COMPÊNDIO DO
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
PRIMEIRA PARTE
CREIO EM JESUS CRISTO
CREIO EM JESUS CRISTO
27.CAPÍTULO SEGUNDO
Creio em Jesus Cristo, Filho único de Deus
Creio em Jesus Cristo, Filho único de Deus
079. Qual é a Boa Nova para o homem?
É o anúncio de Jesus Cristo, o Filho do Deus vivo (Mt 16,16), morto e ressuscitado. No tempo do rei Herodes e do imperador César Augusto, Deus realizou as promessas feitas a Abraão e à sua descendência, enviando seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos nós recebêssemos a dignidade de filhos (Gl 4,4-5). 422 - 424
080. Como se difunde essa Boa Nova ?
Desde o início, os primeiros discípulos tiveram o ardente desejo de anunciar Jesus Cristo, com o objetivo de levar todos à fé nele. Também hoje, do amoroso conhecimento de Cristo nasce o desejo de evangelizar e catequizar, ou seja, de ensinar o Cristo, desvendar na sua pessoa todo o desígnio de Deus e pôr a humanidade em comunhão com Ele. 425-429
E EM JESUS CRISTO, SEU FILHO ÚNICO, NOSSO SENHOR
081. O que significa o nome "Jesus" ?
Dado pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome Jesus significa Deus salva. Ele exprime a sua identidade e a sua missão, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados (Mt 1,21). Pedro afirma que não existe debaixo do céu outro nome dado à humanidade pelo qual devamos ser salvos (At 4,12). 430-435 452
082. Por que Jesus é chamado Cristo ?
Cristo em grego, Messias em hebraico, significa ungido. Jesus é o Cristo porque está consagrado por Deus, ungido pelo Espírito Santo para a missão redentora. É o Messias esperado por Israel, enviado ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias, esclarecendo, porém, seu sentido: Descido do céu (Jo 3,13), crucificado e depois ressuscitado, ele é o Servo Sofredor que dá sua vida em resgate por muitos (Mt 20,28). Do nome Cristo é que nos veio o nome de cristãos. 436-440 453.
083. Em que sentido Jesus é o Filho único de Deus?
É em sentido único e perfeito. No momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai designa Jesus como seu Filho bem-amado. Apresentando a si mesmo como o Filho que conhece o Pai (Mt 11,27), Jesus afirma a sua relação única e eterna com Deus, seu Pai. Ele é o Filho único de Deus (1Jo 4,9), a segunda Pessoa da Trindade. É o centro da pregação apostólica: os Apóstolos viram a sua glória, glória como do filho único da parte do Pai (Jo 1,14). 441-445 454
84. O que significa o título Senhor ?
Na Bíblia, esse título designa habitualmente Deus Soberano. Jesus o atribui a si mesmo e revela a sua soberania divina mediante o seu poder sobre a natureza, sobre os demônios, sobre o pecado e sobre a morte, sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras confissões cristãs proclamam que o poder, a honra e a glória devidos a Deus Pai o são também a Jesus: Deus lhe deu o Nome que está acima de todo nome (Fl 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história, o único a quem o homem deve submeter totalmente a própria liberdade pessoal. 446-451 455
JESUS CRISTO FOI CONCEBIDO
PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,
NASCEU DA VIRGEM MARIA
PELO PODER DO ESPÍRITO SANTO,
NASCEU DA VIRGEM MARIA
085. Por que o Filho de Deus se fez homem ?
O Filho de Deus encarnou-se no seio da Virgem Maria por obra do Espírito Santo, por nós homens e para nossa salvação, ou seja, para reconciliar a nós, pecadores, com Deus; para nos fazer conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo de santidade; para nos fazer participantes da natureza divina (2Pd 1,4). 456-460
086. O que significa a palavra Encarnação?
A Igreja chama de Encarnação o Mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o Filho de Deus se fez carne (Jo 1,14), tornando-se verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é sinal distintivo da fé cristã. 461-463 483
087. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem?
Jesus é inseparavelmente verdadeiro Deus e verdadeiro homem na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de Deus, que é gerado, não criado, da mesma substância do Pai, fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com isso deixar de ser Deus, nosso Senhor. 464-467 469
088. O que ensina a esse respeito o Concílio de Calcedônia (ano 451) ?
O Concílio de Calcedônia ensina a confessar um só e mesmo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito em sua divindade e perfeito em sua humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem, composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Pai segundo a divindade, consubstancial a nós segundo a humanidade, ‘semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado' (Hb 4,15); gerado pelo Pai antes de todos os séculos segundo a divindade e, nestes últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade. 467
089. Como a Igreja exprime o Mistério da Encarnação?
Exprime-o afirmando que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, com duas naturezas, a divina e a humana, não confusas, mas unidas na Pessoa do Verbo. Portanto, na humanidade de Jesus, tudo - milagres, sofrimento, morte - deve ser atribuído à sua Pessoa divina, que age por meio da natureza humana assumida. 464-469 479-481 ?
Ó Filho único e Verbo de Deus, tu que és imortal, pela nossa salvação te dignaste encarnar-te no seio da santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria (...). Tu que és Um da Santa Trindade, glorificado com o Pai e o Espírito Santo, salva-nos! (Liturgia Bizantina de São João Crisóstomo).
090. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma com um conhecimento humano?
O Filho de Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional humana. Com a sua inteligência humana, Jesus aprendeu muitas coisas pela experiência. Mas também como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento íntimo e imediato de Deus, seu Pai. Penetrava igualmente nos pensamentos secretos dos homens e conhecia plenamente os desígnios eternos que ele viera revelar. 470-474 482
091. Como se harmonizam entre si as duas vontades do Verbo encarnado?
Jesus tem uma vontade divina e uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de Deus quis de modo humano o que decidiu de modo divino com o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A vontade humana de Cristo segue, sem oposição nem resistência, a vontade divina, ou melhor, está a ela subordinada. 475 482
092. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano?
Cristo tinha assumido um verdadeiro corpo humano por meio do qual Deus invisível se tornou visível. Por essa razão, Cristo pode ser representado e venerado nas santas imagens. 476-477
093. O que representa o Coração de Jesus?
Jesus nos conheceu e nos amou com um coração humano. O seu Coração traspassado para a nossa salvação é o símbolo daquele infinito amor com o qual ele ama o Pai e cada um dos homens. 478
094. Concebido pelo poder do Espírito Santo: o que significa essa expressão?
Significa que a Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio por obra do Espírito Santo e sem a colaboração de homem: O Espírito Santo descerá sobre ti (Lc 1,35), disse-lhe o Anjo, na Anunciação. 484-486
095. ...nasceu da Virgem Maria: por que Maria é verdadeiramente a Mãe de Deus?
Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, aquele que foi concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou verdadeiramente seu Filho é o Filho eterno de Deus Pai. Ele mesmo é Deus. 495 509
096. O que significa Imaculada Conceição?
Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para realizar essa missão, foi concebida imaculada. Isso significa que, por graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde sua concepção. 487-492 508
097. Como colabora Maria com o desígnio divino da salvação?
Pela graça de Deus, Maria ficou imune de todo pecado pessoal durante toda a sua existência. É a cheia de graça (Lc 1,28), a Toda Santa. Quando o Anjo lhe anuncia que daria à luz o Filho do Altíssimo (Lc 1,32), ela dá livremente o próprio assentimento com a obediência da fé (Rm 1,5). Maria se oferece totalmente à Pessoa e à obra do seu Filho Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de salvação. 493-494 508-511
098. O que significa a concepção virginal de Jesus?
Significa que Jesus foi concebido no seio da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem. Ele é Filho do Pai celeste segundo a natureza divina e Filho de Maria segundo a natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas duas naturezas, havendo nele uma só Pessoa, a divina. 496-498 503
099. Em que sentido Maria é sempre Virgem?
No sentido de que ela permaneceu Virgem ao conceber seu Filho, Virgem ao dá-lo à luz, Virgem ao carregá-lo, Virgem ao alimentá-lo no seu seio, Virgem sempre (santo Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de irmãos e irmãs de Jesus, trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão usada na Sagrada Escritura. 499-507 510-511
100. De que modo a maternidade espiritual de Maria é universal?
Maria tem um único Filho, Jesus, mas nele a sua maternidade espiritual se estende a todos os homens que ele veio salvar. Obediente ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que coopera com amor de mãe para o nascimento deles e para a formação deles na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a figura da Igreja, a mais perfeita realização dela. 501-507 511
101. Em que sentido toda a vida de Cristo é Mistério?
Toda a vida de Cristo é evento de revelação: o que é visível na vida terrena de Jesus leva a seu Mistério invisível, sobretudo ao Mistério da sua filiação divina: quem me vê, vê o Pai (Jo 14,9). Além disso, embora a salvação venha em plenitude da cruz e da ressurreição, a vida inteira de Cristo é Mistério de salvação, porque tudo o que Jesus fez, disse e sofreu tinha como objetivo salvar o homem decaído e restaurá-lo na sua vocação de filho de Deus. 512-521 561-562
102. Quais foram os preparativos para os Mistérios de Jesus?
Em primeiro lugar, há uma longa esperança que durou por muitos séculos, que nós revivemos durante a celebração litúrgica do tempo de Advento. Além da obscura expectativa que pôs no coração dos pagãos, Deus preparou a vinda do seu Filho por meio da Antiga Aliança, até João Batista, que é o último e o maior dos profetas. 522-524
103. O que ensina o Evangelho sobre os Mistérios do nascimento e da infância de Jesus ?
No Natal, a glória do Céu se manifesta na fraqueza de uma criança; a circuncisão de Jesus é sinal da sua inserção no povo hebraico e prefiguração do nosso Batismo; a Epifania é a manifestação do Rei-Messias de Israel a todas as nações; na sua apresentação no templo, em Simeão e Ana é toda a espera de Israel que vem ao encontro do seu Salvador; a fuga para o Egito e a matança dos inocentes anunciam que toda a vida de Cristo estará sob o sinal da perseguição; a sua volta do Egito lembra o Êxodo e apresenta Jesus como o novo Moisés: é ele o verdadeiro e definitivo libertador. 525-530 563-564
104. Que ensinamento nos oferece a vida oculta de Jesus em Nazaré?
Durante a vida oculta em Nazaré, Jesus permanece no silêncio de uma existência comum. Permite-nos assim estar em comunhão com ele na santidade de uma vida quotidiana feita de oração, de simplicidade, de trabalho, e amor filial. A sua submissão a Maria e a José, seu pai putativo, é uma imagem da sua obediência filial ao Pai. Maria e José, com sua fé, acolhem o Mistério de Jesus, embora sem o compreender sempre. 533-534 564
105. Por que Jesus recebe de João o batismo de conversão para o perdão dos pecados (Lc 3,3)?
Para dar início à sua vida pública e antecipar o Batismo da sua morte: aceita assim, embora estivesse sem pecado, ser contado entre os pecadores, ele, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1,29). O Pai o proclama seu Filho amado (Mt 3,17) e o Espírito desce sobre ele. O batismo de Jesus é a prefiguração do nosso batismo. 535-537 565
106. O que revelam as tentações de Jesus no deserto?
As tentações de Jesus no deserto recapitulam a de Adão no paraíso e as de Israel no deserto. Satanás tenta Jesus na obediência dele à missão que o Pai lhe confiara. Cristo, novo Adão, resiste e a sua vitória anuncia a da sua paixão, suprema obediência do seu amor filial. A Igreja se une em particular a esse Mistério no tempo litúrgico da Quaresma. 538-540 566
107. Quem é convidado a fazer parte do Reino de Deus, anunciado e realizado por Jesus?
Jesus convida todos os homens a fazerem parte do Reino de Deus. Também o pior pecador é chamado a se converter e a aceitar a infinita misericórdia do Pai. O Reino pertence, já aqui na terra, aos que o acolhem com coração humilde. É a eles que são revelados os seus Mistérios. 541-546 567
108. Por que Jesus manifesta o Reino por meio de sinais e milagres?
Jesus acompanha a sua palavra com sinais e milagres para atestar que o Reino está presente nele, o Messias. Embora ele cure algumas pessoas, não veio para eliminar todos os males nesta terra, mas para nos libertar antes de mais nada da escravidão do pecado. A expulsão dos demônios anuncia que a sua cruz será vitoriosa sobre o príncipe deste mundo (Jo 12,31). 547-550 567
109. No Reino, que autoridade Jesus confere a seus Apóstolos?
Jesus escolhe os Doze, futuras testemunhas da sua Ressurreição, e os faz partícipes da sua missão e da sua autoridade para ensinar, absolver os pecados, edificar e reger a Igreja. Nesse colégio, Pedro recebe as chaves do Reino (Mt 16,19) e ocupa o primeiro lugar, com a missão de guardar a fé na sua integridade e de confirmar os seus irmãos. 551-553 567
110. Que significado tem a Transfiguração?
Na Transfiguração mostra-se antes de mais nada a Trindade: O Pai na voz, o Filho no homem, o Espírito na nuvem clara (Santo Tomás de Aquino). Ao evocar com Moisés e Elias a sua partida (Lc 9,31), Jesus mostra que a sua glória passa pela cruz e dá antecipação da sua ressurreição e da sua gloriosa vinda, que transformará o nosso pobre corpo, tornando-o semelhante ao seu corpo glorioso (Fl 3,21). 554-556 568
"Tu te transfiguraste na montanha e, na medida em que eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua Glória, Cristo Deus, a fim de que, quando te vissem crucificado, compreendessem que a tua Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que és verdadeiramente a irradiação do Pai" (Liturgia Bizantina).
"Tu te transfiguraste na montanha e, na medida em que eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua Glória, Cristo Deus, a fim de que, quando te vissem crucificado, compreendessem que a tua Paixão era voluntária e anunciassem ao mundo que és verdadeiramente a irradiação do Pai" (Liturgia Bizantina).
111. Como se dá a entrada messiânica em Jerusalém?
No tempo estabelecido, Jesus decide subir a Jerusalém para sofrer a sua paixão, morrer e ressuscitar. Como Rei Messias que manifesta a vinda do Reino, ele entra na sua cidade montado em um jumento. É acolhido pelos pequenos, cuja aclamação é retomada no Sanctus eucarístico: Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana (salva-nos) (Mt 21,9). A liturgia da Igreja dá início à Semana Santa com a celebração dessa entrada em Jerusalém. 557-560 569s570
JESUS CRISTO PADECEU SOB PÔNCIO PILATOS, FOI CRUCIFICADO, MORTO E SEPULTADO
112. Qual a importância do Mistério pascal de Jesus?
O Mistério pascal de Jesus, que compreende a sua paixão, morte, ressurreição e glorificação, está no centro da fé cristã, porque o desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo. 571-573
113. Com que acusações Jesus foi condenado?
Alguns chefes de Israel acusaram Jesus de agir contra a Lei, contra templo de Jerusalém e em particular contra a fé no Deus único, porque Ele se proclamava Filho de Deus. Por isso o entregaram a Pilatos, para que o condenasse à morte. 574-576
114. Como se comportou Jesus em relação à Lei de Israel?
Jesus não aboliu a Lei dada por Deus a Moisés no Sinai, mas deu-lhe cumprimento ao lhe dar a interpretação definitiva. É o Legislador divino que, executa integralmente essa Lei. Além disso, ele, o Servo fiel, oferece com a sua morte expiadora o único sacrifício capaz de redimir todas as transgressões cometidas no decorrer da primeira Aliança (Hb 9,15). 577-582 592
115. Qual foi a atitude de Jesus em relação ao templo de Jerusalém?
Jesus foi acusado de hostilidade em relação ao Templo. Todavia, respeitou-o como casa do seu Pai (Jo 2,16) e ali proferiu uma parte importante do seu ensinamento. Mas também predisse a destruição dele, numa relação com a própria morte, e se apresentou ele mesmo como a casa definitiva de Deus em meio aos homens. 583-586 593
116. Jesus contradisse a fé de Israel no Deus único e salvador?
Jesus jamais contradisse a fé num Deus único, nem mesmo quando realizava a obra divina por excelência que cumpria as promessas messiânicas e o revelava igual a Deus: o perdão dos pecados. O pedido de Jesus de crer nele e de se converter permite entender a trágica incompreensão do Sinédrio que considerou Jesus digno de morte porque blasfemador. 587-591 594
117. Quem é responsável pela morte de Jesus?
A paixão e a morte de Jesus não podem ser imputadas indistintamente nem a todos os judeus então vivos nem aos outros judeus vindos depois, no tempo e no espaço. Cada um dos pecadores, ou seja, todo homem, é realmente causa e instrumento dos sofrimentos do Redentor mais gravemente culpados são aqueles, sobretudo se cristãos, que mais vezes caem de novo no pecado ou se deleitam nos vícios. 595-598
118. Por que a morte de Cristo faz parte do desígnio de Deus?
Para reconciliar consigo todos os homens destinados à morte por causa do pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar seu Filho para que se entregasse à morte pelos pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte de Jesus aconteceu segundo as Escrituras. 599-605 619
119. De que modo Cristo se ofereceu ao Pai?
Toda a vida de Cristo é livre oferta ao Pai para cumprir o seu desígnio de salvação. Ele dá a vida em resgate por muitos (Mc 10,45) e desse modo reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu sofrimento e a sua morte manifestam que a sua humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor divino que quer a salvação de todos os homens. 606-609 620
120. Como se exprime na última Ceia a oferta de Jesus?
Na última Ceia com os Apóstolos, na vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e realiza de modo antecipado a oferta voluntária de si mesmo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós (Lc 22,19), este é o meu sangue, que é derramado... (Mt 26,28). Ele institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como memorial (1Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança. 610-611 621
121. O que acontece na agonia do horto do Getsêmani?
Apesar do horror que causa a morte na humanidade toda santa daquele que é o Autor da Vida (At 3,15), a vontade humana do Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar, Jesus aceita carregar os nossos pecados no seu corpo, fazendo-se obediente até a morte (Fl 2,8). 612
122. Quais são os efeitos do sacrifício de Cristo na cruz?
Jesus ofereceu livremente a sua vida em sacrifício expiatório, ou seja, reparou as nossas culpas com a obediência plena do seu amor até a morte. Esse amor até o fim (Jo 13,1) do Filho de Deus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício pascal de Cristo resgata, pois, os homens de modo único, perfeito e definitivo, e lhes abre a comunhão com Deus. 613-617 622-623
123. Por que Jesus chama os seus discípulos a tomar a cruz deles?
Chamando os seus discípulos a tomar a própria cruz e segui-lo, Jesus quer associar a seu sacrifício redentor aqueles que são seus primeiros beneficiários. 618
124. Em que condições estava o corpo de Cristo enquanto se encontrava no túmulo?
Cristo conheceu uma verdadeira morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino preservou o seu corpo da corrupção. 624-630
JESUS DESCEU AOS INFERNOS,
RESSUSCITOU DOS MORTOS NO TERCEIRO DIA
RESSUSCITOU DOS MORTOS NO TERCEIRO DIA
125. O que são os infernos aonde Jesus desceu?
Os infernos - diferente do inferno da condenação - constituíam o estado de todos aqueles, justos e maus, que tinham morrido antes de Cristo. Com a alma unida à sua Pessoa divina, Jesus, nos infernos, esteve com os justos que esperavam o seu Redentor para entrar enfim na visão de Deus. Depois de ter vencido, mediante a sua morte, a morte e o diabo, que tinha o poder da morte (Hb 2,14), libertou os justos à espera do Redentor e lhes abriu as portas do Céu. 632-637
126. Que lugar ocupa a Ressurreição de Cristo na nossa fé?
A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa com a Cruz uma parte essencial do Mistério pascal. 631,638
127. Que sinais atestam a Ressurreição de Jesus?
Além do sinal essencial constituído pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. Jesus depois apareceu a Cefas, e depois aos Doze. Mais tarde apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez (1Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Apóstolos não puderam inventar a ressurreição, pois ela lhes parecia impossível: com efeito, Jesus até os reprovara pela incredulidade deles. 639-644 656-657
128. Por que a Ressurreição é ao mesmo tempo um acontecimento transcendente?
Mesmo sendo um acontecimento histórico, constatável e atestado por meio de sinais e testemunhos, a Ressurreição, como entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus, transcende e supera a história, como mistério da fé. Por esse motivo, Cristo ressuscitado não se manifestou ao mundo, mas aos seus discípulos, fazendo deles suas testemunhas diante do povo. 647 656-657
129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de Jesus?
A Ressurreição de Cristo não foi um retorno à vida terrena. O seu corpo ressuscitado é aquele que foi crucificado e carrega os sinais da sua Paixão, mas é agora participante da vida divina com as propriedades de um corpo glorioso. Por essa razão Jesus ressuscitado é soberanamente livre de aparecer aos seus discípulos como e onde quer e sob aspectos diferentes. 645-646
130. De que modo a Ressurreição é obra da Santíssima Trindade?
A Ressurreição de Cristo é uma obra transcendente de Deus. As três Pessoas agem juntas segundo o que lhes é próprio: o Pai manifesta o seu poder; o Filho retoma a vida que livremente ofereceu (Jo 10,17), reunindo a sua alma e o seu corpo, que o Espírito vivifica e glorifica. 648-650
131. Quais são o sentido e o alcance salvífico da Ressurreição?
A Ressurreição é o ápice da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, como também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as promessas divinas a nosso favor. Além disso, o Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição: desde agora nos dá a graça da adoção filial que é real participação da sua vida de Filho único; depois, no final dos tempos, ele ressuscitará o nosso corpo. 651-655 658
JESUS SUBIU AOS CÉUS,
ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO
ESTÁ SENTADO À DIREITA DE DEUS PAI TODO-PODEROSO
132. O que representa a Ascensão?
Depois de quarenta dias, período em que se mostrou aos Apóstolos sob os traços de uma humanidade comum que escondiam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe aos céus e se senta à direita do Pai. Ele é o Senhor que reina agora com a sua humanidade na glória eterna de Filho de Deus e intercede incessantemente a nosso favor junto ao Pai. Envia-nos o seu Espírito e nos dá a esperança de estar com ele um dia, tendo-nos preparado um lugar. 659-667
DONDE VIRÁ JULGAR OS VIVOS E OS MORTOS
133. Como reina agora o Senhor Jesus?
Senhor do cosmo e da história, Cabeça da sua Igreja, Cristo glorificado permanece misteriosamente na terra, onde o seu reino já está presente como germe e início na Igreja. Um dia voltará na glória, mas não sabemos o momento. Por isso, vivemos na vigilância, orando: Vem, Senhor Jesus (Ap 22,20). 668-674 680
134. Como se realizará a vinda do Senhor na glória?
Depois do último abalo cósmico deste mundo que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o último Juízo. Realizar-se-á assim o Reino de Deus. 675-677 680
135. Como Cristo julgará os vivos e os mortos?
Cristo julgará com o poder que adquiriu como Redentor do mundo, que veio para salvar os homens. Os segredos dos corações serão revelados, bem como a conduta de cada um em relação a Deus e ao próximo. Todo homem será repleto de vida ou condenado pela eternidade, de acordo com suas obras. Assim se realizará a plenitude de Cristo (Ef 4,13), na qual Deus será tudo em todos (1Cor 15,28). 678-679 681-682
1ª Eucaristia
Liturgia/Abusos
Sã Doutrina
Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, ao sabor das paixões, amontoa- rão para si mestres, conforme suas próprias concupiscências e des- viarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas".(2Tm 4,3-4).
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