Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012


A Comunhão
 Espiritual,
nossa vida 
Eucarística.

Segundo os exemplos dos Santos.

A Comunhão Espiritual é a
 reserva de vida e de 
Amor Eucarístico sempre
 ao alcance da mão para
 os enamorados de Jesus
 Hóstia. Por meio da 
Comunhão Espiritual, 
de fato, ficam 
satisfeitos os desejos
 de amor da alma que quer unir-se a Jesus seu Amado Esposo. A Comunhão Espiritual
 é união de amor entre a alma e Jesus Hóstia. União toda Espiritual, mas real, até 
mais real do que a própria união em nós da alma com o corpo, “porque a alma
 vive mais onde ama, do que onde vive”, diz São João da Cruz.

Fé, amor, desejo.

A Comunhão Espiritual supõe, é evidente, a fé na Presença Real de Jesus nos
 Sacrários. Ela compreende o desejo da Comunhão Sacramental e exige a Ação 
de Graças pelo Dom recebido de Jesus. Tudo isso está expresso com simplicidade
 na fórmula de Santo Afonso de Ligório: “Meu Jesus, eu creio que vós estais
 no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo sobre todas as coisas. Eu vos 
desejo em minha alma. E, já que agora não posso receber-Vos
 Sacramentalmente, vinde pelo menos espiritualmente ao meu
 coração. (pausa) Como já tendo vindo, eu Vos abraço e me uno
 a Vós. Não permitais que eu me separe mais de vós.”.

A Comunhão Espiritual produz os mesmos efeitos que a Comunhão Sacramental,
 conforme as disposições de quem a faz, conforme maior ou menor carga de
 afeto com que se deseja receber a Jesus e o amor mais ou menos intenso
 com que se recebe Jesus e com que nos entretemos com Ele.

Privilégio exclusivo da Comunhão Espiritual é o de poder ser feita quantas
 vezes quisermos (e até mesmo centenas de vezes por dia), quando quisermos
 (mesmo em plena noite), onde quisermos (até num deserto... ou num avião
 em pleno vôo). É conveniente fazer a Comunhão espiritualmente quando se
 assiste a Santa Missa e não se pode fazer a Comunhão Sacramental no
 momento em que o sacerdote comunga.

A alma comunga também, chamando a Jesus em seu coração. Desse modo,
 toda Missa que se tiver ouvido estará completa: Oferta, Imolação e
 Comunhão. Seria deveras uma Graça Suprema, a ser invocada com
 todas as forças, se na Igreja se chegasse a realizar logo aquele voto do 
Concílio de Trento, “que todos os cristãos comunguem em todas as
 Missas que ouvem”: desse modo, quem puder participar de mais 
Missas cada dia, poderá também fazer comunhões Sacramentais cada dia.

Os dois Cálices

Quão preciosa seja a Comunhão Espiritual, Jesus o disse a Santa Catarina
 de Sena em uma visão. A Santa temia que a Comunhão Espiritual não 
tivesse nenhum valor, se comparada com a Comunhão Sacramental. 
Jesus lhe apareceu em visão, com dois Cálices na mão, e lhe disse:
 “Neste Cálice de ouro ponho as tuas Comunhões Sacramentais 
e neste Cálice de prata ponho as tuas Comunhões Espirituais.
 Estes dois Cálices Me são muito agradáveis.”  

E à Santa Margarida Maria Alacoque, que com muita diligência costumava
 enviar os seus inflamados desejos, clamando por Jesus no Sacrário, 
uma vez Jesus disse: “Para Mim é de tal modo querido o desejo
 que uma alma tem de Me receber, que Eu Me precipito nela,
 cada vez que ela Me chama com os seus desejos.”

Quanto tenha sido amada pelos Santos a Comunhão Espiritual, não
 nos é difícil entrever. A Comunhão Espiritual satisfaz, pelo menos em
 parte, àquela ânsia ardente de ser sempre: “um” com quem ama. O
 próprio Jesus disse: “Permanecei em Mim, e Eu permanecerei
 em vós”(Jo. 15,4).

E a Comunhão Espiritual ajuda-nos a ficarmos unidos a Jesus,
 ainda que estejamos longe de Sua Morada. Outro meio não
 há para aplacar os anelos de amor que consomem os corações 
dos Santos. “Como a corça anela pelos cursos da águas, assim
 minha alma anela por ti, ó Deus”(Sl. 41,2). E assim é o gemido
 dos Santos: “Ó meu esposo querido – exclama a Santa Catarina
 de Gênova – eu desejo de tal modo a alegria de estar contigo,
 que me parece, que se eu estivesse morta, ressuscitaria para 
receber-Te na Comunhão.”

E a Beata Ágata da Cruz sentia tão agudo o desejo de viver sempre
 unida a Jesus Eucarístico, que chegou a dizer: “Se o Confessor
 não me tivesse ensinado a fazer a Comunhão Espiritual, eu 
não teria podido viver.”

Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era, igualmente, a 
Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, 
quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente
 quando não lhe era permitido fazer a Comunhão Sacramental. Então,
 ela subia ao terraço da casa e, olhando para a Igreja, suspirava entre
 lágrimas: “Felizes aqueles que hoje Te puderam receber no
 Sacramento, ó Jesus! Felizes os Sacerdotes que estão sempre 
perto do Amabilíssimo Jesus!” E assim só a Comunhão Espiritual 
podia tranqüilizá-la um pouco. 

Durante o dia

Eis aqui um dos conselhos que o beato Pe. Pio de Pietrelcina dava 
a uma sua filha espiritual: “Durante o dia, quando não pode
s fazer alguma outra coisa, chama por Jesus, mesmo até 
no meio de todas as outras ocupações, com um gemido
 resignado da alma, e Ele virá e ficará sempre unido com
 tua alma por meio de sua Graça e do Seu Santo Amor.
 Voa com o teu espírito para diante do Sacrário, quando lá
 não podes ir com teu corpo, e lá desafoga os teus ardentes 
desejos e abraça o Amado das Almas, melhor ainda do
 que se tivesses podido recebê-Lo sacramentalmente!”

Aproveitemos, nós também, deste grande Dom. Especialmente nos
 momentos de provação ou de abandono, que pode haver de mais
 precioso do que a união com Jesus Hóstia, por meio da 
Comunhão Espiritual? Este Santo exercício pode encher os nossos
 dias de amor e de encanto, pode fazer-nos viver com Jesus em 
um amplexo de amor, e só depende de nós que o renovemos
 freqüentemente e que não interrompamos quase nunca.

Santa Ângela Merici tinha uma especial predileção pela Comunhão
 Espiritual. Não somente a fazia muitas vezes e exortava os outros 
a fazê-la, mas chegou a deixá-la como “herança” às suas filhas, a
 fim de que a praticassem sempre.

A vida de São Francisco de Sales não deve ter sido talvez toda ela
 uma corrente de Comunhões Espirituais? Era propósito de o Santo
 fazer uma Comunhão Espiritual pelo menos cada quarto de hora.
 Este mesmo propósito foi o que tinha tomado São Maximiliano Maria
 Kolbe, desde jovem.

E o servo de Deus André Beltrami deixou-nos uma breve página
 de seu diário íntimo que é um pequeno programa de uma vida 
vivida em uma Comunhão Espiritual contínua com Jesus Eucarístico. 
Estas são as suas palavras: “Onde quer que eu me ache, 
pensarei amiúde em Jesus Sacramento. Fixarei meu 
pensamento no Santo Sacrário, até mesmo quando eu 
acordar de noite, adorando-O de onde eu estiver, chamando
 por Jesus no Sacramento, oferecendo-Lhe o trabalho que
 eu estiver fazendo. Vou instalar um fio telegráfico da sala 
de estudo até a Igreja, um outro a partir do meu quarto 
e um terceiro do refeitório. Depois, vou enviar despachos, 
no maior número possível, a Jesus no Sacramento.” Que 
contínua corrente de amor Divino não deve ter passado por 
aqueles queridos... fios telegráficos!

Até durante a noite

Destas e de outras semelhantes santas indústrias os Santos
 têm sido muito prontos a servir-se para desabafarem seus 
corações que nunca se saciavam de amar. “Quanto mais eu
 Te amo, parece-me que menos Te amo – exclama Santa
 Francisca Xavier Cabrini – porque eu quereria mais. Mas 
não posso mais... dilata, dilata o meu coração...”

Nos períodos em que não acordava de noite, Santa Bernadette
 chegou a pedir a uma sua coirmã que a despertasse. E
 para quê? “Porque eu gostaria de fazer a Comunhão Espiritual!”

Quando São Roque de Montpellier passou cinco anos encarcerado,
 por ter sido considerado um vagabundo perigoso, no cárcere ficava
 sempre com os olhos fitos na janelinha, rezando. O carcereiro lhe
 perguntou: Que é que ficas daí olhando? “Fico olhando para
 a torre dos sinos da Paróquia.” Era a necessidade que o Santo 
sentia de uma Igreja, de um Sacrário, de Jesus Eucarístico, seu 
grande amor.

Também o Santo Cura d’Ars dizia aos fiéis: “À vista de um 
campanário, podeis dizer: Lá está Jesus, porque lá um
 Sacerdote celebrou a Missa.”

E o Beato Luiz Guanella, quando ia de trem acompanhar os 
peregrinos até os Santuários, recomendava sempre a eles que 
volvessem seus pensamentos e corações para Jesus cada 
vez que, das janelas do trem, vissem algum campanário. “Cada 
campanário – dizia ele – nos faz pensar numa Igreja, na 
qual existe um Sacrário, na qual se celebra a Missa e onde 
está Jesus.” Aprendamos com os Santos, nós também. Que
 eles queiram comunicar-mos um pouco do incêndio de amor que
 consumia os seus corações.

E, então, também em nós bem cedo se levantará um incêndio 
de amor, pois é muito consolador o que nos assegura São
 Leonardo de Porto Maurício: “Se praticardes muitas vezes
 por dia o Santo Exercício da Comunhão Espiritual, eu vos 
dou um mês de tempo para terdes o vosso coração
 completamente mudado.” Só um mês: Vocês entenderam?

 derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20Página/O%20Poder%20da%20
Santa%20Missa/A%20Comunhão%20Espiritual.htm

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