Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012


 

PARA COMUNGAR BEM.

Dom José Cardoso Sobrinho
Arcebispo de Olinda e Recife - PE.

Nossa Santa Igreja, desde o início, adverte os fiéis sobre a responsabilidade
 de receber dignamente – isto é, em estado de graça – o Santíssimo 
Sacramento da Eucaristia. Já no início da Igreja, São Paulo Apóstolo 
exortava severamente os cristãos da comunidade de Corinto, com as 
seguintes palavras:

“Todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice anunciais
 a morte do Senhor até que ele venha. Eis por que todo aquele que
 comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do
 corpo e do sangue do Senhor. Por conseguinte, que cada um examine
 a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele
 que comer e beber sem discernir o Corpo, come e bebe a própria 
condenação.” (1 Cor. 11,26-29).

Aprendemos no catecismo da infância que, para receber dignamente a
 Eucaristia, é necessário encontrar-se na graça de Deus, ou seja, não ter 
consciência de nenhum pecado grave. Quem teve a fragilidade de cometer 
uma falta grave, deve primeiro converter-se, isto é, mudar de comportamento
 e depois aproximar-se humildemente do sacramento da confissão para receber
 a absolvição. Então poderá receber digna e frutuosamente a comunhão
 eucarística.
Nossa Santa Igreja continua a expor esta doutrina através dos séculos. O 
Servo de Deus Papa João Paulo II declarou oficialmente:

“Se o cristão tem na consciência o peso de um pecado grave, então o
 itinerário da penitência, através do sacramento da reconciliação,
 torna-se o caminho obrigatório para se abeirar e participar plenamente
 do sacrifício eucarístico” (ENCÍCLICA “ECCLESIA DE EUCHARISTIA” n. 37).

Neste mesmo documento o Papa transcreve a seguinte exortação proferida 
pelo grande doutor da Igreja São João Crisóstomo: “Também eu levanto a
 voz e vos suplico, peço e esconjuro para não vos abeirardes desta Mesa
 sagrada com uma consciência manchada e corrompida. De fato, uma ta
l aproximação nunca poderá chamar-se comunhão, ainda que toquemos
 mil vezes o corpo do Senhor, mas condenação, tormento e redobrados 
castigos”.

“O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA (n. 1415) estabelece o mesmo princípio: 
“Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística deve estar em
 estado de graça. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, 
não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente, a
 absolvição no sacramento da penitência”.
 

Infelizmente, hoje em dia circulam teorias falsas afirmando que podem receber
 a comunhão eucarística pessoas que vivem habitualmente em situação de
 pecado, p. ex., casais que vivem em situação matrimonial irregular, ou seja,
 na assim chamada “segunda união”.Sobre este problema o mesmo Papa João

 Paulo II se pronunciou claramente na EXORTAÇÃO APOSTÓLICA “ FAMILIARIS
 CONSORTIO” n. 84. Eis suas palavras:

“A Igreja, reafirma a sua práxis, fundada na Sagrada Escritura, de não
 admitir à comunhão eucarística os divorciados que contraíram nova
 união. Não podem ser admitidos, do momento em que o seu estado e
 condições de vida contradizem objetivamente aquela união de amor 
entre Cristo e a Igreja, significada e atuada na Eucaristia. Há, além
 disso, um outro peculiar motivo pastoral: se se admitissem estas
 pessoas à Eucaristia, os fiéis seriam induzidos em erro e confusão 
acerca da doutrina da Igreja sobre a indissolubilidade do matrimônio”.
 

O mesmo princípio foi reafirmado recentemente pelo atual Santo Padre Bento
 XVI na sua EXORTAÇÃO APOSTÓLICA “SACRAMENTUM CARITATIS” n. 29:

“O Sínodo dos Bispos confirmou a prática da Igreja, fundada na 
Sagrada Escritura (Mc 10, 2-12), de não admitir aos sacramentos o
s divorciados re-casados, porque o seu estado e condição de vida 
contradizem objetivamente aquela união de amor entre Cristo e a 
Igreja que é significada e realizada na Eucaristia”.
 

A insistência do Santo Padre, por meio de declarações oficiais e solenes,
 demonstra a atualidade e a importância pastoral deste problema. Quem
 tivesse a ousadia de defender a doutrina contrária afirmando que os que
 estão em situação de pecado e, especificamente aqueles que vivem “em
 segunda união matrimonial” podem receber a eucaristia, tal pessoa 
evidentemente estaria discordando do Vigário de Cristo na terra e 
colocando-se em grave situação de pecado, por estar induzindo outros
 a comungar sacrilegamente. 
 

A Eucaristia, como já dizia Santo Tomás de Aquino, “é o bem máximo
 da Igreja”. O Concílio Vaticano II, declarou: “a Eucaristia é a fonte
 e ápice de toda a vida Cristã”(LUMEN GENTIUM n. 11).

Podemos então logicamente concluir que nossa vida eucarística é o 
termômetro de toda a nossa vida espiritual: se quisermos saber
 qual o atual nível de nossa vida espiritual, é suficiente examina
 nossa devoção eucarística.

Fonte: Arquidiocese de Olinda e Recife.

 http://derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/O%2
0Poder%20da%20Santa%20Missa/PARA%20COMUNGAR%20BEM..htm

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