Blog Alma Missionária

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013


8º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – AS NEGAÇÕES DE PEDRO

8º dia de meditação da Paixão de Cristo – AS NEGAÇÕES DE PEDRO
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8 –  AS NEGAÇÕES DE PEDRO
Pedro  tinha seguido Jesus depois de O terem prendido no horto de Getsêmani. Não teve forças para fazê-lo abertamente, mas também não se atreveu a fugir e a ir para longe dali. Queria ver em que parava tudo aquilo (Mt). Acompanhava-o outro discípulo, João. Não sabendo muito bem o que fazer, ambos seguiram à distância a comitiva de Jesus. João era conhecido em casa do pontífice e tinha acesso ao palácio; com efeito, entrou com Jesus no átrio (Jô), talvez pouco depois.
Pedro, aproveitando-se da influência de João, também conseguiu entrar no átrio, um grande pátio rodeado de arcarias. Uma vez ali, aproximou-se de uma fogueira improvisada pelos criados, para aquecer-se. A noite era fria. Uma mulher no serviço passou por Pedro e, olhando-o fixamente, disse-lhe:Tu também estavas com Jesus o Galileu. Mas ele negou-o diante de todos : Não O conheço, não compreendo o que dizes. Como não havia de compreender, se tinham decorrido apenas poucas horas desde que declara estar disposto a dar a vida por Ele? Os laços de três anos inesquecíveis que o ligavam ao seu Mestre quebraram-se num instante, como se nunca tivesse existido.
Saiu do pátio para o vestíbulo. E um galo cantou. Amanhecia a sexta-feira. Jesus já tinha sofrido muito.
E quando saía para o pórtico, a empregada começou a dizer outra vez aos presentes: Este é um deles.Mas ele negou rotundamente (Mc).
Mal tinha passado uma hora (Lc), um dos que estavam por perto, um parente daquele a quem precisamente Pedro tinha cortado a orelha, disse-lhe: Acaso não te vi eu no horto com Ele? (Jô) E outros diziam-lhe: Tu também eras deles, pois a tua fala assim o manifesta (Mt). Pedro sentiu-se encurralado ecomeçou a praguejar e a jurarNão conheço esse homem(Mt). Estava fora de si. Pobre Pedro!
No silêncio da noite, um galo voltou a cantar.
Naquele momento, levavam Jesus por uma daquelas arcadas que davam para o pátio. Então Jesus voltou-se e olhou para Pedro (Lc), que estava em baixo (Mc). Pedro quase não reconheceu seu Mestre, desfigurado pelas pancadas e maus tratos que tinha recebido, mas conhecia bem o Seu olhar. Nunca poderia esquecê-Lo. Os olhos de Jesus fixaram-se nele por um instante e o Apóstolo ficou arrasado. Então compreendeu a gravidade do seu pecado. Havia mais gente no pátio, mas Jesus só o tinha olhado a ele. E Pedro sentiu-se atraído, como por um ímã, por aqueles olhos cheios de infinita misericórdia.
Sentiu-se tal como naquele dia em que não pudera resistir à autoridade e ao encanto desse olhar suscitara a sua vocação. E naquele outro em que fizera tremer quando ele, Simão, tinha querido apartar a cruz do caminho do Senhor. E  em tantas outras a ocasiões…
E, no entanto, nunca contemplara uma expressão parecida àquela que agora descobria no rosto do Senhor. Aqueles olhos impregnados de tristeza, mas não severos; um olhar que parecia dizer:Simão, eu roguei por ti…Foi um olhar alentador, misericordioso, em que Pedro se sentiu compreendido e perdoado. Em todo o seu ser ecoava a voz do Senhor que dizia: “ Para onde vais, Pedro? Por que te encerras em ti mesmo? Volta para mim, confia em mim; segue-Me (São Leão Magno, Homilia 3a. sobre a Paixão, 5). Não te separes de Mim.
O Senhor converteu Pedro – que O tinha negado três vezes – sem lhe dirigir sequer uma censura: com um olhar de Amor. – É com esses mesmos olhos que Jesus nos olha, depois das nossas quedas. Oxalá possamos dizer-Lhe, como Pedro: Senhor, Tu sabes tudo; Tu sabes que eu te amo! E mudemos de vida” (Josemaria Escrivá, Sulco, Ed.Quadrante).
Esses instantes foram definitivos na vida do discípulo. Vieram imediatamente à sua memória as palavras do Mestre: Antes que o galo cante hoje duas vezes…Pedro saiu dali e chorou amargamente.
Como deve ter recordado então a parábola do bom pastor, do filho pródigo, da ovelha perdida! Pedro saiu dali. Para evitar possíveis recaídas, afastou-se daquele lugar onde se tinha metido imprudentemente. Compreendeu que não era ali que devia estar. Lembrou-se do seu Mestre, e chorou cheio de dor.
O Senhor não terá inconveniente em edificar a Sua igreja sobre um homem que O negou num momento de fraqueza, pois Ele conta também com os instrumentos fracos para realizar o seus empreendimentos grandes: a salvação de todos os homens.
As negações do Apóstolo são narradas pelos quatro evangelistas, coisa que acontece poucas vezes. Nenhum deles quis omitir este episódio em que rocha da Igreja se apresentou com tantas fendas. De um ponto de vista exclusivamente humano, teriam tido muitas razões para excluí-lo, mas o exemplo de contrição e de humildade que deu aos primeiros cristãos foi muito proveitoso.
Na vida de Pedro podemos ver espelhada a nossa própria vida.
“Dor de amor. – Porque Ele é bom. – Porque é teu Amigo, que deu a Sua Vida por ti. – Porque tudo o que tens de bom é dEle. – Porque O tens ofendido tanto…Porque te tem perdoado…Ele!…a ti!
“- Chora, meu filho, de dor de Amor” (Caminho, n. 436).
Dá-me, Senhor, o dom da contrição, pelas minhas fraquezas sempre repetidas, pelos pensamentos de infidelidade que não corto, pela brusquidão com que desvio do Teu olhar dorido aos meus olhos turvos.
Ajuda-me, Senhor, a chorar de “dor de amor”.  (fonte: “ A Cruz de Cristo” – Francisco Fernandez-Carvajal – Ed. Quadrante)

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