Blog Alma Missionária

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segunda-feira, 11 de março de 2013


24º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – O BOM LADRÃO

24º dia de meditação da Paixão de Cristo – O BOM LADRÃO
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Ali O crucificaram, como também aos ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda (Lc).
Os judeus pretenderam unir o nome de Jesus ao desses facínoras, mas o Senhor será já para sempre a Pessoa mais amada e mais admirada do mundo. No entanto, como indica São Marcos, assim se cumpriu, também aqui, uma profecia: Foi contado entre os malfeitores (Is 53,12)
A sorte desses dois homens que acompanharam Jesus é misteriosa. Ninguém que se aproxime de Jesus fica indiferente. O destino desigual desses ladrões representa duas atitudes extremas diante do sofrimento, pois a dor pode, por um lado, enaltecer a alma e purificá-la, como também pode enchê-la de uma revolta amarga contra Deus e contra o mundo. Já se disse com verdade que existem cruzes que levam diretamente a Cristo e ao Céu, e cruzes estéreis que conduzem à blasfêmia. O sentido que dermos à dor define em boa parte a nossa vida.
Um desses ladrões aproveitara as suas últimas forças para juntar-se, até com palavras parecidas, aos que insultavam Jesus: Não és tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós (Lc). O outro repreendia-o e reconhecia as suas faltas: Nós estamos aqui merecidamente…, mas este não fez mal algum.
Depois, voltou-se para o Senhor e suplicou-Lhe: Jesus, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino. Chama-O pelo nome familiar, Jesus. E fala-Lhe com confiança de um companheiro de suplício.
Certamente teria ouvido falar antes do Mestre, da sua vida, dos seus milagres. Talvez O tivesse escutado alguma vez. Era difícil que alguém não se tivesse encontrado com Ele numa ou noutra ocasião. Agora,observa-O nos momentos em que sua divindade parece estar oculta. Mas viu o seu comportamento desde que empreenderam a caminhada para o suplício: o silêncio de Jesus, o seu olhar cheio de compaixão, a sua nobre dignidade no meio de tanto cansaço, de tanta dor e de tanta blasfêmia, e por fim o perdão aos que O insultavam…
As palavras que agora pronuncia não são improvisadas: é um judeu crente, e essas palavras manifestam o resultado final de um processo de conversão que se iniciou talvez desde o memento em que empreendeu o caminho do Calvário em companhia de Jesus. Para converter-se em seu discípulo, não precisou de nenhum milagre; bastou-lhe contemplar de perto o sofrimento de Jesus. Isso abalou-o tanto como o maior dos prodígios.
Entre um sem-fim de insultos, chegou a Jesus aquela voz que O reconhecia como Deus. O Senhor está disposto a deixar-se conquistar como Deus. O Senhor está disposto a deixar-se conquistar por umas poucas palavras. Aquele homem, num “descuido”de Jesus, e com a destreza que adquirira no seu ofício, roubou-Lhe um pedaço do Céu e o seu próprio coração.
As suas palavras devem ter chegado ao Senhor como uma lufada de oxigênio naquela tarde fechada a qualquer consolaçãoEm verdade te digo, declarou-lhe Jesus, que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso. Hoje mesmo!  Um ladrão foi o primeiro santo canonizado pelo próprio Jesus Cristo. Como esse homem aproveitou bem a sua última oportunidade!
Hoje estarás comigo no Paraíso
O Céu é isso: estar com Jesus (Cfr. Santo Ambrósio, Comentário ao Evangelho de São Lucas, in loc.). Também aqui na terra, ainda que padeçamos dor e passemos por dificuldades. Estar com Jesus é o que importa.
A eficácia da Paixão não tem fim. Os seus frutos começam já no próprio Calvário. O Céu começa na terra. Cristo na Cruz encheu o mundo de paz, de graça, de perdão. A Redenção que se realizou uma única a cada homem, com a cooperação da sua liberdade. Cada um de nós pode dizer verdadeiramente: o Filho de Deus amou-me e entregou-se por mim (Gal 2,20). Não já por “nós” de modo genérico, mas por mim, como se eu fosse o único.
No dia de hoje, o último para muitos homens, Jesus também terá repetido aos que O tiverem olhado: Hoje estarás comigo… e um dia, pela sua misericórdia infinita, também nós poderemos ouvir essas palavras inefáveis: Hoje estarás comigo… 
Lembra-te de mim, Senhor… não Te esqueças, dizemos-Lhe nós, como o bom ladrão. Queremos estar bem junto de Ti!
     Jesus, esperança dos que se arrependem
    Como és piedoso para os que Te pedem!
    Como és bom para os que Te procuram!
    Que alegria para os que Te encontram! ( Hino lesu dulcis memória)
Quantas vezes teremos dito a Santa Maria: Rogai por nós pecadores, agora e na hora da nossa morte”! Um dia, esses dóis momentos coincidirão. Quando chegar esse transe, e sempre que pensemos nele, dar-nos-á grande paz lembrar-nos de que foram incontáveis as ocasiões em que nos dirigimos a Nossa Senhora pedindo-lhe a graça de uma boa morte. Ela não se esquecerá.
Minha Mãe, “socorre-me na vida e na morte, para que algum dia possa ir ver-te no Céu”, carinhosíssima ao lado do teu Filho Jesus.
(fonte: “A CRUZ DE CRISTO” – Francisco Fernandez-Carvajal, Ed. Quadrante)

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