Era uma vez três religiosos, um deles achou ter achado a religião mais perfeita
e saiu ensinando-as querendo que todos aderissem a ela. O segundo achou
ter achado religião ainda mais perfeita e saiu ensinando-a; queria que todos
aderissem a ela.
O terceiro achou ter achado a religião perfeita para ele; talvez pudesse ser
perfeita também para o outros… Mas ficou no talvez!… Saiu divulgando-a,
mas quando um amigo dizia ter achado outra religião, respeitava a escolha
do amigo. Não impunha a sua; dialogava.
Deus lhe dera uma mensagem que lhe fazia bem e, quem sabe tivesse dado
a mensagem que ao outro lhe fizesse bem! Discordava em alguns pontos
das outras mensagens, mas não se valia disso para ofender os outros. Se
alguém queria vir para a sua igreja, ele acolhia; se quisesse ir embora ele
respeitava. Os colegas o chamavam de tíbio e leniente demais.
Mas ele garantia que era crente no Deus absoluto, sem absolutizar a sua fé.
Nunca superlativizou seu grupo de igreja. Aprendeu a viver com outras
crenças, entendendo que a luz de Deus é difusa, e que o mesmo Sol que
brilhava no telhado de sua casa e da sua igreja, brilhava também nas
casas e igrejas dos outros.
Viveu dialogando e morreu dialogando. Era assim que ele entendia o
Reino de Deus. Pregadores deste Reino convidam mas não mentem
nem usam de estatísticas falsas ou truques de marketing para arrastar
gente para seus templos.
Os outros dois viveram convertendo gente e enchendo seus templos
de gente que vinha ouvir suas pregações inflamadas de amor e de fé
e cercada de mil garantias de felicidade aqui e na outra vida. E
convenciam! Morreram tentando converter os outros.
No cemitério da cidade há três monumentos. Na lápide de um está
escrito: -“Pregou a religião verdadeira, anunciou incansavelmente a
verdadeira fé”. Na lápide do outro também se liam quase os mesmo
s dizeres. Na lápide do terceiro alguém escreveu: “Acreditou que
Deus dialoga e dialogou”.
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