sábado, 14 de dezembro de 2013
Beato João Henrique Carlos Steeb
Carlos Steeb nasceu na antiga cidade alemã de Tubinga aos 18 de dezembro de 1773, numa família de luteranos convictos e praticantes. O pai era um administrador de empresas, conceituado e muito competente, que geria os bens do duque de Wurttenberg.
A família deu-lhe uma sólida instrução, numa boa e tradicional escola da cidade. Aos dezesseis anos foi para Paris, aprender francês. Após dois anos, seguiu para Verona, onde aprendeu italiano e prática comercial.
Carlos era um rapaz reservado, amadurecido para a idade, que se dedicava totalmente aos estudos e ao trabalho. Era um protestante devoto e praticante como todos na família, mas aos poucos foi apreciando as conversas profundas que mantinha com os sacerdotes e leigos católicos. Aprofundou a doutrina e converteu-se, em 1792. Quatro anos depois recebeu a ordenação sacerdotal.
Desde então, se dedicou com fé inabalável à Virgem Maria, no auxilio aos católicos enfermos vitimados durante a guerra que ocorria naquele tempo. Organizou grupos missonários entre a população, exercícios espirituais para os irmãos leigos e sacerdotes e centros catequizadores.
Dedicou sua vida aliviando o sofrimento dos enfermos, sendo sempre encontrado no hospital, ou no asilo, onde residia com eles. Foi exatamente no Hospital dos Militares que Padre Carlos teve a inspiração para fundar uma Congregação de religiosas, destinadas a servir nos hospitais.
Em 1840, contraiu o tifo. Depois de recuperado, fundou a Congregação das Irmãs da Misericórdia, destinada ao atendimento de qualquer tipo de doenças do corpo ou da alma, em hospitais e casas de saúde.
A Obra começou com apenas dois quartos, e com o auxílio de Luisa Poloni, depois Irmã Vincenza, de quem Padre Carlos era confessor. Aliás, ele era o confessor de todos os habitantes de Verona, que o amavam como se fosse a "mãe dos doentes". Depois a Congregação espalhou-se por quase toda a Europa, América Latina e África.
O Padre Carlos morreu em 15 de dezembro de 1856. Foi sepultado na igreja da casa mãe da Congregação, em Verona, Itália. O Papa Paulo VI proclamou-o Beato em 1975, sendo homenageado no dia de sua morte.
A família deu-lhe uma sólida instrução, numa boa e tradicional escola da cidade. Aos dezesseis anos foi para Paris, aprender francês. Após dois anos, seguiu para Verona, onde aprendeu italiano e prática comercial.
Carlos era um rapaz reservado, amadurecido para a idade, que se dedicava totalmente aos estudos e ao trabalho. Era um protestante devoto e praticante como todos na família, mas aos poucos foi apreciando as conversas profundas que mantinha com os sacerdotes e leigos católicos. Aprofundou a doutrina e converteu-se, em 1792. Quatro anos depois recebeu a ordenação sacerdotal.
Desde então, se dedicou com fé inabalável à Virgem Maria, no auxilio aos católicos enfermos vitimados durante a guerra que ocorria naquele tempo. Organizou grupos missonários entre a população, exercícios espirituais para os irmãos leigos e sacerdotes e centros catequizadores.
Dedicou sua vida aliviando o sofrimento dos enfermos, sendo sempre encontrado no hospital, ou no asilo, onde residia com eles. Foi exatamente no Hospital dos Militares que Padre Carlos teve a inspiração para fundar uma Congregação de religiosas, destinadas a servir nos hospitais.
Em 1840, contraiu o tifo. Depois de recuperado, fundou a Congregação das Irmãs da Misericórdia, destinada ao atendimento de qualquer tipo de doenças do corpo ou da alma, em hospitais e casas de saúde.
A Obra começou com apenas dois quartos, e com o auxílio de Luisa Poloni, depois Irmã Vincenza, de quem Padre Carlos era confessor. Aliás, ele era o confessor de todos os habitantes de Verona, que o amavam como se fosse a "mãe dos doentes". Depois a Congregação espalhou-se por quase toda a Europa, América Latina e África.
O Padre Carlos morreu em 15 de dezembro de 1856. Foi sepultado na igreja da casa mãe da Congregação, em Verona, Itália. O Papa Paulo VI proclamou-o Beato em 1975, sendo homenageado no dia de sua morte.
Santa Lúcia de Siracusa, virgem e mártir
Santa Lúcia de Siracusa (± 283 - 304), também conhecida por Santa Lúcia, foi uma jovem siciliana, venerada pelos católicos como virgem e mártir, que morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano em Siracusa.
Na Antigüidade cristã, juntamente com Santa Cecília, Santa Águeda e Santa Inês, a veneração à Santa Lúcia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter 20 templos em Roma dedicados ao seu culto.
Lúcia era uma jovem com uma mãe de boas condições financeiras. Quando se tornou mais velha, foi prometida para se casar com um jovem rico da sua cidade. Lúcia não aceitou a idéia, pois pretendia seguir carreira religiosa, mas a sua mãe não gostava dessa decisão.
A mãe de Lúcia ficou então muito doente, a jovem pôs-se a rezar por sua mãe e levou ao seu leito as relíquias de Santa Águeda. A mãe de Lúcia curou-se da doença e aceitou a idéia de sua filha seguir carreira religiosa.
O rapaz com quem Lúcia se iria casar não gostou da idéia e acusou-a de professar falsa fé cristã. Ele fez com que Lúcia fosse julgada pela Igreja, até que foi decidido que a jovem virgem teria de ser levada a um prostíbulo para se contaminar.
Segundo a história, quando os guardas vieram buscar Lúcia, seu corpo tornou-se tão pesado que nem muitos homens conseguiram tirá-la do lugar. Lúcia, então, foi vítima de várias torturas, sendo que uma delas foi arrancar os seus olhos, que foram colocados numa bandeja e entregues ao seu ex-pretendente. Mesmo assim, no dia seguinte os olhos de Lúcia apareceram no seu rosto, intactos.
Lúcia continuou a ser torturada, até que no dia 13 de Dezembro um golpe de espada cortou sua cabeça. Depois de alguns anos, Lúcia foi reconhecida como santa pelo Vaticano, e é hoje a protetora dos olhos. Anos depois ela foi canonizada, tornando-se santa e mártir da Igreja Católica. Ela é considerada a protetora dos olhos. Sua festa é celebrada em 13 de Dezembro nos países católicos. A santa é padroeira de muitas cidades brasileiras.
São encontradas várias lendas do martírio da santa. Uma delas diz que Lúcia nasceu na Sicília, Itália, no Século III, tempo de muitas perseguições cristãs. Seus pais eram cristãos de origem nobre, e ricos. Com a morte do pai, sua mãe quis que se casasse com um moço de estirpe nobre, mas pagão. Como havia feito voto de virgindade a Cristo, não aceitou o casamento. Sentindo-se rejeitado, o noivo, denunciou-a ao governador Pascácio, um homem perverso que, em tribunal, intimou-a a sacrificar sua vida aos deuses pagãos.
A insistência de Pascácio para que Lúcia, a todo custo, se casasse com o fidalgo, levou-a perguntar-lhe: “Afinal, o que este rapaz viu em mim, sendo ele tão rico e poderoso”. A resposta do governador foi taxativa: “São seus belos olhos que o encantam”. Lúcia, então, pediu-lhe um pratinho e arrancou, de súbito, seus olhos e ofereceu ao noivo que a denunciou. Pascácio, irado, ordenou que Lúcia fosse decapitada.
Santa Maria de la Rosa, fundadora
Seu nome de batismo era Paula Francisca Maria; nasceu dia 6 de novembro de 1813, em Bréscia, na Itália. Ficou órfã de mãe quando tinha apenas 11 anos. Estudou no colégio das Irmãs da Visitação.
Quando tinha 17 anos, seu pai lhe apresentou um jovem, dizendo-lhe que havia decidido que ele seria seu esposo. A jovem se assustou e foi procurar o pároco para comunicar que havia planejado permanecer sempre solteira e dedicar-se totalmente a obras de caridade. O sacerdote procurou seu pai e contou os planos da filha. O Sr. de la Rosa aceitou quase imediatamente a decisão dela e a apoiou mais tarde na realização de suas obras de caridade.
O pai de Maria tinha umas fábricas de tecidos e, com as operárias que ali trabalhavam, a jovem fundou uma associação destinada a se ajudarem mutuamente e a se exercitarem nas obras de piedade e de caridade.
Na propriedade de seus pais fundou também, com as camponesas dos arredores, uma associação religiosa que as afervorou. Em sua paróquia organizou retiros e missões especiais para as mulheres, e a transformação delas foi tão admirável, que ao pároco parecia que eram outras mulheres.
Em 1836 a peste da cólera chegou a Brescia, e com a permissão de seu pai (que o fez com grande temor) Maria foi aos hospitais para atender os milhares de contagiados. Logo se associou a uma viúva que tinha muita experiência nesses trabalhos de enfermaria, e as duas deram tais mostras de heroísmo em atender aos empestados, que os moradores da cidade ficaram admirados.
Depois da peste, como muitas meninas tinham ficado órfãs, o município formou umas oficinas artesanais e as confiou a direção de Maria de la Rosa , que tinha então apenas 24 anos, porém já era estimada em toda a cidade.
Ela desempenhou esse cargo com grande eficácia durante dois anos, mas vendo que nas obras oficiais se tropeça em muitas coisas que tiram a liberdade de ação, resolveu organizar sua própria obra e abriu por sua conta um internato para as meninas órfãs ou muito pobres Pouco depois abriu também um instituto para meninas surdas-mudas. Tudo isto é admirável em uma jovem que ainda não chegara aos 30 anos, e que era de saúde sumamente débil. Mas a graça de Deus concede imensa fortaleza.
As pessoas se admiravam ao ver nesta jovem apostólica umas qualidades excepcionais. Por exemplo, um dia em que uns cavalos desgovernados ameaçavam enviar para um precipício os passageiros de uma carruagem, ela se lançou no posto do condutor e conseguiu dominar os cavalos enlouquecidos e detê-los.
Em certos casos muito difíceis se ouviam de seus lábios respostas tão cheias de inteligência que solucionavam os problemas que pareciam impossíveis de consertar. Nos momentos livres se dedicava à leitura de livros de religião, e chegou a possuir tantos conhecimentos teológicos, que os sacerdotes se admiravam ao escutá-la. Possuía uma memória prodigiosa, que lhe permitia recordar com impressionante precisão os nomes das pessoas que tinham falado com ela, e os problemas que haviam consultado, o que foi muito útil em seu apostolado.
Em 1840 Monsenhor Pinzoni fundou em Brescia uma associação piedosa de mulheres para atender os doentes dos hospitais. Maria de la Rosa foi nomeada superiora. As sócias se chamavam Servas da Caridade. No início eram só quatro jovens, três meses depois já eram 32.
As Servas da Caridade eram admiradas pelo trabalho que faziam nos hospitais, atendendo aos doentes mais abandonados e repugnantes; outros, porém, as criticavam e tentaram tirá-las dali, para que não levassem a religião aos moribundos.
Comentando isto a Santa escrevia: “Espero que não seja esta a última contradição. Francamente, eu sentiria se não fossemos perseguidas”.
Foi-lhe confiado o hospital militar de São Lucas, quando Brescia sofria os efeitos de uma guerra contra a Áustria. Maria de la Rosa e suas companheiras trabalharam incansavelmente, dia e noite, cuidando dos feridos. Mas os médicos e alguns militares começaram a pedir que as tirassem dali, porque com estas religiosas não podiam ter os atrevimentos que tinham com as outras enfermeiras.
Um dia, uns soldados atrevidos quiseram entrar no local onde estavam as religiosas e as enfermeiras para desrespeitá-las; Santa Maria de la Rosa tomou um crucifixo nas mãos e, acompanhada por seis religiosas que levavam círios acesos, enfrentou-os proibindo-lhes em nome de Deus de entrar. Os doze soldados vacilaram um momento, se deteram e se afastaram rapidamente.
O crucifixo foi guardado depois com grande respeito como uma relíquia e muitos doentes o beijavam com grande devoção.
Em 1850, Maria foi a Roma e obteve do Beato Papa Pio IX a aprovação de sua Congregação. Tomou o nome de Maria do Crucificado. As pessoas ficaram admiradas com a rapidez com que ela conseguiu algo que outras comunidades levavam muitos anos para obter, mas ela era muito ágil em buscar soluções. Ela dizia: “Não posso acostumar-me, com a consciência tranquila, com os dias em que perdi a oportunidade, por pequena que seja, de impedir algum mal ou de fazer o bem”.
Em 1852, a fundadora e as companheiras fizeram a sua profissão religiosa. A consolidação da Congregação foi difícil, mas aos poucos, o trabalho das Irmãs foi reconhecido.
Dia e noite Maria estava pronta para acudir os doentes, assistir a algum pecador moribundo, intervir para por paz entre os que brigavam, consolar quem sofria. Por isso Mons. Pinzoni exclamava: “A vida desta mulher é um milagre que assombra a todos. Com uma saúde tão frágil faz trabalhos como de três pessoas robustas”.
Com apenas 42 anos, suas forças já estavam totalmente esgotadas de tanto trabalhar pelos pobres e doentes. Na Sexta-feira Santa de 1855 recobrou sua saúde como por milagre e pode trabalhar alguns meses mais. Porém, no final do ano sofreu um ataque e no dia 15 de dezembro de 1855 passou para a eternidade, a fim de receber o prêmio de suas boas obras.
Santa Maria de la Rosa foi canonizada por Pio XII em 1954. Hoje suas Irmãs se encontram espalhadas por todos os continentes.
corpo incorrupto de Santa Maria de la Rosa
Beata Maria Vitória de Fornari-Strata, fundadora
Pouco depois de sua morte, a Beata Maria Vitória de Fornari-Strata apareceu a uma sua devota usando três vestidos: o primeiro era de cor escura, porém adornado de ouro e prata; o segundo também era escuro, porém adornado de joias brilhantes; o terceiro era branco azulado reluzente. Esta visão, prescindindo de sua historicidade, sintetiza os três estados de vida (conjugal, viuvez e religioso) pelos quais ela passou: foi, efetivamente, filha, esposa, mãe, viúva e religiosa (fundadora, superiora e simples monja). Sua vida exemplar deu testemunho das mais variadas virtudes.
Maria Vitória nasceu em Gênova em 1562, sétima de nove filhos de Jerônimo e Bárbara Veneroso. Como cresceu em um ambiente de amor e de piedade bastante austero, provavelmente quis entrar na vida religiosa, mas quando os pais lhe encontraram um pretendente na pessoa de Angel Strata, se uniu a ele em matrimônio aos 17 anos. Logo chegaram os filhos. Quando Angel morreu, somente oito anos e oito meses depois do casamento, cinco criancinhas se agarravam à barra da saia da jovem mãe (tinha 25 anos) e um sexto nasceria um mês depois.
Apesar dos filhos, Maria Vitória se sentiu de repente só e abandonada e passou por uma tremenda crise, durante a qual pediu varias vezes a morte: uma experiência humana que depois a ajudaria a compreender e a ajudar melhor as jovens desorientadas por alguma amarga prova. Passada a crise, fez três votos: de castidade, de não usar mais nem joias nem vestidos de seda, e de não participar de festas mundanas.
Depois que as filhas se tornaram cônegas lateranenses e os filhos entraram nos mínimos, ela se uniu a Vicentina Lomellini-Centurione, Maria Tacchini, Clara Spinola e Cecília Pastori na Ordem das Irmãs Anunciadas Celestes, no mosteiro preparado para elas no Castelinho de Gênova, de Estevão Centurione, o esposo de Vicentina, que também se tornou religioso e sacerdote. Por seu hábito as religiosas foram chamadas “turquinas” ou “celestes”.
A Regra, redigida pelo jesuíta Bernardino Zanoni, pai espiritual de Maria Vitória, estimulava as religiosas a uma íntima devoção à Santíssima Virgem da Anunciação, e estabelecia uma intensa vida de piedade, de pobreza genuína e uma rigorosa clausura. Fundadora e superiora, Maria Vitória passou os últimos cinco anos como simples religiosa, dando exemplo de humildade e obediência.
A Beata Maria Vitória faleceu no dia 15 de dezembro de 1617, e foi beatificada por Leão XII em 1828.
Maria Vitória nasceu em Gênova em 1562, sétima de nove filhos de Jerônimo e Bárbara Veneroso. Como cresceu em um ambiente de amor e de piedade bastante austero, provavelmente quis entrar na vida religiosa, mas quando os pais lhe encontraram um pretendente na pessoa de Angel Strata, se uniu a ele em matrimônio aos 17 anos. Logo chegaram os filhos. Quando Angel morreu, somente oito anos e oito meses depois do casamento, cinco criancinhas se agarravam à barra da saia da jovem mãe (tinha 25 anos) e um sexto nasceria um mês depois.
Apesar dos filhos, Maria Vitória se sentiu de repente só e abandonada e passou por uma tremenda crise, durante a qual pediu varias vezes a morte: uma experiência humana que depois a ajudaria a compreender e a ajudar melhor as jovens desorientadas por alguma amarga prova. Passada a crise, fez três votos: de castidade, de não usar mais nem joias nem vestidos de seda, e de não participar de festas mundanas.
Depois que as filhas se tornaram cônegas lateranenses e os filhos entraram nos mínimos, ela se uniu a Vicentina Lomellini-Centurione, Maria Tacchini, Clara Spinola e Cecília Pastori na Ordem das Irmãs Anunciadas Celestes, no mosteiro preparado para elas no Castelinho de Gênova, de Estevão Centurione, o esposo de Vicentina, que também se tornou religioso e sacerdote. Por seu hábito as religiosas foram chamadas “turquinas” ou “celestes”.
A Regra, redigida pelo jesuíta Bernardino Zanoni, pai espiritual de Maria Vitória, estimulava as religiosas a uma íntima devoção à Santíssima Virgem da Anunciação, e estabelecia uma intensa vida de piedade, de pobreza genuína e uma rigorosa clausura. Fundadora e superiora, Maria Vitória passou os últimos cinco anos como simples religiosa, dando exemplo de humildade e obediência.
A Beata Maria Vitória faleceu no dia 15 de dezembro de 1617, e foi beatificada por Leão XII em 1828.
Beatas Maria Jula Ivanisevic e 4 companheiras, mártires do Drina
Uma croata, duas eslovenas, uma austríaca e uma húngara foram elevadas à glória dos altares em 24 de setembro de 2011 como "mártires do Drina". Elas fazem parte da Congregação das Filhas do Amor Divina.
Num mundo em que a honra e a dignidade feminina são substituidas por uma liberdade que descamba para a libertinagem, essas cinco mártires da castidade, em pleno século XX, nos dão exemplo de qual é a verdadeira face da mulher católica.
A Serva de Deus Madre Francisca Lechner, Fundadora da Congregação das Filhas do Amor Divino, recebeu do Arcebispo Josef Stadler o convite para a abertura de uma Comunidade de Religiosas em Sarajevo, Bósnia. Após os trâmites legais, a própria Madre Francisca e duas Irmãs partiram de Viena, Áustria, no dia 24 de abril de 1882, e chegaram a Sarajevo no dia 28 do mesmo mês.
Em Sarajevo as Irmãs trabalhavam em escolas e acolhiam alunas internas e crianças órfãs. Rapidamente seu trabalho foi reconhecido e ganhou o prestígio da população. A missão das Filhas do Amor Divino foi se expandindo em Sarajevo e arredores, com o trabalho abnegado e generoso das Irmãs. Para atender a demanda da missão, foi necessário realizar novas fundações.
Assim, em 1911, em Pale, localidade distante cerca de 20 k de Sarajevo, abriram um convento, “Casa de Maria”. Inicialmente esta casa era destinada para o repouso das religiosas que trabalhavam no Instituto São José, em Sarajevo, e para a recuperação de doentes. Entretanto, a “Casa de Maria” foi recebendo credibilidade e se tornou famosa pelas obras de caridade exercidas em favor de todos os necessitados que batiam às suas portas. Pale era um corredor de muitos transeuntes, pessoas que iam e retornavam de Sarajevo. Nesta casa também eram acolhidas pessoas, sem fazer distinção de etnia, cultura, cor, religião, que vinham de diferentes lugares. Ali recebiam alimentação e, não raras vezes, lugar para um repouso restaurador de energias para então seguir a viagem.
As culturas ocidental e oriental - e seus respectivos interesses políticos e econômicos - chocavam-se seguidas vezes. A 2ª Guerra Mundial foi particularmente trágica na Bósnia oriental. O Rio Drina estabelece o limite entre as duas partes que hoje divide a Bósnia da Sérvia. Houve um conflito acirrado entre os sérvios e a população muçulmana e católica da Bósnia oriental. Estes povos foram duplamente provados pelas tragédias: em primeiro lugar, porque um grande número de civis inocentes perdeu a vida; em segundo, porque os que sobreviveram ao massacre tiveram de abandonar o seu ambiente e foram forçados a fugir.
Havia duas facções que entravam em atrito: os “četnik”, membros voluntários da tropa armada do Estado da Sérvia. É um grupo irregular com conotação terrorista contra os povos não Sérvios; os “uštasa”, croatas revolucionários da direita. Aqueles multiplicavam os ataques às populações civis católicas e muçulmanas. Os incêndios às vilas indefesas, as torturas mais desumanas e os assassinatos em massa, o corte das linhas de comunicação faziam parte da ordem do dia. Estes, apoiados pelas forças armadas de ocupação ítalo-germânica, instituíam, a exemplo destes, os campos de concentração onde perderam a vida dezenas de milhares de opositores ao regime, mas também civis inocentes.
Neste ambiente conflituoso, as Irmãs viviam e doavam a sua vida em favor do próximo e experimentavam a dor do povo indefeso e inocente.
As cinco Irmãs Filhas do Amor Divino que formavam a comunidade “Casa de Maria”, em Pale, eram:
- Maria Jula Ivanišević, croata, nascida em 1893, a Superiora. Ela entrou no convento aos 48 anos de idade, após o falecimento da mãe, que considerava essencial sua permanência na família e nunca deu permissão para ela se tornar freira. Era particularmente admirada pelas Irmãs por sua obediência e cuidado delas, fazia o serviço com cuidado, calma e paciência.
- Berchmana Leidenix, austríaca, nascida em 1865, de 76 anos, sofria de asma, via pouco e andava com dificuldade. Em sua juventude, dera aula, ensinara o catecismo, cuidara dos doentes e também fora mestra de noviças, "lutando por elas como uma leoa".
- Krizina Bojanc, eslovena, nascida em 1885, "silenciosa e diligente como uma abelha", entrou no convento com 36 anos, quando as condições da família o permitiram. Aos 56 anos de idade, ela tinha um olhar atento para ajudar e confortar suas coirmãs, porque ela era simples, mas "cheia de Deus, era como se estivesse sempre pensando em Deus".
- Atonija Fabjan, eslovena, nascida em 1907, de 34 anos, para alguns era 'um tanto séria demais', mas para todos era a irmã que nunca "tem que pedir um favor, porque ela vê primeiro as nossas necessidades e está imediatamente pronta para ajudar".
- Bernadeta Banja de origem húngara, nascida na Croácia em 1912, de 29 anos, era a cozinheira da comunidade, mas tão pequena de estatura que tinha que subir em um banquinho para desempenhar sua função. Era de uma família devota e numerosa, que considerou sua vocação como uma bênção de Deus; alegre, ela escolheu ser "fiel no pouco", e fazia um grande trabalho sobre si mesma para melhorar seu caráter e ser mais prestativa e humilde.
O ódio obscurece corações e consciências, e sem razão golpeia a dignidade humana, a dignidade da mulher, da religiosa. Por isso, era perigoso viver em Pale. Diante das sugestões de abandonar o povo, as Irmãs que ali viviam decidiram permanecer no meio dele, para compartilhar sua sorte e continuar a testemunhar-lhes o Amor Divino. Como era de se esperar, em 11 de dezembro de 1941, os soldados da milícia “četnik” aprisionaram as Irmãs, saquearam e incendiaram o convento.
Assim iniciou a via-sacra dessas cinco Irmãs. Elas foram obrigadas a marchar, durante 4 dias e 4 noites, pelos caminhos da montanha Romanija, com frio e na neve, sem veste adequada, com interrogatórios, ameaças e ofensas. Irmã Berchmana, com 76 anos, não podendo prosseguir a caminhada, foi levada a Sjetlina, onde se recuperaria do cansaço. Conforme o combinado, ela deveria ser levada também para Goražde, a fim de se juntar ao grupo de suas coirmãs, o que não aconteceu. Consta que ela foi morta no dia 23 de dezembro, no bosque de Sjetlina.
As demais Irmãs tiveram de continuar a sua caminhada até Goražde, percorrendo cerca de 70 km. Ali chegaram na tarde de 15 de dezembro e foram levadas à caserna (2° andar do quartel), próxima ao rio Drina. À noite, os “četnik”, completamente embriagados, invadiram o seu quarto com intenção de violentá-las, pediram que renunciassem à vida religiosa. Em troca, suas vidas seriam garantidas, teriam trabalho e graduação militar. Elas, porém, resistiram fortemente e declararam que estavam prontas a morrer antes de trair Deus e a própria consagração.
Em defesa da dignidade e honrando o voto de castidade, Irmã Jula, Superiora da Comunidade, para evitar o estupro, abriu a janela e convidou as demais Irmãs a segui-la. Com a invocação “Jesus, salva-nos!”, lançou-se no vazio e as outras três fizeram o mesmo. Os soldados furiosos, sentindo-se derrotados, às pressas desceram as escadas até o local onde as Irmãs haviam caído e com muitíssimos golpes de faca mataram-nas. Depois, chutaram seus corpos até as margens do rio Drina. Um soldado, também ferido por este grupo, viu como cada uma delas, antes de morrer, fez o sinal da cruz.
As Irmãs Jula, Berchmana, Krizina, Antonija e Bernadeta, conhecidas como as Mártires do Drina, verdadeiras missionárias na Bósnia sofrida, serviram a Deus e aos pobres com generosidade e amor desinteressado. Ao derramarem seu sangue, confirmaram a fidelidade a Deus. As cinco Mártires são extraordinários modelos de fé a Deus e de verdadeiro amor aos necessitados. O ato heróico dessas Filhas do Amor Divino teve o reconhecimento oficial da Igreja. O sangue derramado seja semente de novos cristãos comprometidos e de novas vocações. Que elas intercedam a Deus pelas nossas necessidades.
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