Homens de conteúdo
Conhecê-los foi uma honra. Não havia como não admira-los, um por um foram dizendo, um por um foram vivendo, um por um foram morrendo e, graças a Deus, enquanto escrevo estas linhas, dois ou três deles ainda estão conosco.
Homens de conteúdo, seu sacerdócio iluminava milhões e poucos deles iam à grande mídia. E iam apenas ocasionalmente. Não precisaram associar-se a grandes mídias para marcar o Brasil do modo como marcaram. O pouco que disseram, quando a mídia laica os procurou e o muito que fizeram quando a mídia não registrou, deu o tom ao seu sacerdócio.
Não se expuseram demais aos holofotes do mundo, mas também não fugiram deles quando os holofotes o miraram. Continuaram fazendo o que fizeram, dizendo o que disseram e atuando como atuaram, Helder Câmara, Paulo Arns, Pedro Casaldáliga, Aluísio Lorscheider, Ivo Lorscheiter, Antônio Fragoso, Luciano Mendes de Almeida, Adriano Hipólito… só para citar alguns.
Fizeram a diferença, falaram quando tinham que falar, calaram-se quando foi hora de calar. Suas palavras calaram fundo no meio dos pobres, no meio da luta política, diante do governo, diante dos sediciosos. Falaram para a esquerda, para a direita, para o centro e pediam diálogo e moderação. Quando tinham que denunciar, denunciavam, quando era hora de elogiar, elogiavam. Souberam discordar e concordar e sabiam que eram porta-vozes dos clamores do povo que perfazia 87% da população.
Quando foi preciso fazer política, fizeram política. Mas o tempo todo estavam fazendo religião e igreja e sabiam que representavam o povo e até irmãos de outras igrejas que também sofriam. Mal compreendidos, caluniados, deturpados, alguns deles sofreram amordaçados no silêncio, mas ninguém os calou. De Dom Helder a imprensa não falava, mas sua voz ecoava lá fora e aqui dentro. De um jeito ou de outro, tenho para mim que se a violência no Brasil foi menor do que em outros países foi porque eles falaram e tentaram ser voz de bom senso no meio de grupos que queriam o poder e lutaram com fúria destruidora, uns para conservarem e outros para conquistarem,
Aqueles homens sabiam que o povo não seria beneficiado nem por um lado nem pelo outro. Lutaram pela democracia representativa, pelo direito ao voto. Ditadura? Nem de esquerda nem de direita! Se o Brasil estava mudando, que mudasse para a democracia.
Foi bom conhecê-los. Seu jeito de orar e de falar, de abrir a boca em defesa do povo, de guardar silêncio quando foi preciso deixou vasta catequese libertadora. Os que se foram certamente estão orando pela igreja e pelo Brasil. Alguns talvez sejam beatificados. Homens de conteúdo, eles fizeram a diferença quando o Brasil precisou de padres e de bispos da sua estatura. Não sofreram e vão. Muito do Brasil de agora, livre para falar, se deve também a eles e a outros como eles. Católicos, honramo-nos de pertencer à Igreja da qual eles foram líderes, bispos, homens de conteúdo.
Homens de conteúdo, seu sacerdócio iluminava milhões e poucos deles iam à grande mídia. E iam apenas ocasionalmente. Não precisaram associar-se a grandes mídias para marcar o Brasil do modo como marcaram. O pouco que disseram, quando a mídia laica os procurou e o muito que fizeram quando a mídia não registrou, deu o tom ao seu sacerdócio.
Não se expuseram demais aos holofotes do mundo, mas também não fugiram deles quando os holofotes o miraram. Continuaram fazendo o que fizeram, dizendo o que disseram e atuando como atuaram, Helder Câmara, Paulo Arns, Pedro Casaldáliga, Aluísio Lorscheider, Ivo Lorscheiter, Antônio Fragoso, Luciano Mendes de Almeida, Adriano Hipólito… só para citar alguns.
Fizeram a diferença, falaram quando tinham que falar, calaram-se quando foi hora de calar. Suas palavras calaram fundo no meio dos pobres, no meio da luta política, diante do governo, diante dos sediciosos. Falaram para a esquerda, para a direita, para o centro e pediam diálogo e moderação. Quando tinham que denunciar, denunciavam, quando era hora de elogiar, elogiavam. Souberam discordar e concordar e sabiam que eram porta-vozes dos clamores do povo que perfazia 87% da população.
Quando foi preciso fazer política, fizeram política. Mas o tempo todo estavam fazendo religião e igreja e sabiam que representavam o povo e até irmãos de outras igrejas que também sofriam. Mal compreendidos, caluniados, deturpados, alguns deles sofreram amordaçados no silêncio, mas ninguém os calou. De Dom Helder a imprensa não falava, mas sua voz ecoava lá fora e aqui dentro. De um jeito ou de outro, tenho para mim que se a violência no Brasil foi menor do que em outros países foi porque eles falaram e tentaram ser voz de bom senso no meio de grupos que queriam o poder e lutaram com fúria destruidora, uns para conservarem e outros para conquistarem,
Aqueles homens sabiam que o povo não seria beneficiado nem por um lado nem pelo outro. Lutaram pela democracia representativa, pelo direito ao voto. Ditadura? Nem de esquerda nem de direita! Se o Brasil estava mudando, que mudasse para a democracia.
Foi bom conhecê-los. Seu jeito de orar e de falar, de abrir a boca em defesa do povo, de guardar silêncio quando foi preciso deixou vasta catequese libertadora. Os que se foram certamente estão orando pela igreja e pelo Brasil. Alguns talvez sejam beatificados. Homens de conteúdo, eles fizeram a diferença quando o Brasil precisou de padres e de bispos da sua estatura. Não sofreram e vão. Muito do Brasil de agora, livre para falar, se deve também a eles e a outros como eles. Católicos, honramo-nos de pertencer à Igreja da qual eles foram líderes, bispos, homens de conteúdo.
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