Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Família
A imoralidade avança, “Catolicismo” cresce para a luta
Batalha com denodo pela família, instituição de ordem natural, cuja estrutura interna e finalidades foram determinadas pelo próprio Deus
Murillo Maranhão Galliez
A defesa da família consiste, como é de boa norma, na exposição clara e precisa da verdadeira doutrina católica a seu respeito. E isto foi feito por Catolicismo, principalmente pela transcrição da palavra do Magistério Eclesiástico, quer na publicação integral de documentos pontifícios, quer por meio de abundantes citações deles extraídas.
Porém, para a boa compreensão do que deve ser uma verdadeira família católica, não basta a exposição teórica dos princípios e das normas que devem regê-la. É preciso também dar exemplos, mostrar como a família católica se realizou na História, realçar suas características peculiares a esta ou àquela região, a este ou aquele país, a esta ou àquela classe social; apontando, ademais, como a generalidade dessas famílias, dentro da variedade de modos de ser próprios a cada uma, manifestava uma possante unidade, reflexo de sua conformidade com os princípios que regiam a civilização cristã.
Moral
Defender a família implica em defender essa moral, explicitá-la e refutar os ataques que lhe dirigem os progressistas, adeptos de uma “moral nova” ou de uma “moral de situação”. É o que vimos fazendo, com base sobretudo na palavra dos Papas.
Artigo publicado em nosso número 192, pelo Dr. Antonio Rodrigues Ferreira, refuta as teses do já falecido sacerdote Pe. Paul-Eugène Charbonneau, o qual se mostrava adepto da “moral de situação”, especialmente em sua aplicação ao uso dos métodos artificiais de controle da natalidade. O artigo, publicado 18 meses antes do aparecimento da encíclica Humanae Vitae,de Paulo VI, mostra como a doutrina tradicional da Igreja na matéria se mantém imutável. O que foi confirmado depois pela referida encíclica. Distribuído durante o Congresso Católico de Medicina,realizado em São Paulo, em janeiro de 1967, esse artigo contribuiu para quebrar o ímpeto da corrente progressista favorável à utilização dos meios artificiais de limitação da natalidade, o que provocou grande polêmica e enorme repercussão.
Casamento
Defender a família é principalmente defender o fundamento indispensável sobre o qual ela se mantém: o casamento monogâmico e indissolúvel.
Seria por demais longo enumerar tudo o que Catolicismo publicou para sua defesa, merecendo menção especial as numerosas citações de textos pontificios; as campanhas contra a introdução do divórcio no país, em 1966, 1975 e 1977. Convém lembrar aqui as batalhas contra a limitação da natalidade e o aborto.
Nossa revista nunca deixou de afirmar que o aborto direto e voluntário constitui um tipo de homicídio que deve ser inteiramente banido das leis, sejam quais forem as causas alegadas para sua realização. Essa argumentação vem claramente explicitada no pronunciamento da Comissão de Estudos Médicos da TFP, publicado no nº 467, novembro de 1989.
Educação
Catolicismo sempre teve sua atenção voltada para denunciar e combater a elaboração e aprovação de leis estatizantes de ensino, que privariam a família de exercer com liberdade sua função de educar. Foram muito numerosos os artigos, os textos pontifícios, as notícias e os exemplos de como deve ser uma verdadeira educação católica, e também apontando os malefícios de uma “educação” laica, atéia e socialista. De especial valor são os textos transcritos da encíclica “Divini Illius Magistri”, de Pio XI, e as alocuções de Pio XII sobre a educação dos filhos. Bem como a matéria sobre este assunto publicada nas seções “Nova et Vetera”, “Verdades Esquecidas”, e “Ambientes, Costumes, Civilizações”.
Foram ainda criticados: a lei estatizante do ensino na Espanha; os casos de absurda interferência do Estado nas relações pais-filhos, ocorridos na Suécia, Alemanha e Estados Unidos.
Dentre os diversos aspectos atinentes à educação dos filhos –– todos eles de alto interesse para a preservação da família –– queremos salientar aqui a chamada “educação” sexual. Ela vem sendo ministrada tanto na escola, em aulas para crianças ou adolescentes de ambos os sexos, como por meio de livros, opúsculos ou folhetos com desenhos e fotografias.
Ela foi condenada por Pio XI na encíclica “Divini Illius Magistri". Catolicismo, em diversos artigos, além de mostrar qual é a verdadeira doutrina católica sobre o assunto, comenta e critica vários livretos de orientação progressista que veiculam essa educação sexual naturalista e freudiana.
Catolicismo sempre enalteceu a virgindade, a pureza e a castidade, atraindo para elas a atenção e a admiração de seus leitores.
Outrossim, sempre combateu as leis estatizantes sobre a herança, onde o Estado aparece como o principal herdeiro por meio de impostos extorsivos sobre os bens legados.
Efeitos do mundo moderno
Por outro lado, Catolicismo sempre advertiu para os perigos que os hábitos e costumes de um mundo moderno, laico, neopagão e permissivista, constituem para a preservação e o decoro da vida familiar.
Os males decorrentes da masculinização progressiva da mulher e a deterioração das qualidades próprias ao sexo feminino foram salientadas por diversas vezes na seção Ambientes, Costumes, Civilizações. Do mesmo modo foi realçado o perigo dos bailes e trajes modernos para a preservação do recato próprio à mulher cristã.
A deformação da mentalidade e dos hábitos da juventude, de seu modo de ser, de comportar-se, de distrair-se –– desde a “beat generation” da década de 50, passando peloshippies e pelos punks, até o hábito das discotecas, o entusiasmo frenético pelo rock satanista, o vício das drogas –– tudo foi apontado por Catolicismo como um fenômeno que tende para a destruição da família.
Outro fator desagregador da moral social é uma atitude complacente diante da prostituição e da homossexualidade. Foi ela objeto de duras críticas nas páginas de Catolicismo.
Também diante do crescente número de suicídios e, muito especialmente, da difusão assustadora da prática da eutanásia, a sociedade vai se tornando cada vez mais “compreensiva” e concessiva. Se os pais não querem ter filhos e os matam antes de nascer, também os filhos acabam por querer livrar-se de seus pais quando estes, já idosos demais ou portadores de doenças incuráveis, só lhes trazem cuidados e despesas. E para isso serviria a eutanásia.
Que vida familiar restaria em um lar onde os pais matam os filhos e os filhos matam os pais? É o que pergunta Catolicismo.
Porém essa matança entre pais e filhos não ocorre somente por meio do aborto e da eutanásia. A violência familiar é um fenômeno social que vem merecendo divulgação crescente através dos meios de comunicação social. Essa divulgação assume muitas vezes um caráter exagerado e alarmista para dar pretexto a uma intromissão –– freqüentemente precipitada e injustificada –– do Estado na vida familiar. Mas a violência realmente existe e as vítimas são, naturalmente, na maior parte das vezes, as crianças. Elas sofrem maus tratos e espancamentos por parte de um dos progenitores, ou de ambos, não raro com tal violência que as levam à morte. Infelizmente as violências não se limitam às injúrias físicas; as crianças muitas vezes também sofrem violências sexuais por parte de pais degenerados.
Televisão
Uma palavra final sobre a televisão, enquanto elemento profundamente desagregador do ambiente familiar. Em um dos artigos publicados em Catolicismo sobre a TV, uma das testemunhas citadas chegou a dizer: “Desde que adquirimos uma televisão, não existe mais vida de família”. Realmente, a presença de um aparelho televisor numa família dificulta –– e até mesmo impede –– a interlocução normal que deveria haver entre pais e filhos, e entre os membros da família em geral. A TV chega mesmo a tirar dos pais sua função de educar os filhos, os quais são submetidos, sem defesa, a um assédio constante de mensagens revolucionárias, onde pontificam a imoralidade, a corrupção e a revolta contra as autoridades legítimas. Isso para não falar em todos os problemas de ordem mental e educativa que podem surgir em crianças habituadas a permanecer diante do vídeo durante muitas horas diariamente.
Diante da TV imoral, onipotente e onipresente, Catolicismo é uma revista sem concessões. Ela cumpre seu dever, e não foge à luta, da qual tantos órgãos católicos infelizmente desertaram.

http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=51A5AC3A-3048-313C-2E64954845B6142A&mes=Janeiro1991

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