Blog Alma Missionária

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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Do homem bom e pacífico

LIVRO SEGUNDO
Exortação à vida interior

Cap. 3. Do homem bom e pacífico, 97

  1. Primeiro conserva-te em paz, e depois poderás pacificar os outros. O homem apaixonado, até o bem converte em mal e facilmente acredita no mal; o homem bom e pacífico, pelo contrário, faz com que tudo se converta em bem. Quem está em boa paz de ninguém desconfia; o descontente e perturbado, porém, é combatido de várias suspeitas e não sossega, nem deixa os outros sossegarem. Diz muitas vezes o que não devia dizer, e deixa de fazer o que mais lhe conviria. Atende às obrigações alheias, e descuida-se das próprias. Tem, pois, principalmente zelo de ti, e depois o terás, com direito, do teu próximo.
  2. Bem sabes desculpar e cobrir tuas faltas, e não queres aceitar as desculpas dos outros! Mais justo fora que te acusasses a ti e escusasses o teu irmão. Suporta os outros, se queres que te suportem a ti. Nota quão longe estás ainda da verdadeira caridade e humildade, que não sabe irar-se ou indignar-se senão contra si própria. Não é grande coisa conviver com homens bons e mansos, porque isso, naturalmente, agrada a todos; e cada um gosta de viver em paz e ama os que são de seu parecer. Viver, porém, em paz com pessoas ásperas, perversas e mal educadas que nos contrariam, é grande graça e ação louvável e varonil.
  3. Uns há que têm paz consigo e com os mais; outros que não têm paz nem a deixam aos demais; são insuportáveis aos outros, e ainda mais o são a si mesmos. E há outros que têm paz consigo e procuram-na para os demais. Toda a nossa paz, porém, nesta vida miserável, consiste mais na humilde resignação, que em não sentir as contrariedades. Quem melhor sabe sofrer maior paz terá. Esse é vencedor de si mesmo e senhor do mundo, amigo de Cristo e herdeiro do céu.


Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Edição: 36ª
Editora: Vozes


Da obediência e sujeição

LIVRO PRIMEIRO
Avisos úteis para a vida espiritual

Cap. 9. Da obediência e sujeição, 36

  1. Grande coisa é viver na obediência, sob a direção de um superior, e não dispor da própria vontade. Muito mais seguro é obedecer que mandar. Muitos obedecem mais por necessidade que por amor: por isso sofrem e facilmente murmuram. Esses não alcançarão a liberdade de espírito, enquanto não se sujeitarem de todo o coração, por amor de Deus. Anda por onde quiseres: não acharás descanso senão na humilde sujeição e obediência ao superior. A imaginação dos lugares e mudanças a muitos tem iludido.
  2. Verdade é que cada um gosta de seguir seu próprio parecer e mais se inclina àqueles que participam da sua opinião. Entretanto, se Deus está conosco, cumpre-nos, às vezes, renunciar ao nosso parecer por amor da paz. Quem é tão sábio que possa saber tudo completamente? Não confies, pois, demasiadamente em teu próprio juízo; mas atende também, de boa mente, ao dos demais. Se o teu parecer for bom e o deixares, por amor de Deus, para seguires o de outrem, muito lucrarás com isso.
  3. Com efeito, muitas vezes ouvi falar que é mais seguro ouvir e tomar conselho que dá-lo. É bem possível que seja acertado o parecer de cada um: mas não querer ceder aos outros, quando a razão ou as circunstâncias o pedem, é sinal de soberba e obstinação.


Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
 
Edição: 36ª
 
Editora: Vozes


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Da mente pura e da intenção simples


LIVRO SEGUNDO
Exortação à vida interior
 Cap. 4. Da mente pura e da intenção simples, 99

  1. Com duas asas se levanta o homem acima das coisas terrenas: simplicidade e pureza. A simplicidade há de estar na intenção e a pureza no afeto. A simplicidade procura a Deus, a pureza o abraça e frui. Em nenhuma boa obra acharás estorvo, se estiveres interiormente livre de todo afeto desordenado. Se só queres e buscas o agrado de Deus e o proveito do próximo, gozarás de liberdade interior. Se teu coração for reto, toda criatura te será um espelho de vida e um livro de santas doutrinas. Não há criatura tão pequena e vil, que não represente a bondade de Deus.
  2.  Se fosses interiormente bom e puro, logo verias tudo sem dificuldade e compreenderias bem. O coração puro penetra o céu e o inferno. Cada um julga segundo seu interior. Se há alegria neste mundo, é o coração puro que a goza; se há, em alguma parte, tribulação e angústia, é a má consciência que as experimenta. Como o ferro metido no fogo perde a ferrugem e se faz todo incandescente a Deus fica livre da tibieza e transforma-se em novo homem.
  3. Quando o homem começa a entibiar, logo teme o menor trabalho e anseia as consolações exteriores. Quando, porém, começa deveras a vencer-se e andar com ânimo no caminho de Deus, leves lhe parecem as coisas que antes achava onerosas.
Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Edição: 36ª
Editora: Vozes


Da meditação da morte

Da meditação da morte

Pela manhã, pensa que não chegarás à noite, e à noite não te prometes o dia seguinte. Por isso anda sempre preparado e vive de tal modo que te não encontre a morte desprevenido. Muitos morrem repentinamente e inesperadamente; pois na hora em que menos se pensa, virá o Filho do Homem (Lc 12,40). Quando vier aquela hora derradeira, começarás A julgar mui diferentemente toda a tua vida passada, e doer-te-á muito teres sido tão negligente e remisso.


Livro: Imitação de Cristo
Autor: Tomás De Kempis
Capítulo: 23 - Da meditação da morte, Página 74, Parágrafo 3.


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