Blog Alma Missionária

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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


7º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – COMEÇARAM A CUSPIR-LHE

7º dia de meditação da Paixão de Cristo – COMEÇARAM A CUSPIR-LHE
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7 – COMEÇARAM A CUSPIR-LHE
Ao ver que Jesus nada respondia, Caifás recorreu à intimação mais solene, a que ninguém podia subtrair-se. Queria obrigar o preso a uma declaração definitiva. Com voz forte, intimou o réu: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Messias, O Filho de Deus.
Perante essa cominação feita pela autoridade suprema de Israel, Jesus confessa solenemente ser o Messias e o Filho de Deus, e anuncia o seu triunfo definitivo. Toma uma atitude simples diante do tribunal responde: Tu o disseste. E a seguir acrescenta que em breve O verão chegar como juiz: Daqui em diante, vereis o Filho do Homem sentado à direita do Poder e vir sobre as nuvens do céu.
Ele já se tinha definido como o Filho que conhecia o Pai, bem diferente dos servos enviados outrora ao seu povo, e superior aos próprios anjos. Os Evangelhos mostram em dois momentos, o do batismo e o da transfiguração, como o Pai O chama Seu Filho bem-amado. E Ele se designa a si mesmo o Filho único de Deus. A confissão que agora faz diante do pontífice aparecerá, umas horas mais tarde, na exclamação do centurião no calvário: Verdadeiramente, este Homem era o Filho de Deus.
Na resposta ao sumo-sacerdote, Jesus não se limita a testemunhar que Ele é o Messias; esclarece além disso a transcendência divina, ao aplicar a si mesmo a profecia de Daniel acerca do Filho do Homem. Define-se desse modo com a mais forte expressão bíblica que podia ser entendida pelos ouvintes: a que manifesta com mais clareza a divindade da sua Pessoa.
O pontífice escandalizou-se e, com um gesto de indignação e com um horror talvez fingido e um pouco teatral, rasgou as vestes enquanto dizia: Blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas? Bem o vedes, acabais de ouvir a sua blasfêmia. E voltando-se para a assembléia, perguntou: Qual é o vosso parecer?
E todos exclamaram: Merece a morte. Era a isso que verdadeiramente se pretendia chegar. A questão das testemunhas tinha sido um erro. Acolhem-se agora ao delito de blasfêmia, que comportava a pena de morte. Não condenam aqui Jesus por agitador, mas por blasfemo, porque proclamou abertamente a sua divindade. Como veremos, essa acusação será trocada por outra de caráter político, quando se expuser o caso diante de Pilatos.
Cumpre-se que o próprio Jesus tinha anunciado aos seus discípulos: Vede que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas, e o condenarão à morte (Mt 20,18).
Então os próprios membros do Sinédrio, como escreve São Mateus, ou ao menos alguns deles, como insinua São Marcos, puseram-se a maltratar o Senhor. Começaram a cuspir-Lhe na cara e a esbofeteá-Lo. Cai a saliva sobre aquele rosto que, como escreverá São Pedro, os próprios anjos desejavam contemplar (cfr. Pe 1,12). Isaías tinha-o anunciado: Ofereci o meu corpo aos que me feriam…e não afastei s minha cara daqueles que cuspiam em mim e me insultavam (Is 50,6)
Já lemos e meditamos muitas vezes esta cena, mas é sempre difícil e duro imaginá-la: cuspiram-Lhe na cara, davam-Lhe pontapés, bofetões, empurrões… Como se degradaram aqueles homens, os guias do povo! O exemplo dos mestres foi seguido com facilidade pelos servidores do Templo, que encarregaram da custódia do Senhor durante o resto da noite (Lc). Para escarnecer da sua fama de profeta, vendaram-Lhe os olhos e batiam-Lhes enquanto Lhe perguntavam: Adivinha Cristo, quem te bateu.
Vendaram-Lhe os olhos, esse olhos de olhar amabilíssimo, que tinha, chorado por Lázaro (Cfr. Caminho, n.422), que ontem como hoje e sempre conhecem o passado, o presente e o futuro, que perscrutam os corações e tantas vezes choram por nós, que estamos cegos ou não queremos ver.Senhor, que eu veja! É o que Lhe pedimos com palavras do cego de Jericó.
São Lucas acrescenta que proferiram contra Ele muitas outras injúrias. Jesus deixa que O façam, e cresce em dignidades diante de todos à medida que os outros a perdem.
Nós contemplamos agora o Senhor, e envergonha-nos pensar nas ninharias que, em tantas ocasiões, nos levaram a desculpar-nos ou a perder a serenidade. Quantas miudezas que, talvez, tenhamos agigantado! Quantos maus momentos que poderíamos ter evitado com um pouco mais de paciência, de domínio interior!
Fazemos o propósito de não nos queixarmos e de oferecer as pequenas humilhações da convivência diária. Também aí, nesses detalhes que parecem de pouca monta, imitamos o Senhor.
Começaram a cuspir-Lhe...Senhor, como foi possível? A Ti!  (fonte: “ A Cruz de Cristo” – Francisco Fernandez-Carvajal – Ed. Quadrante)

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