SEXO EGOÍSTA
Que sexo é importante, basta olhar para os casais serenos. Que fere e desequilibra, basta olhar para a violência que ele causa. Somem-se os lugares a ele dedicados, os filhos legítimos e ilegítimos, os abortos, as laqueaduras, as bilhões de pílulas e camisinhas, os milhares de motéis, os bilhões de dólares, rublos, ienes, iuans, francos, euros, e reais que sua indústria gera.
Que sexo permeia quase tudo basta olhar para os parlamentos, os governantes, a mídia, as artes, as esquinas, e os cantos, o comércio do sexo, a pedofilia, os proxenetas, os desvios dos religiosos, as mães solteiras, os debates, a nudez e a pornografia.
Que deve ser controlado do basta olhar o riacho ou o rio que corta a cidade. Bem canalizado ele até corre limpo e até chega a produzir a luz da cidade. Mal canalizado ele é mal cheiroso, esgoto a céu aberto. Todo mundo o suja.
Há o sexo bom e bem canalizado. Já fez muita gente feliz, exalta e ajudou a solidificar famílias.
Há o sexo sujo, tipo esgoto a céu aberto. Por mais bonito que pareça é feio porque ali alguém usa alguém ou conjua alguns momentos de alguém.
Há o sexo impulsivo que até nasce do afeto mas depois não é mantido e acaba por ferir e deixar mágoas que duram décadas.
E há os filhos sem pai ou mãe por conta de sexo sem compromisso.
É por isso que convém perguntar sobre o que e moderno e avançado. Se moderno e avançado é o rio canalizado e represado, então, o sexo controlado e canalizado e moderno. Nesse caso as Igrejas cristãs e os judeus e muçulmanos e os budistas estão certos. Eles propõem respeito e controle.
Se ser moderno e avançado é deixar o rio correr sujo, selvagem, a céu aberto, a receber toda sorte de detritos, então os defensores do sexo livre e da pornografia são avançados.
Uma cidade e um país precisam saber o que fazer com suas águas. O melhor é canalizá-las, decantá-las e purificá-las.
Passei ontem em São Paulo no mesmo dia pelo Ipiranga, pelo Pinheiros e pela Tietê. A poderosa e rica São Paulo não sabe o que fazer para que suas águas corram limpas.
Pelo que vejo na televisão, nas vitrines, nos outdoors e nas avenidas também não estamos sabendo confinar a sexualidade. Casais felizes aceitam limitá-la. Há qualquer coisa no sexo solto e livre que não rima com felicidade e equilíbrio. Chama-se “egoísmo”.
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