Utopia
Pe. Zezinho, scj Das muitas coisas do meu tempo de criança Guardo vivo na lembrança o aconchego do meu lar No fim da tarde quando tudo se aquietava A família se ajuntava lá no alpendre a conversar Meus pais não tinham nem escola nem dinheiro Todo dia o ano inteiro trabalhavam sem parar Faltava tudo mas a gente nem ligava O importante não faltava seu sorriso e seu olhar Eu tantas vezes vi meu pai chegar cansado mas aquilo era sagrado, um por um ele afagava E perguntava quem fizera estrepolia e mamãe nos defendia e tudo aos poucos se ajeitava O sol se punha, a viola alguém trazia todo mundo então pedia pro papai cantar com a gente desafinado meio rouco e voz cansada ele cantava mil toadas seu olhar no sol poente Passou o tempo e hoje eu vejo a maravilha De se ter uma família quando tantos não a tem Agora falam do desquite e do divórcio O amor virou consórcio, compromisso de ninguém E há tantos filhos que bem mais do que um palácio Gostariam do abraço e do carinho entre seus pais Se os pais pensassem o divórcio não viria, chame a isso de utopia, eu a isso chamo: Paz. www.padrezezinhoscj.com Comentários para: online@paulinas.com.br |
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