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo” (cf. Jo1,29). De fato JESUS é o verdadeiro Cordeiro Pascal.
11.5 - Comunhão – Eucaristia é o Sacramento dos Sacramentos.  É o SS Sacramento. Este Sacramento é o ápice da nossa vida Cristã.  É JESUS que se doou totalmente por amor.  Eucaristia é esse Tesouro que JESUS, o Rei imortal e eterno, deixou como Mistério da Salvação para todos os que nele crêem.  Comungar é participar da divindade de JESUS.  Quem comunga deve meditar um pouco nesse mistério da presença real do Senhor em sua vida.  JESUS... é cordeiro imolado pelos hebreus no Egito foi um sinal de libertação. Por isso, o Celebrante nos convida para a comunhão dizendo: “Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o...” e nós respondemos: “Senhor eu não...”. Esta aclamação nos lembra das palavras do centurião em Mt8,6-7. Na verdade ninguém é digno de comungar.  Somente pela bondade de JESUS que Ele vem até nós. Só pode receber a Sagrada Eucaristia quem realmente sabe o que Ela é.  A Comunhão nos fortalece na nossa caminhada e nos unem cada vez mais aos irmãos.

A hora da Comunhão merece nosso mais profundo respeito, pois nos tornamos uma só coisa em Cristo. E sabemos que essa união com Cristo é o laço de caridade que nos une ao próximo. O fruto de nossa Comunhão não será verdadeiro se não vemos melhorar a nossa compaixão, paciência e compreensão para com os outros. Vamos à direção ao Altar em fila, de modo sóbrio e respeitosamente, caminhando para COMUNGAR O CORPO DE JESUS.  JESUS....  tão perto de mim, eu posso tocar...

Não pode comungar e já ir saindo da Igreja, ou ficar conversando e se distraindo, nem ir rezar diante de alguma imagem de sua devoção, pois JESUS deve ser o centro de sua atenção e piedade.  Ele é o Hóspede divino que acaba de ser recebido.

Para comungar é necessário que cada um se examine bem.  Pense bem naquilo que acabou de dizer: “Senhor eu não sou digno...” São Paulo diz quem comunga indignamente comunga a sua própria condenação e não para a salvação (Cf.1Cor11,23-29). Ora, JESUS nos deixou na Eucaristia para a Vida e não para a morte.

Se você por algum motivo não pode ainda receber o CORPO DE JESUS, você deve recebê-lo espiritualmente, isto é, ter um desejo profundo de unir a ELE e recitar a oração abaixo. Com esta atitude já criará laços mais estreitos.


Comunhão espiritual
Meu JESUS, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento. Amo-vos sobre todas as coisas e minha alma suspira por vós. Mas como não posso receber-vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de vós! Ó, sumo bem e doce amor meu, vulnerai e inflamai o meu coração, a fim de que esteja abrasado em vosso amor para sempre. Amém.
Depois de comungar temos alguns preciosos minutos em que Nosso Senhor JESUS Cristo nos tem, poderíamos dizer, abraçados. Perguntemos corajosamente: Senhor, que queres que eu faça? E estejamos abertos para ouvirmos a resposta. Quantos milagres e quantas curas acontecem nesse momento em que DEUS está vivo e presente em nós!

12 – RITOS FINAIS -  Depois da Comunhão
12.1 - Antífona
12.2 -  Momentos de ação de graças – é o momento que vamos interiorizar, vamos meditar no que acabamos de receber.  Pode-se fazer alguma oração espontânea mentalmente.
12.1 -  Vivência e avisos
12.2 -  Bênção final  - O Celebrante invoca a bênção de DEUS sobre nós.  Há várias bênçãos na Bíblia. Pode ser a escolha do Celebrante.
12.3 -  Despedida – O Celebrante despede pedindo que o Senhor nos acompanhe no exercício de nossa Missão (que ouvimos, aprendemos e nos alimentamos).  É nessa hora que começa nossa missão: a de levar DEUS àqueles que nos foram confiados, a testemunhar Seu amor em nossos gestos, palavras a ações, do mesmo modo que o celebrante consagrou o Pão e o Vinho

IMPORTANTE: Toda vez que é celebrada a Santa Missa torna presente àquilo que aconteceu no Calvário. Torna-O presente, a fim de que nós possamos oferecê-lo sempre de novo ao Pai como ato máximo de nosso culto. “Eis o Mistério da fé”!

Se compreendermos a maravilha da presença do sacrifício de JESUS em cada Santa Missa com certeza sentiremos um novo e profundo desejo de sempre participar com espiritualidade desse ato tão santo e santificador.   Na celebração da Santa Missa, que é a celebração da Vida, o Pai nos acolhe, o Filho se oferece ao Pai e se entrega a nós como alimento, o Espírito Santo nos plenifica com seus dons e Maria, a Mãe de JESUS, se coloca ao nosso lado, ensinando-nos louvar e agradecer à Trindade Santa.

Lembrete: A Missa começa com a entrada do Celebrante e termina com a bênção final.  Quem chega após a 1ª.  Leitura não cumpriu o preceito, (se não houver motivo justo, cometeu pecado) e não deve participar da Sagrada Eucaristia.

Objetos usados na  missa ou em  outras celebrações litúrgicas
o altar – representa a mesa da ceia do Senhor. Lembra também a cruz de JESUS, que foi como um “altar” onde o Senhor ofereceu o Sacrifício de sua própria vida. É o mais importante da igreja junto com a cruz.
O ambão – É a mesa da Palavra, de onde serão proclamadas as leituras. Não deve fazer o comentário e nem avisos.  Ele deve mostrar claramente “a dignidade da Palavra de DEUS, exige que exista na Igreja um lugar que favoreça o anúncio  e para o qual durante a liturgia da Palavra  se volta espontaneamente a atenção dos fiéis.
crucifixo – sobre o altar ou acima dele deve haver um crucifixo, para lembrar que a Ceia do Senhor  é inseparável do seu Sacrifício Redentor.
quadrado em cima do altar que si chama relicário, onde o Sacerdote beija ao  aproximar do altar para celebração da Santa Missa.
hóstia – é o pão de trigo puro. Há uma hóstia grande para o Presidente da celebração e as pequenas (partículas – para facilitar a distribuição)  para o povo. A hóstia do celebrante é  partilhada  com os concelebrantes, se houver.  Hóstia quer dizer sacrifício.  JESUS é o sacrifício da Santa Missa.
vinho – é o vinho puro de uva. Na consagração, o pão e o vinho se transformam em Corpo e Sangue  de Nosso Senhor JESUS Cristo vivo e ressuscitado.
cálice – é uma “taça” revestida de ouro (realiza) mais dependendo da realidade da Comunidade pode ser prateada , cerâmica, vidro, porcelana, etc. Nela se deposita o vinho a ser consagrado.
âmbula ou cibório – semelhante ao cálice, mas tem uma tampa. Nela  coloca-se as hóstias a serem consagradas. Após a missa, é guardado no Sacrário.
patena – é um “pratinho” de metal. Sobre ele se coloca a hóstia grande.
água – é água natural, serve para purificar as mãos do sacerdote e ser colocado no vinho (apenas umas gotas), para simbolizar a união da humanidade com a Divindade em JESUS.
pala – é uma peça quadrada, dura (um cartão revestido de linho). Cobre o cálice.
sanguíneo – é uma toalhinha comprida, branca, serve para enxugar o cálice e a âmbula.
corporal – é uma toalhinha quadrada. Chama-se corporal porque sobre ela coloca-se o Corpo do Senhor (âmbula e cálice) no centro do altar.
galhetas – são como duas jarrinhas de vidro. Numa vai a água, na outra o vinho. Elas estão sempre juntas, ao lado do altar.
manustérgio – vem da palavra latina “manus”, que quer dizer “mão”. É para enxugar as mãos do Presidente, no ofertório. Acompanha as galhetas.
missal – É um livro grosso que contém o ritual da missa, menos as leituras.Lecionário  - onde contém as leituras que serão lidas.
velas – sobre o altar vão duas velas. A chama da vela é símbolo da fé que recebemos de JESUS, “Luz do Mundo”, usamos também  no batismo e na crisma.
flores – em dias festivos, podem-se colocar flores. O certo não é sobre o altar, mas ao lado dele, pois o altar não é para por coisas.  Relembramos a vida que renasce pela Ressurreição de JESUS.
Incenso – Desde o AT, queima-se o incenso e a fumaça perfumada e branca que se eleva, vem indicar as nossas orações que sobem ao céu. Também tem o significado de adoração  prestada a DEUS.
turíbulo – pequeno recipiente sustentado por  correntes, onde são colocados brasa e incenso para incensar o altar, o ambão e o povo em dias de festas. Significa que as nossas orações e louvores sobem a DEUS.
Ostensório -  Objeto utilizado para expor o SS. Sacramento, ou para levá-lo em procissão. Também é conhecido como custódia.
Óleo – Origem muito antiga, o óleo era usado no corpo dos atletas para dar mobilidade no momento da corrida. No AT o óleo é usado para consagrar as pessoas  e objetos destinados exclusivamente ao culto de DEUS.  Na liturgia é usado nas unções para consagrar, fortalecer e sobretudo impregnar a presença do Espírito Santo. Usa-se o óleo no Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos.

As principais  vestes litúrgicas ou paramentos.
São vestes apropriadas para a celebração do culto. Deste o AT, Moisés observava atentamente as vestes apropriadas para celebrar as cerimônias do culto prestado a DEUS.  A respeito das cores, observamos no encontro sobre o Ano Litúrgico.
túnica – para lidar com as coisas santas; é um manto geralmente branco, longo, que cobre todo o corpo. Lembra a túnica de JESUS, “sem costuras de alto a baixo”.
estola – é uma faixa vertical, separada da túnica, que desce do pescoço do padre, com duas pontas na frente. Sua cor varia de acordo com a liturgia do dia. Existem sete cores: verde, branco, roxo, vermelho, rosa e raramente; azul e preta . A estola simboliza o poder sacerdotal.
casula – vai sobre todas as vestes. Cobre todo o corpo. A cor varia conforme a liturgia, como a estola. É uma veste solene,  ampla que deve ser usada nas missas dominicais e dias festivos.
amito – é um pano branco que envolve o pescoço do celebrante. Veste-se antes da túnica ou alva (alva – veste semelhante à túnica, veste-se uma ou outra) – Lembra que o Sacerdote se reveste da couraça de proteção.
cíngulo – é um cordão que prende a alva ou a túnica a altura da cintura.
umbral – pequeno manto (faixa larga) e é usado para levantar o ostensório para bênção com o Santíssimo Sacramento.  É sinal de respeito e simboliza também cuidado com JESUS no Santíssimo Sacramento. Seu uso não é obrigatório.

Motivação para o próximo encontro: Como será que a Igreja caminha durante o ano? Será que é igual ao ano que conhecemos? Ah! O encontro será imperdível!




Conhecendo mais a Santa  Missa

O que é a Santa Missa?
A Santa Missa é a celebração do sacrifício do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor JESUS Cristo.
A Santa Missa é a celebração da EUCARISTIA (a Última Ceia). É uma celebração de ação de graças. Toda Missa celebrada é ação de graças. Por isso, ao incluir uma intenção devemos citar o motivo de estar dando graças.
A Santa Missa é um culto de adoração que a Igreja oferece a DEUS-Pai. Esta Igreja (Corpo Místico) é constituída por todos os cristãos (membros) presididos pelo Senhor JESUS (Cabeça), unidos pelo Espírito Santo.

2º  Para que devemos participar da Santa Missa?
Para adorar e glorificar  a Santíssima Trindade, por ser a fonte e a finalidade da Liturgia.
Para receber o perdão dos pecados. Deve-se participar da Missa em estado de graça. Para tanto, DEUS nos concede o perdão dos pecados leves (veniais), durante o Ato Penitencial desde que devidamente reconhecidos com o firme propósito de emenda. Assim, purificados, poderemos nos aproximar da mesa da comunhão para receber a Sagrada Eucaristia. Quanto aos pecados mortais (graves) somente pelo Sacramento da Reconciliação (Confissão) podemos obter o perdão de DEUS.
Para agradecer a DEUS (Eucaristia é uma palavra grega que significa: ação de graças). Somos convocados para louvar, bendizer, dar graças e esperar contra toda esperança.
Para receber a Palavra (pela audição das leituras bíblicas e homilia) “A palavra de DEUS é viva e eficaz; ela não retorna sem dar frutos.” (Is 55,11). Assim, ao ouvirmos a Palavra, Ela atua sobre nós e nos faz desejar estar, cada vez mais, seguindo o Nosso Senhor JESUS.  Pois a fé vem pela audição.
Para receber a Sagrada Eucaristia, o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor JESUS Cristo, a fim de que tenhamos Vida (Jo6,55).
Porque é muito agradável a DEUS. Ele nos ordenou: “Fazei isto em memória de Mim.” (l Cor11,25).
É o nosso Encontro pessoal com JESUS Cristo.

3º  Quais são as partes da Santa Missa?
A missa tem duas partes principais:
Liturgia da Palavra – é o próprio DEUS que fala ao povo através da Sagrada Escritura.
Liturgia Eucarística – o celebrante se empresta ao Senhor JESUS que tornará presente aquilo que Ele fez na última Ceia.

4o- São só duas as partes da Santa Missa?
Não!  A Missa tem ainda uma parte inicial (Rito Inicial) e outra no final (Rito Final)
5o- Quando devemos participar da Santa Missa?
Todos os domingos e dias santos (Missas de preceito: 1o de janeiro, Corpus Christi, Imaculada Conceição, que é o dia 08 de dezembro e Natal). Também podemos e devemos participar da Santa Missa todos os demais dias do ano.
6O- O que devemos fazer após a participação da Santa Missa?
Ser testemunho do Senhor JESUS, na Igreja, na família, no trabalho e até os confins do mundo. (cf. At1,8). Para tanto,  é necessário procurar cada vez mais a conversão pessoal, isto é, andar vigilantes com o próprio modo de viver. Ajudar outras pessoas, incentivando-as e rezando por elas. Ninguém se salva sozinho.

7o – Por que o domingo?
Dia do Senhor foi mudado, pelos cristãos, para o domingo por causa do Grande acontecimento, a Ressurreição de Nosso Senhor JESUS Cristo.

8o- Quem pode celebrar a Santa Missa?
Papa, os bispos e os presbíteros (padres).

9o- Porque o padre veste uma “roupa” diferente?
O padre está no lugar de JESUS. É por isso que tem uma veste própria. Ele é um homem como nós, mas revestido do poder divino para realizar algo sobrenatural.

10o- Que é algo sobrenatural?
É algo que transcende (que vai além) da natureza humana. Portanto, é algo que a razão humana não pode alcançar.  Somente pela fé chegamos ao sobrenatural.
É algo divino que vem de DEUS.
11o - Por que o padre usa vestes de cores diferentes nas missas?
Porque as cores nos lembram o Tempo da Liturgia que estamos celebrando.  São elas:

Roxa
–  nos lembra que estamos nos preparando para uma grande festa. Significa penitência, oração, esmola. Significa meditação, silêncio e conversão. É usada:
-   no Advento: nos lembra que estamos nos preparando para o nascimento do Menino JESUS, o nosso Salvador. Por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos.
  na Quaresma: nos lembra que estamos nos preparando para celebrar a Grande Festa da Páscoa dos Cristãos. A páscoa é o Coração do Ano Litúrgico.
  nas celebrações:  penitenciais, atendimento de confissões individuais, coletivas e Unção dos Enfermos.
  nas missas de 7º  dia  e 30o  dia.
Rosa
é uma cor roxa mitigada. Significa que a festa  está próximo, o tempo de preparação está quase no fim. É sinal da alegria que está chegando.  Usa-se no 3º domingo do Advento (Guadete: alegrai-vos) e no 4º domingo da Quaresma (Laetare: alegria),  porém não é obrigatório.
Vermelha
Representa o “fogo” do Espírito Santo, a alegria, realeza, testemunho de fé dos mártires que tiveram o sangue derramado. É usada nas celebrações do:
Domingo de Ramos;
Celebração  da Paixão e Morte do Senhor JESUS;
Domingo de Pentecostes;
nos dias dedicados aos mártires;
no Domingo de São Pedro e São Paulo (no Brasil).

Verde
significa esperança. É o Tempo Comum que vimos na liturgia da missa a missão de JESUS (Vivência do Reino de DEUS).  Representa a esperança Cristã.
No Tempo Comum:
1O período de tempo comum - depois do Natal. Começa na segunda-feira após a festa do Batismo de JESUS até a terça-feira antes da quarta-feira de cinzas, início da Quaresma.

2O período de tempo comum - depois da Páscoa. Começa na segunda-feira após a festa de Pentecostes até o sábado antes do 1º Domingo do Advento. No último domingo do Tempo comum celebra-se a festa de Cristo Rei. O Celebrante usa a cor branca ou dourada.

Branco (lembra-nos festa e alegria)
no tempo  do Natal  (festa do Natal até a festa do Batismo de JESUS).
no tempo da Páscoa  (do Domingo da Páscoa até a véspera do Pentecostes).
celebrações festivas, como festa de Nossa Senhora e dos Santos.
nas celebrações dos Sacramentos do Batismo e do Matrimônio.

Azul (usa-se nas festas de Nossa Senhora), porém é raro o seu uso.
IMPORTANTE:
  1) JESUS Cristo é o Sacerdote por excelência.
2) O bispo é a pessoa constituída para presidir o culto divino, santificar o Povo de DEUS e interceder pela comunidade, no que diz respeito à Salvação, bem como de ensinar e governar o Povo de DEUS em lugar de JESUS Cristo. Como substitutos dos bispos, os presbíteros (sacerdotes ou padres) também realizam tais funções.
3) A missa é tão infinitamente grande que faz sentido o Sacerdote celebrá-la até sozinho.
4) A oração da Santa Missa é a maior oração que existe. É O PRÓPRO DEUS.

A Santa Missa é o culto de adoração que a Igreja faz a DEUS-Pai. O Senhor JESUS é quem de fato preside a Missa. Ele Se oferece ao Pai para a salvação do mundo.  O Senhor JESUS, ao mesmo tempo, é quem realiza o sacrifício e é a vítima sacrificada. Sob a ação do Espírito Santo, todo o fiel cristão participa desse sacrifício de louvor ao Pai.

Portanto a Santa Missa é algo que acontece no seio da Santíssima Trindade.  É um ato divino. Nenhum ato humano, por mais virtuoso ou nobre que seja, poderá jamais se igualará ao que acontece na Santa Missa.
















O Maravilhoso valor da Santa Missa

1 – Na hora da morte,  as Missas a que houveres assistido, serão a tua maior consolação. Em cada Santa Missa podes diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, pena essa que será diminuída na proporção do teu fervor.

Assistindo a Santa Missa com devoção:
Prestas a maior das honras à Santa Humanidade de JESUS Cristo.  Ele se compadece de muitas das tuas negligencia e omissões.
Preserva-te de muitos perigos e desgraças que te abateriam.
Diminui o império de satanás sobre ti mesmo.
Sufraga as almas (purificam) do purgatório da melhor maneira possível
Uma Missa assistida em vida será mais salutar que muitas a que os outros assistirão por ti depois da morte.
Será ratificada (confirmada) no Céu a bênção, que do Sacerdote recebes na Santa Missa.

2 – O martírio não é nada em comparação com a Santa Missa.  Pelo martírio, o homem se oferece a DEUS A SUA VIDA; na Santa Missa, porém DEUS dá o seu Corpo e o seu Sangue em sacrifício para os homens.  Se o homem reconhecesse devidamente esse mistério morreria de amor.
A Eucaristia é o milagre supremo do SALVADOR; é o dom soberano do Seu Amor.               (S.Tomás de Aquino).

3 – Todas as Missas têm um valor infinito, pois são celebradas pelo próprio JESUS CRISTO, com uma devoção e amor acima do entendimento dos anjos e dos homens, constituindo o  meio mais eficaz, que nos deixou Nosso Senhor JESUS Cristo, para a salvação da humanidade.                               (Santa Matildes)

4 – Fica sabendo ó cristão, que mais se merece participar devotamente de uma só Missa, do que distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a terra.                               (São Bernardo)

5 - Nenhuma língua humana pode exprimir os frutos de graças, que atrai o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa.                                                                              (São Lourenço)
6 – A Santa Missa é o presente mais precioso e mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade: Vale o próprio DEUS.                                                                        (São Martinho)
7 – Sinto-me abrasado de amor até o mais íntimo do coração pelo santo e admirável Sacramento da Santa Missa e deslumbrado por essa clemência tão caridosa e tão misericordiosa de Nosso Senhor, a ponto de considerar grave falta, para que, podendo assistir a uma Missa, não o faz.                     (São Francisco de Assis)
8 – Nosso Senhor JESUS Cristo nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa; e o que mais vale é que nos dá ainda o que nem sequer cogitamos pedir-lhe e que, entretanto nos é necessário.  Cada Missa a que assistires, alcançar-te-á, no Céu, maior grau de glória.                          (São Jerônimo)

Partes da Missa


O que se diz ou se faz nessa hora

Acolhida – como no começo de qualquer festa, há cumprimentos e referências aos motivos da reunião.
Na Missa estamos ligados a JESUS e a todas as pessoas do mundo passado,  presente e futuro. O sacerdote cumprimenta o povo desejando a todos a graça do PAI, do Filho e do Espírito Santo.
O povo responde:  “Bendito seja DEUS que nos reuniu no amor de Cristo”.
Ato Penitencial – ninguém participa bem de uma festa se não estiver em paz com o dono da casa e os outros convidados.
Pedimos perdão dos nossos pecados para celebrar melhor.  O padre dá a bênção pedindo a DEUS que conceda o perdão.
O povo reza: “Senhor, tende piedade de nós”.
Glória – um cumprimento elogioso a quem o convidou para este encontro.
É alegria completa e mais perfeita de louvar o nosso DEUS. Todos rezam uma oração que começa assim: “Glória a DEUS nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amado”.
Liturgia da Palavra – é conversando que a amizade cresce.  Ouve-se a Palavra de DEUS.  Estas leituras são iguais no mundo inteiro. Lêem-se trechos da Bíblia.  Em geral são três: um do Antigo Testamento, um do Evangelho e outro das Cartas.
Homilia – Devemos ouvir com a única intenção de acolher a Palavra de DEUS. Ela tem o poder de transformar a nossa mente e o nosso coração. O sacerdote faz uma reflexão acerca dos trechos da Bíblia que foram lidas.   Devemos tem em mente que o ser humano é limitado, evitando, assim algumas críticas.
Preces da Comunidade – prossegue a conversa.  O assunto agora são os problemas e necessidades de todos. Várias pessoas fazem preces, lidas ou espontâneas.
O povo pede: “Senhor, escutai a nossa prece”.
Apresentação das Ofertas – é comum oferecer alguma coisa quando se é convidado para uma festa.  Também se arruma a mesa se houver refeição. O padre e o povo oferecem o pão e o vinho.  Cada um oferece a sua vida, seu trabalho e o esforço de todos.
Duas ou mais pessoas podem levar ao altar as ofertas.
Oração Eucarística (Consagração) – momento central da festa em volta da mesa. O padre repete as palavras de JESUS e transforma o pão e o vinho no corpo e sangue de Cristo. É a transubstanciação.
“Tomai e comei, isto é o meu Corpo, isto é o meu sangue".
PAI Nosso e Abraço da Paz – confraternização dos convidados. O povo reza o PAI Nosso e cada um cumprimenta seu irmão mais próximo desejando a ele a “Paz de Cristo”.
Comunhão – Hora de partilhar.
Hóstia, quer dizer vítima, sacrifício. JESUS é a Hóstia Santa do Sacrifício da Santa Missa. Quem estiver preparado recebe o Corpo e Sangue de JESUS no pão e no vinho.
Por questões práticas é costume distribuir só o pão consagrado.
Ação de Graças e Despedida – final da festa: hora de agradecer a quem convidou e dizer “até breve”. Reza-se uma oração de ação de graças.
O padre dá a bênção final a todos.
       
OS GRANDES  “AMÉM”

Os Grandes
“AMÉM” Momento na Missa Significado

PRIMEIRO Na   ORAÇÃO,   que encerra   os    Ritos Iniciais. Momento oportuno  para nos oferecermos e pedir à DEUS.

SEGUNDO
Após as PRECES DA COMUNIDADE.
A Igreja que escuta, crê e professa, se  inclina sob   o  peito  de  JESUS,  para  dizer-lhe  o  que está dentro do seu coração.
TERCEIRO Após a ORAÇÃO SOBRE AS OFERENDAS, na  Liturgia Eucarística. Este ato  representa que  os fiéis se oferecem ou oferecem  a sua vida para JESUS.
QUARTO Após a  ORAÇÃO  EUCARÍSTICAS:  “Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a vós DEUS Pai, todo poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda Glória, agora e para sempre.” O mais importante  da Missa.  Representa a nossa  adesão  à Eucaristia. É um ato  de  Louvor à Santíssima Trindade. É a maior Doxologia (louvor) da Santa Missa.
QUINTO Na Oração pela Paz, no rito da  Comunhão, recitada pelo Sacerdote: Senhor JESUS Cristo que disseste... O abraço da paz é para todos os que amamos e para os que ainda não amamos tanto.


                     AS PROCISSÕES




MOVIMENTOS
PROCESSUAIS





DESCRIÇÃO
SIGNIFICADO

Procissão de Entrada Organizada com a Cruz em primeiro lugar; duas velas que representam Cristo Ressuscitado; a Bíblia, os participantes, na ordem de importância, sendo o último lugar ocupado pelo membro mais importante.  Canta-se algo que se refira a Igreja peregrina ou que lembra o tema da Liturgia da Palavra. Entrada na  Igreja   do  Celebrante, em   Procissão  com  os   fiéis para a Celebração Eucarística. Lembra  o séqüito papal. Lembra também a caminhada do Povo de DEUS no deserto.  Normalmente é realizada nas missas dominicais e festivas.
Procissão das Ofertas No ofertório são apresentadas as nossas oferendas, o nosso amor, o nosso ser, representados pelo pão e pelo vinho. Para lembrar  que os cristãos primitivos levavam viveres para a oferta, que eram distribuídos igualmente entre todos, ricos e pobres.  Os dons oferecidos não podem ser retomados.
Procissão da Comunhão Participação  dos  fiéis preparados,  na  Ceia do Senhor, é a nossa participação na última ceia. Vão a procissão para receber a Hóstia Consagrada.   Lembra o povo no Egito, saindo da opressão para a terá prometida.  O simbolismo nos faz caminhar, não ajoelhar.

ESTRUTURA DA SANTA MISSA





RITOS INICIAIS


  Canto de entrada



Saudação
Ato Penitencial
Glória
Oração (coleta)





LITURGIA
 (MESA DA PALAVRA)



AT - Profetas Leituras bíblicas
 e orações




Canto de Meditação (Salmo)
NT - Apóstolos
Aclamação - Aleluia
(menos no tempo da quaresma)
Evangelho - JESUS (sua vida e missão)
Homilia
Profissão de Fé  - O Credo
Oração Universal (fiéis)








LITURGIA
EUCARÍSTICA
(MESA DO PÃO)




  Pão, vinho, água
   1 - Preparação das Oferendas

 
Purificação das Mãos
Oração sobre as Oferendas
Prefácio
Invocação do Espírito Santo  


2 - Oração Eucarística

 
Narrativa da Ceia
Memorial
Oblação
Intercessões
Louvor Final
Pai Nosso  

3 - Comunhão



Rito da Paz
Fração do Pão
Procissão para Comunhão
Oração depois da Comunhão


 RITOS  FINAIS
  Avisos


Bênçãos
Despedida

O  ANO  LITÚRGICO
Tema: Ano Litúrgico
Objetivo: Mostrar a caminhada da Igreja.

1 – Oração inicial (espontânea, em silêncio, concluir com Vinde Espírito Santo).
2 – Resumir o encontro passado (A Missa).
3 – Comentários: Hoje vamos ver como a Igreja Católica Apostólica Romana (explicar o nome da nossa Igreja) caminha durante o ano, isto é, vamos conhecer o Ano Litúrgico.

O Ano Litúrgico – “O Ano Litúrgico é o período de um ano durante o qual a Igreja celebra as ações salvíficas ou mistérios de Cristo, “para vivê-los, imitando ou comemorando o que Cristo fez pelos homens” (Frei Alberto Beckhauser, OFM, em Celebrar a vida cristã).

Assim, como temos diversos tipos de Anos ou Calendários; Ano Civil, Ano Escolar, Ano Lunar, Ano Solar, etc. , temos na Igreja Católica  o Ano Litúrgico que é o calendário religioso que contém as datas dos acontecimentos da História da Salvação.  Para celebrar a vida de JESUS, com suas obras e sua Mensagem, sua permanência no meio de nós e seu regresso no fim da História.  No Ano Litúrgico revivemos anualmente todo o Mistério da Salvação centrada na Pessoa de JESUS Cristo, o Messias, o Filho de DEUS.

O Ano Litúrgico  é dividido em dois (2) grandes Ciclos: Ciclo do Natal e o Ciclo Pascal. Em cada ciclo veremos o que celebremos e a qual deve ser a nossa atitude.  Os ciclos são separados por um tempo que chamamos de comum.

I – Ciclo do Natal – Compreende o Tempo do Advento e Tempo do Natal. É determinado por uma data fixa: A do Natal  25.12.

O Natal é a celebração do Nascimento de JESUS, que se fez Homem, para nossa Salvação. Nossa atitude é de gratidão e de glorificação a DEUS “no mais alto dos céus”. DEUS derrama todo o seu amor através da Encarnação do Seu Filho.   O Ciclo do Natal se divide em:

a)Tempo do Advento – Advento é a expectativa, é espera de um Salvador que vem.  É tempo de renovar  o ânimo dos que diante das injustiças do mundo, perderam a alegria e a capacidade de crer: O Advento vem nos lembrar que está próximo o Reino de DEUS, tenham coragem! O Advento vem nos lembrar que o mal não tem a última palavra.  Em meio a pessimismo e sofrimento, DEUS anuncia a salvação e libertação: O Senhor vem ao nosso encontro, Ele mesmo, em pessoa, vem nos salvar.  Vamos ver na Bíblia, Is25,6-10. Veja neste texto  quanta esperança! Isaías, o profeta da esperança, por excelência, descreve um Messias que vem para implantar nova realidade vinda de DEUS e que a humanidade toda será salva.
Então, Advento é  o tempo de espera, de preparação, de esperança. É um tempo em que somos convidados à purificação de vida pela justiça e pela verdade.  Estamos arrumando a nossa “casa”, isto é, o nosso coração para recebermos a mais nobre visita: JESUS, o nosso Salvador. Por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda de Cristo, no fim dos tempos.
O Advento inicia-se no 1º domingo de dezembro ou no finalzinho de novembro. Neste tempo, vemos, nas leituras bíblicas, os personagens de Isaías, o profeta messiânico, João Batista, o primo de JESUS, que veio para preparar os caminhos para JESUS, e O apresentou como Cordeiro de DEUS e de Maria.  Mas porque será que a Igreja escolheu estes personagens? Estas pessoas são exemplos que acreditaram nas promessas de DEUS.  Elas colaboraram para que a  vinda de JESUS  fosse possível.

O Advento começa quatro (4) domingos antes do dia 25/12, último domingo de novembro ou início de dezembro, e termina no dia 24/12.  A cor usada é roxa, as flores e música são moderadas e não se recita Glória.  Dentro do Advento, o 3o Domingo é chamado de “Domingo de Alegria”, é a alegria de estarmos próximos do Natal.  Neste Domingo pode-se usar a cor rosa.

b) Celebração - a celebração tem o seu ponto alto no dia 25/12, mas a festa do Natal se prolonga até o dia do Batismo de JESUS, isto é, domingo após a Epifania de JESUS (manifestação de JESUS a todos os povos).  Este período  é chamado tempo do Natal e usa-se a cor branca.  Quando o Natal de Nosso Senhor JESUS Cristo cai no domingo, a festa do Batismo de JESUS será celebrado na Segunda-feira após o Domingo da Epifania – A festa dos Reis Magos

Mistério da Encarnação: Um DEUS que se humaniza para que o homem se Diviniza. Natal é  o derramamento do Amor de DEUS Jo1,1-18.

No tempo do Advento e Natal devemos contemplar os mistérios gozosos do terço para a pessoa que reza apenas um terço por dia.

Inicia-se, o chamado “tempo comum” da Igreja, isto é, as festas acabaram e vamos caminhar com JESUS.  Vemos nas leituras da Santa Missa a missão e a vida de JESUS, a rotina do seu dia a dia, onde podemos ver grandes milagres e parábolas lindas, onde JESUS nos anuncia longamente o Reino dos Céus, e assim vamos vivendo a nossa esperança cristã.

O Tempo Comum é muito importante, pois ele dever ser expressão da nossa vida cotidiana, tendo o mistério pascal como o grande elemento unificador, que leva a experiência mística de comunhão e relação entre os irmãos a cada participação dominical.

Este tempo começa logo após da Festa do Batismo de JESUS e se estende até terça feira de carnaval e é imterrompido para prepararmos para a Páscoa e recomeça na segunda-feira depois de Pentecostes e vai até o sábado véspera do primeiro Domingo do Advento (último do mês de novembro ou o 1º domingo de dezembro).  Durante a 1ª parte do Tempo Comum temos também celebração da festa de São Sebastião, o nosso Padroeiro (Rio de Janeiro).

O tempo comum é composto por dois  períodos perfazendo o total de trinta e três ou trinta quatro semanas no curso do ano litúrgico, nas quais não se celebram fatos particulares do Mistério de Cristo. Nestas semanas o Mistério é venerado em sua globalidade.  Ao contrário do que pode pensar, o Tempo Comum não é dispensável uma vez que desenvolve o mistério pascal de modo progressivo e profundo na vida dos cristãos através da reflexão e vivência da vida cotidiana de JESUS, suas obras neste contexto de simplicidade.  Assim, é o tempo em a comunidade cristã aprofunda na fé o Mistério Pascal e sublinha as exigências morais da via nova, pois devemos buscar a eternidade cotidianamente.  Ainda que dividido em duas partes, este tempo constitui uma unidade perfeita.
O Tempo Comum não é tempo vazio.  É tempo da Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino” (CNBB- doc.43,132)
Vamos caminhando e chegamos na quarta-feira de cinzas. O tempo comum é interrompido, e vamos nos preparar para a Páscoa.  A páscoa tem um período de preparação, que se chama quaresma, e o tempo de Celebração, que se chama tempo pascal.

II – Ciclo da Páscoa – compreende o Tempo da Quaresma e o Tempo da Páscoa.
Páscoa é passagem, é ação de DEUS.  DEUS passa e liberta. A festa da páscoa recorda, em primeiro lugar, a passagem de DEUS. Esta palavra tem um sentido amplo.  É como se disséssemos: “DEUS salta”, “passa sobre” ou “resguarda”.  Lembramos da páscoa dos Judeus, isto é, a travessia do Mar Vermelho. É a maior festa dos Judeus, pois eles sentiram viva a presença de DEUS naquela Noite. Páscoa é a passagem salvífica de DEUS.

Nesta celebração temos a imolação de um cordeiro perfeito para a Ceia daquele povo marcado para salvar-se da escravidão do Egito. No Novo testamento temos o nosso “Cordeirinho Santíssimo, perfeitíssimo” se imolando para nos salvar do pecado. Quem é esse Cordeirinho?  É aquele mesmo que João Batista apresentou como o Cordeiro de DEUS. JESUS. Páscoa será a lembrança permanente de que DEUS liberta  seu povo através de JESUS, o novo Cordeiro Pascal. Páscoa é o grande domingo do Ano Litúrgico assim como o domingo na semana.
É Páscoa a cada dia, a todo instante, quando fazemos o bem, acolhendo com
alegria nosso irmão e semelhante.

A páscoa é como o Natal, também tem a preparação e Celebração.
a) Quaresma – É o tempo que aparece o Tríduo Sagrado:
Quinta-feira Santa.
Sexta-feira Santa e o
Sábado Santo
O  tempo de preparação para a páscoa  se inicia na quarta-feira de cinzas. A origem desta quarta-feira de cinzas se deu devido aos dias de festas que antecedem o carnaval.

Imposição de cinzas, para que?
Sim, começamos a Quaresma com a imposição de cinzas obtidas com a queima dos ramos bentos no Domingo de ramos do ano anterior.  Os ramos que nos lembram o triunfo de Cristo, agora, reduzidos a cinza, nos advertem ser preciso reconhecermo-nos pecadores, necessitados da Vitória de Cristo JESUS.
Ao iniciar a Quaresma com a imposição de cinzas, o homem se reconhece frágil e pecador, prevenindo, assim o julgamento de DEUS e atraindo sobre si a misericórdia e o perdão divino.  A imposição de cinzas é uma consagração, um convite à conversão e ao arrependimento, através da oração, do jejum, do amor e acolhida ao próximo.

Cinza é, assim, um sacramental capaz de conceder-nos a Graça da Penitência se, contritos e cheios de Fé, estivermos dispostos a assumir a Penitência Quaresmal na Oração, no Jejum e na Esmola.  Então sim, viveremos bem a Santa Quaresma.


As Cinzas ajudam a tomar consciência da fragilidade humana e da certeza do fim de nossa existência terrestre.  Com isso, a Igreja espera que cada fiel possa avaliar melhor o rumo que deve dar à própria vida.  No AT podemos ver vários textos em que as cinzas são usadas para indicar penitência e conversão – Dn9,3: Jn3,5-6 (Até o rei vestiu-se de sacos e sentou nas cinzas).
JESUS também faz referência ao uso das cinzas, a respeito daquele povo que se recusava a se arrepender de seus pecados, apesar de terem visto os milagres e escutado a Boa Nova, Ele disse: “ Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas se teriam arrependido sob o cilício e as cinzas”  Mt11,21.

Antes da quarta-feira de Cinzas vem o carnaval que são três dias de festa que antecedem o carnaval. O Carnaval teve sua origem na Igreja Católica e tinha como objetivo festejar (brincadeiras, churrasco, comilanças, etc).  Isto porque? Na Idade Média, eram muito severas as penitências quaresmais.  Por isso, as pessoas faziam festas com muita comilança de carnes.  O povo iria passar quarenta (40) dias fazendo penitência, orando e jejuando. A abstinência de carne é devido de ser a carne o alimento mais usado na época.  Com o passar do tempo, outras motivações se associaram a essa festa. A  Quarta-feira de cinzas é assim chamada para lembrar que a festa acabou mesmo, agora é sacrifício.
O católico pode brincar o carnaval? Sim! Mas deverá não perder de vista a fonte de referência: O AMOR DE DEUS.   Diante dos erros e dos excessos, São Paulo continua sendo a grande referência:”Examinai tudo, ficai com o que é bom” lTes5,21.

Quaresma é um período de 40 dias. DEUS-Pai na sua pedagogia utilizou-se por várias vezes do número quarenta (40) para conceder grandes graças ao seu povo.  Para que a terra fosse restaurada, DEUS fez cair o dilúvio por quarenta dias e quarenta noites (Gen7,12). Por quarenta dias e quarenta noites Moisés permaneceu no Monte Sinai para receber de DEUS as tábuas da Lei (Ex24,18).  Também por quarenta anos o Povo eleito peregrinou no deserto, até entrar na terra prometida. Enfim , podemos ver na Sagrada Escritura que toda vez que está esperando algo grande, o povo se preparava para este acontecimento.

Quaresma é tempo de recordar que somos peregrinos, que nossa vida também é um êxodo em direção à verdadeira pátria que é o céu. Em cada escolha que fazemos damos um passo como Abraão, por isso é necessário refletir qual é qualidade do meu passo, para onde ele está  nos levando.

É na quaresma que vamos nos preparar para o maior acontecimento de todos os tempos: a Paixão, Morte e Ressurreição de JESUS.. É um tempo forte para conversão. Mas o que é converter-se? Converter é trocar a minha vida pela de JESUS. Conversão é mudança de vida, de mente, atitudes.  É abrir o coração.  Precisamos  renunciar ao mal e aderir a JESUS que carrega sua cruz. Acredito que nossa conversão nada mais é do que um exercício contínuo de "contrariar
a carne"; carne no sentido bíblico, isto é, o orgulho, a gula, a malícia, o egoísmo, a vaidade, raiva, o ressentimento.....

Por isso,  conversão não é somente fruto da ação de DEUS em nossa vida, mas é também o fruto de nossa adesão concreta às coisas divinas e um afastar-se também concreto das coisas do mundo. Trata-se de uma ação conjunta; existe a parte de DEUS, que é imensa; e a minha que é pequenina, mas necessária.
Qual a sua parte, hoje? O que você precisa de converter hoje para que DEUS possa fazer a Dele?

E para iniciarmos nossa conversão e prepararmos bem para o Mistério Pascal, a Santa Igreja nos convida a participação da Santa Missa na quarta-feira de cinzas, onde recordamos que somos pó e que ao pó iremos voltar. É o nosso ponto de partida.

Não há obrigação de se participar da Missa, todavia, a participação na Eucaristia nessa ocasião é altamente recomendável.  Por que?  Porque na Quarta-feira de Cinzas tem início a Quaresma ou o período de quarenta dias que preparam a celebração da Páscoa.  Tal fase do ano equivale a um grande retiro da Igreja – e de cada um de nós, retiro durante o qual nos dedicamos mais intensamente à penitência e à emenda de nossos vícios, assim como à leitura e à oração.  A Quaresma, assim entendida, é o tempo oportuno em que a Graça de DEUS nos é oferecida mais copiosamente para a nossa conversão mais radical.  Cada fiel católico saberá discernir  os meios eficazes (jejum, abstinência, obras de caridade...) para mais e mais se libertar dos resquícios do pecado que ficam no fundo do coração humano.

Durante todo o tempo da quaresma a Igreja nos oferece os meios para que possamos nos manter firmes: a Via Sacra, o jejum, onde mortificamos a carne, a esmola, onde nos desprendemos  do que é material e a confissão Sacramental onde vivemos o apelo da Igreja: “Convertei-vos e crede no evangelho”.

Este tempo é composto de cinco semanas e termina na quarta-feira da Semana Santa. A cor usada é a roxa, as flores e a música são moderadas e não se canta o Glória e o Aleluia, com exceção no 4o Domingo que é chamado de “Domingo de Alegria”, é a alegria de estarmos próximos da Páscoa.  Neste Domingo pode-se usar a cor rosa.

Neste tempo da quaresma em algumas igrejas usa-se cobrir as imagens de roxo (significa recolhimento, mas não é obrigatório cobri-los).

Para valorizar este tempo tão importante, a Igreja no Brasil promove a Campanha da Fraternidade para nos incentivar a rezar e trabalhar por uma causa. Por exemplo: Os excluídos, os sem trabalhos, os índios, etc... Ela dá ao tempo quaresmal uma dimensão histórica,  humana e comprometida com  questões específicas de nosso povo, como atividades essencial ligada à Páscoa do Senhor.
E qual é a relação entre Campanha da Fraternidade e Quaresma?  A Campanha da Fraternidade é o empenho de viver e de irradiar essa grande graça de conversão, de reconciliação com DEUS, nosso PAI, e com todos os irmãos.

A Campanha da Fraternidade é um instrumento para desenvolver o espírito quaresmal de conversão e renovação interior a partir da realização da ação comunitária, que, para os católicos, é a verdadeira penitência que DEUS quer em preparação da Páscoa.  Ela ajuda na tarefa de colocar em prática a caridade e ajuda ao próximo. É um modo criativo de concretizar o exercício pastoral de conjunto, visando à transformação das injustiças sociais.

A solidariedade nos leva à prática efetiva da justiça, a trabalhar para que se promovam todos os direitos para todos e a superar toda forma de discriminação e desigualdade. Ela é a energia salvadora do Evangelho que impele à busca da paz na sociedade e oferece toda humanidade o dom definitivo da paz em JESUS.
Que a cada quaresma que vivemos seja uma ocasião propícia de chegarmos à
Páscoa com o coração transfigurado.
No último domingo da quaresma celebramos o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, dando início a Grade Semana, a Semana Santa, onde comemoramos a entrada alegre e triunfal de JESUS na Cidade de Jerusalém e a alegria do povo estava pautada na esperança de JESUS sendo reconhecido pelas autoridades, pensaram: Agora, Ele vai restaurar Israel que era o sonho de todo o povo judeu.  Inicia-se a Semana Santa com toda a nossa atenção para a Paixão de Cristo.
No tempo da Quaresma devemos contemplar os mistérios dolorosos do terço. Para o Cristão que reza apenas um terço por dia (quarta-feira de cinzas até Sábado Santo).

b) Celebração – A celebração começa com o Tríduo Pascal que compreende três dias: Participar bem das celebrações da quinta-feira e sexta-feira Santa e da Grande Vigília Pascal, é tomar posse da vitória alcançada no calvário.

b.1 - Quinta-feira Santa (conhecida como Lava-pés) – Celebramos o Novo Mandamento; o amor expresso, serviço prestado aos irmãos, simbolizado pelo lava pés, profunda união de todos os irmãos ao divino Mestre que é a participação da Ceia Eucarística, e participação e solidariedade nossa com Cristo que sofre, “isto é o meu Corpo”., ”Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim.”

Na Catedral celebra-se a Missa da Unidade ou do Crisma, onde os presbíteros da Arquidiocese inteira comparecem. Há bênção do óleo do Crisma, Batismo, Ordenação sacerdotal e Unção dos enfermos. Revivemos a Instituição da Divina Eucaristia, o maior de todos os Sacramentos e do Sacramento da Ordem, “Fazei isto em memória de mim”. Durante a celebração temos também o Lava-pés para nos lembrar que devemos nos colocar a serviço do próximo (somos iguais) e que devemos nos colocar a serviço de  DEUS.
A transladação do SS Sacramento para outro local e o apagar das luzes é para nos lembrar do sofrimento de JESUS.  É retirado também as toalhas do altar.

b.2 – Sexta-feira Santa – (A celebração da Paixão pode ser entre 15 e 18 horas) - Neste dia vemos o DEUS da Vida colocado diante da realidade da morte. A morte, na verdade, assusta, reflete a nossa fragilidade e mostra nossas limitações.  Todavia, devemos aceitar que há um nascer e há também um morrer. O próprio Cristo fez esta experiência. Neste dia, temos a celebração da Paixão de Nosso Senhor JESUS Cristo, com adoração da Cruz e a distribuição da Sagrada Eucaristia.  Não se celebra a Santa Missa em nenhuma parte do mundo. É um dia propício para o exercício piedoso da Via Sacra. A via Sacra é um dos exercícios mais piedoso, depois da Santa Missa. A cor usada é vermelha e a nossa atitude básica é de profundo silêncio, solidariedade e gratidão.  Neste dia não se administra nenhum sacramento à exceção da Unção dos enfermos.
b.3 – Sábado Santo – (pode ser a partir das 18 horas) é o ponto alto da celebração da Páscoa.  Temos a bênção do fogo e da água, que será usada durante todo ano para celebrações do batismo. Dentro desta celebração sobressalta-se o CÍRIO PASCAL, é aquela vela grande, onde são  colocadas as duas letras, o alfa e o ômega (a 1ª letra e a última do alfabeto grego) para nos lembrar que JESUS é o princípio e o fim, e os cravos para nos lembrar da morte de JESUS. É colocado ainda o ano em curso.

As leituras da Vigília Pascal são 7 e fazem ligação entre a Antiga  Aliança (Páscoa dos Judeus) e a Nova Aliança (Páscoa dos Cristãos).
b.4 – Domingo da Ressurreição ou Domingo de Páscoa - JESUS Vive, JESUS ressuscitou.  “Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui; ressuscitou”.  Lc 24,5.
Portanto, a afirmação: Cristo Ressuscitou, vem do céu. A ressurreição de JESUS Cristo é um fato, é uma realidade, não um sonho, uma farsa, armação ou encenação. Na páscoa, somos convidados a olhar para além da morte, pois como dizia São Francisco de Assis, a morte é a porta da Vida. E Cristo, pela sua Ressurreição, comprova que é o Senhor da Vida. Vida plena; sem gemidos, sem lágrimas, sem luta e sem dor.
Todo nosso caminhar nesta terra é uma lenta e longa caminhada para a transformação com objetivos de vencermos as barreiras que a vida nos reserva.
A festa da páscoa, ou tempo pascal, é celebrado por cinqüenta (50) dias, terminando com a festa de Pentecostes.  A páscoa termina, mas nos deixa a alegria do Pentecostes, pois nos lembra que JESUS foi para o Pai para preparar a nossa morada, mas enquanto estamos aqui na terra em peregrinação temos o Consolador, o Espírito Santo.  É uma promessa de JESUS: “Estarei convosco todos os dias, até  o fim do mundo”. (Mt 28,20) . A cor usada é branca.
Terminando o tempo Pascal, no domingo de Pentecostes, recomeça o tempo comum que se estende até o final do ano Litúrgico com a  festa de ... quem sabe?  Festa de CRISTO REI.    (nesta 2ª parte do tempo comum celebramos a festa de  São Pedro e São Paulo, São João Batista,  Mártires e muitos outros Santos e  a festa de Corpus Christi).
No tempo Pascal devemos contemplar os mistérios gloriosos do terço para a pessoa que reza apenas um terço por dia (domingo da Páscoa até o domingo da Santíssima Trindade)

LEMBRETE: As cores que falamos são para a celebração da Santa Missa.
Na celebração do Batismo, Casamento e Adoração ao Santíssimo Sacramento,  usa-se a estola branca ou dourada.
Na celebração da Penitência ou Confissão , Unção dos enfermos, Missa  de 7º e 30º dia: Usa-se a estola roxa. Mas a memória do dia tem preferência sobre as almas.
A Santa Missa do Sábado Santo não cumpre o preceito de domingo, pois estamos celebrando o Tríduo pascal e este encerra-se com a Santa Missa.
Mas por que a Páscoa nunca cai no mesmo dia do ano?
O dia da Páscoa é o primeiro domingo depois da Lua Cheia que ocorre no dia ou depois de 21 março (a data do equinócio). Entretanto, a data da Lua Cheia não é a real, mas a definida nas Tabelas Eclesiásticas. (A igreja, para obter consistência na data da Páscoa decidiu, no Conselho de Nicea em 325 d.C, definir a Páscoa relacionada a uma Lua imaginária - conhecida como a "lua eclesiástica").
A Páscoa dos Judeus, conforme podemos ver em Ex12,1-6 – Dia  14, isto é, 14º dia que foi visto a lua nova, (A fase da lua é de sete dias, logo a cheia seria no dia 14).   De 19 em 19 anos a esta data coincide.   Então o mês é lunar, isto é, inicia-se com a 1ª visão da lua nova.  O dia em que o Povo de DEUS atravessou o Mar Vermelho era lua cheia.
A Quarta-Feira de Cinzas ocorre 46 dias antes da Páscoa, e portanto a Terça-Feira de Carnaval ocorre 47 dias antes da Páscoa. Esse é o período da quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas.
Com esta definição, a data da Páscoa pode ser determinada sem grande conhecimento astronômico. Mas a seqüência de datas varia de ano para ano, sendo no mínimo em 22 de março e no máximo em 24 de abril, transformando a Páscoa numa festa "móvel".


Com o encontro de hoje acabamos de apresentar a Santa Missa e a caminhada da Igreja durante o ano.  Agora vocês poderão participar da Santa Missa não mais por preceito, e sim, com muito amor e carinho e os resultados vocês verão. Encontrarão forças e coragem para enfrentar as dificuldades do dia a dia.  (Encerrar o encontro com oração espontânea)

Esquema do Ano Litúrgico – gráfico 1

Início 4 domingos antes do Natal
Término 24 de dezembro à tarde
Advento Espiritualidade Esperança e purificação da vida
CICLO Ensinamento Anúncio da vinda do Messias
DO Cor Roxa
NATAL
Natal Início 25 de Dezembro
Término Festa do Batismo de JESUS
Espiritualidade Fé, alegria e acolhimento
Ensinamento O Filho de DEUS se fez Homem
Cor Branca

Início 2ª feira após o Batismo de JESUS
Tempo Término Véspera da 4ª feira de Cinzas
Comum Espiritualidade Esperança e escuta da Palavra
(1ª parte) Ensinamento Anúncio do Reino de DEUS
Cor Verde

Quaresma Início Quarta-feira de Cinzas
CICLO Término Quinta-feira Santa
PASCOAL Espiritualidade Penitência e conversão
Ensinamento A Misericórdia de DEUS
Cor Roxa

Início Quinta-feira Santa
Término Domingo de Pentecostes
Páscoa Espiritualidade Alegria em Cristo Ressuscitado
Ensinamento Ressurreição e vida eterna
Cor Branca

Tempo Início Segunda Feira após o domingo de Pentecostes
Comum Término Véspera do 1º domingo do Advento
(2ª parte) Espiritualidade Vivência do Reino de DEUS
Ensinamento Os cristãos são o sinal do Reino
Cor Verde

Nota: Além das festas de JESUS dentro do Ano Litúrgico estão as festas da Virgem Maria, dos apóstolos  e dos outros santos.
Nestas festas usa-se cor apropriada. Por exemplo: Nossa Senhora (branca, azul ou dourada), Mártires, isto é, testemunhou a fé com derramamento de Sangue (vermelha), por exemplo, São Sebastião que celebramos no dia 20 de janeiro.
No Ano Litúrgico temos também outras memórias (ver no desenho da página a seguir).

Encerramos o Ano com a Festa de Cristo Rei.

 
ALGUNS DOS SÍMBOLOS PASCAIS

Cordeiro Pascal  – Na fuga do Egito, o sangue de um cordeiro marcou a porta das casas dos hebreus que estavam sendo libertados por DEUS. Daí para frente, os Judeus sacrificavam um cordeiro para reviver essa libertação na festa da Páscoa. O Cordeiro também pela sua mansidão e pelo branco nos transitem a paz.

JESUS veio para fazer uma libertação maior do que essa que eles comemoravam na Páscoa. Ele deu sua vida por nós. São João Batista ao ver JESUS disse: “Eis o Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo”.
Você é um cordeiro de Páscoa?   Você é capaz de oferecer sua vida, junto com
 JESUS para o bem de todos?

Círio Pascal - JESUS VIVE! JESUS RESSUSCITOU! É uma vela, luz da fé.  Uma vela se gasta enquanto ilumina caminhos.  O círio pascal, além do simbolismo próprio da vela, usa outros sinais: Nela estão gravadas as letras alta e ômega. A primeira e a última letra do alfabeto grego.  É um jeito de lembrar que DEUS é o começo e o fim de tudo que fazemos.  Lá estão também os algarismos do ano em curso.  São os dias de nossa vida que durante o ano vão ser gastos, iluminados pela luz da ressurreição de Cristo.  Esta vela lembra-nos também a coluna de fogo que precedia o povo hebreu na caminhada através do deserto para a terra prometida.

Você é vela de Páscoa?  Você é capaz de se gastar para que os outros possam achar
o caminho da verdadeira vida?

Ovo de Páscoa – O ovo está aparentemente morto, mas dentro dele há um segredo de vida que vai brotar.  Lembra o Cristo ressuscitado,  saindo do túmulo,  como a nova vida que sai do ovo.

Você é o ovo de Páscoa?  Dentro de você está viva a força do amor de DEUS que faz o bem nascer?
Sino de Páscoa – Toca e anuncia alegria da ressurreição.  O seu repicar festivo convida a todos para louvarem com ele o Cristo que é nosso irmão.
Como você pode ser um sino de Páscoa?  Suas palavras dão alegria? Anunciam que o AMOR está vivo?
Coelha de Páscoa – É um bichinho no qual a força da vida é muito intensa.  Um casal de coelhos tem muitos filhos  rapidamente o grupo aumenta.  Lembra a força da ressurreição que fez aumentar depressa o número dos primeiros cristãos.
Como você pode fazer aumentar o número de cristãos?
Sua vida faz pensar na força do amor que faz tudo que é bom se multiplicar?
Cruz da Ressurreição – Traduz, ao mesmo tempo, sofrimento e ressurreição, morte e vitória.
Como você carrega a Cruz no seu dia a dia? Como você ajuda o seu irmão carregá-la?
O Pão e o Vinho – Na  ceia do Senhor, JESUS escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor.  Representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna. O pão também é símbolo de partilha.
O maior e mais precioso símbolo da ressurreição é JESUS!

Motivação para o próximo encontro: Hoje aprendemos como a Igreja caminha. No próximo encontro o que será? Por que será que existimos? O próximo encontro pois, será maravilhoso!








Criação do Mundo e o Paraíso
Tema: A Criação
Objetivo: Mostrar o catequizando que tudo que existe é obra de DEUS e ele (o homem) é o centro desta criação.

1 - Motivação:
Cantar: É impossível não crer em Ti  - 5
O que é criar?
Quem pode criar?

2 - Iniciar lendo Gn1,1-31;2,1-3 – “Quando DEUS iniciou a criação do céu e da terra, a terra era deserta e vazia, e havia trevas na superfície do abismo; o vento (sopro, espírito) de DEUS agitava a superfície das águas” Gen1,1-2. DEUS pairava sobre as águas

Esse primeiro relato da criação quer dizer, com certeza, que DEUS fez tudo do nada.  Mas insinua que, entre o nada e a criação, há como um estágio intermediário; o vazio, o do caos, o da desordem.  O mundo havia sido criado, mas não tinha forma.   A terra estava vazia; o céu, escuro; o abismo das águas estava agitado por um vento fortíssimo, aquele que só DEUS pode enviar.


Este texto é um poema. Não é uma descrição racional nem um relatório científico sobre as origens do universo e da vida.  É um poema e, como tal, deve ser lido.  Sabemos que na poesia as palvras ganham sentidos muito diferentes, que vão além do que elas concretamente significam.  Na poesia, por exemplo, “água” significa muito mais do que a fómula química H2O. É muito mais do que o líquido . “Água”, na poesia, pode ser vida ou caos, bênçao ou maldição, choro ou alegria, espírito, nascente, fonte, poço, encontro ou desencontro, medo e fuga, morte e renascimento, salvação, ressurreição!

O poema nos conduz do caos ao cosmos. Caos e cosmos são dois conceitos gregos que passaram à nossa língua portuguesa: o que hoje, chamamos de caos? O que significa caótico? (pausa) bagunça, desorganização total.... (pausa).  Cosmos é o contrário disso, o que hoje chamamos de cosmos? (pausa) O que é comésticos? (pausa) Cosmético vem de “cosmos” e significa aquilo que reoorganiza, recompõe, transforma, conserta, embeleza. O autor sagrado quer dizer exatamente isso que o mundo ficou lindo, ficou perfeito.
Então, o poema do capítulo 1 do Gênesis nos fala que a Criação é uma constante passagem do nada ao ser (ou do não-existir à existência), da desarmonia para a harmonia, do desequilíbrio para o equilíbrio, da desordem para ordem, da bagunça para a organização. Do vazio para a presença, do caos para o cosmos.

E para que tudo isto acontecesse, é relatado que a palavra de DEUS é que cria (a DEUS basta uma palavra para criar!); a luz, o firmamento, a terra, O mar... os seres vivos animais grandes e pequenos e o HOMEM.
O importante e maravilhoso notar que o sopro citado no livro do Gênesis 2,7 -  é o Espírito (sopro de DEUS) que vem sobre os profetas de DEUS, para que digam ao povo qual a sua vontade.  É o mesmo sopro que trouxe você aqui hoje!   QUÃO GRANDE É O NOSSO DEUS!

A criação revela o sonho do nosso DEUS AMOROSO, de uma convivência harmoniosa entre os seres, de uma verdadeira comunhão: Criador e criaturas num mesmo e único processo de geração de vida.  A criação é a primeira Páscoa.  DEUS faz a vida explodir do nada, numa de festa de formas e de cores!

Então, conhecemos a  história da criação através da Bíblia, no AT. “No princípio DEUS criou o céu e a terra”, Gn 1.1 quando nada existia, nem o tempo.  DEUS rompeu o silêncio com sua palavra.  Palavra criadora.  Esta palavra divina,  viva e eficaz, deu início a tudo que existe e vive. E “DEUS viu que era bom”.

(Este texto relata, em linguagem simples e figurada (não pode ser tomada ao pé da letra), de acordo com a inteligência da humanidade da época, as verdades fundamentais pressupostas e de acordo com as descrições populares das origens, pois já sabemos que a nossa história se conservou por muito tempo em sua tradição oral, isto é, o povo contava. Isto não é uma explicação cientificamente como foi que surgiram o mundo e a vida.  Para esse tipo de explicações ouviremos a ciência.  Ela é também presente de DEUS, fruto da inteligência que o Senhor nos deu para podermos descobrir, inventar e colaborar com a criação. Através da poesia, porém, o texto que ouvimos procuram expressar o sentimento de reverência diante do divino poder criador – o texo foi substituído, porém conservado – cabe o catequista analisar) .

O texto foi escrito em forma poética, a criação das diversas coisas, compendiando tudo numa semana que termina com o repouso do sábado. Com isso ele tem a intenção de ressaltar que toda a criação é obra de DEUS e de colocar o repouso semanal, num dia inteiramente dedicado a DEUS.  É o Dia do SENHOR

Tudo foi criado, nada apareceu por si, pelo acaso.  As coisas criadas são o modo de DEUS falar.  DEUS é pessoa, e pessoa se comunica.  E um dos meios de comunicação de DEUS é a sua criação.  Tudo que foi criado é linguagem de DEUS Rm1, 19-20.
DEUS, criando  conservando todas as coisas por meio de seu Verbo, proporciona aos homens nas coisas criadas um testemujnho permanente de Si mesmo.

Tudo que existe tem utilidade: umas estão a serviço das outras.  Olhando o mundo, vemos nele a grande casa de DEUS.  Tudo isso Ele preparou para todos os homens, para que nela todos tivesse o seu lugar. “... E DEUS viu que era bom”.

Houve um perfeito equilíbrio ecológico.  Para cada espécie foram estabelecidos princípios e formas de vida, de reprodução e de continuidade. A pedagogia de DEUS está presente em todas as criaturas desde o momento da criação.

“Façamos o homem à nossa imagem e semelhança”.Gn1,26.  Neste versículo, nos parece que o CRIADOR, nosso PAI AMOROSO,  tomou a decisão após uma auto-consulta ou juntamente com sua corte celeste.  Podemos observar que está no plural para designar a majestade e a riqueza interior de DEUS.  Podemos deduzir que desde a criação DEUS se manifesta na Trindade... DEUS é Amor intenso, são três. E nós fomos criados para fazer parte de uma comunidade de amor.  “... E DEUS viu que era muito bom”!

A nossa imagem e semelhança: palavras importantes que o autor sagrado repete.  Com a palavra imagem em referência a DEUS distingue os homens dos animais, dotando-o de inteligência (leva ao conhecimento da verdade),  vontade (querer particar o amor) e poder; o homem é capaz de conhecer e amar o seu Criador e que ele o constituiu senhor de todas as criaturas terrenas.

Assim como temos as faculdades do corpo (que são-pausa): Visão (luz), audição (som), olfato(odor), paladar (gosto) e tato (forma) temos s faculdades da alma que são inteligência e vontade.

Imagem e semelhança: Imagem  -  são os dons naturais (razão) – A imagem de DEUS  quer dizer a razão humana. É pela razão que temos a inteligência e a vontade.
Semelhança – São os dons sobrenaturais que foram perdidos pelo pecado  (veja no encontro seguinte do pecado original a história em quadrinhos mais detalhes)

Vemos também que DEUS não criou o homem deixando-o sozinho.  Desde o início criou homem e mulher e sua união constitui a 1ª forma de comunicação de pessoa.

“E DEUS viu que era muito bom”.   DEUS coroa sua obra criando o homem e fazendo dele senhor de toda a criação (mostrando o cartaz da criação).

Porque o homem é a imagem de DEUS, o ser humano possui a dignidade de pessoa: ele não é somente alguma coisa, mas alguém.  É capaz de conhecer-se, de possuir-se e de doar-se livremente e entrar em comunhão com outras pessoas.  É chamado, pela graça, a uma aliança com seu Criador, a oferecer-lhe uma resposta de fé e amor que ninguém mais pode dar em seu lugar.

A Bíblia exprime isso distinguindo claramente a criação do homem das demais criaturas, Gn1, 26.  De todas as criaturas visíveis, só o ser humano é “capaz de conhecer e amar o seu Criador”: Ele é a “única criatura na terra que DEUS quis em sim mesma”, só ele é chamado a compartilhar pelo conhecimento e amor, a vida de DEUS.  Foi para este fim que o ser humano foi criado, e aí a razão de sua dignidade. Por ser a imagem de DEUS, o indivíduo tem a dignidade de pessoa – ele vale pelo que é, e não por suas posses, virtudes ou qualidades.

O Homem é a maior criação de DEUS. É o ponto alto da criação.

Formou o homem... Não se trata de um ensinamento científico relativo à origem do corpo humano.  O que o texto sagrado quer afirmar é somente que o homem é obra de DEUS e que sua alma procede de DEUS diretamente.  A alma no texto é representada pelo sopro DIVINO.


DEUS abençoa o homem e a mulher dizendo-lhes:  “Crescei e multiplicai-vos”; daí vê o matrimônio e o amor conjugal é ordenado por sua natureza, para procriação na prole. E os filhos são o dom precioso do matrimônio e contribuem para o bem dos pais.   É claro que não podemos desprezar os outros fins do matrimônio. A relação conjugal é querida e abençoada por DEUS, porém precisamos saber como e quando podemos usufruir dela. Quando é, rebanho amado? Somente na união pelo Sacramento do Matrimônio.

Gn2,18-24 - Homem e mulher no projeto de DEUS — O relato da criação, na Sagrada Escritura é apresentado, de forma muito simples mas bonita, destaca a incompletude do ser humano e a necessidade que temos do encontro com o outro. A criação não está completa enquanto o homem não encontra uma companheira à sua semelhança. DEUS, então, completa a sua obra, tirando a mulher da costela, isto é, do lado do homem, enquanto ele dorme. Isto quer dizer: homem e mulher existem como dons gratuitos de DEUS. E DEUS quem os cria, com a mesma dignidade. E DEUS quem os “modela” na mesma fragilidade: são feitos do mesmo barro, do húmus da terra. Essa narrativa da criação o sentido profundo da existência humana:  homem e mulher se completam e os dois juntos levam a termo a obra do Criador. Um precisa do outro, pois somente no outro é que podem se reconhecer a si mesmos e é só aprendendo a acolher o outro que podem abrir-se para a plenitude, descobrindo a fonte de tudo, o próprio DEUS Criador.

DEUS continua criando e conservando o universo.  Ou seja: DEUS continua falando para nós através das coisas e das pessoas.  DEUS, oferecendo-nos a sua criação, dá-nos também a inteligência e o poder de aperfeiçoá-la. Ele convida-nos a dominá-la pela técnica. O maravilhoso em nossa vida não é que nada possamos fazer sem o auxílio de DEUS, mas que Ele não queira fazer nada sem nosso auxílio.  Sobretudo, não é a ação que nos torna feliz, mas o fato de estar ao lado do Senhor para fazer-lhe a vontade.

Certamente, DEUS não necessita de nós, mas estabeleceu o seu plano contando conosco e colocou-se na situação de precisar de nosso auxílio.

Resumindo: O que o autor sagrado quis nos mostrar com a narração da criação?
1)  Que existe um único DEUS vivo e criador.
2)  Que a natureza não é divina, nem está povoada por outras divindades.
3) Que o ponto mais alto da criação é a humanidade: homem e mulher, ambos criados à imagem e semelhança de DEUS. E esta é chamada a dominar e a transformar o universo, participando da obra da criação.
4) Que o ritmo da vida é trabalhar e descansar: assim como DEUS descansou do trabalho criador, também o homem tem direito ao dia semanal de descanso.  Importante notar que a criação toda é marcada pelo selo de DEUS: “Era bom...”.

Em quantos dias foi feito o mundo?
Os antigos consideram como relato histórico os acontecimentos narrados em Gn1,11.  Hoje, porém, já sabemos que é narração alegórica, isto é, um modo de falar.  Isto é narrado para mostrar que o mundo é “obra perfeita”,  pois DEUS viu que tudo era bom. O nº 7 é um número perfeito, isto é, a obra ficou tão perfeita que levou sete dias para completá-la.  A narração bíblica da criação é estritamente teológica.  A bíblia não contém erros.

A criação do  mundo em 7 dias é um esquema, uma idéia, artificial, feito para desembocar no sábado (= sétimo dia).  A ordem da criação é descrita pelo autor, conforme observação do dia-a-dia.  Ele não está interessado em discutir se as plantas devem existir antes ou depois do sol (discussão que surgiu com os cientistas).  Com o relato da criação o autor está afirmando que foi DEUS quem fez o sol e as plantas.


Por que a bíblia no livro do gênesis narra duas versões da criação? Gn2,4b-25
Porque foram feitas em épocas e autores diferentes; a 2ª é mais minuciosa.  A 1ª foi escrita por sacerdotes e a 2ª por gente do povo.  Os sacerdotes tinham o objetivo de mostrar quem era o mais poderoso: DEUS libertador ou Marduc, o DEUS de Babilônia.  O povo estava em Babilônia exilado (587-539 a C), onde sofriam muito, daí a necessidade de fortalecer e manter a fé daquele povo e dar sentido à sua  vida.

Em seguida os sacerdotes ensinam que para manter a fidelidade a DEUS e continuar sendo a sua herança, o povo deve evitar o culto dos ídolos, a religião de Babilônia e manifestar essa fidelidade através do culto verdadeiro que veremos na história dos patriarcas (daqui alguns encontros – aguardem!).  Daí também surgiu o descanso no 7º dia para poder fazer o culto neste dia. Seria o dia para adorar e servir somente a DEUS.
DEUS criou o homem à sua imagem e semelhança; “Criou o homem e a mulher”, Gn1, 27.

Existiu Adão e Eva? Haveria outros casais? Se eles formaram o 1º casal, com quem casariam seus filhos?
A Bíblia nos fala do homem e da mulher.  É o jeito do autor sagrado falar.  No início, diz ele, DEUS  criou o homem e a mulher, isto é, DEUS fez a raça humana.

De onde surgiu o nome de Adão e Eva?
O nome de Adão é um nome coletivo, isto é, conjunto dos homens e significa que vem da terra e quer dizer: humano, fértil  e Eva é o conjunto de mulheres e significa: viver, gerar vida, assim como dúzia para designar 12 unidades.  Daí surgiu a idéia do 1º casal: Adão o 1º homem e Eva a 1ª mulher.
Adão então designa todo homem e Eva toda mulher. Portanto Adão e Eva existiram assim como existem hoje.  O autor sagrado quis nos ensinar que o homem e a mulher tiveram começo e foram criadas por DEUS.

E o homem feito de barro? Gn 2,7 -  Mais uma vez vemos que isto é narrado alegoricamente, isto é, um modo de falar. Com isso o autor quis nos mostrar:
Que DEUS modela o homem como um oleiro molda um vaso, o tijolo, a telha. (todos conhecem estes objetos?).  O autor sagrado quer mostrar que o homem é criatura das mãos de DEUS; para isso usa o barro, material muito usado na época. Se fosse hoje como seria narrado isso?
Mostrar a fragilidade do homem e dependência total de DEUS.  Então, homem feito de barro é ensinamento estritamente teológico.

Concluindo: O homem é obra perfeita das mãos de DEUS, é frágil, é pecador e limitado. O homem é um vaso de barro e foi DEUS quem o modelou com muito AMOR.

De onde vem a idéia de costela? Gn2, 21-25 - Essa idéia é somente para mostrar que o homem e a mulher são iguais e eles se complementam e que essa igualdade leva à aproximação, ao amor e ao casamento monogâmico.

O Homem e a Mulher foram criados, quer dizer, foram queridos por DEUS em perfeita igualdade enquanto pessoas humanas, por um lado; mas por outro, no seu respectivo ser de homem e de mulher: “Ser homem”, “Ser mulher” é uma realidade boa e querida por DEUS. O homem e a mulher têm uma dignidade que não pode perder-se e que lhes vem imediatamente de DEUS, seu Criador.

A atração sexual profunda e misteriosa é de origem divina e disso o homem não pode abusar.  O autor observou isso dia-a-dia como nós podemos observá-la hoje também.

DEUS criou o homem belo e perfeito. DEUS criou o homem à sua imagem e semelhança e o colocou no paraíso.   E para mostrar igualdade entre o homem e a mulher, temos a belíssima expressão: “osso dos meus ossos, carne de minha carne”  Gn2,23. (levar os catequizandos a refletir a grandeza disso). Então,  podemos deduzir que desde do início do mundo, DEUS institui a união do homem e da mulher  indissolúvel com amor indivisível “numa só carne”.  E JESUS que leva o AT à plenitude institui um sacramento para efetivar esta união: O Matrimônio.

5 - E o sono de Adão? Gn2,21-25
O sono de Adão a que o autor se refere é para nos dizer que a criação é segredo divino e o homem não pode criar.

Todas estas informações têm o objetivo de mostrar a beleza que é o nosso mundo e o tamanho do amor que DEUS tem para cada um de nós.  É para vocês se maravilhar da obra da criação, mas não se deter na casca, isto é, na linguagem utilizada, aproveitar sim o miolo que é a obra perfeita das mãos de DEUS.  

6 - Como surgiu a idéia do Paraíso?
O autor sagrado não sabe como deveria ser o mundo, mas sabe que DEUS é AMOR, justo e bondoso. Por isso, imagina uma situação que seja exatamente o oposto daquilo que ele conhece.  É uma situação de bem-estar radical (ler e partilhar Gn2, 8-25).

Vimos neste texto a descrição do paraíso, o jardim do Éden, palavra hebraica que significa paraíso. Vamos destacar alguns detalhes importantes para o nosso entendimento:
A mulher não é dominada pelo homem, ela é a sua companheira.  Adão exclama: Essa sim é “carne da minha carne e ossos dos meus ossos!” (gravem com amor e carinho- teremos uma bela comparação no final do ano) Gn2, 22-24 ou 2,18-24.
A vida continua para sempre, a árvore da vida. Gn2, 8-9.
A terra não é deserta, pois produz frutos.
O trabalho não é opressor, é algo leve, rende muito.
Cercado de água.  Água é vida. Gn2, 10-14.
Os animais obedecem e servem. Gn2, 19-20.
DEUS é amigo íntimo dos homens, pois passeava e conversava. Gn3, 8.
Nenhuma violência.
Enfim, o autor sagrado descreve a harmonia total.  Harmonia de DEUS com os homens e do homem com os homens. E nesse paraíso o homem tinha a possibilidade de vida real.  Então, conforme o que refletimos, levemos no coração.
Viver sempre e ser imortal. A morte física do homem seria algo natural, podemos dizer que seria uma passagem normal e ninguém sofreria com a separação.
Sem sofrimento físico nesta vida.
Viveria em  harmonia com DEUS diariamente, isto é,  sem pecado algum.  Ele tem a idéia que este mundo fosse um paraíso.
A sede de paz que o autor sagrado deseja alcançar é tão grande que ele chega a narrar  que o Senhor passeava e conversava com o homem.


Vemos que o homem participa da obra de DEUS dando nome aos animais e por isso participa do poder criativo de DEUS.  Outro detalhe muito importante para nós: a mulher não foi tirada da cabeça do homem para mandar nela ou tirada dos pés, isto é, para que fosse sua escrava, mas foi tirada do lado, para ser sua companheira.

Interiorização: Vimos então que DEUS criou o  homem belo,  perfeito. Você foi criado à imagem de DEUS; Vimos à descrição do paraíso. Porque será que o mundo é exatamente o contrário daquilo que deveria ser? (pausa) Quem é responsável? Como está você, a imagem de DEUS hoje? O que necessário você romper hoje para que se torne uma imagem de DEUS? rancor, falsidade, perdão, apego a outras coisas...   Amados, convido-os a se jogarem nas mãos de DEUS e deixar-se modelar como o vaso nas mãos de um oleiro...
Cantar: Eu quero ser meu PAI amado, como o barro nas mãos do oleiro. Rompe-me a vida.
Faz-me de novo, eu quero ser, eu quero ser um vaso novo!
(Encerrar o encontro com oração espontânea  levando os catequizandos a louvar a DEUS pela obra da criação e concluir com a oração Santo, Santo, Santo...)
 Cantar: É impossível não crer em Ti...
Extraído resumidamente do livro Bíblia: Perguntas que o povo faz – Frei Mauro Strabeli

Motivação para o próximo encontro: A obra de DEUS ficou tão perfeita que levou sete dias. O homem coroou esta obra: “DEUS viu que era muito bom”! Será que o homem continuou belo e perfeito? O que será que o homem fez? Não percam o próximo encontro!

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