Blog Alma Missionária

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quarta-feira, 29 de agosto de 2012


COMPÊNDIO DO
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
 TERCEIRA PARTE - A VIDA EM CRISTO
Pessoa e Sociedade - Justiça social
TERCEIRA PARTE - A vida em Cristo
Primeira Seção - A vocação do Homem
A vida no Espírito
357. Como a vida moral cristã está ligada à fé e aos sacramentos ?
Aquilo que o Símbolo da fé professa, os sacramentos o comunicam. Com efeito, com eles os fiéis recebem a graça de Cristo e os dons do Espírito Santo, que os tornam capazes de viver a nova vida de filhos de Deus em Cristo aceito com a fé. 1691-1698 "Reconhece, ó cristão, a tua dignidade" (São Leão Magno).

CAPITULO PRIMEIRO
A dignidade da pessoa humana
O HOMEM IMAGEM DE DEUS
358. Qual é o fundamento da dignidade humana ?
A dignidade da pessoa humana está fundamentada na criação à imagem e semelhança de Deus. Dotada de uma alma espiritual e imortal, de inteligência e de livre vontade, a pessoa humana está ordenada a Deus e chamada, com a sua alma e o seu corpo, à bem-aventurança eterna. 1699-1715.

A NOSSA VOCAÇÃO À BEM-AVENTURANÇA
359. O homem atinge a bem-aventurança ?
O homem atinge a bem-aventurança em virtude da graça de Cristo, que o torna participante da vida divina. Cristo, no Evangelho, aponta aos seus o caminho que leva à felicidade sem fim: as Bem-aventuranças. À graça de Cristo opera também em todo homem que, seguindo a reta consciência, procura e ama a verdade e o bem, e evita o mal. 1716.
360. Por que as bem-aventuranças são importantes para nós ?
As bem-aventuranças estão no centro da pregação de Jesus, retomam e levam à perfeição as promessas de Deus, feitas a partir de Abraão, Pintam o próprio rosto de Jesus, caracterizam a autêntica vida cristã e desvendam ao homem o fim ultimo de seu agir: a bem-aventurança eterna. 1716-1717 1725-1726.
361. Como se relacionam as bem-aventuranças com o desejo de felicidade do homem ?
Elas respondem ao desejo natural de felicidade que Deus pôs no coração do homem para o atrair a si e que somente ele pode saciar. 1718-1719.
362. O que é a bem-aventurança eterna ?
É a visão de Deus, na vida eterna, na qual nós entraremos plenamente "em comunhão com a natureza divina" (2 Pd 1,4), com a glória de Cristo e com o gozo da vida trinitária. A bem-aventurança ultrapassa as capacidades humanas: é um dom sobrenatural e gratuito de Deus, como a graça que a ela conduz. A bem-aventurança prometida nos põe diante de escolha: morais decisivas com relação aos bens terrenos, estimulando-nos a amar a Deus acima de todas as coisas.1720-1724 1727-1729.

A LIBERDADE DO HOMEM
363. O que é a liberdade ?
É o poder dado por Deus ao homem de agir ou de não agir, de fazer isto ou aquilo, de estabelecer assim por si mesmo ações deliberadas. A liberdade caracteriza os atos propriamente humanos. Quanto mais fazemos o bem, tanto mais nos tornamos livres. A liberdade atinge a própria perfeição quando está ordenada a Deus, sumo Bem e nossa Bem-aventurança. A liberdade implica também a possibilidade de escolher entre o bem e o mal. A escolha do mal é um abuso da liberdade, que leva à escravidão do pecado. 1730-1733 1743-1744.
364. Que relação existe entre liberdade e responsabilidade ?
A liberdade torna o homem responsável pelos seus atos na medida em que são voluntários, ainda que a imputabilidade e a responsabilidade de uma ação possam ficar diminuídas e às vezes ser anuladas pela ignorância, pela inadvertência, pela violência sofrida, pelo medo, pelas afeições imoderadas, pelos hábitos. 1734-1737 1745-1746.
365. Por que todo homem tem direito ao exercício da liberdade ?
O direito ao exercício da liberdade é próprio de todo homem, porquanto é inseparável da sua dignidade de pessoa humana. Portanto, esse direito deve ser sempre respeitado, particularmente no campo moral e religioso, e deve ser civilmente reconhecido e protegido nos limites do bem comum e da justa ordem pública. 1738-1747.
366. Como se situa a liberdade humana na ordem da salvação ?
A nossa liberdade está fraca por causa do primeiro pecado. O enfraquecimento se torna mais agudo pelos pecados sucessivos. Mas Cristo "nos libertou para sermos verdadeiramente livres" (Gl 5,1). Com a sua graça o Espírito Santo nos conduz à liberdade espiritual, para nos fazer seus livres colaboradores na Igreja e no mundo. 1739-1742 1748.
367. Quais são as fontes da moralidade dos atos humanos ?
A moralidade dos atos humanos depende de três fontes: do objeto escolhido, ou seja, um bem verdadeiro ou aparente; da intenção do sujeito que age, ou seja, do fim pelo qual ele realiza a ação; das circunstâncias da ação, inclusive as conseqüências. 1749-1754 1757-1758.
368. Quando o ato é moralmente bom ?
O ato é moralmente bom quando supõe ao mesmo tempo a bondade do objeto, do fim e das circunstâncias. O objeto escolhido pode, sozinho, viciar toda a ação, ainda que a intenção seja boa. Não é lícito fazer o mal para que dele venha um bem. Um fim mau pode corromper a ação, ainda que o seu objeto, em si, seja bom. Ao contrário, um fim bom não torna bom um comportamento que por seu objeto é mau, porquanto o fim não justifica os meios. As circunstâncias podem atenuar ou aumentar a responsabilidade de quem age, mas não podem modificar a qualidade moral dos próprios atos, jamais tornam boa uma ação em si má. 1755-1756 1759-1760.
369. Há atos que são sempre ilícitos ?
Há atos cuja escolha é sempre ilícita por motivo do seu objeto (por exemplo, a blasfêmia, o homicídio, o adultério). A escolha deles comporta uma desordem da vontade, ou seja, um mal moral, que não pode ser justificado com o recurso aos bens que eventualmente dele pudessem derivar. 1756,1761.

A MORALIDADE DAS PAIXÕES
370. O que são paixões ?
As paixões são os afetos, as emoções ou os movimentos da sensibi1idade – componentes naturais da psicologia humana – que estimulam a agir ou não agir em vista do que é percebido como bom ou como mau ou a não agir em vista do que é percebido como bom ou como mau. As principais são o amor e o ódio, o desejo e o temor, a alegria, a tristeza, a cólera. A paixão principal é o amor, provocado pela atração do bem. Não se ama senão o bem, verdadeiro ou aparente. 1762-1766 1771-1772.
371. As paixões são moralmente boas ou más ?
As paixões, como movimentos da sensibilidade, não são nem boas nem más em si mesmas: são boas quando contribuem para uma ação boa; são más em caso contrário. Elas podem ser assumidas em virtudes ou pervertidas em vícios. 1767-1770 1773-1775.

A CONSCIÊNCIA MORAL
372. O que é a consciência moral ?
A consciência moral, presente no íntimo da pessoa, é um juízo da razão, que, no momento oportuno, impõe ao homem fazer o bem e evitar o mal. Graças a ela a pessoa humana percebe a qualidade moral de um ato a ser realizado ou já realizado, permitindo-lhe assumir sua responsabilidade. Quando escuta a consciência moral, o homem prudente pode ouvir a voz de Deus que lhe fala. 1776-1780 1795-1797.
373. O que implica a dignidade da pessoa em relação à consciência moral ?
A dignidade da pessoa humana implica a retidão da consciência moral (ou seja, que esteja de acordo com o que é justo e bom segundo a razão e a Lei divina). Por motivo da mesma dignidade pessoal, o homem não deve ser obrigado a agir contra a consciência e não se deve sequer impedi-lo dentro dos limites do bem comum, de operar em conformidade com ela, sobretudo no campo religioso. 1780-1782 1798.
374. Como se forma a consciência moral para que seja reta e verídica ?
A consciência moral reta e verídica forma-se com a educação, com a assimilação da Palavra de Deus e do ensinamento da Igreja. É sustentada pelos dons do Espírito Santo e ajudada pelos conselhos de pessoas sábias. Além disso, para a formação moral concorrem muito a oração e o exame de consciência. 1783-1788 1799-1800.
375. Que normas a consciência deve sempre seguir ?
Há três mais gerais: 1) jamais é permitido fazer o mal para que dele provenha um bem; 2) a chamada Regra de ouro: "Tudo aquilo que quereis que os homens façam a vós, fazei-o vós mesmos a eles" (Mt 7,12); 3) A caridade passa sempre pelo respeito do próximo e da sua consciência, ainda que isso não signifique aceitar como um bem o que é objetivamente um mal. 1789.
376. A consciência moral pode emitir juízos errôneos ?
A pessoa deve sempre obedecer ao juízo certo da própria consciência, mas pode emitir também juízos errôneos, por causas nem sempre isentas de culpa pessoal. Não é, porém, imputável à pessoa o mal realizado por ignorância involuntária, ainda que isso seja objetivamente um mal. É, portanto, necessário esforçar-se para corrigir a consciência moral dos seus erros. 1790-1794 1801-1802.
377. O que é a virtude ?
A virtude é uma disposição habitual e firme de fazer o bem. "O fim de uma vida virtuosa consiste em se tornar semelhante a Deus" (São Gregório de Nissa). Há virtudes humanas e virtudes teologais. 1803 1833.
378. O que são as virtudes humanas ?
As virtudes humanas são perfeições habituais e estáveis da inteligência e da vontade, que regulam os nossos atos, ordenam as nossas paixões e orientam a nossa conduta em conformidade com a razão e a fé. Adquiridas e fortalecidas por meio de atos moralmente bons e repetidos, são purificadas e elevadas pela graça divina. 1804 1810-1811 1834 1839.
379. Quais são as principais virtudes humanas ?
São as virtudes denominadas cardeais, que agrupam todas as demais e que constituem os eixos da vida virtuosa. São elas: prudência, justiça, fortaleza e temperança. 1805 1834.
380. O que é a prudência ?
A prudência dispõe a razão a discernir, em cada circunstância, o nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para o pôr em prática. Ela guia as outras virtudes, indicando-lhes regra e medida. 1806 1835.
381. O que é a justiça ?
A justiça consiste na vontade constante e firme de dar aos outros o que lhes é devido. A justiça para com Deus é chamada de "virtude de religião". 1807 1836.
382. O que é a fortaleza ?
A fortaleza assegura a firmeza nas dificuldades e a constância na procura do bem, chegando até a capacidade do eventual sacrifício da própria vida por uma causa justa. 1808 1837.
383. O que é a temperança ?
A temperança modera a sedução dos prazeres, garante o domínio da vontade sobre os instintos e dá capacidade de equilíbrio no uso dos bens criados. 1809 1838.
384. O que são as virtudes teologais ?
São as virtudes que têm como origem, motivo e objeto imediato o próprio Deus. Infundidas no homem com a graça santificante, elas nos tornam capazes de viver em relação com a Trindade e fundamentam e animam c agir moral do cristão, vivificando as virtudes humanas. São o penhor da presença e da ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano. 1812-1813 1840-184.
385. Quais são as virtudes teologais ?
As virtudes teologais são fé, esperança e caridade. 1813.
386. O que é a fé ?
A fé é a virtude teologal pela qual nós cremos em Deus e em tudo o que ele nos revelou e que a Igreja nos propõe crer, porque Deus é a própria Verdade. Com a fé o homem se abandona livremente em Deus Por isso, o fiel procura conhecer e fazer a vontade de Deus, porque "a age pelo amor" (Gl 5,6). 1814-1816 1842.
387. O que é a esperança ?
A esperança é a virtude teologal pela qual nós desejamos e esperamos de Deus a vida eterna como nossa felicidade, repondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos o auxílio da graça do Espírito Santo para merecê-la e perseverar até o fim da vida terrena. 1817-1821 1845.
388. O que é a caridade ?
A caridade é a virtude teologal pela qual nós amamos a Deus acima de tudo e o nosso próximo como nós mesmos por amor de Deus. Jesus faz dela o mandamento novo, a plenitude da Lei. Ela é "o vínculo perfeito" (Cl 3,14) e o fundamento das outras virtudes, que anima, inspira e ordena: sem ela "não sou nada" e "nada lucro" (1 Cor 13,1-3). 1822-1829 1844.
389. O que são os dons do Espírito Santo ?
Os dons do Espírito Santo são disposições permanentes que tomam o homem dócil para seguir as inspirações divinas. São sete: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. 1830-1831 1845.
390. O que são os frutos do Espírito Santo ?
Os frutos do Espírito Santo são perfeições plasmadas em nós como primícias da glória eterna. A tradição da Igreja enumera doze: "Caridade, alegria, paz, paciência, longanimidade, bondade, benignidade, mansidão, fidelidade, modéstia, continência, castidade" (Gl 5,22-23 vulgata).1832.

O PECADO
391. O que comporta em nós o acolhimento da misericórdia de Deus ?
Comporta que reconheçamos as nossas culpas, arrependendo-nos dos nossos pecados. O próprio Deus, com a sua Palavra e o seu Espírito, desvela os nossos pecados, dá-nos a verdade da consciência e a esperança do perdão. 1846-1848 1870.
392. O que é o pecado ?
O pecado é "uma palavra, um ato ou um desejo contrários à Lei eterna" (Santo Agostinho). É uma ofensa a Deus, na desobediência a seu amor. Ele fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana. Cristo na sua Paixão desvela plenamente a gravidade do pecado e o vence com a sua misericórdia. 1849-1851 1871-1872.
393. Existe uma variedade de pecados ?
A variedade dos pecados é grande. Eles podem ser distintos segundo seu objeto ou segundo as virtudes ou os mandamentos aos quais se opõem. Podem-se referir diretamente a Deus, ao próximo ou a nós mesmos. Além disso, podem-se distinguir pecados de pensamento, de palavra, de ação e de omissão. 1852-1853 1873.
394. Como se distingue o pecado, em relação à gravidade ?
Distingue-se em pecado mortal e venial. 1854.
395. Quando se comete o pecado mortal ?
Comete-se o pecado mortal quando ao mesmo tempo há matéria grave, plena consciência e consenso deliberado. Esse pecado destrói em nós a caridade, priva-nos da graça santificante, leva-nos à morte eterna do inferno se não nos arrependermos. É perdoado ordinariamente mediante os sacramentos do Batismo e da Penitência ou Reconciliação. 1855-1861 1874.
396. Quando se comete o pecado venial ?
Comete-se o pecado venial, que se diferencia essencialmente do pecado mortal, quando se tem matéria leve, ou também grave, mas sem plena consciência ou total consenso. Ele não rompe a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade, manifesta uma afeição desordenada pelos bens criados; obstaculiza os progressos da alma no exercício das virtudes e na prática do bem moral; merece penas purificadoras temporais. 1862-1864 1875.
397. Como prolifera em nós o pecado ?
O pecado leva ao pecado, e a sua repetição gera o vício. 1865 1876.
398. O que são os vícios ?
Os vícios, sendo o contrário das virtudes, são hábitos perversos que ofuscam a consciência e inclinam ao mal. Os vícios podem estar unidos aos sete pecados chamados capitais, que são: soberba, avareza, inveja, ira, impureza, gula, preguiça ou acídia. 1866-1867.
399. Existe uma responsabilidade nossa nos pecados cometidos pelos outros ?
Existe essa responsabilidade quando neles cooperamos com culpa. 1868.
400. O que são as estruturas do pecado ?
São situações sociais ou institucionais contrárias à lei divina, expressão e efeito de pecados pessoais. 1869.

CAPÍTULO SEGUNDO
A comunidade humana
A PESSOA E A SOCIEDADE
401. Em que consiste a dimensão social do homem ?
Junto com o chamado pessoal à bem-aventurança, o homem tem a dimensão social como componente essencial da sua natureza e da sua vocação. Com efeito, todos os homens são chamados ao mesmo fim: o próprio Deus. Existe uma certa semelhança entre a comunhão das Pessoas divinas e a fraternidade que os homens devem instaurar entre si na verdade e na caridade; o amor do próximo é inseparável do amor por Deus. 1877-1880 1890-1891.
402. Qual é a relação entre a pessoa e a sociedade ?
Princípio, sujeito e fim de todas as situações sociais é e deve ser a pessoa. Algumas sociedades, como a família e a comunidade civil, são necessárias a ela. São úteis também outras associações, tanto dentro das comunidades políticas como no plano internacional, no respeito do princípio de subsidiariedade. 1881-1882 1892-1893.
403. O que indica o princípio de subsidiariedade ?
Esse princípio indica que uma sociedade de ordem superior não deve assumir a tarefa própria de uma sociedade de ordem inferior; privando-a das suas competências, mas deve, antes, apoiá-la em caso de necessidade. 1883-1885 1894.
404. O que mais exige uma autêntica convivência humana ?
Exige respeitar a justiça, a justa hierarquia dos valores, e subordinar as dimensões materiais e instintivas às interiores e espirituais. Em particular, onde o pecado perverte o clima social, é preciso fazer apelo à conversão dos corações e à graça de Deus para obter mudanças sociais que estejam realmente a serviço de toda pessoa e da pessoa toda. A caridade, que exige e nos toma capazes da prática da justiça, é o maior mandamento social. 1886-1889 1895-1896.

A PARTICIPAÇÃO NA VIDA SOCIAL
405. Sobre que se fundamenta a autoridade na sociedade ?
Toda comunidade humana tem necessidade de uma autoridade legítima que assegure a ordem e contribua para a realização do bem comum. Essa autoridade encontra o próprio fundamento na natureza humana, porque corresponde à ordem estabelecida por Deus. 1897-1902 1918-1920.
406. Quando a autoridade é exercida de modo legítimo ?
A autoridade é exercida de modo legítimo quando age para o bem comum e, para o conseguir, usa meios moralmente lícitos. Por isso os regimes políticos devem ser determinados pela livre decisão dos cidadãos e devem respeitar o princípio do "Estado de direito", no qual é soberana a lei e não a vontade arbitrária dos homens. As leis injustas e as medidas contrárias à ordem moral não são obrigatórias para as consciências. 1901 1903-1904 1921-1922.
407. O que é o bem comum?Por bem comum se entende o conjunto das condições de vida social que permitem aos grupos e aos indivíduos realizar a própria perfeição. 1905-1906 1924.
408. O que inclui o bem comum ?
O bem comum inclui: o respeito e a promoção dos direitos fundamentais da pessoa; o desenvolvimento dos bens espirituais e temporais das pessoas e da sociedade; a paz e a segurança de todos. 1907-1909 1925.
409. Onde se realiza de maneira mais importante o bem comum ?
A realização mais completa do bem comum está nas comunidades políticas que defendem e promovem o bem dos cidadãos e dos organismos intermediários, sem esquecer o bem universal da família humana. 1910-1912 1927.
410. Como o homem participa da realização do bem comum ?
Todo homem, segundo o lugar e o papel que ocupa, participa da promoção do bem comum, respeitando as leis justas e se encarregando dos setores de que tem responsabilidade pessoal, como o cuidado da própria família e o empenho no próprio trabalho. Os cidadãos, além disso, quando possível, devem tomar parte ativa na vida pública. 1913-1917 1926.

A JUSTIÇA SOCIAL
411. Como a sociedade garante a justiça social ?
A sociedade garante a justiça social quando respeita a dignidade e os direitos da pessoa, fim próprio da mesma sociedade. Além disso, a sociedade persegue a justiça social, que está ligada ao bem comum e ao exercício da autoridade, quando fornece as condições que permitam às associações e aos indivíduos conseguir aquilo a que têm direito. 1928-1933 1943-1944.
412. Sobre que se fundamenta a igualdade entre os homens ?
Todos os homens gozam de igual dignidade e direitos fundamentais, porquanto, criados à imagem do único Deus e dotados de uma mesma alma racional, têm a mesma natureza e origem e são chamados, em Cristo único salvador, à mesma bem-aventurança divina.1934-1935 1945.
413. Como avaliar as desigualdades entre os homens ?
Há iníquas desigualdades econômicas e sociais que atingem milhões de seres humanos; elas estão em contraste com o Evangelho, são contrárias à justiça, à dignidade das pessoas, à paz. Mas há também diferenças entre os homens, causadas por vários fatores, que fazem parte do plano de Deus. Com efeito, Ele quer que cada qual receba dos outros aquilo de que tem necessidade e que aqueles que têm "talentos" particulares os partilhem com os outros. Essas diferenças estimulam e muitas vezes obrigam as pessoas à magnanimidade, à benevolência e à partilha, e motivam as culturas a mútuos enriquecimentos. 1936-1938 1946-1047.
414. Como se exprime a solidariedade humana ?
A solidariedade, que brota da fraternidade humana e cristã, exprime-se em primeiro lugar na justa divisão dos bens, na justa remuneração do trabalho e no esforço por uma ordem social mais justa. A virtude da solidariedade realiza também a partilha dos bens espirituais da fé, ainda mais importante que os materiais. 1939-1942 1948.

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