Blog Alma Missionária

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O MORALISMO POLÍTICO E O RESPEITO HUMANO NA RELIGIÃO MODERNA - LITURGIA DIÁRIA , 01 DE AGOSTO DE 2013

quarta-feira, 31 de julho de 2013

O MORALISMO POLÍTICO E O RESPEITO HUMANO NA RELIGIÃO MODERNA


"O moralismo político, como temos vivido e ainda estamos vivendo, não só não abre o caminho para uma regeneração mas a impede. O mesmo se pode dizer de um cristianismo e uma teologia que reduzem o coração da mensagem de Jesus, o Reino de Deus, aos valores do Reino, identificando esses valores com as grandes palavras-chave do moralismo político e proclamando-as, ao mesmo tempo, como síntese das religiões . No entanto, Deus é assim esquecido, embora ele seja o sujeito e a causa do Reino de Deus. Em seu lugar, ficam grandes palavras e valores que se prestam a qualquer tipo de abuso" - [Cardeal Joseph Ratzinger]

"Para a eficácia do testemunho cristão, especialmente nestes tempos delicados e controversos, é importante fazer um grande esforço para explicar adequadamente os motivos da posição da Igreja, sublinhando, sobretudo, que não se trata de impor aos não crentes uma perspectiva de fé, mas de interpretar e defender valores radicados na própria natureza do ser humano" - [João Paulo II, Carta Apostólica Novo Millenio ineunte, n. 51, 6 de janeiro de 2001]



Os meios de comunicação foram tomados por um grande "entusiasmo" com a visita de Francisco. Não é para menos. Sua Santidade conquistou com muita facilidade o coração dos brasileiros, com seu sorriso e simpatia cativantes


No entanto, o que se percebe, muitas vezes, nos comentários de jornalistas e analistas religiosos, é aquele entusiasmo enganoso, que vislumbra uma Igreja que ande de mãos dadas com o aborto, com o "casamento" homossexual, com a eutanásia e um monte de outros temas da agenda progressista


Infelizmente, o cenário é também consequência da falta de compromisso de muitos de nossos supostos católicos. Certamente você já ouviu palavras do tipo: "Eu sou católico, mas...". Em seguida, prepare-se para ouvir qualquer tipo de barbaridade


A pessoa se diz cristã e em comunhão com a Igreja, mas se recusa a aceitar sua doutrina moral, coloca em xeque os ensinamentos dos legítimos pastores em comunhão com o Papa, pisoteia o Catecismo e cai na ilusão de um catolicismo self-service – segundo este, seria possível escolher, na doutrina de Cristo, aquilo que lhe agrada e aquilo que lhe incomoda


Contra esta tentativa de se reduzir a verdadeira fé a uma fábula, o PAPA PAULO VI dizia : "Não minimizar em nada a doutrina salutar de Cristo é forma de caridade eminente para com as almas". Aquilo que o Espírito Santo ditou para a Igreja há dois mil anos também vale para hoje, também se encaixa em nosso tempo! A verdade de Cristo não muda, permanece sempre una. E indivisível


Em diálogo, transcrito e publicado antes de ser eleito PAPA, JORGE BERGOGLIOfoi taxativo :"Para mim também a essência do que se conserva está no testemunho dos pais. Em nosso caso, o dos apóstolos. Nos séculos III e IV formularam-se teologicamente as verdades de fé reveladas e transmitidas, que são inegociáveis, a herança. (...) Certas coisas são opináveis, mas – repito – A HERANÇA NÃO SE NEGOCIA . O conteúdo de uma fé religiosa é passível de ser aprofundado pelo pensamento humano, mas, quando esse aprofundamento colide com a herança, É HERESIA”


"Tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação" - [Bento XVI, ao pedir aos jovens que lessem e estudassem o Catecismo]

Na Carta TESTEM BENEVOLENTIAE do PAPA LEÃO XIII encontramos alguns parágrafos que podem nos ajudar a pensar, pois continuam muito atuais :
"O fundamento sobre o qual essas novas idéias estão baseadas é que, com o objetivo de atrair mais facilmente aqueles que divergem dela, a Igreja deve adequar seus ensinamentos mais de acordo com o espírito da época, relaxar um pouco de sua antiga severidade e fazer algumas concessões às novas opiniões . Muitos acreditam que essas concessões devem ser feitas não apenas em questões de disciplina, mas também nas doutrinas pertencentes ao 'depósito da fé'. Eles argumentam que seria oportuno, para conquistar aqueles que discordam de nós, omitir certos pontos do Magistério da Igreja que são de menor importância e, desta maneira, moderá-los para que não tenham o mesmo sentido que a Igreja constantemente lhe deu. Não é necessário muitas palavras, amado filho, para provar a falsidade dessas idéias se se trouxer à mente a natureza e origem da doutrina que a Igreja propõe"


LEÃO XIII continua : "Não podemos considerar como totalmente inocente o silêncio que propositadamente leva à omissão ou desprezo de alguns dos princípios da doutrina cristã , já que todos os princípios vêm do mesmo Autor e Mestre, 'o Filho unigênito que está no seio do Pai' (Jo 1,18). ELES SÃO ADAPTADOS PARA TODOS OS TEMPOS E TODAS AS NAÇÕES , como se vê claramente nas palavras de nosso Senhor aos seus apóstolos : "Ide, portanto, e ensinai a todas as nações, ensinando-os a observar tudo o que ordenei, e eis que estarei convosco, até o fim do mundo" (Mt 28,19)


Sobre este ponto o Concílio Vaticano diz : "Deve ser crido com fé divina e católica tudo o que está contido na Palavra de Deus, escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe para ser crido como divinamente revelado, seja por solene juízo, seja por seu magistério ordinário e universal" - (Constitutui de Catholica Fide, cap. III)


Longe da mente de alguém diminuir ou suprimir, por qualquer razão, alguma doutrina que tenha sido transmitida. Tal política tenderia a separar os católicos da Igreja, em vez de atrair aqueles que discordam. Não há nada mais perto de nosso coração do que ter de volta ao rebanho de Cristo aqueles que separaram d'Ele, mas não por um caminho diferente ao indicado por Cristo


A regra de vida para os católicos não é de tal natureza que não possa acomodar-se às exigências de várias épocas e lugares. A Igreja tem, guiada pelo seu Divino Mestre, um espírito generoso e misericordioso, razão pela qual ela foi desde o início o que São Paulo disse de si mesmo: "Fiz-me tudo para todos, para salvara a todos'(1Cor 9,22)


A história mostra claramente que a Sé Apostólica, à qual foi confiada a missão não só de ensinar mas também de governar toda a Igreja, tem-se mantido 'em uma mesma doutrina, em uma mesma direção e em uma mesma sentença' -(Constitutio de Catholica Fide, cap. IV) [...]


Mas, amado filho, no presente assunto de que estamos tratando, há um perigo maior, e uma oposição mais manifesta à doutrina e disciplina católicas, naquela opinião dos amantes da novidade, segundo a qual sustentam que se deve admitir tal sorte de liberdade na Igreja que, diminuindo de alguma forma sua supervisão e cuidado, se permita aos fiéis seguir mais livremente o guia de suas próprias mentes e o caminho de sua própria atividade. Aqueles que são da opinião de que tal liberdade tem sua contrapartida na liberdade civil [...]


Esses perigos, a saber, a confusão entre licença e liberdade, a paixão por discutir e mostrar contumácia sobre qualquer assunto possível, o suposto direito de sustentar qualquer opinião que melhor agrade sobre qualquer assunto, e torná-la conhecida no mundo através de publicações, têm as mentes tão envoltas na obscuridade que há agora, mais do que nunca, uma maior necessidade do magistério da Igreja, para que as pessoas não se esqueçam tanto da consciência como do dever


LEÃO XIII adverte sobre duas atitudes que se repetem ciclicamente ao longo do tempo : aplacar as exigências cristãs para atrair mais pessoas e aplicar na Igreja as normas do dissenso temporal, democrático. As duas se unem ; a primeira leva à segunda e unidas levam à perda da fé

O Cardeal Raymond Burke descrevendo uma situação que não é exclusiva dos Estados Unidos : 'uma das ironias da situação atual é que a pessoa que sofre e denuncia o escândalo provocado por ações públicas gravemente pecaminosas de outro cidadão católico é que é acusada de falta de caridade e de provocar a divisão na Igreja . Numa sociedade cujo pensamento se rege pela 'tirania do relativismo' e pelo politicamente correto, os respeitos humanos são os critérios últimos do que se deve fazer e do que se deve evitar; a idéia de que alguém induza ao erro moral não tem muito sentido. O que causa espanto neste tipo de sociedade é justamente que alguém não respeite o politicamente correto e, portanto, essas pessoas são qualificadas de perturbadores da paz . Mentir ou não dizer a verdade, no entanto, nunca é um sinal de caridade. A unidade que não está fundamentada na verdade da lei moral não é a unidade da Igreja. A unidade da Igreja se baseia em dizer a verdade com o amor. A pessoa que sofre e denuncia o escândalo causado por ações públicas dos católicos não apenas não destrói a unidade, como também convida aquele que escandaliza a reparar uma grave violação da moral da Igreja' e restaurar sua unidade com Ela”


Uma entrevista dada pelo SANTO PADRE PAPA FRANCISCO a jornalistas brasileiros , antes de seu embarque para o Vaticano , ilustra muito bem este compromisso de Francisco com a fé e a moral católicas . Perguntado sobre sua opinião frente a questões como o aborto ou o "casamento" gay, o Santo Padre disse: "A Igreja já se expressou perfeitamente sobre isso". O jornalista, insistente, queria saber a posição do Papa. Ele foi ainda mais enfático : "É a da Igreja, eu sou filho da Igreja"


Pessoas , de dentro da Igreja , e de fora também , em grande quantidade , estão há algum tempo , declarando que este seria "o Papa da ruptura". Se o Papa Francisco quer causar alguma “ruptura” , é a ruptura com a vida entregue totalmente ao pecado que o mundo hoje está mergulhado . São pobres ignorantes !! Francisco pode ter um estilo bem diferente e um comportamento bem peculiar , mas ao essencial – é ele mesmo quem o diz – não dá para renunciar . Afinal, Francisco é sucessor de São Pedro, e não de Judas

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