Blog Alma Missionária

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domingo, 3 de março de 2013


16º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – CONDENADO À MORTE

16º dia de meditação da Paixão de Cristo – CONDENADO À MORTE
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Pilatos deu-se finalmente por vencido e entregou Jesus para que fosse crucificado. Uma série de covardias encadeadas levaram-no a essa solução final. Foi o maior erro da sua vida. Teve Cristo tão perto! Mas decidiu não expor a nada que pudesse dificultar a sua carreira política.
Mandou vir água, lavou as mãos e disse: Sou inocente do sangue deste Homem. “Com as mãos limpas, mas manchada a boca, envia o Senhor à cruz. Condenam-No os mesmos lábios que pouco antes O tinham declarado inocente” (São Leão Magno, Homilia 3ª sobre a Paixão, 5).
É la´convosco… E todos gritaram: Caia o seu sangue sobre nós e sobre os nossos filhos! São palavras terríveis.
Vestiram de novo Jesus com as suas roupas – a túnica inconsútil (Jô) e o manto – e levaram-No para ser crucificado (Mt).
A notícia espalhou-se por cada casa de Jerusalém. Aquele acontecimento, impensável uns dias antes, correu de boca em boca: – Condenaram à morte de cruz Jesus o Nazareno…!
Toda a gente saiu à rua. Muitos não acreditavam. Os Apóstolos, confusos, iam de cá para lá, sem norte. Em Betânia, deve-se ter sabido da notícia muito pouco tempo depois. Também a Virgem soube do acontecido, pois seguia passo a passo os acontecimentos. A espada anunciada pelo velho Simeão trinta anos atrás cravava-se-lhe no mais profundo do seu coração.
Leram a sentença ao réu, como era de costume, e Jesus aceitou-a sem protestos nem lamentos. A sua sorte, como Ele já o sábia, estava lançada. Dispõe-se agora a cumprir com toda a exatidão o desígnio do Pai. Por obediência e por amor, com plena liberdade, procurará chegar até o Calvário. Ele já sabia perfeitamente como acabaria a sua vida terrena.
Em diversas ocasiões tinha desvendado aos seus discípulos um pouco desses acontecimentos. Primeiro, junto de Cesaréia de Felipe: Desde então, começou Jesus a manifestar aos seus discípulos que precisava ir a Jerusalém, e sofrer muito da parte dos anciãos, dos príncipes dos sacerdotes e dos escribas; seria morto e ressuscitaria ao terceiro dia (Mt 16,21). Depois, perto de Cafarnaum: Eis que subimos a Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Eles O condenarão à morte. E O entregarão aos gentios para ser exposto às suas zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará (Mt 20,18-19)
À medida que se aproximava a sua hora, manifestava com clareza crescente que sabia de antemão como se desenrolariam os acontecimentos, e desejava ardentemente que se cumprissem: Sabeis que daqui a dois dias será a Páscoa, e o Filho do Homem será traído para ser crucificado (Mt 26,2). Aos que se tinham escandalizado da unção de Betânia, revelara-lhes o conteúdo misterioso dessa ação: Por que incomodais esta mulher? [...]. Derramando este perfume sobre meu corpo, ela o fez em vista da minha sepultura (Mt 26-10-12). Sabia com toda a precisão que um dos seus discípulos pensava entregá-Lo: Em verdade vos digo que um de vós me há de entregar (Mt 26,20-21) Conhecia também as negações de Pedro: Esta mesma noite, antes que o galo cante, me negarás três vezes (Mt 26-34). Manifestando que sabe previamente o que vai acontecer, quer ressaltar que vai a caminho da morte com toda lucidez. Por cima das suas dores físicas e morais, deseja cumprir a vontade de seu Pai e assim resgatar os homens do pecado. A expressão máxima do seu amor pelos planos salvíficos do Pai consistiu em obedecer livremente até dar a vida numa cruz.
Nós unimo-nos à sua ânsia redentora quando obedecemos também por amor. Jesus, recordá-lo-á São Paulo, fez-se obediente até a morte, e morte de cruz (Fil 2,8). E nós, queremos encontrar um caminho diferente se desejamos participar da sua vida e das suas intenções? Ao fim e ao cabo, trata-se de termos os mesmos sentimentos de Cristo Jesus. Somente isso.
Não há um só momento na vida de um bom cristão que não se possa ser transformado num ato de amorosa obediência ao Pai. Basta que nos perguntemos: que quer o Senhor de mim nesta situação? Ele obedeceu sempre, até ao ponto de poder dizer: Eu faço sempre o que é do seu agrado (Jô 8,29); meu alimento é fazer a vontade Daquele que me enviou (Jô 4,34) E nós, não poderemos dizê-lo também a cada momento, com a ajuda da graça?
Se queremos compartilhar o destino de Jesus, temos de estar dispostos a obedecer em todas as circunstâncias, mesmo quando nos encontramos mergulhados em trevas e tudo se torna para nós caminho empinado. O discípulo de Jesus põe a sua vida à total disposição de Deus, por meio de uma obediência amorosa, livre e delicada. E é por isso mesmo que, como o seu Mestre, se converte em objeto da complacência do Pai. Então poderá ouvir, como dirigidas a si, as palavras que o Pai pronunciou sobre Jesus: Tu és meu Filho bem-amado, em ti pus o meu enlevo (Mc 1,11).
Obediência livre, amorosa, sacrificada. Dói-nos? Não vemos o porquê? É contra toda a lógica?
“Disse-me uma vez o Senhor que não era obedecer se não estava determinada a padecer; que pusesse os olhos no que Ele havia padecido, e tudo se tornaria fácil” (Santa Teresa de Jesus, Vida,26,3).
É um conselho divino também para nós, especialmente quando mais nos custe aceitar e cumprir a Vontade de Deus. Tudo se explica, tudo se aceita quando, por fim, se compreende que se trata de cumprir a Vontade amorosíssima de um Pai que nos ama mais que todos os pais da terra juntos. Quando se retribui com amor esse Amor, tudo é para o bem, tudo é bom. (fonte: “ A Cruz de Cristo” – Francisco Fernandez-Carvajal – Ed. Quadrante)

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