O MARTÍRIO DOS PRIMEIROS CRISTÃOS
A IGREJA PERSEGUIDA / REPORTAGENS
Os primeiros cristãos não tinham medo do martírio, pois sabiam que a morte já não exercia poder sobre eles. Cantavam e louvavam a Deus enquanto eram feitos de objetos de esporte nas arenas romanas
Ao fazermos uma breve leitura das Sagradas Escrituras, sobretudo dos Atos dos Apóstolos em diante, os primeiros seguidores de Jesus tinham claro que a pregação do Evangelho estava intimamente acompanhada da perseguição a Igreja (At 20,23). Esta consciência da perseguição acompanhava todos os cristãos que, naquele tempo, abraçavam a fé.
“As primeiras comunidades cristãs eram pequenas, unidas e fervorosas. Para se tornar um cristão naquela época, era preciso preparar-se muito bem, porque abraçar a fé significava correr grande perigo”, diz padre Carlo Pioppi, professor de História da Igreja da Universidade Santa Cruz de Roma.
Diz a história que Nero (64 D.C) colocou fogo em Roma e, ante a revolta da pupulação, culpou os cristãos por tal ato. A partir daí, o Cristianismo foi considerado uma religião ilícita e suspeita. Seus membros estavam sujeitos ao aprisionamento, à condenação e à pena capital por todo o Império Romano. Aqueles que confessavam a fé em Jesus eram jogados às feras, crucificados ou queimados como conta os escritos do historiador romano do século I Tácito:
“Em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes ou incendiados; ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna.”
Pedro e Paulo, assim como um número incontável de irmãos, foram martirizados sob esta “caça” aos cristãos de Roma. No entanto, esta perseguição se estendeu pelos três séculos seguintes, como nos conta um escrito de Gregório de Tours, que viveu durante o século II:
“Sob o imperador Décio, muitas perseguições se levantaram contra o nome de Cristo, e houve tamanha carnificina de fiéis que eles não podiam ser contados.”
Veja a entrevista com padre Carlo Pioppi
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Segundo padre Carlo Pioppi, naquele tempo, a política e a religião eram muito ligadas. O Estado não era sem religião ou laico, como aceitamos hoje. “O Estado antigo era profundamente religioso e o cidadão deveria ser totalmente submisso ao Estado e ao imperador, que era, ao mesmo tempo, a maior autoridade política e também a maior autoridade religiosa, o ‘Pontifex Maximus’. Quando os cristãos declaravam Jesus como Deus e Senhor de suas vidas, estavam, automaticamente, tirando esse poder das mãos do imperador e, é claro, eram considerados inimigos de Roma”, explicou padre Carlo.
Como naquele tempo, declarar-se cristãos, nos dias de hoje, parece ser uma verdadeira ofensa a muitos regimes e governos. Milhares de cristãos são martirizados no mundo pelo simples fato de terem Jesus como o Senhor de suas vidas.
Para padre Carlo, os primeiros cristãos nos ensinam como devemos viver a fé nos dias de hoje. “O que temos de comum com os nossos primeiros irmãos na fé é que para ser cristão, nos dias de hoje, é preciso uma força interior; caso contrário, a pressão que sentimos ao redor esvazia a nossa fé; no sentido que não existe mais uma grande conveniência social em ser cristão nos dias atuais”, concluiu o sacerdote.
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