Blog Alma Missionária

Blog Alma Missionaria

terça-feira, 5 de março de 2013


18º Dia De Meditação Da Paixão De Cristo – ENCONTRO COM A SUA MÃE

18º dia de meditação da Paixão de Cristo – ENCONTRO COM A SUA MÃE
17511_523855470992118_1407827730_n[1]
A tradição transmitiu-nos a caminhada penosíssima de Jesus em direção ao Calvário.
Um momento de consolo para Ele foi o encontro com sua Mãe, que ficou aflita vendo o estado que se encontrava o seu Filho. A princípio, mal conseguia reconhecê-Lo. O seu rosto estava tão desfigurado que não parecia ser de homem (Is 72,4). Nele deixaram marcas as quedas, as pancadas, a falta de alimento. Deus Pai, como em outras ocasiões, não quis evitar a dor a Maria, a criatura a quem mais ama depois do seu Filho. “Nela, os numerosos e intensos sofrimentos se acumularam numa tal conexão e relação, que, além de terem sido prova da sua fé inquebrantável, foram também uma contribuição para a redenção de todos” (Beato João Paulo II, Carta Apostólica Salvifici doloris, n.25). A dor da Maria alcançou o auge na Paixão, onde participou de modo singular da Redenção levada ao cabo pelo seu Filho. Esta participação é uma demonstração de amor de Jesus por Maria. “Nisso verás como Deus trata seus grandes amigos nesta vida, e como os que decidiram sê-lo devem passar por estas leis de amizade, por onde passaram todos os que de verdade O amaram” (Vida de Jesus Cristo, pág. 217).
Essas leis de amizade reduzem-se, em boa parte, a participar com alegria, e por amor, da cruz redentora de Cristo. Quanto mais perto estivermos do Senhor, mais cruz e, portanto, mais alegria e mais eficácia. Sabem-no todas as almas boas que procuram cada vez mais a intimidade com Deus.
Que disseram um ao outro Maria e Jesus? Olharam-se . Talvez tenham trocado alguma palavra. O que a Virgem Maria não pronunciou foi uma única frase que pudesse dissuadir o Filho do caminho que O levava à morte, à consumação da Redenção.
“Com imenso amor, Maria olha para Jesus, e Jesus olha para a sua Mãe; os olhos de ambos se encontram, e cada coração derrama no outro a sua própria dor. A alma de Maria fica submersa em amargura, na amargura de Jesus Cristo”.
Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor comparável a minha dor! “ (Lam 1,13).
Mas ninguém percebe, ninguém repara; só Jesus.
“Cumpriu-se a profecia de Simeão: Uma espada trespassará a tua alma (Lc 2, 35).
“Na obscura soledade da Paixão, Nossa Senhora oferece a seu Filho um bálsamo de ternura, de união, de fidelidade: um sim à Vontade Divina” (Via Sacra, estação, IV).
Maria contempla a solidão do seu Filho. Quase todos O abandonaram. Quanto lhe doeria a fuga dos que até esse momento tinham seguido Jesus! Sentiu o mesmo que sente agora, ao contemplar os homens que fogem da cruz, onde se alcança o triunfo sobre o pecado. Nós queremos compartilhar esses sentimentos de Maria. “ Quanto nos dói – são as palavras do Papa João Paulo II – que muitos participem tão friamente na obra da Redenção de Cristo!” (Beato João Paulo II, Ato de consagração a Nossa Senhora , Fátima). Às vezes, muitos cristãos dão a impressão de que a obra Redentora da cruz não lhes diz respeito.
Se pudéssemos consolar Jesus na sua solidão com nossa fidelidade de cada dia! Pedimos à sua Mãe que, no meio da nossa vida diária, se complete em nós, ainda que de um modo tão insuficiente, o que falta aos padecimentos de Cristo (Col 1,24). A nossa dor oferecida, as nossas penas e fadigas acolhidas de ânimo sereno, servem para acompanhar Cristo no seu caminho até a cruz. Convertemo-nos então em corredentores com Ele!
Maria, escrava do Senhor, seguiu sempre o seu Filho por meio da renúncia e do sacrifício até a cruz. Ela nos pede essas mesmas disposições internas quando nos diz: Fazei o que Ele vos disser. Maria não quer ligar-nos a Ela, mas ao seu Filho. E o seu Filho fala-nos no silêncio da sua Paixão, pedindo-nos que sejamos mais desprendidos dos bens  e de nós mesmos, mais sacrificados, mais compreensivos com os outros…
Desde o começo da via dolorosa, Jesus esperou pelo encontro com a sua Mãe, um momento doce no meio de tantos sofrimentos físicos e morais.
“Jesus esperou por este encontro com a sua Mãe. Quantas recordações de infância! Belém, o longínquo Egito, a aldeia de Nazaré. Agora também a quer junto de Si, no Calvário.
Precisamos dEla!… Na escuridão da noite, quando uma criancinha tem medo, grita: mamãe! Assim tenho eu de clamar muitas vezes com o coração: Mãe! Mamãe! Não me largues” (Via Sacra, estação IV,n.3).
Se Tu nos abandonas, estamos perdidos. Mas Tu não nos abandonas; Tu nos dizes sempre onde está o caminho. Quando vês as nossas limitações, aproximas-te para socorrer-nos, mesmo antes de que te peçamos ajuda. Quando vês que não queremos tomar o remédio amargo ou a injeção que dói, tudo facilitas com um mimo no teu regaço ou um beijo no lugar onde doeu. Tu és Mater amabilis, a minha Mãe amável, que suaviza, que dulcifica e faz esquecer instantaneamente as minhas quedas de criança irrequieta. Quantas vezes o temos experimentado!
Acompanhada por São João e pelas santas mulheres, a Virgem continuou imediatamente a caminhar atrás do seu Filho. O Apóstolo que o Senhor tanto amava ajudou-a naquele trajeto que ainda restava até o cume do Calvário. Comportava-se já como um filho para com sua Mãe. É possível que Jesus, ao vê-lo, se lembrasse da tarefa que lhe reservava. Pouco tempo depois, encontramo-los no Calvário ao pé da cruz.
Nós estamos com eles.
 (fonte: “ A Cruz de Cristo” – Francisco Fernandez-Carvajal – Ed. Quadrante)

Nenhum comentário: