Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Santa Maria, Rogai Por Nós…

rua89g


Impossível não falar sobre a catástrofe ocorrida em Santa Maria, infelizmente algo dolorido, sofrido, onde não encontro palavras para me expressar …
Santa Maria é considerada uma cidade universitária, pois lá há a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), muito famosa e bem conceituada, por isso há uma enorme concentração de jovens, uma concentração de futuro, de esperança, de expectativas; é uma cidade com quase 300 mil habitantes e perde diante desse acidente mais de 240 pessoas e hoje temos mais de 130 pessoas internadas.
Não tenho palavras para falar sobre essa dor, essas perdas, tenho apenas que ser solidária a todas essas famílias, rezar por essas almas e, por esses pais que eu não consigo calcular o tamanho da dor.
Mas, posso e devo trazer aqui algumas discussões, algumas reflexões que podemos fazer diante de situações como essa.
Não é só no Brasil que acontecem catástrofes, mas é aqui que tudo fica impune, que nada acontece a curto, médio e longo prazo, e eu creio que o real motivo no fim do dia seja porque não cobramos como sociedade nada sobre isso, de uma forma ou outra somos condizentes com tudo.
Somos um povo que sofre ao ver situações como essas, somos solidários, quem não seria? Mas, me pergunto: – Se nesse acidente tivéssemos tido um público ferido de 50 pessoas, esse caso teria a mesma repercussão? Se 10 pessoas tivessem morrido, prefeitos e governadores do país teriam se mobilizado para reverem suas regras, se as casas noturnas estão normatizadas e cumprindo tudo como manda o figurino?
Creio que não!!! E, é disso que estou falando.
No fim do dia ficamos chocados com o números, com a catástrofe, porém no Brasil a vivemos todos os dias, e o quê fazemos? Quando nos mobilizamos como sociedade para discutir, cobrar da justiça a efetivação da regularização das coisas?
Nos mobilizamos para sofrer a perda de todos os acidentes aéreos, de desabamentos de prédios, de incêndios gigantes, das enchentes anuais em todo o país…porém, apenas enquanto a mídia as mantém vivas nas
telas das nossas tv’s, depois de um tempo tudo isso fica apenas para os sobreviventes e familiares dessas catástrofes.
Quem se preocupa ao ir à um show em verificar se a casa noturna tem alvará? Quem ao chegar em um cinema vai verificar se as saídas de emergências funcionam? Se não há nenhuma porta travada no meio do caminho? Se há extintor? Se as paredes são revestidas com os materiais próprios?
Creio que ninguém!!! Até porque essa é uma obrigação que está nas mãos do poder público, dos proprietários em primeira mão. Free as a BirdPorém, parto do princípio de que todos nós lá no fundinho do nosso coração, sabemos que no Brasil a coisa mais fácil é comprar alvarás, comprar os fiscais, burlar as normas, não seguir as regras, não é mesmo?
Então no nosso inconsciente temos sempre a impressão que as coisas não estão 100% normatizadas, na lei e a qualquer hora alguma coisa vai acontecer, mas na mesma hora dizemos: – Imagina, cê é pessimista, Deus é Pai e brasileiro, não vai acontece nada!
Estou mentindo leitor? Não agimos assim? Ou, conhecemos pessoas que agem assim?
A gente reclama da burocracia, que o governo é lento, que as taxas são abusivas… (e isso é a mais pura verdade) e, é aí que a gente dá um “jeitinho” e pronto…resolve tudo!!!
Resolve em “CATÁSTROFE”!!! e aplaudimos as coisas erradas e não ligamos pra nada, achamos tudo isso chato, e ainda chamamos de loucos os americanos que vivem bitolados em normas, regras e, segurança.
Vivemos a cultura de adesão mínima as leis, as regras – aqui somos 1000% tolerantes a tudo que é errado e, depois ficamos assim…desorientados, falando sobre esse assunto durante 10, 20 ou 30 dias e, pronto esperamos a próxima tragédia.
Ah!!! Temos muito a aprender com os americanos, com os países desenvolvidos, com os países onde se aprende com seus erros e onde as taxas de impunidade são mininas
Fazendo uma breve pesquisa na internet veja o que eu achei: *Durante a recente década de crescimento econômico, que levou a um “boom” da construção civil, sindicatos e ativistas de direitos humanos criticaram o governo e as construtoras por uma disparada nas mortes e acidentes em canteiros de obras com pouca regulamentação. Entre janeiro e outubro de 2011, 40.779 trabalhadores foram vítimas de acidentes graves de trabalho, sendo que 1.143 morreram, segundo dados do Ministério da Saúde. O número total é 10% maior que em igual período de 2010 – 37.035 acidentes graves. E eu pergunto: – Que alarde nós fizemos? Acompanhamos esses casos? Lutamos por segurança, normas?
A situação é dramática também nas movimentadas e mal conservadas estradas brasileiras. O país tem uma média superior a 18 mortes anuais em acidentes de trânsito por 100 mil habitantes, contra apenas cerca de 10 em países de alta renda, segundo um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento. Na Argentina, na Colômbia e no Chile a média gira em torno de 13 mortes por 100 mil habitantes.
Um relatório de 2012 do Ministério Público Federal mostrou que apenas 8 por cento dos homicídios no Brasil são solucionados, enquanto essa cifra chega a 65 por cento nos Estados Unidos e a 90 por cento na Grã-Bretanha.
Por que eu coloquei os dados acima? Porque eu quero deixar claro que a base de tudo isso, é a “ impunidade”, ou seja, homicidas ficam livres, estradas não são consertadas, bebados continuam dirigindo, o governo coloca cirene para avisar os moradores das áreas de risco que está chegando uma chuva forte, mas não faz nada para acabar com a area de risco e, as pessoas continuam a pagar o preço… e assim provamos para o mundo que ainda não conseguimos viver como um países com uma economia desenvolvida.
Até quando vamos pagar pela incompetência, omissão e, falta de ética das autoridades?
Seja Feliz, abraçando sua cruz!!!
Karina Perri, mais uma vez expressando suas ideias contra a impunidade no Brasil.
*http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?id=1340135&tit=Incendio-em-Santa-Maria-expoe-falhas-nas-ambicoes-do-Brasil

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