Santa Helena de Skövde, viúva e mártir
Mártir da primeira metade do século XII. Sua festa se celebra no dia 31 de julho. Sua vida (Acta SS., Julio, VII, 340) é atribuída a São Brynolph, Bispo de Skara, na Suécia (+ 1317). E' chamada também de Santa Elin de Vastergotland, do nome da província sueca onde se encontra Skövde.
Era de origem aristocrática, era filha de Jarl Guthorm. Tendo ficado viúva muito jovem, vivia piedosamente dando esmolas e contribuindo com generosidade na construção da igreja da sua cidade. As portas de sua casa estavam sempre abertas para os necessitados.
O marido de sua filha era um homem muito cruel, e foi assassinado por seus próprios empregados. Seus familiares, desejando vingar sua morte, interrogaram os empregados, que admitiram o crime, mas afirmaram falsamente que haviam agido instigados por Helena.
Para evitar uma vingança, Helena fez uma peregrinação a Terra Santa, permanecendo ausente quase um ano. Retornando à pátria por ocasião da festa de consagração da igreja de Gotene, foi surpreendida numa emboscada e morta pelos familiares de seu genro, no dia 31 de julho de 1160.
Seu corpo foi levado para Skövde para ser enterrado, e muitas curas maravilhosas aconteceram por sua intercessão.
Conta-se que na tarde de sua morte um cego, acompanhado de uma criança, passou perto do lugar do assassinato e o menino descobriu num arbusto iluminado por uma luz muito viva um dedo decepado de Helena, no qual estava um anel que ela trouxera da Terra Santa. Quando o cego curvou-se, com a ajuda do menino, pode tocar o sangue de Helena e esfregá-lo nos olhos, ficando curado.
No local onde a Santa caiu ferida de morte, cerca de dois quilômetros de Skövde, surgiu uma fonte de água que foi chamada de Elins Kalla.
Estes milagres foram reportados a Roma pelo bispo de Upsala, Estevão, e este, por ordem do Papa Alexandre III, inscreveu o nome de Helena na lista dos santos canonizados (Benedicto XIV, "De canonizatione sanctorum", I, 85). Grande era a veneração a suas relíquias, inclusive depois que a Reforma se expandiu na Suécia. São Lene Kild, muito conhecido no tempo de Santa Helena, esteve em sua igreja.
As autoridades luteranas censuraram várias vezes o que eles chamavam de superstição papal e anticristã. Especialmente zeloso neste sentido foi o arcebispo luterano Angermannus, que em 1596 ordenou que enchessem a fonte de água com pedras e escombros, mas a água continuou a brotar (Baring-Gould, "Lives of the Saints", July, II, 698). Próximo da nascente existia também uma capela dedicada a Santa. Em 1759 a igreja de Skövde, devorada por um incêndio, foi reconstruída.
Helena também era muito venerada na Dinamarca. De fato, nas vizinhanças de Tiisvilde, já então um vilarejo pesqueiro no Kattegat, e que posteriormente se tornou uma estação balneária, existia uma localidade chamada Helenes Kilde que era visitada especialmente na vigília de São João, porque ela restituía a saúde aos doentes. Os peregrinos, principalmente os doentes, permaneciam toda a noite junto à sepultura, levavam consigo bolsas com terra do local, e com frequência deixavam seus bastões em sinal de agradecimento.
Em 1658, o jesuíta Lindanus enviou de Copenhague estas informações aos Bollandistas. Informação semelhante foi feita por Werlaiff, em 1858, em seu "Hist. Antegnelser". A legenda dizia que o corpo de Santa Helena flutuou até Tiisvilde em seu ataúde de pedra, e que uma fonte brotou no local onde o ataúde tocou. Os Bollandistas (loc. cit.) dão como uma possível razão para a veneração de Santa Helena em Tiisvilde que talvez ela tenha visitado o lugar, ou que alguma de suas relíquias tenham sido levadas para lá.
Igreja de Santa Helena em Skövde, Suécia |
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