14/12/2013 | domtotal.com
Contra os 'fiscais da fé'
A sua ideia de inclusão não exclui a Igreja. Bem pelo contrário. Desde o início, o Papa tem vincado a necessidade de acolher mesmo quem vive fora das normas mais tradicionais. É conhecido o exemplo, por ele dado frequentemente, de acolher uma mãe solteira que pede para que o seu filho seja batizado. Em vez dos "fiscais da fé" e da "alfândega pastoral", como ele dizia em maio e repete agora, na exortação, a Igreja precisa de "facilitadores da fé" que acolham todas as pessoas. E, ao dizê-lo, repete sempre o exemplo de Jesus nos evangelhos.
De resto, o Papa afirma que a caridade e a justiça devem estar mais presentes na pregação católica do que outras virtudes; condena o machismo e a violência doméstica; diz que os confessionários não devem ser "câmaras de tortura" e critica a ideia de uma "doutrina monolítica" que impeça que se veja a "riqueza inesgotável do Evangelho".
Mas há mais: num tempo em que tantos católicos se sentiam menosprezados ou mesmo desprezados pelas suas opiniões mais críticas, o Papa vem dizer que todos devem ser escutados. E não se coíbe de recomendar aos bispos, por exemplo, que ouçam toda a gente e não apenas os que estão "sempre prontos" a lisonjeá-los.
A questão mais difícil que Francisco terá de enfrentar talvez seja a do papel da mulher. João Paulo II declarou que a discussão sobre a possibilidade de ordenar mulheres está encerrada, mas crescem as vozes dos que, apoiando-se na leitura da Bíblia, dizem que as mulheres tiveram um papel muito mais determinante no início do cristianismo do que se pensava tradicionalmente. Em julho, ao regressar do Rio de Janeiro, o Papa disse que o papel das mulheres na Igreja é mais do que o da maternidade e "que se deve avançar mais na explicitação" desse papel e carisma - "É necessário fazer uma profunda teologia da mulher."
Nesta matéria, o Papa está preso entre a declaração de João Paulo II e o seu desejo de dar mais espaço às mulheres nos lugares "onde se tomam decisões importantes, nos diferentes âmbitos da Igreja". Mas também aqui é evidente que nada ficará na mesma com este Papa. Um desassossego.
De resto, o Papa afirma que a caridade e a justiça devem estar mais presentes na pregação católica do que outras virtudes; condena o machismo e a violência doméstica; diz que os confessionários não devem ser "câmaras de tortura" e critica a ideia de uma "doutrina monolítica" que impeça que se veja a "riqueza inesgotável do Evangelho".
Mas há mais: num tempo em que tantos católicos se sentiam menosprezados ou mesmo desprezados pelas suas opiniões mais críticas, o Papa vem dizer que todos devem ser escutados. E não se coíbe de recomendar aos bispos, por exemplo, que ouçam toda a gente e não apenas os que estão "sempre prontos" a lisonjeá-los.
A questão mais difícil que Francisco terá de enfrentar talvez seja a do papel da mulher. João Paulo II declarou que a discussão sobre a possibilidade de ordenar mulheres está encerrada, mas crescem as vozes dos que, apoiando-se na leitura da Bíblia, dizem que as mulheres tiveram um papel muito mais determinante no início do cristianismo do que se pensava tradicionalmente. Em julho, ao regressar do Rio de Janeiro, o Papa disse que o papel das mulheres na Igreja é mais do que o da maternidade e "que se deve avançar mais na explicitação" desse papel e carisma - "É necessário fazer uma profunda teologia da mulher."
Nesta matéria, o Papa está preso entre a declaração de João Paulo II e o seu desejo de dar mais espaço às mulheres nos lugares "onde se tomam decisões importantes, nos diferentes âmbitos da Igreja". Mas também aqui é evidente que nada ficará na mesma com este Papa. Um desassossego.
SIR
Apoio:
Escola Superior Dom Helder Câmara
Últimas notícias / Religião
- SÁB, 14/12/2013
- Começa a Assembleia Nacional da POPF
- Como o Papa quer mudar a Igreja e o Mundo
- ‘Jesus no Litoral’ começa dia 26 em Santa Catarina
- Diocese de Piracicaba realiza Oficina de Oração e Vida
- Mostra Franciscana de Presépios contempla o público infantil
- Papa Francisco abençoou bengala de criança cega
- Francisco encontrou-se com líder islâmico no Vaticano
- A alegria da chegada
- SEX, 13/12/2013
- Roteiro Homilético: a alegre esperança do cristão
- 'O tráfico de pessoas é uma derrota para o mundo', diz Francisco
Comentários