Blog Alma Missionária

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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013


SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO , O SACRAMENTO DA SALVAÇÃO – LITURGIA DIÁRIA , 21 DE FEVEREIRO DE 2013

SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO , O SACRAMENTO DA SALVAÇÃO


ESTE É UM OPÚSCULO SOBRE A RECONCILIAÇÃO . O NOME JÁ O DIZ: UMA PEQUENINA OBRA . E POR SER PEQUENA, NÃO PODE, EVIDENTEMENTE, EXAURIR A MATÉRIA . MAS PELO MENOS FOCALIZARÁ O ESSENCIAL, PARA QUEM QUEIRA PREPARAR-SE PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO


E na verdade, esse ministério é um dos mais gratificantes na vida do Sacerdote : Primeiro, porque lhe dá a oportunidade de se exercitar e crescer na virtude da paciência e no dom da escuta . Hoje em dia, todo o mundo quer falar; não sobra ninguém para ouvir . Segundo, porque lhe permite entrar na privacidade das consciências, o que, a par de ser uma terrível responsabilidade, é ao mesmo tempo um privilégio inaudito, pois obriga-o a uma grande dignidade de comportamento e a uma não menor santidade de vida
Depositário dos segredos de tantas consciências, coração angustiado por tantas dores que ele mal consegue aliviar, mas ao mesmo tempo consolado e edificado por tantas riquezas interiores que vai descobrindo, o Sacerdote só mesmo por graça de Deus consegue manter o próprio equilíbrio. Compreende-se assim como muitos deles procuram esquivar-se desse ministério . E tudo isso acontece por causa de Você, meu caro leitor . O Sacerdote é escolhido por Deus, chamado e ordenado para servir a Você…Tal como o Papa, que a si mesmo se chama “Servo dos servos de Deus”, e como o próprio Jesus que disse de Si mesmo : «O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir…» (Mt 20, 28) . E neste espírito de serviço, decidi escrever com muito carinho este opúsculo, para ajudar Você a aproveitar o melhor possível este tesouro, que o Senhor Jesus nos deixou : O santo Sacramento da Reconciliação
Antes de voltar ao Pai, tendo-nos amado até ao extremo, a nós que éramos Seus e estávamos no mundo, o Senhor deixou-nos dois presentes maravilhosos : O Sacramento do Amor (a Eucaristia), e oSacramento da Paz (a Confissão, ou Reconciliação)
Um é alimento, outro é remédio; embora ambos alimentem e ambos curem . A Confissão, ou sacramento da Reconciliação, é a fonte maravilhosa da Paz, e o remédio para todos os males . Porque, na realidade, só existe um mal, o pecado
Como só existe, depois do Baptismo, um só remédio para esse mal : arrependimento sincero, seguido duma Confissão bem feita . Este Sacramento não é só a fonte maravilhosa da Paz, mas ele é também a fonte da Divina Misericórdia, como o Senhor revelou à Sua serva Santa Faustina, n.ºs 1448 e 1602 do seu Diário:
«Escreve, filha, fala da minha Misericórdia. Diz às almas onde devem procurar consolo, isto é, no tribunal da Misericórdia, onde continuo a realizar os Meus maiores prodígios, que se renovam sem cessar . Para obtê-los, não é necessário empreender longas peregrinações, nem realizar exteriormente grandes cerimónias; basta aproximar-se com Fé dos pés do Meu representante e confessar-lhe a própria miséria . O milagre da Misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena. Ó infelizes, que não aproveitais esse milagre da Misericórdia de Deus! Clamareis em vão, pois já será tarde demais!
«Filha, quando te aproximas da santa Confissão, dessa fonte da minha Misericórdia, sempre desce na tua alma o meu Sangue e a água que saíram do meu Coração, enobrecendo a tua alma .Cada vez que te aproximares da santa Confissão, mergulha-te toda na minha Misericórdia com grande confiança, para que ela possa derramar na tua alma a abundância da minha Graça . Quando te aproximas da santa Confissão, deves saber que sou Eu mesmo quem espera por ti no Confessionário; oculto-me apenas no Sacerdote, mas Eu mesmo actuo na alma
«Aí, a miséria da alma encontra-se com o Deus da Misericórdia . Diz às almas que, dessa fonte de Misericórdia, as graças são colhidas apenas com os vasos da confiança . Se a confiança delas for grande, a minha Generosidade não terá limites . As torrentes da minha Graça inundam as almas humildes . Os orgulhosos sempre estão na pobreza e na miséria, porquanto a minha Graça se afasta deles para as almas humildes»
E Santa Faustina continua no seu Diário : “Quero recomendar três coisas à alma que deseja decididamente buscar a santidade e dar fruto, ou seja, tirar proveito da Confissão . Em primeiro lugar:Total sinceridade e franqueza . O mais sábio e o mais santo confessor não consegue derramar na alma, à força, aquilo que deseja, se a alma não for sincera e franca . A alma insincera e reticente expõe-se a grandes perigos na vida espiritual, e o próprio Senhor não se comunica a essa alma num nível mais elevado, porque sabe que ela não tiraria proveito dessas graças especiais
Em segundo lugar:Humildade . A alma não tira o devido proveito do Sacramento da Confissão se não for humilde . O orgulho mantém a alma nas trevas . Ela não sabe e não quer penetrar devidamente no fundo da sua miséria; esconde-se atrás duma máscara, evitando tudo o que a pode curar
Em terceiro lugar: Obediência . A alma desobediente não terá nenhuma vitória, ainda que o próprio Nosso Senhor a ouvisse directamente em Confissão . O mais experiente confessor em nada poderá ajudar a uma alma de tal maneira . A alma desobediente expõe-se a grandes desgraças, não podendo progredir na perfeição, nem na vida espiritual . Deus cumula generosamente de graças a alma, mas só se ela for obediente”
A Confissão é um sacramento de Misericórdia, mas é necessário que nos aproximemos dele com muita confiança e serenidade . Quanto maior for a nossa confiança, maior será a nossa alegria e a nossa paz . Há, porém, um defeito que pode comprometer tudo isso, transformando o que seria uma fonte de paz num verdadeiro tormento: É o escrúpulo.

Há quem olhe o escrúpulo como uma virtude e o confunde com a delicadeza de consciência . O sábio e piedoso Gerson diz que uma consciência escrupulosa prejudica muitas vezes a nossa alma, ainda mais do que uma consciência elástica e relaxada . O escrúpulo exagerado falseia o julgamento, perturba a paz da alma, gera a desconfiança e o afastamento da vida sacramental, alterando a saúde da alma e do corpo
Quantos infelizes começaram pelo escrúpulo e terminaram pela demência! E quantos outros, mais infelizes ainda, começaram pelo escrúpulo e acabaram pela libertinagem e pela impiedade! Foge, pois, desse temível veneno impiedoso, dizendo com S. José Cupertino : «Para trás as tristezas e os escrúpulos; não quero saber deles em minha casa»
O escrúpulo exagerado é um temor infundado de haver pecado . Mas o escrupuloso não julga serem simples escrúpulos as suas dúvidas e temores : Ele não se atormentaria, se pudesse qualificá-los como tais. Ele deveria, no entanto, dar crédito ao seu Director espiritual, quando este lhe dá normas para seguir . O escrupuloso só vê em suas acções uma série ininterrupta de pecados; só vê em Deus vingança e cólera. Portanto, que ele se habitue a considerar, sobretudo no Divino Mestre, o atributo que Lhe é mais caro: a Misericórdia . E que faça disto o assunto habitual dos seus pensamentos, das suas meditações e dos seus afectos
É preciso fazer tudo por amor, nada constrangido; é preciso amar mais a obediência do que temer a desobediência. O único remédio para os escrupulosos é uma obediência total e corajosa. É um orgulho secreto, diz S. Francisco de Sales, que nutre e sustenta os escrúpulos; porque o escrupuloso se aferra ao seu juízo e à sua inquietude, apesar dos avisos em contrário do seu Director espiritual
Ele persuade-se sempre, para dissimular a sua desobediência, que sobreveio um caso novo e imprevisto, para o qual seriam inúteis esses avisos . Obedeça portanto, sem fazer outro raciocínio senão este : “Devo obedecer”, e assim será livre dessa terrível enfermidade
Para que haja uma confissão bem feita são necessários:
1 – exame de consciência: pelo qual o penitente examina sua consciência em busca dos pecados cometidos desde a última confissão bem feita
2 – arrependimento: que é a dor de alma por ter ofendido a Deus. Para que o arrependimento seja verdadeiro não é necessário nenhum ato sensível, como lágrimas, sensações, etc, mas somente uma repulsa sincera do pecado
O arrependimento pode ser de dois modos, contrição ou atrição. A contrição é o arrependimento feito por puro amor de Deus e a atrição é o arrependimento imperfeito feito por medo do inferno, por desejo do Céu ou por horror a feiúra do pecado
Para a confissão, basta a atrição, sendo que, evidentemente, a contrição é enormemente mais perfeita
3 – firme propósito de não tornar a pecar: é a conseqüência imediata do arrependimento, pois, quem se arrepende verdadeiramente, promete nunca mais ofender a Deus
Importante notar que o firme propósito não nos garante a confirmação na graça, sendo que, mesmo fazendo um ato verdadeiro de rejeição ao pecado, podemos, pela miséria de nossa natureza, tornar a pecar
O firme propósito deve ser feito com a petição do auxilio divino, sendo que, por nossas próprias forças, não conseguimos ficar sem pecar por muito tempo
4 – acusação: consiste em ir contar os pecados a um padre. A confissão deve ser auricular, ou seja, secreta e individual (no confesisonário). Devemos contar todos os pecados mortais que nos lembramos, se possível com o numero de vezes que o cometemos. A obrigação é de confessar somente os pecador mortais (graves), sendo que a Igreja recomenda que se confesse também os pecados veniais (leves), sobretudo os cometidos deliberadamente. A confissão deve ser concisa e precisa, sem omissão dos pecados
5 – absolvição: é o perdão que o padre, agindo in persona Christi, dá ao fiel. Consiste nas palavras: eu te absolvo dos teu pecados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
6 – penitência ou satisfação: depois de absolver o fiel, o padre lhe impõe um penitência, que é um sacrifício exigido para satisfazer a pena do pecado. Em geral, a penitência consiste na recitação de algumas orações
Ainda é importante notar que todos os pecados esquecidos ficam perdoados, salvo se o fiel se negligenciou a fazer o exame de consciência. Já os pecados mortais voluntariamente omitidos não ficam perdoados e constituem um grave pecado de sacrilégio, pois se fiel, consciente de ter feito um pecado mortal, o omite por querer, ele está profanando a confissão, que é custeada pelo sangue que Nosso Senhor derramou com muita dor na Cruz
Para concluir, é preciso dizer que todo católico, com o uso da razão, tem a obrigação de se confessar ao menos uma vez ao ano, sendo que um bom católico se confessa mais vezes. Para comungar é necessário estar em estado de graça e a melhor maneira para ficar em estado de graça é a confissão freqüente. Os bons autores recomendam a confissão mensal e até mesmo quinzenal

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