quarta-feira, 5 de março de 2014
Vaticano: Papa recusa culto de personalidade
Roma, 05 mar 2014 (Ecclesia) – O Papa concedeu uma entrevista ao jornal italiano ‘Corriere della Sera’, publicada hoje, na qual manifesta o seu desacordo com o que qualifica como “interpretações ideológicas” do seu pontificado, iniciado a 13 de março de 2013.
“Gosto de estar com as pessoas, junto a quem sofre, ir às paróquias; não me agradam as interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco, como quando se diz, por exemplo, que [o Papa] sai do Vaticano, à noite, para dar de comer aos sem-abrigo, na Avenida Ottaviano. Nunca pensei nisso”, refere, em resposta a uma questão sobre a ‘franciscomania’.
Francisco considera que a sua representação como “uma espécie de super-homem, uma espécie de estrela”, lhe parece “ofensiva”.
O primeiro pontífice sul-americano foi eleito pela revista Time como ‘personalidade do ano’ de 2013.
“O Papa é um homem que ri, chora, dorme descansado e tem amigos, como todos. Uma pessoa normal”, precisa Francisco.
Neste contexto, revela que mantém o hábito de telefonar a quem se lhe dirige, embora agora seja “mais difícil”, e dá como exemplo uma senhora de viúva, de 80 anos, que lhe escreveu quando perdeu o filho.
“Telefono-lhe todos os meses. Ela fica feliz, eu faço o meu papel de padre, que me agrada”, explica.
Francisco elogia o seu predecessor, Bento XVI, frisando que o Papa emérito “não é uma estátua num museu, é uma instituição”, que não mereceria “acabar numa casa de repouso”.
“Ele é discreto, humilde, não quer perturbar. Falamos disso e decidimos juntos que seria melhor que visse pessoas, que saísse e participasse na vida da Igreja”, adianta.
A entrevista aborda, entre outras questões, os casos de abusos sexuais por membros do clero, com o Papa a afirmar que “ninguém fez mais" do que a Igreja na luta contra a pedofilia, considerando-a "talvez a única instituição pública a reagir com transparência e responsabilidade" nesta matéria.
“Os casos de abuso são terríveis porque deixam feridas profundíssimas. Bento XVI foi muito corajoso e abriu um caminho e a Igreja fez muito, nesta estrada, talvez mais do que todos”, sustenta.
Francisco é questionado sobre a sua forma de governar a Igreja e, em particular, sobre o facto de aparentemente decidir “sozinho”.
“O Papa não está só no seu trabalho, porque é acompanhado e aconselhado por muitos, seria um homem só se decidisse sem ouvir ou fingindo ouvir. Há um momento, contudo, quando se trata de decidir, de assinar, no qual está só com o seu sentido de responsabilidade”, revela.
Admitindo que não gosta de “balanços”, Francisco adianta que este primeiro ano de pontificado começou sem “qualquer projeto de mudança da Igreja”.
“Não esperava esta mudança de diocese, digamos assim. Comecei a governar procurando colocar em prática o que surgiu nos debates entre cardeais nas várias congregações [pré-conclave]”, sublinha.
Jorge Mario Bergoglio, de 77 anos de idade, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março do último ano, após a renúncia do agora Papa emérito.
Fonte: Ecclesia
“Gosto de estar com as pessoas, junto a quem sofre, ir às paróquias; não me agradam as interpretações ideológicas, uma certa mitologia do Papa Francisco, como quando se diz, por exemplo, que [o Papa] sai do Vaticano, à noite, para dar de comer aos sem-abrigo, na Avenida Ottaviano. Nunca pensei nisso”, refere, em resposta a uma questão sobre a ‘franciscomania’.
Francisco considera que a sua representação como “uma espécie de super-homem, uma espécie de estrela”, lhe parece “ofensiva”.
O primeiro pontífice sul-americano foi eleito pela revista Time como ‘personalidade do ano’ de 2013.
“O Papa é um homem que ri, chora, dorme descansado e tem amigos, como todos. Uma pessoa normal”, precisa Francisco.
Neste contexto, revela que mantém o hábito de telefonar a quem se lhe dirige, embora agora seja “mais difícil”, e dá como exemplo uma senhora de viúva, de 80 anos, que lhe escreveu quando perdeu o filho.
“Telefono-lhe todos os meses. Ela fica feliz, eu faço o meu papel de padre, que me agrada”, explica.
Francisco elogia o seu predecessor, Bento XVI, frisando que o Papa emérito “não é uma estátua num museu, é uma instituição”, que não mereceria “acabar numa casa de repouso”.
“Ele é discreto, humilde, não quer perturbar. Falamos disso e decidimos juntos que seria melhor que visse pessoas, que saísse e participasse na vida da Igreja”, adianta.
A entrevista aborda, entre outras questões, os casos de abusos sexuais por membros do clero, com o Papa a afirmar que “ninguém fez mais" do que a Igreja na luta contra a pedofilia, considerando-a "talvez a única instituição pública a reagir com transparência e responsabilidade" nesta matéria.
“Os casos de abuso são terríveis porque deixam feridas profundíssimas. Bento XVI foi muito corajoso e abriu um caminho e a Igreja fez muito, nesta estrada, talvez mais do que todos”, sustenta.
Francisco é questionado sobre a sua forma de governar a Igreja e, em particular, sobre o facto de aparentemente decidir “sozinho”.
“O Papa não está só no seu trabalho, porque é acompanhado e aconselhado por muitos, seria um homem só se decidisse sem ouvir ou fingindo ouvir. Há um momento, contudo, quando se trata de decidir, de assinar, no qual está só com o seu sentido de responsabilidade”, revela.
Admitindo que não gosta de “balanços”, Francisco adianta que este primeiro ano de pontificado começou sem “qualquer projeto de mudança da Igreja”.
“Não esperava esta mudança de diocese, digamos assim. Comecei a governar procurando colocar em prática o que surgiu nos debates entre cardeais nas várias congregações [pré-conclave]”, sublinha.
Jorge Mario Bergoglio, de 77 anos de idade, foi eleito como sucessor de Bento XVI a 13 de março do último ano, após a renúncia do agora Papa emérito.
Fonte: Ecclesia
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