Blog Alma Missionária

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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Biotanatologia em motivação

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Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)
Já houve quem afirmasse que o ser humano tem a possibilidade de vida sempiterna.,.isto é, de viver para sempre. Imaginem como vai ficar a pele humana... Não é suficiente fazer 1.000 abdominais por dia, ou fazer cooper durante várias horas. Com o correr do tempo todos vamos ficando amigos do corrimão, e agradecidos quando alguém ajunta um papel que deixamos cair no chão.
A medicina, a higiene, os cuidados pela saúde, podem elevar a expectativa de vida em alguns anos, como está ocorrendo nos países mais saudáveis. Mas há um limite, discretamente sinalizado pelo salmista: “A vida do homem sobre a terra é de setenta anos. Os mais valorosos podem chegar a oitenta” (Sl. 90, 10). Como o tema do desenlace é fatal, a atitude mais consentânea com a nossa tranqüilidade parece ser o silêncio, aliado a um mínimo de conforto, que garanta uma serenidade (quase epicurista). E vamos malhar e levar uma vida alegre. Assim evitamos o tédio e até o nojo pela vida (Sartre).
Na revista Superinteressante houve uma tentativa de abordagem da temática. Mas o autor deve ser um pequeno agnóstico, ou um católico envergonhado. Escamoteou demais um assunto, de grande valor. Falando de preparação para a morte só aconselha a escolher a pessoa que cuidará de nós, quem vai ficar com o cartão de crédito, onde queremos ser enterrados, quem ficará com nosso cão de estimação.
O Dr. Evaldo Alves de Assunção (“Sobre o Viver e o Morrer”) é muito mais completo e mais cristão. E mesmo o excelente Pe. Leo Pessini sabe dar uma perspectiva mais plena da vida. Eles nos lembram a vida eterna com Deus, o pedido de perdão às pessoas que prejudicamos, despertam em nós o desejo de receber os sacramentos da Igreja. A morte deve ser considerada um novo nascimento, um momento que nos prepara para o abraço definitivo do Pai, e o feliz instante de nos encontrarmos com o nosso Salvador. “Se não cremos na ressurreição (vida eterna), somos os mais infelizes dos homens” (1 Cor. 15, 19). Sem tendência para o infinito, o homem é incompleto. O céu jamais será aqui na terra.

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