Conhecendo melhor a Bíblia - Lugares Bíblicos
Qumran - Rolos do Mar Morto
Fonte: Lista Exsurge Domini
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)
Autor: John Nascimento
Transmissão: Rogério Hirota (SacroSancttus)
Um dos Rolos do Mar Morto exposto em Jerusalém.
Certo dia, no ano de 1947, um jovem Beduíno chamado Muhammad adh-Dhib, andava em busca de uma ovelha perdida nas encostas escarpadas, junto ao Mar Morto.
Atirou uma pedra para dentro de uma pequena gruta e pareceu-lhe ouvir o som de loiça de barro que se quebrava.
Lá como pôde entrou para ver de que se tratava e foi então que ele se encontrou perante um espectáculo deslumbrante.
Era o primeiro homem que em cerca de dois mil anos punha o pé dentro daquela gruta.
Antes dele, os que lá entraram, deixaram vários jarros de loiça que continham rolos de pele, alguns cobertos com tecido de linho.
Embora secos e quase a desfazerem-se pelos séculos, sete desses rolos estavam quase intactos.
E foi assim que a pedra de Muhammad descobriu a maior quantidade de manuscritos dos tempos modernos.
Esta descoberta, naturalmente, pôs todos os arqueólogos, Beduínos e estudiosos das Escrituras em busca de mais manuscritos naquela zona e foram encontradas mais dez grutas do mesmo género, e fizeram-se também escavações nas ruínas do mosteiro de Qumran a menos de um quilómetro de distância das grutas.
Aparentemente parecia que havia uma grande biblioteca que ali tinha sido escondida desde há séculos.
Numa só gruta a Ocidente das ruínas de Qumran, foram encontrados mais de 40.000 fragmentos de rolos.
Até agora já foram identificados 520 documentos só daquela gruta, mas a maior parte dos documentos permanece sem identificação.
Excavações em Qumran
No total das grutas e escavações, apareceram fragmentos de todos os Livros da Bíblia hebraica com excepção do Livro de Ester.
São manuscritos milhares de anos mais velhos do que as mais antigas cópias que até ali existiam.
Por exemplo, o manuscrito mais antigo que havia antes das descobertas do Mar Morto, era de 1.000 a. C.
Agora, os Rolos do Mar Morto permitem-nos acrescentar mais 1.000 anos.
Também foram encontradas centenas de documentos não-bíblicos, incluindo aqueles que se referem à vida monástica da comunidade de Judeus, os Essenos.
Os Essenos - seita cuja existência era de há muito conhecida pelos escritos de Josephus de Philo e de Plínio - tornou-se agora mais evidente, vista de dentro.
Os rolos têm cópias, entre outras coisas, da vida monástica, livros de regras, hinos e orações e os seus planos para a batalha final entre os "filhos da luz" e os "filhos das trevas".
Tal como os Fariseus, os Essenos, provavelmente tinham as suas raízes históricas entre os Hasideanos "os piedosos", Judeus que lutavam pelo Torah (A Lei) na revolta dos Macabeus.
Ao contrário, os Fariseus, rejeitavam completamente o sacerdócio em Jerusalém praticado pelos sumos sacerdotes Hasmoneanos.
O líder dos Essenos, um sacerdote conhecido nos Rolos apenas com esta designação "Mestre da rectidão", foi perseguido pelo "Sacerdote malvado", possivelmente Jonatão, o sumo sacerdote Hasmoneano.
O Mestre e os seus numerosos seguidores abandonaram o templo profanado e estabeleceram-se como uma comunidade de puritanos no enclave do deserto.
Os Essenos consideravam-se o verdadeiro povo de Deus, que vivia nos tempos atribulados antes dos últimos dias.
Criaram uma rigorosa Comunidade que levava cada membro a uma vida de culto que os havia de juntar aos "filhos da luz" na terra e aos anjos no Céu.
Os Essenos de Qumran eram maioritariamente homens celibatários, que renunciavam aos seus bens em favor da comunidade e viviam uma vida normal mas com certas práticas de um ritual puritano.
Qualquer acto de extrema desobediência, podia levar a uma expulsão permanente.
Todo o aspecto da sua vida - desde os seus hábitos brancos até às suas refeições rituais, desde a sua vida de oração até à cópia dos Rolos - era organizado no sentido de os preparar para a luta final e a nova idade que eles esperavam.
O movimento começado pelo Mestre da Rectidão, permaneceu por gerações.
A Comunidade de Qumran prosperou durante 200 anos, até ser desfeita pelos Romanos na guerra dos Judeus entre 68 e 70.
Provavelmente nessa altura, muitos dos Essenos esconderam os seus preciosos tesouros, as suas bibliotecas, em várias grutas de difícil acesso das redondezas do mosteiro, devidamente acondicionados.
E ali permaneceram séculos sem fim até à pedra do jovem Beduíno.
Portanto, a primeira e mais importante descoberta deu-se em Wadi Qumran, cujos rolos e fragmentos de manuscritos são em Hebreu, Aramaico e Grego e foram encontrados entre 1947 e 1956.
Até agora os Rolos do Mar Morto têm sido cheios de surpresas, mas não se sabe ainda que mais surpresas nos poderão dar no futuro.
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