De olhos para o céu
Pe. Zezinho, scj Parusia é uma palavra grega que para nós, católicos, tem um significado especial. Uma tradução adequada seria manifestação final. Muitos católicos enfocam a sua vida nesta direção. Vivem para aquele grande dia do encontro definitivo com Jesus, no seio de Deus. E há, também, evangélicos que vivem dentro dessa mística, esperando a vinda gloriosa do Senhor. Outros católicos e evangélicos preferem viver o seu dia-a-dia, preocupados com o seu hoje, aqui e agora. "É a minha missão, é o meu momento". É possível ser um cristão de olhos voltados para o futuro e vivendo em função do que acontecerá naquele dia. É possível ser um cristão de olhos voltados para o passado, vivendo o triunfo de uma Igreja que foi, fez, e realizou e quer aquilo mais uma vez. Inclusive há quem se vista hoje, como naqueles tempos de triunfo: cavalheiros ou cavaleiros da idade média, hábitos da idade média. Acreditam que Deus os chama a esse retorno; enquanto pregam, usam e cultivam hábitos que os cavaleiros daquele tempo jamais sonhariam para si. Vestem-se como no passado, mas usam instrumentos do futuro: carros, televisão e computadores. O discurso medeia entre o passado e o futuro. Tentam reconquistar alguma coisa que se perdeu. Fizeram sua escolha como nós fizemos a nossa. O Deus para quem caminham está no reencontro com o passado. Querem o que santificou os santos daquele tempo. A singeleza e o acolhimento de Francisco ou a disciplina dos cavaleiros que conquistaram povos e lugares santos. É possível também, ser um cristão de olhos voltados para o presente, dentro de uma Igreja que faz, pensa, realiza, cai, levanta-se e sofre. Tais cristãos querem melhorar este mundo influindo nas suas leis. Sua militância é social e política. Há quem busque isso e esqueça a graça de Deus. Mas há os que oram e crêem que Deus os iluminará a cada gesto de libertação dos irmãos, a cada enfrentamento político contra os que oprimem o povo. São capazes de agir sem ódio, mas agem também sem medo. Quem conhece o coração humano é Deus. Ele sabe quem está certo e quem está equivocado. Pode ser um enorme equívoco sairmos por aí a dizer que os outros estão equivocados. Os olhos que olham o céu, às vezes olham para o passado, às vezes para o futuro e às vezes, para o presente. O tempo que dedicamos a esses olhares demonstra que tipo de catolicismo escolhemos viver. www.padrezezinhoscj.com Comentários para: online@paulinas.com.br |
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