Blog Alma Missionária

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terça-feira, 27 de agosto de 2013

terça-feira, 27 de agosto de 2013

São Narno de Bérgamo, bispo

   San Narno Bishop - Carlo Ceresa, a Igreja de St. John the Apostle, Villa d'Ogna, Bergamo


          Narno provavelmente nasceu em Ogna (Bérgamo), e segundo a lenda foi batizado e ordenado bispo de São Barnabé, o primeiro evangelizador da Bérgamo. Acredita-se que Narno recebeu a ajuda  de Santa Grata na construção da primitiva Basílica de Santo Alexandre, em Bérgamo.
         Ele morreu em sua diocese em 345, e foi sepultado na cripta da basílica antiga de Alexandria, que era a catedral. 
       Em 1561 a igreja foi demolida durante a construção dos muros venezianos e as relíquias de São Narno, juntamente com as de seu predecessor, São Vítor e outros santos foram transferidas para a Igreja de São Vincenzo, que é a atual catedral de Santo Alexandre, onde eles são ainda venerados. 



Catedral de Santo Alexandre

Santa Tydfil, mártir



      Tydfil (Tudful), filha do Rei Brychan, foi morta pelos pagãos em Merthyr Tydfil, no Glamorganshire, cerca do ano 480. Ela é patrona não apenas da igreja de Merthyr Tydfil, mas também de Llysronydd (hoje Lisworney) e de Port Talbot, na mesma região de Glamorganshire.
     Tydfil casou-se com um líder do oeste do País de Gales, na região hoje conhecida como Pembrokeshire. Quando seu marido morreu, ou foi assassinado, abraçou uma vida de castidade.
     Tydfil escolheu para sua morada o vale do Rio Taff povoado por agricultores celtas e suas famílias. Ela ficou conhecida por sua compaixão e sua habilidade no cuidado dos doentes tanto humanos como dos animais.
     Ela estabeleceu uma das primeiras comunidades monásticas britânicas, liderando um pequeno grupo de homens e mulheres. Ela construiu um recinto em torno de uma igreja de madeira, prática comum então. Seu convento incluia um hospital e demais depências necessárias para a vida em comum. Ela vivia ali discretamente, levando esperança e apoio ao povo do vale o Rio Taff.

A vida em um convento Galês dos primeiros tempos
     Tydfil e as mulheres que a seguiam, como muitas religiosas nos séculos posteriores, ofereciam sua experiência em ajudar as mulheres no parto. Elas se dedicavam também em alimentar os famintos, vestir os nus, cuidar dos doentes e as outras obras de misericórdia. A Virgem Maria era a sua Padroeira, a Mãe de Misericórdia e a inspiração para seguir os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois Ela sempre aponta para o seu Filho.
     Elas aprenderam a tosquiar e a fiar a lã, a tecer e a tricotar. Alguns empregados do sexo masculino faziam as tarefas mais árduas da criação de animais. Sabemos que São Maches, filho de Santa Gwynlliw havia trabalhado como pastor.
     Tydfil era muito venerada por toda região. Ela gostava da vida que tinha e era grande sua alegria em trabalhar para o Reino do Céu. Há um vitral que mostra Tydfil com seu filho Teilo criança, que pode até ter sido criado durante algum tempo com a sua mãe em seu mosteiro, até que foi mandado para a escola em Ty Gwyn.
     Com a ajuda de alguns dos servos de seu pai Brychan, Tydfil construiu uma igreja e fortes muralhas, o que constituiu um pequeno povoado que se tornou um centro cristão onde a população local podia assistir a Santa Missa.
     Em sua velhice o Rei Brychan decidiu visitar seus filhos pela última vez. Ele levou com ele seu filho Rhun Dremrudd, seu neto Nefydd e o filho do próprio Nefydd, juntamente com funcionários e guerreiros.
     Eles visitaram sua terceira filha, Tanglwstl, em sua comunidade religiosa em Hafod Tanglwstl, que hoje é conhecida como a cidade de Aberfan, ao sul de Merthyr Tydfil. O rei passou pelo convento de Tydfil, enquanto o filho e Nefydd ainda estavam em Hafod Tanglwstl.
     O País de Gales estava então sofrendo ataques dos irlandêses, que estavam livres para vaguear por ali, após os romanos terem desaparecido. Alguns tinham inclusive se estabelecido em Radnorshire, perto do reino de Brychan. Eles decidiram tirar proveito da vulnerabilidade do rei. O rei e seus seguidores tiveram suas jóias, dinheiro e roupas roubados. Servidores e familiares foram todos assassinados. Enquanto os outros corriam ou lutavam, ou entravam em pânico, Tydfil ajoelhou-se e rezou calmamente antes de ser também brutalmente assassinada.
     Tydfil foi sepultada dentro da igreja que fundou, entre as pessoas que ela tão bem havia cuidado. A cruz celta foi colocada em uma clareira perto do Taff e se tornou um ponto de encontro das pessoas do vale. No século XIII a cruz e a igreja de madeira foram substituídas por uma construção de pedra dedicada a Santa Tydfil Mártir, tendo ela própria sido substituída, em 1807, e reconstruída em 1894. A igreja ainda está de pé, perto do Rio Taff, e é uma das primeiras coisas que o turista vê quando entra no centro da cidade a partir do lado sul.
     A palavra galesa para 'Mártir' é ‘Merthyr’ e ‘Merthyr Tydfil’ significa 'A Mártir Tydfil’. Ela continua importante na cidade de Merthyr Tydfil. Ela foi enterrada no local onde a Igreja de Santa Tydfil está agora. A Igreja Católica e o Priorado restabelecidos no século XIX também foram dedicados a esta mulher notável.
     Merthyr Tydfil não é hoje uma cidade muito bonita (população atual c. 55 mil ha.). Não foi planejada e se tornou, durante a revolução industrial, um importante centro de mineração de carvão e ficou ainda mais desfigurada pelas feias propriedades do conselho dos anos 1960s. O colapso da indústria de mineração trouxe difíceis consequências, mas a cidade se orgulha de sua princesa mártir.
     As paisagens são maravilhosas e dirigir um pouco para o norte, em direção a Brecon, nos leva pelos mais surpreendentes campos onde há uma solidão semelhante a que Santa Tydfil deveria ter gostado. Ela deu à luz a um dos maiores santos galeses, São Teilo, que fundou o Colégio em Llandaff após ter visitado o Patriarca de Jerusalém e de ser consagrado bispo por ele. Assim sendo, ela enriqueceu a vida católica de todo o País de Gales.
 
Paisagem do vale do  Rio Taff

Santa Antusa, virgem, princesa


Imperatriz, princesa e serva bizantinas (*)
     A princesa Antusa nasceu cerca de 750 em Constantinopla, filha do imperador do Oriente, Constantino V Coprônimo, e da imperatriz Irene. Seu nome foi uma homenagem à Santa homônima de Onoriade (venerada no dia 27 de julho, fundadora de mosteiros masculinos e femininos, perseguida por causa da iconoclastia), que tinha vaticinado o feliz êxito da gravidez difícil da imperatriz. 
     A princesa foi levada à piedade pela mãe, que cedo a deixou órfã. Após a morte da mãe, ela e seu irmão gêmeo, Leão, permaneceram na corte do seu ímpio pai. Antusa, porém, perseverou na verdadeira fé e cedo consagrou a Deus a sua virgindade.
     Constantino V Coprônimo (718-775), imperador do Oriente de 741 a 755, filho de Leão III, continuou a obra de seu pai. Em 751, entretanto, perdeu o exarcado de Ravenna. Depois, as intervenções de Pepino e de Carlos Magno fizeram fracassar seus projetos de reconquista da Península Italiana, e as dissidências religiosas com o Papado provocaram sua ruptura com Roma.
     No interior do império, a sua política administrativa trouxe uma real prosperidade a monarquia, mas a questão iconoclasta perturbou profundamente o seu reinado. O Concílio de Hieria, de 754, composto basicamente por bispos iconoclastas, condenou o culto de imagens e aprovou as novas leis religiosas e um novo patriarca, também iconoclasta. Seguiu-se uma campanha para remover imagens de igrejas e uma perseguição a monges que em sua maioria eram iconófilos. Muitos monges fugiram para a Itália e para a Sicília.
     Antusa não partilhava da posição do pai e, renunciando ao matrimônio, dedicou sua vida ao serviço de Cristo. Foi perseguida por suas posições, açoitada e desterrada. Após a morte de seu pai, em 775, tendo subido ao trono seu irmão gêmeo com o nome de Leão IV, Antusa pode voltar para Constantinopla e tomar posse de sua herança.
     A princesa distribuiu parte de seus bens aos pobres e empregou o resto em reconstruir os mosteiros que seu pai destruíra. Fez presente dos vestidos preciosos para ornato das igrejas e dos altares. Mandava recolher as crianças abandonadas e ela mesma as instruía; ajudava os pobres; libertava os escravos.
     Quando Leão IV morreu, em 780, sua esposa Irene tornou-se regente em nome do filho menor de idade, futuro Constantino VI, e ofereceu a Antusa associar-se a ela no governo do império. Mas Antusa já era toda de Deus e preferiu recusar a oferta, continuando a dedicar-se às suas práticas de caridade.
     Em 784 Antusa recebeu o hábito monástico das mãos do santo patriarca São Tarásio, no mosteiro da Concórdia de Constantinopla, onde permaneceu os últimos anos de sua vida desempenhando os ofícios mais humildes e assistindo com amor as irmãs de hábito. Faleceu no ano de 801.
     Embora a tradição oriental a considere mártir, tal título não é reconhecido pelo Martirológio Romano. Santa Antusa é comemorada tanto no Oriente como no Ocidente no dia 18 de abril.

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