Blog Alma Missionária

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segunda-feira, 29 de julho de 2013

A Intercessão dos Santos e seu Culto


A mediação dos santos “Orai uns pelos outros, para serdes salvos, porque a oração do justo, sendo fervorosa, pode muito”(Tgo 5, 16)
Orar quer dizer prestar homenagem, louvar, exaltar, suplicar, embora nem toda homenagem seja uma oração, como já vimos. “Tomai sete touros… e ide a meu servo Job… o meu servo Job… orará  por vós e admitirei propício a sua face” (Job 42, 8). Neste trecho,  Deus não apenas permite, mas ordena “ide”, e promete escutar a prece que  Jó há de fazer em favor dos seus amigos.
Nosso Senhor nos manda “Orar uns pelos outros” (MT 5, 44). S. Tiago nos ordena de “orar uns  pelos outros”(Tgo. 5, 16). S. Paulo diz que “ora pelos colossenses”  (Col. 1, 3). No evangelho de S. Mateus (22, 30), Jesus Cristo  ensina que os “santos são como os anjos de Deus no céu”. Zacarias diz:  “que o anjo intercedeu por Jerusalém ao Senhor dos exércitos” (1, 12  -13).
Os justos, os santos e os anjos do Céu se interessam pelos homens, intercedem pelos homens, e devem ser invocados e louvados. O arcanjo Rafael diz a Tobias: “Quando rezavas com lágrimas, e  sepultavas os mortos, eu oferecia tua oração a Deus” (Tob. 7, 12) (Os  protestantes tiraram esse livro).
S. Paulo, na mesma carta em que  declara Jesus como único mediador entre Deus e os homens, indica também  mediadores ‘secundários’ (I Tm 2, 1-5): “Recomenda que façam preces,  orações, súplicas e ações de graças por todos os homens…” Pois, fazer  orações por outros, é de fato, ser intercessor e mediador entre Deus e  os outros.
A própria Bíblia aplica o título de mediador também a  Moisés (Dt 5, 5): “Eu fui naquele tempo intérprete e mediador entre o  Senhor e vós”. Quando a Sagrada Escritura diz que Nosso Senhor é o  único caminho entre os homens e Deus, não quer dizer que entre os homens  e Nosso Senhor não possa haver intercessores. É claro, só Nosso Senhor é  o intercessor entre nós e Deus Pai, mas não significa que entre nós e  Ele não existam pessoas que O conheceram, amaram e serviram de forma  exemplar.
É por isso que a doutrina católica chama Nossa Senhora de “Mediatrix ad Christum mediatorem”, isto é,“Medianeira junto a Cristo  mediador”. Deste modo, Cristo fica como único mediador entre Deus e os  homens; e a Virgem Maria fica uma “medianeira junto a Cristo”.
O  poder de interceder está expresso em diversas passagens das Sagradas  Escrituras, como nas Bodas de Caná, onde Nosso Senhor não queria fazer o  milagre, pois “ainda não havia chegado Sua hora” e “o que temos nós a  ver com isso (com a falta de vinho)?”. Bastou Nossa Senhora pedir para  que seu Filho fizesse o milagre, que Ele adiantou sua hora para atender à  intercessão de sua Mãe Santíssima. Que tamanho poder de intercessão têm  Nossa Senhora! Fazer com que Deus, por assim dizer, mudasse seus  planos? É tal o poder de Nossa Senhora que a doutrina católica a chama  de onipotência suplicante, ou seja, Aquela que tem, por meio da súplica a  seu Filho, o poder onipotente! Existem diversas passagens da  Sagrada Escritura em que Deus só atende por meio da intercessão dos  santos, como no caso de Jó (já visto), em que Deus expressamente mandou  que o fiel pedisse através de seu servo Jó. Ou mesmo o caso do discípulo  de Santo Elias, que só fazia milagres quando pedia através do Deus de  Elias. Ora, é natural que Deus atenda àqueles que estão mais perto  dele do que àqueles que estão mais distantes. Quanto maior a virtude de  uma pessoa, tanto mais perto de Deus ela está e tanto mais pode  interceder por nós. Portanto, fica comprovado que é útil a  intercessão dos santos junto à Nosso Senhor Jesus Cristo, único mediador  entre os homens e Deus-Pai.
Os Santos não dormem após a morte, pois “Deus é Deus dos vivos” e não dos adormecidos Eis algumas passagens que demonstram a falsidade do argumento daqueles  que defendem a tese de que os homens estão “dormindo” após a morte.
1) Na transfiguração do Tabor, Nosso Senhor aparece ao lado de Elias e de  Moisés. Elias está no Paraíso terrestre (ele não morreu e deve voltar no  fim do mundo) e Moisés já estava morto (Lc 9, 28 ss). Ora, como alguém  que esteja dormindo pode aparecer “acordado” ao lado de Nosso Senhor?
2) Na parábola do “rico avarento”, este pedia, após sua morte, para  voltar à terra e avisar os seus amigos (Lc 16, 19 e ss). Pergunta-se,  como um ser que dormia podia pedir para ‘interceder’ pelos seus?.
3)  Veja essa outra citação: “santos são como os anjos de Deus no céu” (S.  Mateus 22, 30). Será que os anjos também estão dormindo? E o nosso anjo  da guarda? E os anjos que governam os astros? Ora, é muita  contradição defender que os santos estão dormindo, mesmo porque, Deus,  voltando-se ao bom ladrão, disse:“Em verdade, em verdade vos digo,  ainda hoje estarás comigo no paraíso”. Ora, ele não disse que após  adormecer e após a ressurreição dos corpos S. Dimas estaria no paraíso.  Ele estava ‘no tempo’, vivo, quando disse essas palavras, indicando a  morte próxima de S. Dimas e a entrada deste primeiro santo canonizado da  Igreja. Em outro trecho, quando discutia com os saudoceus: “Quanto  à ressurreição dos mortos, não lestes o que Deus nos declarou? Eu sou o  Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus  de mortos, mas de vivos” (Mateus 22, 31-33). Logo, Abraão, Isaac e Jacob  estão vivos e não “adormecidos”. 
No Novo Testamento é nítida a  afirmação de que, após a morte, os justos gozam de vida consciente e  bem-aventurança. Assim, S. Paulo desejava morrer para estar com Cristo -  o que lhe parecei melhor do que ficar na vida presente: “Para mim,  viver é Cristo, e morrer é lucro… Sinto-me num dilema: meu desejo é  partir e estar com Cristo, pois isto me é muito melhor….”(Fl 1, 21,  23) – Se é para estar com Cristo, ou Nosso Senhor está dormindo, ou os  santos não estão dormindo após a morte. Mais: em Ap. 6, 9s, os  mártires, junto ao altar de Deus nos céus, clamam em alta voz: “Até  quando, ó Senhor Santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça, vingando  nosso sangue contra os habitantes da terra?” Como se vê, os justos estão  conscientes após a morte!
A palavra “dormir” é utilizada em  sentido figurado, como eufemismo, significando aqueles que morreram. Em  outro trecho, a palavra ‘despertar’ significa ‘ressuscitar’. Quando  Nosso Senhor fala, por exemplo: “Pelos frutos conhecereis a árvore”. A  qual árvore Ele está se referindo? É claro que é uma expressão em  sentido figurado. Ele está dizendo que pelos “frutos” (boas obras)  conhecereis a “árvore” (quem, de fato, é a pessoa, a instituição etc).
A intercessão dos Santos Após a Morte Alguns exemplos de intercessão após a morte: Jeremias:  “E o Senhor disse-me: ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de  mim, a minha alma não se inclinaria para este povo; tira-os da minha  face e retirem-se” (Jer 15, 1 ss). 
No tempo de Jeremias, estavam mortos  Moisés e Samuel, mas sua possível intercessão é confirmada pelas  palavras do próprio Deus: “ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante  de mim…”, quer dizer que eles poderiam se colocar diante de Deus para  pedir clemência para com aquele povo. Em outras palavras, Deus deixa  clara a possibilidade da intercessão após a morte.
Os “santos são  como os anjos de Deus no céu” (S. Mateus 22, 30). Zacarias diz: “que o  anjo intercedeu por Jerusalém ao Senhor dos exércitos” (1, 12 -13). Em II Mac 15, 12-15 lemos: “Parecia-lhe (a Judas Macabeu) que Onias,  sumo sacerdote (já falecido!)… orava de mãos estendidas por todo o  povo judeu… Onias apontando para ele, disse: ‘Este é amigo de seus  irmãos e do povo de Israel; é Jeremias (falecido), profeta de Deus, que  ora muito pelo povo e por toda a cidade santa”. No Apocalipse (6,  9s), os mártires, junto ao altar de Deus nos céus, clamam em alta voz:  “Até quando, ó Senhor Santo e verdadeiro, tardarás a fazer justiça,  vingando nosso sangue contra os habitantes da terra?” Todos estes trechos demonstram, inequivocamente, a intercessão dos santos após a morte.
As Relíquias dos Santos e o Incenso Era  comum, já nas catacumbas, a reprodução de imagens e a guarda das  relíquias dos santos. Qualquer um que visitar Roma verá as catacumbas  com pinturas, inclusive da Mãe de Deus. S. Lucas, um dos evangelistas,  pintou imagens de Nossa Senhora (fala-se em três pinturas). Uma das  quais está exposta à veneração dos fiéis na igreja de Loreto, Itália. O incenso era utilizado como ritual desde o Antigo Testamento. Os  capítulos 25 a 31 do Êxodo são a enumeração de todos os objetos que Deus  manda fazer e reservar para o seu culto. E não somente Deus manda separar estes objetos, mas exige que sejam “consagrados, bentos ou ungidos” com uma unção especial. Ele mesmo manda fazer o azeite da santa unção e diz: “E com ele ungirás  a tenda da reunião e a arca do testamento, e a mesa com todos os seus  vasos, o altar do incenso e a pia com a sua base” (Ex 30, 26-30) Eis a origem da benção dos objetos e das pessoas consagradas a Deus. E  na categoria de objetos entram as imagens, as estátuas, que são objetos  de culto, enquanto nos lembram as virtudes dos santos que representam. Sobre relíquias, devemos explicar o seu significado. Relíquia é aquilo que resta dos corpos dos santos, ou os objetos que  estiveram em contato com Cristo ou com os santos. As relíquias são  veneráveis porque os corpos dos santos foram templos e instrumentos do  Espírito Santo e ressuscitarão um dia na glória (Conc. de Tr. 25). O  culto das relíquias é inato no homem: gostamos de conservar como  recordação os objetos que pertenceram aos homens ilustres, as armaduras  dos grandes guerreiros, por exemplo. O mesmo Deus honra as relíquias,  porque se serve delas para operar milagres. Muitos corpos de santos  permanecem incorruptos, exalando bom odor etc. Já os hebreus  conservavam religiosamente as relíquias: Moisés levou do Egito o corpo  de José (Ex. 13, 19); os cristãos imitaram-lhe o exemplo.
Santo Inácio  de Antioquia foi lançado no anfiteatro de Roma às feras, que lhe não  deixaram senão ossos; os seus discípulos procuraram-nos de noite e  levaram-nos para Antioquia (no ano 107). O mesmo se fez a S. Policarpo,  bispo de Esmirna (166), queimado vivo; os seus restos foram considerados  jóias preciosas. Os túmulos dos mártires foram, desde a mais alta  antigüidade, os sítios onde se construíram Igrejas e altares para aí  celebrar o Santo Sacrifício. Muitas relíquias se guardam em relicários  de prata, como a Cruz de Cristo (“lignum crucis”) e o presépio de Belém.  Santo Agostinho conta uma multidão de curas e a ressurreição de  duas crianças obtidas na África do Norte pelas relíquias de S. Estevão.
Já no Antigo Testamento vemos um morto ressuscitar ao contato dos ossos do profeta Eliseu (4 Reis, 13, 21). Nada de estranho há nisso, pois ao simples tocar da veste do Messias,  quantos não foram curados (Mt 9, 22)? A simples passagem da sombra de S.  Pedro curava doentes (At 5, 15), ou os lenços e aventais de S. Paulo  (At 19, 12). É evidente que o milagre não é produzido materialmente  pelas relíquias, mas pela vontade de Deus. Não há, pois, superstição  alguma nas peregrinações do povo cristãos a certos lugares em que Deus  obra milagres pelas relíquias ou imagens dos santos (S. Agostinho).
 
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Publicado por  em 18/07/2013 em ApologéticaIntercessão,Santos
 

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