Blog Alma Missionária

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sábado, 9 de março de 2013


Livrinho Defendei-nos do Inimigo
Defendei-nos do Inimigo
Filho, falei-te da vida destes seres imundos, completamente centrados no mal. Eles são o mal. E são a origem e causa de todo o mal. Odeiam Deus que é o bem e odeiam todos aqueles que realizam o bem. Eis a razão porque os bons estão sujeitos a tantas dificuldades, que entretanto os maus não reconhecem.
Isto que para muitos é um mistério, é uma coisa fácil de compreender: eles odeiam a luz e a verdade. Eles são treva e erro e estão fixados na obscuridade e no erro.
Saíram do inferno e cobrem a Terra e na Terra instalaram-se em toda a parte; a sua aspiração suprema é entrar é na alma e no corpo do homem para o obscurecer, o desviar e o dominar e por fim o levar à perdição eterna. Não tem outra finalidade além desta porque só assim satisfazem o seu ódio contra Deus e contra a humanidade.
Se os homens e em particular os cristãos não tiverem uma consciência clara desta terrível realidade, do grande perigo que constituem para eles estas potências do mal, arriscam-se à condenação eterna.

Jesus aos Seus Sacerdotes e Fiéis, III/IV volume, 1983 

O pecado dá, por seu lado, ocasião à intervenção ativa, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo – o demônio. O mal não é só uma deficiência, mas também uma força ativa, é ação de um ser vivo espiritual, pervertido e perversor. Terrível, misteriosa e inquietante realidade!

Papa Paulo VI em 15/11/1972. 

1. O MALÍGNO E AS DEFESAS DOS HOMENS


A INTELIGÊNCIA DE S.S. LEÃO XIII

Num tempo em que o mundo se inclina perigosamente para o Maligno e em que as almas mais atacadas dificilmente conseguem ajuda, há que lembrar a todos a poderosa oração escrita a mandada publicar por Sua Santidade Leão XIII, um gigante de Sabedoria entre os grandes Pontífices da Igreja Católica Romana. Não foi por mero acaso que ele ordenou a publicação de tal oração para ser rezada por sacerdotes e leigos. Foi um tempo de intenso ataque à Igreja, no final do Século passado, que o Papa Leão XIII deu autorização aos leigos para utilizar o “segundo formulário do Ritual”, sempre que se tratasse de uso privado. Os sacerdotes receberam a mesma autorização e Sua Santidade insistiu que estes se servissem dele freqüentemente; se possível, todos os dias”.
Pressentindo um tempo conturbado para os fiéis e para a Igreja, prevendo a ação multifacetada do malígno, o Papa publicou essa salutar oração contra a Besta e completou o seu plano de defesa com outras orações: a oração a São Miguel, a oração a São José e as orações no fim da Missa. As suas Encíclicas, notáveis a todos os títulos, fulminaram as primeiras manifestações do diabo nas sociedades, condenaram o comunismo, o socialismo, o liberalismo e vibraram fortes machadadas nas seitas secretas, especialmente na Maçonaria, câmara de choco dos males da humanidade, que reúne e organiza para o trabalho de sapa e destruição os admiradores e adoradores de falsa luz-Lúcifer.


O PEQUENO EXORCISMO

Ao ver hoje crescer, como uma vaga poderosa, todos os perigos e males que Leão XIII quis travar, resta-nos a sua orientação e as poderosas armas que ofereceu, confiadamente, aos filhos da Igreja. Entre elas, como se viu, está o pequeno exorcismo, da sua santa autoria. Este pequeno exorcismo não se confunde, nem pode confundir, com o Exorcismo Solene da Igreja, o Grande Exorcismo rezado sempre por sacerdote autorizado expressamente pelo Bispo. O exorcismo Solene aplica-se em casos confirmados de possessão diabólica e é uma cerimônia que envolve a autoridade pública da Igreja, devendo ser solicitado formalmente ao Bispo da diocese pela família do possesso.
O pequeno exorcismo de S. Santidade Leão XIII é, diferentemente, uma oração para uso privado, que o Papa quis colocar ao alcance de todo bom católico nas dificuldades da vida. Ele é por isso uma maravilhosa arma para o combate espiritual, quando receitado com fé viva, muita firmeza e prudência, e um grande amor de Deus. Os tratadistas católicos de maior reputação teológica com o De Vermeersch, Capelo e Noldin, sublinham que o “exorcismo simples (não é público) é rezado por qualquer pessoa, em nome de Cristo, pedindo-lhe que exerça a Sua autoridade”. Esta atitude do fiel, que é uma atitude de combate espiritual, tem a máxima garantia: o professor Joseh Ratzinger, da Universidade de Ratisbona, escrevia: “O exorcismo sobre o mundo cegado pelos demônios, liga-se inseparavelmente à via espiritual de Jesus e ao centro de sua própria Mensagem tal como à dos seus discípulos”.
Portanto, a pequena oração do Grande Papa inscreve-se numa esfera de combate contra o maligno, na esfera privada de ação, e não necessita de autorização alguma por parte das autoridades eclesiásticas, dado que é uma oração privada, absolutamente legítima, salutar e santa.
Os padres beneditinos, que dirigem o famoso Santuário de São Miguel do Monte Gárgano, editaram repetidamente o texto do pequeno exorcismo em diversos folhetos e, no prefácio, escreveram estas palavras significativas: “Esta oração, composta pelo próprio Papa, para por em fuga o demônio, pode preservar de grandes males a família, a sociedade e nós próprios. A oração pode ser recitada todos os dias pelos próprios fiéis: homens, mulheres e crianças, tanto na Igreja como em casa ou na rua. Pode-se rezar em particular ou, o que é preferível, em grupos de 2 ou 3 pessoas. È aconselhável rezá-la em casos de discórdias familiares ou políticas; nas casas dos maçons, dos blasfemadores, dos pecadores, para pedir a sua conversão; para o triunfo nos trabalhos, para a escolha de uma profissão, para conservar a Fé na família ou na paróquia, para satisfação pessoal ou de pessoas amigas”.
E o folheto do Santuário de São Miguel, com toda as autorizações da Igreja, esclarece ainda: “Esta oração é muito eficaz em casos de doença, intempéries e fome. Satanás é um leão que ruge, que ronda incessantemente à nossa volta, para nos devorar. Esta oração, em forma de exorcismo, tem o poder de o expulsar. Foi com esta intenção que o Papa a compôs e desejou que fosse freqüentemente recitada”.
Quanto as garantias, não pode haver maiores.


O ASSALTO DA BESTA

Com tudo presente, fácil é concluir que o Papa ofereceu à Cristandade mais que uma oração: ofereceu-lhe uma arma nova contra a Besta e contra os seus diversos tipos de ataque. E o Papa sabia que os seus assaltos são ferozes. De fato, Deus concedeu que os anjos caídos conservassem as forças e poderes que Ele lhes tinha dado ao princípio e é por isso que esses seres de perdição dão provas de um grande domínio da natureza, domínio que se manifesta em milagres aparentes, profecias falsas, aparições e outros fenômenos. Por estes meios iludem os homens e as sociedades manipulando-as contra a Verdade, levando-as ao aniquilamento.
Efetivamente, o Papa sabia o que qualquer católico pode verificar lendo a primeira carta de São Pedro. Aí o príncipe dos apóstolos diz: “Sede sóbrios e estai vigilantes: o vosso inimigo, o demônio, anda à vossa volta, como leão que ruge procurando a quem devorar. Resisti-lhe firmes na Fé”.
Outros varões esclarecidos e santos deixaram-nos testemunhos importantes que é insensatez deixar de lado. Diz Santo Agostinho que eles enchem de nevoeiro a inteligência e a razão do homem – e estas palavras ajustam-se perfeitamente ao fenômeno da infestação. São Pedro Crisólogo disse no seu 2º Sermão que “o demônio é o autor e príncipe de todo o mal; primeiro, teve a natureza celeste; hoje é espírito de malícia, mais velho que o mundo, muito treinado e habilíssimo”. E São Gregório acrescenta: “pode entrar na mente dos sábios... Pode também ocasionar a morte, pestes, terremotos e tempestades, mas Deus põe-lhe limites”.
É dentro destes limites que Deus coloca que os demônios atuam segundo aquilo de Santo Agostinho: “Deus encarregou os anjos bons de nos conduzir ao bem e aos anjos maus deu-se-lhes a faculdade de nos combater, incitando-nos ao mal”. Os grandes Padres da Igreja bem sabiam com quem andavam metidos. Note-se que Orígenes declarava que “o diabo rouba ao homem as virtudes da alma, excitando ao vício: priva-o da liberdade tornando-o escravo; arrebata-lhe os bens espirituais, extinguindo nele o temor de Deus e incita-o às misérias da vida presente”. Tertuliano fazia notar que a meta do diabo é destruir o homem: “eis aqui o grande inimigo do homem”.
Portanto, estes espíritos invisíveis malignos deitam mão de todo o seu poder, de toda a sua experiência acumulada ao longo dos séculos, de toda a sua arte, para seduzir, enganar e controlar os homens que, desgraçadamente, cometem os mesmos erros.
Os ataques das potências maléficas são, por conseguinte, naturais e revelam a força, poder e forma, desses mesmos espíritos. As manifestações inventariadas ao longo da história religiosa dos povos mostram que estas entidades malignas agem diretamente sobre os homens por possessão (em que chegam ao controle total do corpo e inteligência), por infestação e envolvimento, por obsessão e por tentação.
Estas formas de afetar as almas, os espíritos e os corpos, podem ser reforçadas por malefícios, bruxedos, sortilégios, pactos diabólicos, magia ou feitiçaria. As seitas secretas e organizações sanitânicas têm agentes encarregados de lançar malefícios e sortilégios sobre as pessoas, famílias, instituições e locais que o Maligno quer alcançar e até de invocar as forças demoníacas sobre determinadas terras e pessoas. Por esses canais abertos nos ares tenebrosos, por essas solicitações, por essas maldições e sortilégios, potencia-se e incrementa-se a atuação do Diabo, que se lança como leão que ruge sobre a pobre gente que muitas vezes ignora a “sorte” de quem foi vítima. E assim aumentam as infestações e, sobretudo, os envolvimentos.
Tendo a combinação, hoje em dia inseparável, entre a ação direta do diabo e a ação indireta, por meio dos seus serventuários nesta terra, podem-se estudar as diversas formas que assumem as manifestações diabólicas. Pondo de lado o possesso, que é a esfera do Exorcismo Solene, e que deve ser solicitado ao Bispo da Diocese, toda as outras formas de ação maléfica podem ser combatidas e afastadas pela recitação firme e repetida, confiada e perseverante, da oração dada pelo Papa Leão XIII.


A INFESTAÇÃO

A infestação ocorre quando os demônios estão presentes fora de objeto, mas aplicando a sua força nos seus contornos como que criando uma rede envolvente. Podem manipulá-lo, deslocá-lo, produzir maus cheiros, criar ilusões, produzir sons e outros tipos de alucinações, chegando a ponto de alterar ou travar o desenvolvimento natural dos seres.
As infestações podem declarar-se em objetos como casas, livros, alimentos, estatuetas e até searas ou animais. Nos campos infestados os cereais não crescem e definham sem haver explicação para tal. Os animais infestados enfraquecem ou têm comportamentos estranhos. Mas as infestações podem alcançar as pessoas, o seu pensamento e as suas atividades, levando-as a ações incompreensíveis, a estados depressivos ou até mesmo a visões, audições e sensações falsas.
A pessoa infestada, sobretudo mentalmente, raramente reconhece que o está, dado que não descobre nenhuma força estranha em si mesma, mas encontra-se realmente coberta por uma força que a “circunscreve” e lhe impõe, por graus subtis crescentes, umas crenças e umas idéias novas sobre coisas, pessoas, lugares, famílias, atividades ou teorias. Alguns exorcistas experimentados têm descoberto por de trás das doenças, estados histéricos, desordem mental e até paixões, a presença sutil e sistemática do malígno.
Nestes casos, as forças diabólicas estão no exterior dos corpos, mas abraçam os seus contornos e forças, envolvendo nas suas redes o espírito, a inteligência ou as potências superiores da pessoa, atingindo muitas vezes as suas relações sociais e frações de sua esfera vital. De fato, a presença diabólica ativa tem forçosamente de afetar o ser humano de uma forma ou outra e, como seu ódio é inextinguível, toda a sua ação se orienta para o controle da pessoa, se não fisicamente, pelo menos ao nível da mente.


O ENVOLVIMENTO

A infestação apresenta ainda uma categoria que é o envolvimento. Como indica o termo, a pessoa encontra-se com o corpo e o espírito envolvidos em uma fina rede de força, que tende a dificultar-lhe a ação e o pensamento arrastá-la para a inatividade ou para o mal. A grande vidente Ana Catarina Emmerich dá uma descrição do ponto onde opera a rede de forças diabólicas, declarando que ela age sobre um “fluído infinitamente subtil, que se chama forças vitais, que na realidade pertencem ao corpo, mas que são semelhantes à natureza da alma, que formam o primeiro e o principal instrumento da sua atividade vital”. Ao chegarem à penetração e eventual controle dessas forças vitais, as entidades malígnas passam a possuir canais de ação para a alma e para as funções superiores da mente.
Grande partes dos envolvimentos, que podem causar grande dano às pessoas com sensações de doenças, cansaço, irritação, desânimo, perturbação mental ou inquietação, são originadas pelo envio propositado de forças maléficas por homens dados à bruxaria ou organizações apostadas na destruição das almas. Os bruxedos, os sortilégios, as más vontades, as cultuações do Diabo em Missas Negras e outras cerimônias catapultam sobre pessoas, famílias, cidades e paises, as hordas saídas do inferno, que se encarniçam contra a alma e o corpo daqueles que tiveram a fortuna ou o infortúnio de estar nas listas das seitas como inimigos ou de chamar a atenção por algum dom invejável.
Por outro lado, não é raro que movidas pela curiosidade ou pelo desespero, as pessoas se tenham entregues a práticas maléficas, ao espiritismo, à magia, ao esoterismo, e até ido consultar bruxos e feiticeiros. Ações deste gênero só podem levar a fortes infestações das pessoas e famílias, agravar os males em vez de os curar, podendo muitas vezes dar origem a verdadeiras possessões em que o Diabo requer os seus direitos.


A OBSSESSÃO

Um segundo grau é a obsessão, em que a força maligna se releva à pessoa por sugestão constante físico-mental. As pessoas assim atacadas estão permanentemente sob a pressão de um pensamento ou tendência exacerbada, que repercute depois ao nível dos nervos e do corpo. Muitas paixões e vícios baixos começam por uma obsessão incontrolável de origem maléfica a que a pessoa cedeu. Em muitas neuroses e doenças mentais têm na sua base esta raiz. Um médico diretor de uma clínica psiquiátrica confidenciou a um esclarecido autor francês que “se os sacerdotes fizessem no meu hospital os exorcismos da Igreja estou certo que cinqüenta por cento dos doentes ficariam bons”. Realmente, com base na experiência de muitos investigadores, pode-se dizer que os demônios atacam o corpo tal como a alma nos pontos mais frágeis e as desordens psicossomáticas são, às vezes, o sinal de uma presença maligna que incomoda e pretende destruir o corpo e a mente da pessoa atacada.
O exorcismo de Leão XIII recitado repetidamente sobre a pessoa, vários dias seguidos, pode obter melhoras assinaláveis e até eliminar a obsessão ou a presença maligna. Há, no entanto, que eliminar da casa e do ambiente das pessoas afetadas tudo o que represente um culto aos demônios ou uma cedência às suas sugestões no mundo: estatuetas de culto pagão como budas, máscaras demoníacas, amuletos (chifres, punhos fechados, ferraduras, etc.), desenhos de monstros, cartas astrológicas, cartazes de conjuntos musicais ou de artistas luciferinos, livros espíritas, enfim, tudo aquilo que significa e é um espaço demoníaco no lar, um convite aberto à presença de potestades maléficas.


A TENTAÇÃO

Finalmente, a Tentação, que significa prova. É uma incitação ao mal que encontra eco nas tendências naturais do homem. Muitas tentações vêm de uma interpelação do mundo, da concupiscência da carne e do espírito, enfim, das paixões. Porém, direta ou indiretamente, está o poder demoníaco. Diz Santo Agostinho “O demônio ilude-nos com a sombra das coisas passageiras; com as ilusões nos engana e, ao enganar-nos, provoca-nos a morte”. Os demônios tentam-nos para confirmar as nossas debilidades e, depois, dirigem para ali todos os seus esforços, aproveitando todas as circunstâncias.
A recomendação geral é resistir nos princípios da tentação, não a deixado crescer nem ficando ocioso; por isso, a mente deve lançar-se para outros pensamentos, insistir na oração, nas jaculatórias e, se preciso recorrer a jejuns. É muito encorajante considerar que Deus está a ver o combate e que não deixará de ajudar e premiar quem a Ele humildemente recorre, pondo em prática uma resposta adequada. Assim a tentação confirmará o santo e, como diz o salmista “O mal que ele causou, voltará sobre a sua cabeça; e sua iniquilidade recairá sobre a sua fronte”.
São Paulo na sua carta aos Efésios mostrava a correlação direta entre o pecado e a presença do Diabo no pecador. São dele estas terríveis palavras que bem merecem meditação atenta nestes dias de hoje. “Não pequeis. Não se ponha o sol sobre vosso ressentimento. Não deis lugar ao demônio”.
O que o apóstolo sublima é fundamental; quem se vende ao demônio pelo pecado não o pode combater ou desalojar porque já o aceitou no fundo da sua mente e do seu coração. Daí que a oração do pequeno exorcismo sé deva ser rezada por almas em estado de graça, por pessoas livres da tirania do diabo, enfim, as almas na amizade de Deus.
Torna-se evidente que pessoas em pecado mortal, ou seja, na posse do inferno, estão longe de combater os poderes do inferno. O escravo obedece ao seu senhor e o escravo do Diabo, submetido pelo pecado, não pode desafiá-lo e muito menos enfrentá-lo. Daí que para rezar esta oração seja necessário grande fé, grande humildade, e uma consciência tranqüila e limpa, uma alma em amizade com Deus. Assim poderá expulsar a sombra maligna que perturba a vida pacífica e com isso dar grande glória a Deus.
Porém, para lá disto, é claríssimo que o espaço demoníaco no lar e nas mentes deve ceder passo a Deus e a testemunhos de amor a Ele. Por isso, para que a oração do Pequeno Exorcismo tenha eficácia plena importa que na família e no lar se efetue uma verdadeira reconversão: oração familiar do Terço, confissão mensal, comunhão freqüente e, sobretudo, procurar viver na Presença de Deus e obedecer integralmente aos Seus Mandamentos da Santa Igreja. Com outro ambiente e em grande confiança, a pequena oração da Sua Santidade Leão XIII não se limitará a ser uma arma de último recurso, mas sim uma arma de defesa da paz e da fé no lar e na família.
No fundo, o pequeno exorcismo é a recapitulação das verdades da fé, impondo ao demônio a fuga pela força desses mistérios. A oração de S.S. Leão XIII é, assim, também um Credo dinâmico, que exige da alma que o reza a identificação total com a força dos mistérios que anuncia; para os demônios, estes mistérios são terríveis e ameaçadores, enquanto para os homens os mistérios são salutares e fonte de fortaleza. As almas muito atacadas intuíram esta verdade quando, em certas circunstâncias ameaçadoras, rezam com força o Credo e recapitulam, com amor, todas as Santas Verdades que nos revelou Nosso Senhor. Ora, o pequeno exorcismo solicita essa graça contida nos mistérios e confere-lhe uma força de ataque incalculável. Por isso se diz que a eficácia da oração de S.S. Leão XIII depende, em muito, de quem a reza; da sua fé nos mistérios, da sua conformação com Vontade de Deus, da sua humildade e confiança, enfim, das suas virtudes.


O PODER DE EXPULSAR

O poder de expulsar os demônios pertence, como se sabe, a Igreja católica, hierárquica, institucional, fundada e chefiada pela sua cabeça invisível, Cristo Jesus. São Lucas conta-nos no capitulo IX que Jesus “tendo convocado os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios”, ou seja: confiou este poder aos Bispos e à instituição Eclesial. Porém, não é só o Grande Exorcismo, público, oficial e solene, que extrai a sua força e a sua divina eficácia dos poderes conferidos à Igreja pelo Rei dos Reis. Também o pequeno Exorcismo de S.S. Leão XIII, de uso corrente para leigos e sacerdotes na forma privada, extrai a sua divina eficácia e poder do seu valor de grande oração, autêntica e oficial, da Igreja institucional, hierárquica, instituída e confirmada no Sangue do Redentor.
A Igreja é, pois, a única instituição munida do poder e da autoridade de Cristo em matéria do Exorcismo, como em todos os outros assuntos da sua esfera. A Igreja está portanto habilitada a agir em nome de Cristo, bem assim com todos os seus ministros devidamente autorizados. Estes agem em nome da Igreja e, por conseguinte, em nome de Cristo.
Mas também toda a alma sincera e limpa, pode e deve invocar o nome de Cristo e agir então por força deste Nome, sustentada pela força de Cristo.


O AUXÍLIO DA RAINHA DOS ANJOS

Há, no entanto, mesmo para almas muito perfeitas e determinadas, situações resistentes em que os demônios não parecem ser afetados ou até se escondem e disfarçam para não serem notados. Também os próprios discípulos do Senhor falharam perante um demônio surdo-mudo, como fica claro no evangelho de São Mateus.
Cristo expulsa-o depois comenta: “Esta casta, coisa nenhuma a pode expulsar, a não ser a oração e o jejum”. Contudo, também aí afirma: “tudo é possível àquele que acredita!” (Mc. 9, 14-29).
Em casos muito resistentes há que recorrer a sacerdotes experientes ou a graças extraordinárias, como a bênção do Santo Lenho. Em Vera Cruz, no Alentejo, existe um fragmento da Verdadeira Cruz do Senhor e muitos possessos viram-se libertos dos demônios depois de benzidos com aquela relíquia.
Esta passagem chama a atenção para a necessidade de jejum, muito eficaz contra o Maligno. Nesta Terra em que, como dizia Paulo VI, “o demônio adquiriu um certo poder sobre o homem”. Veio recentemente Nossa Senhora pedir dias de jejum aos seus filhos, nas suas revelações da Hungria (Chamada de Amor). Ela acentua a necessidade do jejum. Eis como se pode também, seguindo o conselho de Jesus, combater e vencer, dando ainda acolhimento às palavras da nossa Mãe do Céu, que nos vem lembrar a necessidade de submeter o corpo e dominar as paixões inferiores.
A Santíssima Virgem é uma preciosa ajuda porque Ela é, por excelência, o adversário de satanás. É bom invocá-la antes do Exorcismo, com a Oração à Rainha dos Anjos.
Na imponentíssima aparição de La Salette, de 1846, Nossa Senhora disse a Mélanie que a partir do ano de 1864 os demônios espalhar-se-iam sobre a terra. Esta afirmação é da maior importância para perceber profundamente o tempo que estamos a viver, em que as forças maléficas dispõem de tantos recursos e poder.
Ora, a 13 de Janeiro desse famoso ano de 1864, o Padre Louis Cestac teve a visão “das devastações inexprimíveuis” provocadas pelos demônios na terra. Nossa Senhora ditou-lhe então uma oração que se espalhou por todo o mundo católico. Foi recomendada expressamente por S.S. Pio IV e enriquecida com indulgências pelos Grandes Papas (autênticos gigantes) Leão XIII e S. Pio X. Essa oração é conhecida como “Oração à Rainha dos Anjos”. Rezemo-la então com confiança antes de principiar o pequeno exorcismo e nas circunstâncias da vida, pedindo a essa doce Rainha que venha depressa em nosso auxilio.

http://www.rainhamaria.com.br

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