Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

32. Estudando o que diz a Igreja


Ecumenismo  é um terreno delicado, sujeito a muitas interpretações equivocadas. Nessa área, em vez de dar opiniões pessoais, tudo fica mais seguro e mais convincente se aquele que comunica a mensagem estiver sólida e explicitamente apoiado na palavra oficial da Igreja. Insegurança nesse campo é um convite ao desastre.

      Acontece, porém, que o catequista nem sempre consegue acompanhar o que está dito nos documentos oficiais. Concorrem para isso vários fatores: a Igreja escreve textos demais (sem tempo para que todos sejam devidamente assimilados); a linguagem nem sempre é muito fluente, familiar; muitas comunidades não orientam suficientemente esse estudo; nosso povo não está acostumado com esse tipo de literatura; o catequista às vezes nem sabe que o documento existe.

       No entanto, esse estudo é indispensável, não só no que se relaciona ao ecumenismo, mas para todas as áreas de trabalho da Igreja. De que adiantaria nossos pastores falarem se a comunidade não os ouvir? 

        Diante disso, seria importante que cada comunidade, devidamente animada pelo padre e por outros que conheçam o caminho, ponha à disposição dos catequistas os textos mais importantes, com a possibilidade de esclarecimento de eventuais dúvidas. Para o próprio catequista, eu recomendaria um processo que eu mesma usei desde o começo da minha atividade pastoral para me familiarizar com o que diz a minha Igreja. É assim:

1º passo: descobrir com as lideranças (ou acompanhando as notícias da Igreja) que textos seriam mais importantes no momento.

2º passo: ler um documento inteiro com atenção, sublinhando os trechos que parecem mais importantes.

3º passo: voltar a cada um dos trechos sublinhados, tentando entender o que de fato ele quer dizer; para isso, seria bom tentar expressar as idéias ali contidas numa linguagem mais simples, como se a pessoa estivesse contando a uma vizinha que não está acostumada com a “língua da Igreja” o que ali está sendo comunicado. Se for difícil entender algum termo teológico ou alguma afirmação mais complexa, anotá-los para consultar depois o padre ou alguém que domine o assunto.

4º passo: Fazer, diante de cada trecho sublinhado, a pergunta: o que deveria ser feito na minha vida pessoal, no trabalho pastoral ou na vivência da comunidade para que o que está aqui escrito seja integralmente posto em prática?

        Talvez um catequista iniciante ache que estamos pedindo demais. Afinal, ele já se dedica bastante à Igreja, gasta com ela tanto de seu tempo e de seus recursos... Eu mesma não teria coragem de dar essa sugestão se, por experiência própria, não tivesse certeza de que o primeiro a ser beneficiado com esse tipo de trabalho será o próprio catequista. E não falo somente do benefício de se tornar um catequista mais eficiente. Esse hábito de estudo prepara a pessoa para muitos outros tipos de aprendizado, gera uma segurança que impulsiona aquela autoestima sem a qual ninguém vai realizar nada importante em qualquer área. Assim, ajudamos a construir a Igreja e ela, por sua vez, constrói em nós o que precisamos para crescer, em todos os aspectos. E, por acréscimo, ficamos mais preparados para transformar o mundo num lugar melhor. 

Therezinha Cruz

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