Blog Alma Missionária

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


12º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – HERODES

12º dia de meditação da Paixão de Cristo – HERODES
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12– HERODES

Quando soube que Jesus era galileu, e que era da jurisdição de Herodes, Pilatos remeteu-o ao  tetrarca. Pretendia congraçar-se com ele e , ao mesmo tempo, livrar-se de um processo aborrecido. Para o procurador romano,tudo aquilo era uma embrulhada religiosa e de invejas entre judeus, alheia à sua competência. Esta foi a sua primeira concessão aos judeus. Apesar de saber que Jesus era inocente, não se atreveu a libertá-Lo.
Tempos antes, Herodes simpatizara com João Batista, a quem ouvia com gosto e a quem consultava sobre muitos assuntos, mas mandara-o decapitar a instâncias de Salomé (cfr. Mc 6, 14-20). Também ele tinha ouvido falar de Jesus, e queria muito conhecê-Lo (LC 9, 9; 13,31). Por isso, quando O teve diante de si,alegrou-se deveras, pois fazia muito tempo que desejava vê-Lo, por ter ouvido muitas coisas dele e porque esperava vê-Lo fazer algum milagre (Lc).
O tetrarca era um homem supersticioso, sensual e frívolo. Pretendeu servir-se de Jesus como diversão de festa. São Lucas diz-nos que se dirigiu ao Senhor com muita loquacidade; fazia-Lhe uma pergunta atrás da outra e pedia-Lhe que fizesse algo portentoso, parecido a uma boa sessão de magia. Mas Jesus não lhe respondeu nada. Que contraste entre verbosidade de Herodes e o silêncio do Senhor! Jesus não abriu a boca nessa ocasião.
Nos três anos de vida pública, falara com mestres de Israel, como Nicodemos, com os escribas e fariseus; mantivera conversas admiráveis com pessoas de todas as condições: com um cego que pedia esmola à saída de Jericó, com uma mulher da Samaria, com pobres e potentados. Não se recusara conversar com ninguém. Procurara em todos os momentos o diálogo com a gente. Sabia entender-se com cada um e empregava imagens apropriadas aos que O escutavam.
Aos pescadores, falava-lhes de rede e de barcas; aos homens do campo, punha-lhes exemplos de campos cultivados de sementes; aos pobres, de tesouros ocultos e de banquetes esplêndidos. A cada um, segundo era capaz de entender. Com Pedro, comunicara-se momentos antes por um olhar, quando este acabava de negá-Lo; um olhar fugaz, mas cheio de intensidade e de amor.
O seu silêncio diante de Herodes é muito significativo. Com os seus milagres, o Senhor não vinha divertir, mas salvarEle, que estava sedento de conversar com os homens, cala-se.
Deus não pode falar quando é tratado como uma coisa qualquer: quando as disposições interiores rejeitam as suas palavras, quando não se está disposto a escutá-Lo.
Jesus continua hoje a dialogar com os homens. Continua a escutar com atenção todas as coisas de que queremos e devemos falar com Ele. E as palavras com que nos responde ou nos interroga são escutadas na intimidade do coração humilde e silencioso, e estão cheias de vida eterna.
Não encontraremos ao longo da nossa existência nenhum interlocutor melhor que Jesus; ninguém nos escutou nem nos escutará com tanta atenção; ninguém no tomou nem nos tomará tão a sério. Ele sempre nos acolheu. Olha-nos agora e pergunta-nos: Que queres?
Nunca encontraremos ninguém com umas palavras tão afetuosas, tão acertadas, tão alentadoras. Dizei uma só palavra – pedimos na Santa Missa, recordando o centurião – e a minha alma será salva. Uma só palavra de Cristo, uma só, sara, aquieta, consola, purifica, orienta.
O diálogo com Jesus sempre enriquece e enche de paz. Contamos-Lhe o que nos aflige ou o que nos alegra, as nossas preocupações, os nossos interesses mais vitais, os pequenos acontecimentos que tiveram lugar naquele dia, os nossos erros…E saímos desse encontro diário confirmados, fortalecidos, decididos a jamais ceder às armadilhas da infidelidade, às torpezas do egoísmo, da sensualidade, da cobiça, do orgulho…
Às vezes, será um diálogo diante de Jesus vivo no Sacrário, em que não são precisas muitas palavras: olhamos e nos sentimos olhados. “A contemplação é olhar de fé fixado em Jesus. Eu O olho e Ele me olha, dizia ao seu santo Cura um camponês de Ars que orava diante do Sacrário. Esta atenção dirigida a Ele é renuncia a mim. O seu olhar purifica o coração. A luz do olhar de Jesus ilumina os olhos do nosso coração.; ensina-nos a ver tudo à luz da sua verdade e da sua compaixão por todos os homens” (Catecismo da Igreja Católica, n.2715). Identifica-nos cada vez mais com Ele. Assim conseguimos ver as coisas com toda clareza.
A mais alta aspiração de qualquer homem – um dos maiores dons que Deus lhe concede – é poder falar com Cristo da sua vida…, e saber-se ao mesmo tempo escutado por Ele. Isto pressupõe confiança, conversa freqüente, intimidade…
Façamos o propósito de não omitir nenhum dia este diálogo com Jesus. Procuremos que seja cada vez mais confiante, mais pessoal. Não faltemos nunca ao encontro. Ele nos espera.
Uma alma que entendia bem destas conversas com o Senhor dizia-Lhe em certa ocasião:
-          Bem sabes, Jesus, que Te amo, e que tudo o que é meu é Teu. Já não To repito mais.
E o Senhor respondeu-lhe:
-         Tens de repeti-lo muitas vezes, porque me agrada muito que o digas. Dize-o com freqüência: quando sabes que alguém te ama, estás desejando que ele to diga…
(fonte: “ A Cruz de Cristo” – Francisco Fernandez-Carvajal – Ed. Quadrante)

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