Blog Alma Missionária

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quinta-feira, 5 de julho de 2012

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QUARTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2012


REC – Reflexões e Estudos CATÓLICOS (04/07/2012) - Tema: SANTOS DOUTORES DA IGREJA


O QUE SIGNIFICA SER DOUTOR DA IGREJA?

Dentre seus milhares
 de santos e santas, 
a Igreja, até o 
presente momento,
 conferiu (desde
 1298) apenas a 
trinta e três 
deles o título de 
“Doutor da 
Igreja”. A 
honra de 
ser Doutor 
da Igreja 
ultrapassa as
 linhas 
acadêmicas, pois diz respeito à vivência de uma rica 
espiritualidade que, de alguma maneira,contribuiu 
para que a Igreja compreendesse melhor o Mistério.
Ao longo de sua história, a Igreja contou com inúmeros
 exemplos de santidade e intimidade com Deus. No entanto, 
alguns destes santos se destacaram por terem vivenciado 
uma experiência espiritual tão profunda a ponto de 
conceder a Igreja, através de seus escritos e pensamentos,
 uma nova visão sobre determinada parte dos mistérios 
de Deus. Segundo o Papa João Paulo II, quando o
 Magistério proclama alguém Doutor da Igreja, tem em
 vista indicar a todos os fiéis que a doutrina 
professada e proclamada por uma determinada 
pessoa pode ser um ponto de referência, não só
 porque está em conformidade com a verdade 
revelada, mas também porque traz nova luz
 acerca dos mistérios da fé, uma compreensão
 mais profunda do mistério de Cristo.

ALGUNS EXEMPLOS DE SANTOS DOUTORES

Santo Éfrem

Este Doutor da Igreja, nascido no ano de 306 na cidade de Nisibi, atual Turquia, se caracteriza pela sua incrível capacidade de conciliar poesia e teologia. Por este motivo, ficou conhecido como “harpa do Espírito Santo”. O Papa Bento XVI afirmou a seu respeito: “Ao aproximar-nos de sua doutrina, temos de insistir desde o início nisso: ele faz teologia de forma poética. A poesia lhe permite aprofundar na reflexão teológica através de paradoxos e imagens. Ao mesmo tempo, sua teologia se torna liturgia, se torna música: de fato, era um grande compositor, um músico”. Suas poesias eram tão envolventes que se espalharam por todo o Oriente. Somente à Virgem Maria dedicou mais de vinte poemas.
Era diácono quando morreu em 373, e foi declarado Doutor da Igreja no ano de 1920 pelo Papa Bento XV.

Santo Agostinho

Nascido no ano 
de 354, em Tagaste,
 na Argélia, Santo 
Agostinho é um ícone
 da filosofia não só
 para os católicos
 como para todos 
os estudiosos da 
religião. Converteu-se
 ao cristianismo 
devido às orações
 e apelos de sua mãe,
 Santa Mônica e,
 desde então, 
tornou-se um 
dos maiores 
pensadores da 
era cristã. Foi ordenado bispo e até hoje é conhecido 
como o “Doutor da Graça”, tão profundas são 
suas reflexões sobre o tema. “Convertido a Cristo, 
que é verdade e amor, Agostinho o seguiu durante 
toda a vida e se converteu em um modelo para todo
 ser humano, para todos nós na busca de Deus”, 
disse o Papa Bento XVI a respeito deste santo, que
 é seu santo de devoção.
Santo Agostinho deixou célebres escritos, dentre
 eles, a famosa autobiografia “Confissões”, onde
 narra em perspectiva teológica toda sua vida desde
 a concepção.
Agostinho, que antes de sua conversão abraçara
 diversas correntes filosóficas, combateu muitas
 heresias após se aprofundar no conhecimento
 de Cristo, dada sua enorme capacidade intelectual.
Um dos escritos mais belos do santo é o poema
 “Tarde te amei”, que praticamente resume sua história:

“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!
Tarde demais eu te amei!
Eis que habitavas dentro de mim e eu te procurava 
do lado de fora!
Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das
 tuas criaturas.
Estavas comigo, mas eu não estava contigo.
Retinham-me longe de ti as tuas criaturas, que 
não existiriam se em ti não existissem.
Tu me chamaste, e teu grito rompeu a minha surdez.
Fulguraste e brilhaste e tua luz afugentou a minha 
cegueira.
Espargiste tua fragrância e, respirando-a, suspirei
 por ti.
Tu me tocaste, e agora estou ardendo no desejo de
 tua paz...”

Conta a Tradição que, certa vez, Santo Agostinho 

caminhava à beira mar pensando sobre o Mistério da

 Santíssima Trindade, quando avistou um menino que,

 com uma concha, colocava água num buraquinho que

 havia feito na areia. Aproximando-se, Agostinho

 perguntou: “Que estais fazendo?”. O menino lhe

 respondeu: “Estou colocando o mar nesse 

buraco”. “Tu não percebes que isso é impossível

 mesmo que trabalhes toda a vida? O mar é infinitamente

 grande. Jamais o irás conseguir colocar aí todo dentro

 desse pequeno buraco…”, disse o santo. Então, o 

menino, que na verdade era um anjo, lhe respondeu: 

“É mais fácil colocar toda a água do mar aqui dentro

 deste buraco que o homem conseguir entender o

 mistério da Santíssima Trindade”.


São Tomás de Aquino

Chamado de “Doutor Angélico”, São Tomás de Aquino é considerado pela Igreja como o “mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios”. Para se ter uma ideia da importância de seus escritos para o estudo teológico, basta saber que durante o Concílio de Trento sua obra mais importante, a “Suma Teológica” foi colocada ao lado da Sagrada Escritura para simbolizar que era à luz da filosofia de São Tomás que a Bíblia deveria ser interpretada.
Nascido numa família rica no ano de 1224, deixou tudo para se tornar religioso. Apesar de muito concentrado nos estudos acerca de Deus, não deixava de se dedicar à vivência da espiritualidade. Por vezes, ao se deparar com alguma questão difícil a respeito de Deus, colocava sua cabeça dentro de um sacrário como que para ser iluminado pelo Senhor. Profundamente eucarístico, Tomás de Aquino escreveu diversos hinos de adoração. Quando o Papa Urbano IV criou a Festa de Corpus Christi, pediu que São Tomás de Aquino e São Boaventura escrevessem, cada um, o hino a ser proclamado na solenidade. No dia da apresentação, São Boaventura, depois de ouvir os versos feitos por Tomás, simplesmente rasgou o poema que tinha escrito em sinal de profunda admiração.
O Papa Bento XVI refere-se a São Tomás recordando um dos acontecimentos mais marcantes de sua vida: “A vida e o ensinamento de São Tomás de Aquino poderia se resumir em um episódio apanhado pelos biógrafos antigos. Enquanto o santo, como era seu costume, estava em oração perante o crucifixo, pelo início da manhã na Capela de São Nicolau, em Nápoles, Domingo de Caserta, o sacristão da igreja, sentiu desenvolver-se um diálogo. Tomás perguntava, preocupado, se o que havia escrito sobre os mistérios da fé cristã estava correto. E o Crucifixo respondeu: ‘Tu tens falado bem de mim, Tomás. Qual será tua recompensa?’. E a resposta que Tomás deu é a que nós também, amigos e discípulos de Jesus, sempre quisemos dizer: ‘Nada mais que Tu, Senhor’”.

Santa Catarina de Sena

Nasceu em Sena, na Itália, no ano de 1347, uma época em que a Igreja atravessava um período muito difícil. Santa Catarina, que figura entre as três mulheres doutoras da Igreja, era analfabeta. Seus escritos e cartas eram ditados e então enviados às autoridades, papas e seguidores. As extraordinárias experiências místicas de Catarina conferiram-lhe o título de Doutora. Sua obra: “O Diálogo”, apresenta a vida espiritual do homem em forma de conversas entre a alma humana e Deus Pai. Desde pequena Catarina tinha visões e fazia penitências e, aos 16 anos, entrou para a Ordem Terceira de São Domingos. Sofria de muitas doenças e praticamente não se alimentava, com exceção da Eucaristia.
Santa Catarina de Sena era privilegiada com o dom especial de sentir o denominado "horror ao pecado". Recair em alguma falta ou ofender a Deus eram-lhe mais repugnantes que qualquer outra coisa. Para ela, era preferível acordar com o corpo coberto de lepra que ofender de alguma maneira o amor de Deus. Pela graça, sentia até mesmo mau cheiro quando se deparava com orgulho, amor próprio, concupiscências. O pecado era para ela mais repugnante que qualquer podridão física, de modo que os sentia tão intensamente a ponto de chegar ao desmaio.

Um dos episódios mais impressionantes da vida da santa aconteceu quando tinha apenas 20 anos. Ela, em oração, durante o carnaval de 1367, pedia incessantemente a Cristo: "Casa comigo na fé!". Então, eis que lhe apareceu o Senhor e lhe disse: "Agora que os outros estão a divertir-se eu estabeleço celebrar contigo a festa da tua alma". Logo após, apareceu então a corte celeste, com os santos que Catarina mais amava. A Virgem Maria, ali presente, pegou então a mão da jovem e a uniu à mão de seu Filho. Jesus, então, coloca no dedo de Catarina um anel luminoso (que ela, e somente ela, continuou a ver durante toda sua vida) e disse-lhe: "Eu te esposo a Mim na fé, a Mim o teu Criador e Salvador. Conservarás imaculada esta fé enquanto não vieres para o céu celebrar Comigo as bodas eternas". Estava selada a aliança. Observando este casamento místico, compreende-se melhor de onde Catarina retirava suas inspirações. Seus escritos extremamente corajosos desafiavam a própria Igreja a rever algumas atitudes. Catarina de Sena é a prova maior que um Doutor da Igreja é qualificado pela graça divina, sendo o conhecimento acadêmico, neste caso, totalmente secundário.

Santa Teresa de Lisieux

Conhecida também como Santa Teresinha do Menino Jesus, é uma das mais populares santas do mundo. Nascida em 1873 em Aleçon, na França, entrou para a Ordem Carmelita com apenas 15 anos. Foi proclamada Doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II em 1997 e é a mais jovem de todos os Doutores. Viveu apenas 24 anos, mas deixou um legado de ricas experiências espirituais. Desenvolveu a chamada "infância espiritual", percurso por onde vivia sua fé fazendo-se uma criança nos braços do Pai. Mesmo sem nunca ter saído dos muros do Carmelo, é considerada padroeira das Missões, pois alcançou toda a Igreja, especialmente os sacerdotes, com sua intercessão ainda em vida. Em sua autobiografia, "História de uma Alma", Teresa revela-se uma jovem humilde diante de Deus, sempre disposta a fazer dos pequenos sacrifícios, vias para agradar a Deus e elevar sua alma à perfeita santidade.
Muito admirada por toda a Igreja, Teresinha já foi considerada pelo Papa Pio X como "a maior santa dos tempos modernos".

OS 33 DOUTORES DA IGREJA

1.   Santo Afonso de Ligório
2.   Santo Agostinho
3.   Santo Alberto Magno
4.   Santo Ambrósio
5.   Santo Anselmo
6.   Santo Antônio de Pádua
7.   Santo Atanásio
8.   São Basílio Magno
9.   São Beda Venerável
10. São Bernardo
11. São Boaventura
12. Santa Catarina de Sena
13. São Cirilo de Alexandria
14. São Cirilo de Jerusalém
15. Santo Efrém
16. São Francisco de Sales
17. São Gregório Magno
18. São Gregório Nazianzeno
19. Santo Hilário de Poitiers
20. Santo Isidoro
21. São Jerônimo
22. São João Crisóstomo
23. São João da Cruz
24. São João Damasceno
25. São Leão Magno
26. São Lourenço Brindsi
27. São Pedro Canísio
28. São Pedro Crisólogo
29. São Pedro Damião
30. São Roberto Belarmino
31. Santa Teresa de Ávila
32. Santa Teresa de Lisieux
33. São Tomás de Aquino

NOVOS DOUTORES

No próximo dia 7 de outubro, o Papa Bento XVI irá nomear dois novos santos doutores: São João D’Ávila e Santa Hildegarda de Bingen.

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