Ez:2,2-5;
2. | Enquanto ela me falava, entrou o espírito em mim, e me fez ficar de pé; então ouvi aquele que me falava. | |
3. | Filho do homem, dizia-me, envio-te aos israelitas, a essa nação de rebeldes, revoltada contra mim, a qual, do mesmo modo que seus pais, vem pecando contra mim até este dia. | |
4. | É a esses filhos de testa dura e de coração insensível que te envio, para lhes dizer: oráculo do Senhor Javé. | |
5. | Quer te ouçam ou não (pois é uma raça indomável), hão de ficar sabendo que há um profeta no meio deles! |
Segunda Leitura
2Cor:12,7b-10;
1. | Importa que me glorie? Na verdade, não convém! Passarei, entretanto, às visões e revelações do Senhor. | |
2. | Conheço um homem em Cristo que há catorze anos foi arrebatado até o terceiro céu. Se foi no corpo, não sei. Se fora do corpo, também não sei; Deus o sabe. | |
3. | E sei que esse homem - se no corpo ou se fora do corpo, não sei; Deus o sabe - | |
4. | foi arrebatado ao paraíso e lá ouviu palavras inefáveis, que não é permitido a um homem repetir. | |
5. | Desse homem eu me gloriarei, mas de mim mesmo não me gloriarei, a não ser das minhas fraquezas. | |
6. | Pois, ainda que me quisesse gloriar, não seria insensato, porque diria a verdade. Mas abstenho-me, para que ninguém me tenha em conta de mais do que vê em mim ou ouve dizer de mim. | |
7. | Demais, para que a grandeza das revelações não me levasse ao orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me esbofetear e me livrar do perigo da vaidade. |
Evangelho
Mc:6,1-6;
3. | Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui entre nós também suas irmãs? E ficaram perplexos a seu respeito. | |
4. | Mas Jesus disse-lhes: Um profeta só é desprezado na sua pátria, entre os seus parentes e na sua própria casa. | |
5. | Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. | |
6. | Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas. | |
1. | Depois, ele partiu dali e foi para a sua pátria, seguido de seus discípulos. | |
2. | Quando chegou o dia de sábado, começou a ensinar na sinagoga. Muitos o ouviam e, tomados de admiração, diziam: Donde lhe vem isso? Que sabedoria é essa que lhe foi dada, e como se operam por suas mãos tão grandes milagres? |
PODCAST CATÓLICO
Evangelho do dia - Marcos 6,1-6
RSS do Evangelho do Dia
Homilia do dia - Marcos 6,1-6
Santo do dia - San Eugenio
RSS de Santos do Dia
Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/leituras.php#ixzz202GuMuMh
Jesus de Nazaré, o Filho de Deus
Postado por: homilia
julho 8th, 2012
O evangelista Marcos narra que Jesus foi para “Sua própria terra”, isto é, para Sua cidade de origem, a cidade de Sua família: Nazaré. Para Marcos, esta é a última vez que Ele àquele lugar. É também a última vez que Ele entra numa sinagoga, lugar onde os judeus se reuniam aos sábados para ouvir a Palavra de Deus e rezar. No início, quem se admira são os ouvintes. Porém, a admiração não os leva à fé em Jesus, mas sim a rejeitá-lo. No final desse Evangelho, é Jesus quem se admira com a falta de fé daquele povo. Essa falta de fé no Homem-Jesus impede a realização de milagres, isto é, o Reino acaba não acontecendo em Nazaré.
Marcos dá a entender que o povo estava cansado com esse costume. De fato, quando o Senhor entra, pela primeira vez, numa sinagoga e começa a ensinar (cf. 1,21-28), o povo gosta desse novo ensinamento dado com autoridade (cf. 1,27).
Em Nazaré, terra de Jesus, as coisas tomaram um rumo diferente. É que Ele não havia frequentado nenhuma escola de ensino das Escrituras, não fez nenhuma especialização. Além disso, Seu ensinamento é acompanhado de uma prática que livra as pessoas de qualquer tipo de opressão. Marcos não consegue mostrá-Lo ensinando sem que antes Ele desse a verdadeira liberdade ao homem. Mais ainda: Seu ensinamento é uma prática de autêntica liberdade.
Em Nazaré, num dia de sábado, Jesus está ensinando na sinagoga. Mais uma vez o evangelista não diz o que Jesus ensina. Nós não precisamos de explicações, pois conhecemos que tipo de ensinamento é o d’Ele.
O povo que está na sinagoga manifesta sua perplexidade e descrédito em relação a Jesus. A primeira e a segunda levantam suspeita e ceticismo: “De onde ele recebeu tudo isto? Como conseguiu tanta sabedoria?” Por trás dessas objeções está o início da rejeição de Jesus como Messias. Naquele tempo, especulavam muito sobre a origem do Messias. E a conclusão a que chegaram era esta: “Nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem” (Jo 7,27). Jesus, portanto, não poderia ser o Messias, pois sua origem era conhecida por todos. Além disso, para os conterrâneos de Cristo é impossível “fazer teologia” sem passar pela escola dos doutores da Lei e fariseus.
A terceira pergunta levanta suspeitas sobre quem age por meio de Jesus: “E esses grandes milagres que são realizados por suas mãos?” Um pouco antes, alguns doutores da Lei afirmavam que o chefe dos demônios agia em Jesus, levando-O a expulsar demônios. O povo de Nazaré deixa transparecer essa mentalidade.
A última pergunta sintetiza todas as anteriores: “Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Suas irmãs não moram aqui conosco?” É uma pergunta desmoralizante e debochada. Quando se queria desprezar alguém, bastava substituir o nome do pai pelo da mãe. Por isso, a expressão “filho de Maria” (a não ser que José já tivesse morrido) é altamente depreciativa. E a conclusão é muito simples: “Ficaram escandalizados por causa dele”, isto é, seus conterrâneos O rejeitaram.
Jesus, portanto, foi rejeitado, porque se apresentou como um trabalhador que cresceu em Nazaré ao lado de parentes, amigos e conhecidos. Seus conterrâneos não descobriram n’Ele nada de extraordinário que pudesse indicá-Lo como o Messias de Deus, mas a extraordinariedade de Jesus-Messias está justamente aí, na Encarnação, no fato de não ter nada que possa diferir da condição humana comum. O Filho de Deus se fez como qualquer um de nós, e aqui está o “nó da questão”. Muitos afirmam que “não creem, porque não veem”. Os conterrâneos de Jesus não creem, justamente porque veem Jesus trabalhador, o filho de Maria, um homem do povo, que não frequentou nenhuma escola superior, um homem que vem de Nazaré, lugarejo insignificante.
O “escândalo” da Encarnação continua sendo um espinho atravessado na garganta de muito cristão de boa vontade. Por se encarnar nas realidades humanas, Jesus-Messias foi rejeitado. Isso faz pensar no desafio que é a encarnação do Evangelho na realidade do povo. Ficaremos paralisados como os conterrâneos de Jesus?
Pai, abra minha mente e meu coração para eu compreender que o Senhor se serve de meios humanamente modestos para realizar as suas maravilhas.
Padre Bantu Mendonça