Blog Alma Missionária

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domingo, 2 de junho de 2013

O PURGATÓRIO É SIMILAR AO INFERNO - LITURGIA DIÁRIA , 02 DE JUNHO DE 2013


O PURGATÓRIO É SIMILAR AO INFERNO

Embora o dogma do Purgatório seja um dos mais genuinamente católicos, ele está hoje muito esquecido, até mesmo nos sermões. De onde uma meditação sobre o mesmo ser de muita utilidade prática para todos nós. Não só para nos lembrarmos de rezar por nossos parentes e amigos que ali se encontram, mas também para nos incitar a expiar nesta vida o débito que pelos nossos pecados contraímos com Deus, a fim de não termos de pagá-lo na outra vida


ESTÁ NA SAGRADA ESCRITURA : “PENSA NOS TEUS NOVÍSSIMOS[ISTO É, NA MORTE, NO JUÍZO, NO INFERNO E NO PARAÍSO] E JAMAIS PECARÁS ETERNAMENTE (ECLO. 7,40) . A ISSO PODERÍAMOS ACRESCENTAR O PURGATÓRIO


"A primeira visão é corporificada nos aterradores sermões dosquaresmali[1] italianos e naquelas pinturas populares que se vê em casas à beira das estradas, que tanto enfastiam os viajantes ingleses. Elas não cansam de representar o Purgatório como um inferno que não é eterno. Violência, confusão, gemidos e horrores pairam sobre suas descrições. Insistem, com justeza, na terrível pena dos sentidos, que misteriosamente acomete a alma. O fogo é o mesmo fogo do Inferno, criado com o único e expresso fim de torturar. Nosso fogo terreno assemelha-se, em comparação, a um fogo pintado. Além disso, há um horror especial e indefinível que recaí sobre a alma desencarnada ao se tornar presa dessa agonia material. O sentimento de aprisionamento, íntimo e intolerável, e a escuridão intensamente palpável são características adicionais ao horror da cena, que nos prepara para aquela vizinhança do Inferno, expressão usada por muitos santos para descrever o Purgatório. Os anjos aparecem como ativos executores da terrível justiça de Deus. Alguns afirmaram até que os demônios têm permissão de tocar e atormentar as esposas de Cristo naqueles fogos ardentes

Então, a essas terríveis penas de sentido se ajunta a apavorante pena de dano. A beleza de Deus permanece o mesmo objeto imensamente desejável com sempre foi. Mas a alma muda. Tudo que na vida e no mundo dos sentidos entorpecia seus desejos de Deus não existe mais, de modo que ela O procura com uma impetuosidade que nenhuma imaginação pode em absoluto conceber. Seu excessivo e ardente amor torna-se a medida de sua dor intolerável. O que o amor pode fazer mesmo aqui na terra pode ser compreendido pelo exemplo de Pe. João Batista Sanchez, que dizia que seguramente morreria de miséria se ao acordar tivesse certeza de que não morreria naquele dia. A esses horrores podemos adicionar muitos mais, que representam o Purgatório como um inferno que apenas não dura para sempre

O SANTO TEMOR DE OFENDER A DEUS :

O espírito dessa visão é um santo temor de ofender a Deus, um desejo por austeridades corporais, uma grande consideração para com as indulgências, um extremo horror do pecado e um tremor habitual ante a consideração do julgamento de Deus. Os que viveram sob penitências incomuns, e em Ordens religiosas severas, sempre foram impregnados dessa visão; e parece terem sido confirmados, nos mínimos detalhes, pelas conclusões dos teólogos escolásticos, como pode ser visto de imediato ao se consultar Berlarmino, que, em cada seção de seu tratado sobre o Purgatório, compara as revelações dos santos com as consequências da teologia. É notável também que quando o Beato Henrique de Suso, por meio de crescente familiaridade e amor a Deus, começou a considerar leves, comparativamente, as dores do Purgatório, Nosso Senhor o alertou que isso muito O desagradava. Pois, como considerar leve um castigo que Deus preparou para o pecado? Muitos teólogos dizem que não só a menor pena do Purgatório é maior do que a maior pena na terra, mas maior do que todas as penas terrenas juntas

Esta é uma visão verdadeira do Purgatório, mas não uma visão completa. Mesmo assim, não é uma visão que possa ser considerada grosseira ou grotesca. É a visão de muitos santos e servos de Deus, e predomina nas celebrações do Dia de Finados em diversos países católicos" – [FONTE : TUDO POR JESUS, PE. W.F. FABER,TRAD.PORTUGUESA, H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR, S.D.]



COMO EVITAR O PURGATÓRIO , POR PADRE R.X. SCHOUPPE, S.J.

1-Devoção à Bem Aventurada Virgem Maria, e o uso de, e fidelidade ao, seu escapulário

2-Caridade para com os vivos e os mortos

3-Mortificação e obediência

4-Recepção fervorosa dos Sacramentos, especialmente ao se aproximar da morte

5-Confiança na misericórdia divina

6-Finalmente, uma santa aceitação da morte em união com a morte de Jesus na cruz

"Estes meios são suficientemente poderosos para nos preservar do Purgatório, mas devemos fazer uso deles. Contudo, para empregá-los seriamente e com perseverança, uma condição é necessária: formar uma firme resolução de pagar pelos nossos pecados neste mundo, ao invés de no outro. Esta resolução deve ser baseada na fé, que nos ensina como é fácil a satisfação de nossos pecados nesta vida e como é terrível o Purgatório. “Põe-te depressa de acordo com teu adversário,” diz Jesus Cristo, “enquanto ainda estás a caminho com ele, a fim de que o adversário não te entregue ao juiz, e o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto na pagares até o último ceitil” (Mat 5:25-26)

Reconciliar-se com seu adversário no caminho, significa, na boca de Nosso Senhor, aplacar a Justiça Divina, e pagar nossos pecados durante a vida, antes de chegar àquele imutável fim, àquela eternidade onde qualquer penitência é impossível, e onde devemos nos submeter aos rigores da Justiça. Não é muito sábio este conselho de Nosso Senhor?

Podemos aparecer diante do tribunal divino carregado de um enorme débito, que poderíamos tão facilmente ter pagado por meio de algumas penitências, e que agora deveremos pagar por anos de tormento? “Aquele que se purifica de suas faltas na vida presente,” diz Santa Catarina de Genova, “satisfaz com um centavo uma dívida de mil ducados; e aquele que aguarda até a outra vida para se livrar de suas dívidas, consente em pagar mil ducados pelo que poderia antes ter saldado com um centavo.” Devemos, portanto, começar com uma resolução firme e eficaz de pagar nosso débito neste mundo; esta é a pedra fundamental. Uma vez lançada esta pedra, devemos empregar os meios enumerados acima" – [FONTE : IN PURGATORY: EXPLAINED BY THE LIVES AND LEGENDS OF THE SAINTS, PE. R.X. SCHOUPPE, S.J., TAN BOOKS, 1986]



COMO EVITAR O INFERNO, SEGUNDO PE. DE SÉGUR


1-Comece e termine o dia com uma oração, rezada com muita devoção e cordialidade. Junte às orações uma leitura atenta de uma ou duas páginas do Evangelho ou de bons livros devocionais que enriqueçam o espírito

2-Tome o excelente hábito de fazer o sinal da Cruz todas as vezes que você sair e entrar em casa. Esta prática muito simples é santificante

3-Tente, se os deveres lhe permitirem, ir à missa todas as manhãs, bem cedo, para receber a cada dia a benção por excelência

4-Preste igualmente todos os dias, com um coração de filho, à Bem Aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus e Mãe dos cristãos, alguma homenagem de piedade, amor e veneração. O amor da Santa Virgem, junto com o amor do Santíssimo Sacramento, é um penhor quase infalível de salvação

5-Tenha o hábito – e jamais deixe-o – de se confessar e de comungar com freqüência

6-Ainda proponho, neste pequeno regulamento para a vida, perceber e combater incessantemente dois ou três defeitos, observados ou que virão a ser observados em você. É evidentemente pelas suas fraquezas que, num momento ou noutro, o inimigo tentará atacar de surpresa

7-Por fim, evite, como se evita o fogo, freqüentar lugares e más leituras – [FONTE : IN INFERNO , MOSENHOR DE SÉGUR, EDITORA ECCLESIAE, TRAD. E NOTAS DIEGO CHIUSO, 2011]


Esquecemo-nos com frequência da única coisa certa nesta vida, ou seja, de que um dia morreremos. O que acontecerá então? De acordo com a doutrina católica, no momento da morte somos submetidos a um juízo particular, no qual todos os nossos pensamentos, atos e omissões passarão diante dos olhos do Supremo Juiz. Se tivermos a felicidade de nos apresentar então impolutos, ou de termos expiado nossas faltas durante a vida por meio da penitência e dos outros meios que a Igreja põe a nosso dispor, iremos diretamente para a felicidade sem fim no Céu. Se morrermos impenitentes, em estado de pecado mortal, seremos condenados. Se, entretanto, como acontece com a maior parte dos que se salvam, tivermos ainda que expiar pelo que a Igreja chama de “relíquias do pecado”, isto é, pela pena temporal devida a eles, então iremos para o Purgatório, onde pagaremos “até o último centavo” (Mt 5, 26)

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