Blog Alma Missionária

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terça-feira, 12 de março de 2013


25º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – MARIA AO PÉ DA CRUZ

25º dia de meditação da Paixão de Cristo – MARIA AO PÉ DA CRUZ
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Stabat Mater dolorosa iuxta crucem, lacrimosa, dum pendebat Filius. Estava a Mãe aflita e chorosa, de pé, junto da cruz donde pendia o seu Filho (Sequência Stabat Mater, de Jacopone da Todo).
Também se encontravam ali alguns conhecidos de Jesus e as mulheres que O tinham seguido desde a Galiléia (LC) São João faz uma menção especial à irmã de Nossa Senhora, Maria de Cléofas, e a Maria Madalena (Jo). Com grande fortaleza, elas souberam permanecer junto de Jesus agonizante e escutaram as suas últimas palavras. O amor por Jesus tornou-as fortes no meio da dor. Jamais esqueceriam esses derradeiros instantes. Foram para elas como um tesouro que guardaram sempre na memória, com imensa piedade.
Para Jesus, essa companhia era ao mesmo tempo doce e amargaDoce, porque se sentiu consolado com o carinho dos seus. Amarga, porque viu refletido naqueles rostos o seu próprio tormento.Sofriam de modo indizível com a sua agonia, e Ele via como sofriam. Durante os três anos de vida pública, Maria não estivera presente nos momentos de entusiasmo do povo pelo seu Filho, nem por ocasião dos grandes milagres. Mas não podia faltar à hora da suprema dor e do abandono geral. Encontra-se agora perto de Jesus que sofre e agoniza, consente na sua dor e corredime com Ele.Permaneceu ali como uma mãe o faz junto do leito da pessoa querida moribunda.
Ao vermos Maria junto da cruz, deveríamos consolá-la. É tanta sua dor! Mas é Ela quem nos cura as feridas das doenças físicas e morais que padecemos. Ela conhece bem os nossos males e as nossas penas, porque o seu Filho não a poupou à sua dor redentora desde Belém até o CalvárioE uma espada atravessará o teu coração, tinha profetizado o velho Simeão. Agora essa espada chegava ao mais fundo da sua alma.
Maria olhava para Jesus e Jesus olhava para Maria. Em comunhão com Jesus dolente e na última agonia, Maria suportou a dor e quase a morte. Agora consumava o seu faça-se de Nazaré. Não sabia naquela ocasião como esse ato de aceitação haveria de ser-lhe tão doloroso.
E quando Jesus viu sua mãe e, perto dela, o discípulo que Ele amava, disse à sua mãe: “Mulher, eis aí o teu filho”. Depois, disse ao discípulo: “Eis aí a tua mãe” (Jo).
Jesus despedia-se assim da sua Mãe e do discípulo.
O evangelista recordaria sempre com emoção essas palavras. Nenhum homem recebeu jamais um encargo tão grande nem tão querido. Que maravilhosa recompensa teve o seu amor pelo Mestre!
João será a partir desse momento o filho de Maria, e, em João, todos nós. Jesus é Filho único, mas a maternidade espiritual da sua Mãe estende-se a todos os homens, que Ele veio salvar.
Jesus sabia que os seus discípulos de todas as épocas precisariam constantemente de uma Mãe que os protegesse, que os levantasse e que intercedesse por eles. Um autor do século III, Orígenes, faz notar que Jesus não disse a Maria “esse é também  o teu filho”, mas “eis aí o teu filho”; e como Maria não teve senão um filho, Jesus, as suas palavras equivaleram a dizer-lhe: “ Esse será para ti daqui em diante Jesus” (Cfr. Orígenes, Comentário sobre o Evangelho de São João, 1,4,23). A Virgem Maria vê em cada cristão o seu filho Jesus. Trata a cada um como se em seu lugar estivesse Ele mesmo.
O próprio São João escreve que a partir daquele momento, o discípulo a recebeu em sua casa.Nunca a deixou. Quando, ao cabo dos anos, o apóstolo escrever essas linhas, Maria já não estará na terra e ele as terá redigido com um doce tremor comovido. Não nos transmitiu outros detalhes da sua convivência diária com a Mãe de Deus. Mas podemos imaginar Maria, já anciã, agradecendo as pequenas atenções do discípulo amado de seu Filho: a janela entreaberta para protegê-la do calor do verão, a água mais fresca, os alimentos escolhidos, o travesseiro mais fofo…
Recebeu-a em sua casa. “João, o discípulo amado de Jesus, recebe Maria, introdu-la em sua casa, em sua vida” (É Cristo que passa, n. 140). É um convite para que nós contemos com Ela em tudo e para tudo, nos assuntos pequenos de cada dia e nos importantes. Ela está presente como uma boa mãe está atenta às necessidades de um filho. A sua maternidade, “que se converte em herança do homem, é um dom: um dom que o próprio Cristo faz pessoalmente a cada homem” ( João Paulo II, Enc. Redemptoris Mater, n.45). Maria foi o grande presente que Cristo nos fez na cruz. Aqui, sim, no Calvário, Jesus reservou o melhor para o final, muito mais que nas bodas de Caná: agora dá-nos o tesouro da sua Mãe.
Santa Maria pode muito diante do seu Filho – e é nossa Mãe! Além disso, recebeu de Jesus a missão de amar-nos e de levar-nos pela mão até o seu Filho na Cruz. Ela é o nosso remédio:
    “ Se queres ser fiel, sê muito mariano”.
    “A nossa Mãe – desde a embaixada do Anjo até a sua agonia ao pé da Cruz – não teve outro coração e nem outra vida que não a de Jesus”
    “ Recorre a Maria com terna devoção de filho, e Ela te alcançará essa lealdade e abnegação que desejas” ( Via Sacra, estação XIII, n.4).
Quando sentirmos a tentação de desertar, de fugir da Cruz que liberta, monstra te esse matrem( Hino Ave Maris Estella), mostra-nos Maria, Mãe de Jesus, que és também nossa Mãe. Mostra-nos onde está teu Filho, na paz e na alegria de Belém, e na dor e no desamparo do Calvário.
(fonte: “A CRUZ DE CRISTO” – Francisco Fernandez-Carvajal, Ed. Quadrante)

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